1. O nosso camarada António Matos, ex-Alf Mil Minas e Armadilhas da CCAÇ 2790, Bula, 1970/72, enviou-nos, em 15 de Abril, a seguinte mensagem:
Um pequeno texto em tom de olá a todos!
Não! Não é o filho pródigo de volta a uma casa que tem como sua;
que ajudou a construir enquanto teve tijolos disponíveis;
que refez uma ou outra parede que se inclinava perigosamente desacautelando a integridade intelectual bem mais do que a física;
que se ausentou para outras paragens;
que tentou novas abordagens que a expectativa espicaçava;
que se emociona num crescendo à medida que o tempo passa e lhe vêm à memória cenas duma vida ultrajada;
não! não! não!
Não é um filho pródigo quem aqui vos vem visitar por um mero sentimentalismo bacoco a pedir meças às exaltadas consciências de outros pródigos mais ou menos bacocos também...
Em 10 de Novembro de 1971, comemorei o meu 23º aniversário.
Em vez dum bolo tive um prato de arroz com arroz;Em vez de velas, iluminava aquela noite um petromax;
Em vez do frio invernoso a que estava habituado nos Novembros, tive uma noite quentíssima...
Em vez de palmas e alfarreás, tive um tiroteio!
Passaram-se 40 anos e sou localizado por um ex-furriel do Esquadrão das Panhards de Bula que me socorreu em Augusto Barros naquela longínqua noite...
Os bons demónios que há em nós também dormem e também se agitam quando sobressaltados...
Comoveu-me o Leonel Olhero pela gentileza do seu contacto via facebook naquele dia de 2010...
Daí a ser convidado para o almoço de confraternização das suas gentes, foi um ápice!
Estive lá (Coimbra) e foi muito bom reconhecer outros camaradas como o ex-alferes Barbosa (O Bigodes) e o ex-capitão Ruben.
O ambiente e o espírito foi-me familiar, razão pela qual considerei um verdadeiro clik para vir aqui postar este testemunho em prol das amizades feitas naqueles tempos e que perduram, pesem embora as 4 dezenas de anos de silêncios que as tecnologias, finalmente, desfizeram.
Abraços,
Alf Mil Minas e Armadilhas da CCAÇ 2790
__________
Notas de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
16 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8113: 7º aniversário do nosso blogue: 23 de Abril de 2011 (3): Que rica é a nossa Tabanca (Albino Silva)
7 comentários:
Caro Antonio Matos,
Nao imaginas a satisfaçao que tive agorinha mesmo ao abrir o computador( avariado com virus,ao que parece, a a debitar acentos duplicados, o que me leva a nao os usar...) e dar com um texto teu.
Um grande abraço
manuelmaia
Um abração para ti também Manuel !
Há coisas, que só por acaso acontecem.Tendo pertencido ao teu Batalhão e tendo compartilhado alguns momentos, com a malta do destacamento de Panhares, não tive o prazer de ter conhecido o Olhero, em Bula.É curioso que acabei por conhece-lo em Ermezinde, anos mais tarde, a quando do meu regresso, como "Retornado de Angola".Ele vivia na altura, no mesmo Edifício,do meu cunhado.Recordo-me na altura de com ele, relembrar-mos os lugares daquela terra.Se voltares a estar com ele, transmite-lhe um grande abraço.
Aquele abração e bem hajas por andares por aí!
Jorge Fontinha
Olá, António!
Não és, de facto, nenhum filho pródigo, a Tabanca Grande é a casa da malta, fico feliz por saber que não te esqueceste da velha picada ou trilho que te conduziu até cá...
Os caminhos velhos, de resto, não se esquecem... Isto não quer dizer que "só se lembra dos caminhos velhos/ quem tem saudades da terra" (como diz a letras das janeiras...). Não, quer dizer muito simplesmente que é bom, para mim, ver-te por cá. Registo a tua presença com agrado... Estás e estarás sempre em casa... Qualquer que seja o pretexto... Um Alfa Bravo. Luís Graça
PS - Achei mais apropriada esta nova série ("7º aniversário do nosso blogue"...) para enquadrar o teu poste... O editor de serviço não fica melindrado. E tu, espero que também não...
Amigo Matos
Claro que há sempre uma pinga para os Amigos.
Fico contente por reapareceres em poste,e em lugar de honra.
Um abração
Luis Faria
Há escritos e escritos e...ainda outros escritos.Os teus têm faltado. Um abraco.
Caro camarigo AMatos
Estava a 'correr' o blogue e dou de caras com a tua foto.
Disse para comigo "é pá, um artigo do meu amigo 'kartista' fugitivo?".
Pois que sejas bem (re)aparecido. Todos fazemos falta mas tenho sentido a ausência da crítica irónica e por vezes mordaz que vinham da tua escrita.
E também das interrogações com todo o a-propósito.
E também das 'propostas' de trabalho ou orientação.
E também, ainda, das tuas histórias, ou recordações.
Sim, sei que nem sempre tens 'pachorra' para certas 'tretas' ou 'confusões' que inevitavelmente aparecem, mas que diabo, homem, faz um esforço.
Se não for com mais regularidade, pelo menos contribui com 'uma por mês'...
Fico a aguardar reacção positiva com toda a serenidade.
Abraço
Hélder S.
Enviar um comentário