1. Mensagem do nosso camarada António Manuel Salvador* (ex-1.º Cabo Enfermeiro, CCAÇ 4740, Os Leões de Cufar, Cufar , 1972/74), com data de 19 de Abril de 2012:
Amigo Luís e todos aqueles que fazem parte do blog,
Eu, o Salvador que esteve em Cufar 72/74 na 4740 os tais Leões de Cufar, venho mais uma vez ao vosso contato para vos contar uma história que por acaso foi verdade e tudo isto aconteceu no dia 18/4/73.
António Manuel Salvador
Recordando um momento de muita sorte
Muito se tem falado nos gloriosos malucos das maquinas voadoras, mas este caso que aconteceu comigo e nunca vi isso escrito no blog por alguém que ia comigo.
Éramos quatro enfermeiros e calhava à vez irmos fazer evacuações de helicóptero.
Nesse dia calhou-me ir a Cacine buscar um soldado doente e uma senhora africana com problemas de parto. Como naquela altura os hélis tinham de voar muito baixo ou irem para a altura de segurança para não serem atingidos pelos mísseis terra ar, o nosso alferes piloto e o alferes do héli canhão optaram por ir a rasar as bolanhas e as copas das árvores.
Estávamos na parte da tarde e já não tínhamos muito tempo. Só vos digo uma coisa amigos, a mim meteram-me umas coisas nos ouvidos por causa do barulho do motor enquanto o mecânico do héli e o alferes iam em comunicação. Éramos três dentro da tal máquina voadora. O voo foi feito sempre rente ao chão, quando se chegava à mata lá tínhamos de levantar o que é óbvio, e assim fomos andando, mas o pior era quando se descia bruscamente da copa da mata para a bolanha, e o Salvador atrás aflito sem poder fazer nada.
Até que veio o azar, o nosso amigo piloto, ao sair da copa das árvores desceu demais sobre o rio Cumbijã ou Cacine, já não tenho a certeza qual, a roda da frente do héli bateu na água e fez com que a parte frontal deste se descolasse e a circulação do vento dentro do aparelho fosse maior. O piloto lá puxou o héli ao jeito dele e lá fomos até Cacine, mas a parte da frente do aparelho parecia a sola de um sapato descolada de frente. Ao nosso lado direito ia o héli canhão não fosse o diabo tece-las.
Chegados a Cacine desci para ir buscar os doentes enquanto o piloto fez pairar o héli a fim de o mecânico atar o que estava descolado, não sei se seria com arame farpado ou coisa no género.
De regresso a Cufar não houve mais problemas, mas jamais esquecerei este dia 18/4/73, uma quarta-feira.
Se por acaso o piloto ou o mecânico de serviço nesse dia ler esta mensagem, lá ia o Salvador o tal que dava injeções sem dor.
A minha companhia era a CCAÇ 4740, açoriana, que esteve em Cufar de 21/6/72 a 3/8/74, que se vai encontrar no próximo dia 16 de Junho de2012 em Fátima.
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Notas de CV:
(*) Vd. poste de 29 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2313: Estórias de Cufar (2): A marmelada também curava (ex-1º Cabo Enf Salvador, CCAÇ 4740, 1972/74)
Vd. último poste da série de 13 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7121: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (22): Fotograma do Honório com o Cap Neto (Jorge Félix)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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6 comentários:
Oh camarada "fermero" A.Salvador
Esses "gajos" Pilavs eram completamente malucos,gloriosos mas malucos..atenta só no seguinte..não só conduziam as máquinas voadoras o que por si só já revelava alguma dose de "maluqueira",como ainda não contentes com isso iam para o meio dos tiros..olha para confirmar aquilo que digo..basta estar junto de alguns e ouvi-los contar histórias (deles)..bem, os "gajos" são mesmo malucos.
Com que então davas "picas" sem dor..umm..já sei..enganavas os desgraçados..pequenos toques nos glúteos e pimba quando menos esperavam já a tinham espetada..era assim não era ?
Um alfa bravo
C.Martins
paryptsAh, Grande Salvador, a salvar meio mundo...
Quero ver se em 16 de Junho lá estou em Fátima, com o "meu" pessoal da 4740, os homens de Cufar 72/74 que nunca quebraram nem torceram.
Abraço,
António Graça de Abreu
Mário Fitas diz:
Grande António Salvador, conta todas as estórias de Cufar.
Conta a da bisnaga de marmelada para as dores nas costas, grande enfermeiro.
Um abraço grande,
Mário Fitas
Caro António Salvador
Uma recordação de viagem atribulada, salpicada de apontamento de bom humor...
Muito bem, de vez em quando faz mesmo falta este tipo de história porque para além de também fazer parte da memória é um bálsamo para algumas indisposições que teimam em aparecer.
E, já agora, essa do "Salvador, o das injecções sem dor" está bem apanhada...
Abraço
Hélder S.
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