quinta-feira, 26 de abril de 2012

Guiné 63/74 - P9809: Tabanca Grande: oito anos a blogar (13): Mais de cinco mil visitas em 16 de abril...


Fonte: Bravenet / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2012)


1. No período entre 11 e 25 de abril de 2012, que compreendeu o dia do nosso VII Encontro Nacional (Monte Real, 21) e o dia do nosso 8º aniversário (23), tivemos em média de cerca de 4300 visitas (no total, 64462). Pela primeira vez, na vida no nosso blogue, ultrapassamos a fasquia das 5 mil visitas (a 16 de abril, segunda feira). 


Neste período, o pior dia foi, como seria de esperar, o 21, sábado... O fim de semana, em geral, e o sábado, em particular, continua a ser a pior altura da semana (em termos de visitas), sendo a melhor o ínicio da semana, as 2ª e as 3ª feiras.


De qualquer modo, com um menor afluxo de visitas nos primeiros dias, o mês de abril perfila-se como sendo um mês normal:  estávamos a meio do dia com quase 99 mil visitas, valor próximo,  portanto, da nossa média diária do último mês, que foi de 4 mil/dia.


No dia do nosso aniversário, segunda feira, 21, o nº total de membros da Tabanca Grande era de 551. Há diversos camaradas, à bica, para entrar: estão apenas a tratar dos papéis. De qualquer modo até ao fim do ano podemos chegar, com facilidade, aos 600 (o que implicará uma média ligeiramente superior à atual: 6 por mês). 


Está, entretanto,  em curso a campanha Se um grã-tabanqueiro incomoda muita gente, dois grã-tabanqueiros incomodam muito mais... Traz mais um "pira" contigo (A expressão "grã-tabanqueiro" tem autor, mas não tem dono: é do Idálio Reis).


Recorde-se, por outro lado, alguns números do nosso bogue - o que é sempre um exercício enfadonho mas didático: em finais de Maio de 2006 (fim da I Série, e abertura do actual blogue, ou II Série), mal ultrapassávamos as 70 mil visitas e a centena de membros registados (na altura usávamos o termo tertulianos)... 


No ano a seguir, em Outubro de 2007, chegámos às 400 mil visitas, e às 800 mil em Outubro de 2008... O milhão de visualizações foi atingido em Fevereiro de 2009, o 1,4 milhões em Dezembro de 2009 e os 1,7 milhões em Maio de 2010, quando pusemos o contador Bravenet


No final de 2010, estávamos a caminho das 2,3 visualizações de páginas... Éramos  464 "tabanqueiros" registados. Hoje estamos a caminho das 3,6 milhões de visitas, e somos 551... Mais: desde maio de 2010, registamos até hoje 32350 comentários (somos um blogue com liberdade de comentar).  

Em Abril de 2011 celebrámos a entrada do tabanqueiro nº 500. Em final de 2009, éramos 390, em Maio andávamos pelos 410 e em meados de Setembro de 2010 estávamos a caminhos dos 450. Desde janeiro de 2011 até agora, a média de entrada de novos membros da Tabanca Grande  anda à volta dos 5,6 por mês...
Desde 23 de abril de 2004, publicamos 9800 postes. Dentro em breve (um mês e picos), atingiremos os 10 mil postes e talvez os 35 mil comentários. 


Amigos, camaradas, camarigos: continuem a alimentar este projeto, se acharem que vale a pena. (LG)




2. Em louvor do nosso blogue:


O nosso o blogue é público

(público mas não necessariamente notório).
Não é um clube privado.
Além disso, é de borla,
Ou quase:
quem quer entrar,
apresenta duas fotas
e conta uma história.
Claro que o blogue tem custos 
(directos, indirectos e ocultos).
Mas ninguém paga um tusto
para ler 
o blogue 
(nem escrever ou comentar no dito) . 
Nem sequer tem que fazer parte da Tabanca Grande.
Todos, os de fora e os de dentro,
têm o direito de manifestar,
com elegância e civilidade
(e se possível com bom humor),
as suas diferenças,
preferências
e divergências,
contar as suas memórias,
cultivar os seus afetos,
a respeito da Guerra da Guiné,
no período que vai grosso modo
de 1961 a 1974.
Só não há aqui lugar
para os ódios de estimação 
ou os ajustes de contas...
Aliás, ninguém, no blogue, cultiva
ódios de estimação,
e muito menos resolve,  a tiro,
as diferenças de opinião
ou de interpretação dos factos. 



É um blogue que não promete nada,
muito menos a eternidade,
a vã glória de mandar,
o triunfo da vida sobre a morte,
a revisão da história,
o fim da história,
a entrada triunfal na cidade,
o saque das tropas...
Nem sequer a sorte grande, 
o "jackpot",
o elixir da juventude,
o panteão nacional,
a Torre e Espada...
É um blogue que oferece apenas
frágeis tectos,
um porto de abrigo, 
uma enseada amena,
um abraço camarigo,
às vezes um sorriso, de compaixão,
e sobretudo a partilha de memórias e de afetos...

Camaradas, amigos, camarigos,
leitores, visitantes 
(regulares ou ocasionais) 
deste espaço:
continuaremos a ser
tolerantes,
cordatos, 

discretos,
sensatos,
imaginativos,
criativos, 

participativos... 


Em 23 de Abril de 2012, 
o nosso blogue fez 8 anos.
Obrigados, amigos e amigas, 
obrigados,  ex-camaradas de armas,
obrigados a todos/as que nos felicitaram, 
por estes dias, 
não tanto pela obra feita, 
como sobretudo pelo milagre da multiplicação 
das tabancas e dos tabanqueiros,
das memórias, 
das histórias, 
das emoções, 
dos afetos.

O nosso blogue vai estando
(até quando, não sei)
ao alcance de um clique
ou à distância de um braço,
à mesa de um restaurante ou de uma esplanada, 
do Canadá à Austrália,
de Viana do Castelo ao bairro do Quelelé 
(Viva, Sousa de Castro, viva,  Pepito!).
Tal significa
podermos (re)unir-nos,
(re)conhecer-nos,
(re)encontrar-nos,
sermos solidários uns com os outros
e com o povo da Guiné-Bissau,
identificar a peça do puzzle que faltava na nossa memória,
confirmar a data da emboscada 
em que perdemos o nosso melhor amigo,
partilhar a foto da bajuda, de cá ou de lá,
que suavizou a nossa solidão, 
ajudar a fazer ou aliviar o luto (patológico)
que ainda atinge milhares de famílias,
resgatar a memória daqueles que perderam os seus entes queridos,
de  Guidage a Guileje,
revisitar trilhos, picadas, estradas,

revisitar a tabanca onde reforçámos a autodefesa 
e fomos recebidos com o melhor que os aldeões nos tinham para dar, 
revisitar o bu...rako onde onde estivemos enterrados (como tupeiras ou ratos), 
o sítio onde demos e levámos manga de porrada, 
enfim reler com outros olhos os aerogramas e as cartas 
que  escrevemos,
as notas que  rabiscámos nos nossos pequenos diários, 
os trilhos onde deixámos sangue, suor e lágrimas, 
as minas que picámos,
que levantámos, 

que pisámos,
que nos estropiaram...
mas também os momentos
de festa, de amizade,
de camaradagem, de camarigagem,
 e, ainda, os momentos de loucura, 
de bravata,
de coragem,
de paixão,
de aprendizagem,
de nobreza,
de humanidade...

O blogue foi feito para unir pontas,

cortar arame farpado,
derrubar cavalos de frisa,
desatar nós,
construir pontes,
cambar rios, 

galgar las e bolanhas,
e também valorizar o grande sacrifício humano 
(e respeitar a sua memória)
de toda uma geração,
a nossa,
que combateu na Guiné.

Confesso que nem sempre tem sido fácil
reunir tantas e desvairadas gentes 
e suas memórias.
Não é fácil esquecer,
não é fácil perdoar,
não é fácil expor em público os sentimentos mais íntimos 
que ainda hoje estão associados àquela terra 
e àquela guerra...
Mas tenhamos algum orgulho num blogue
que consegue, a maior parte das vezes, 
unir muitas pessoas da nossa geração, 
independentemente do que eram e do que são,
do que sentem e do que sentiam,
do que pensam e do que pensavam...

É um blogue que é (ou pretende ser)
contra o pensamento único,
e que não está ao serviço de ninguém, 
de nenhum bandeira,
a não ser a dos combatentes que fizeram a guerra
e das vítimas que a sofreram...

Não sei, caros leitores,
quando o blogue vai acabar (fisicamente falando...),
a guerra, essa, vai acabando
à medida que formos morrendo (de um lado e do outro)... 
E a verdade é que estamos morrendo,
todos os dias um pouco mais,
de um lado e do outro...


Como fundador, administrador e editor deste blogue 
(que é feito a muitas mãos), 
nunca serei bom juiz em causa própria:
tenho, no entanto, uma pontinha de orgulho 
pela picada  feita até agora,
pelos trilhos abertos,
e sobretudo pela cultura de tolerância 
e de convivialidade que temos vindo a construir...

Espero que continuemos a ser, ontem, hoje e amanhã, 
sobretudo leais,
e frontais uns com os outros, 
na diversidade que é também a nossa riqueza: 
é, de resto, a lealdade e a frontalidade, 
o que se espera de um camarada, 
é o que que se exige de um amigo, 
e, por mais razão ainda,
é o que define verdadeiramente um camarigo... 

Lealdade não é unanimismo, 
nem seguidisimo, 
nem consenso de fachada,
nem o politicamente correto 
nem o socialmente desejável
nem o historicamente oportuno,
nem hipocrisia; 
e frontalidade é assertividade, 
é sermos capazes de falar uns para os outros, 
olhos nos olhos,
sem recurso à picardia, difamação, insulto ou insinuação...

E as comemorações natalícias, perguntais vós ?
Pois, que continuem... mas sem fogo de artifício!
E troika... a marchar!  (LG).


PS1 - Submeti ao Ciberdúvidas da Língua Portuguesa a questão (existencial) de saber se o neologismo "camarigo" já é (ou poderá vir a ser) português de lei... Aguardo resposta.

PS2 - Os nossos amigos, por Bissau e terras adjacentes, estão bem. Alguns, à espera de Godot... Já o povo da Guiné-Bissau, esse,  está com a morte na alma. Cem mil saíram de Bissau. O medo e a fome pairam por aquelas bandas. Deus, Alá, os bons irãs e a comunidade internacional tenham pena da Guiné-Bissau!...
____________

Nota do editor:

Dois último postes da série >

1 comentário:

Antº Rosinha disse...

"Cem mil saíram de Bissau."

As consequências destas fugas de milhares, que é o que aconteceu noutros golpes, tantas vezes se repetem, que ninguém pode prever quando haverá estabilidade neste país.

Espera-se que os irmãos PALOP saibam o que devem ao sacrifício dos guineenses.

Refiro-me principalmente aos Partidos irmãos do velho PAIGC.

Se Portugal tem o dever de colaborar na ajuda de uma solução, aqueles partidos sabem melhor como ajudar.

Parece ter havido algumas tentativas de ajuda, mas ainda não se vê resultados.

Oxalá tudo corra bem, pois as circunstância sempre foram muito más, mas o pior é que toda a gente internacionalmente tem um comportamento muito estranho, principalmente os vizinhos.

Cumprimentos