domingo, 27 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12207: Álbum fotográfico do Luís Nascimento, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 2533, Canjambari e Farim, 1969/71 (Parte V): A caminho das férias na Metrópole, em meados de 1970



Guiné > Região do Oio > Farim > Canjambari > CCAÇ 2533 (1969/71) > Viagem de avioneta civil, até Bissau, para gozo de licença de férias na Metrópole. O Luís Nascimento  é o segundo a contar da esquerda (. É o mais alto do grupo, com 1 metro e 86, segundo o seu BI militar)... Não se consegue distinguir o logo do saco de viagem: se era o logo da TAP - Transportes Aéreos Portugueses, se era o da TAG - Transportes Aéreos da Guiné (voos internos). Inclino-me mais para esta segunda hipótese.

Recorde-se que a 2 de Setembro de 1965 foi criado o serviço autónomo Transportes Aéreos da Guiné (TAG), visando a exploração dos transportes aéreos de passageiros, carga e correio naquela província ultramarina. Na realidade foi a criação da primeira companhia aérea da Guiné. O seu nome será posteriormente alterado para Transportes Aéreos da Guiné Portuguesa (TAGP).


Guiné > Região do Oio > Canjambari > CCAÇ 2533 (1969/71) > Foto s/d, s/l... Presume-se que  seja junto à secretaria, em Canjambari, no dia da partida para Bissau, no início das férias... A legenda diz: "À espera do passaporte, de ida e volta".


Guiné > Bissau > c. meados de 1970 > Avenida Marginal, Cais do Pijiguiti > Fazendo horas... O Luís Nascimento é o terceiro a contar da esquerda para a direita.



Guiné > Bissau > c. meados de 1970 > O Luís Nascimento à entrada do célebre Pelicano (1)... Este estabelecimento era o mais moderno restaurante, cervejaria e esplanada de Bissau, naquela época. Tinha as melhores ostras de Bissau... O Luís Nascimento veste já à moda... Digam-me lá onde se compravam estas camisas todas "hippies" ?

Chegavam rapidamente, à Europa,  do outro lado do mundo,  da costa californiana,  nos EUA,  novos padrões estéticos, éticos, musicais e culturais... A canção "San Francisco (Be Sure to Wear Flowers in Your Hair)", composta por John Phillips do grupo "The Mamas & The Papas", e interpretada por Scott McKenzie, é lançada em São Francisco na primavera de 1967,  quando a América estava atolada na guerra do Vietname...  [ Ver e ouvir aqui um vídeo, no You Tube, já com c. de 13 milhões de visualizações.... O "San Francisco", interpretado pelo próprio Scott McKenzie (1939-2012), no festival pop de Monterey. Ao que parece, esta canção tornou-se um ícone, durante a primavera de Praga, na antiga Checoslováquia, em 1968. Também se cantava, na Guiné, no meu tempo, nas longas noites de insónia, no mato, em Bambadinca, "longe do Vietname"... Lembras-te, GG ?].


Guiné > Bissau > c. meados de 1970 > O Luís Nascimento à entrada do célebre Pelicano (2).


Guiné > Região do Oio > Farim > Canjambari > CCAÇ 2533 (1969/71) > Em Bissau, e depois em casa, na Metrópole, esquecia-se, durante um mês, a dura e obscura vida no mato... Dura e obscura mesmo para um 1º cabo cripto, que mal podia ser sair do quartel e não era operacional... Na foto, o Luís Nascimento na "esplanada (sic) do centro cripto"...


Fotos (e legendas) : © Luís Nascimento (2013). Todos os direitos reservados. [Edição / Legendagem complementar: L.G.]

1. Continuação da publicação de uma seleção e fotos do álbum
o nosso camarada, Luis Nascimento, o ex-1º cabo operador cripto Nascimento (também conhecido, na tropa por Assassã, do francês "assassin", assassino, alcunha que ganhou no tempo em que era... júnior do Académico de Viseu) [, foto atual à esquerda].

O nosso grã-tabanqueiro Luís Nascimento pertenceu à CCaç 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71). As fotos foram-nos enviadas pela sua neta, Jessica Nascimento em 1/10/2013.
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Nota do editor:

Último poste da série > 18 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12164: Álbum fotográfico do Luís Nascimento, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 2533, Canjambari e Farim, 1969/71 (Parte IV): Tempo(s) de lazer(es)... "Chorei, sofri, lutei mas venci"...

4 comentários:

Hélder Valério disse...

Recordações comuns a muitos de nós, pelo menos para aqueles que puderam e quiseram fazer férias em Portugal Continental.

Achei curiosa a camisa da foto. Já não concordo com essa das 'melhores ostras de Bissau'. É claro que temos sempre a tendência para medir, avaliar, as coisas pelas nossas próprias experiências, o que até é justo mas, para mim, que cheguei a Bissau em Novembro de 70 e depois passei lá a maior parte do tempo da comissão a partir de Junho de 71, as 'melhores ostras' eram numa casa de cujo nome agora não recordo mas que ficava numa rua paralela à marginal.

Abraços
Hélder S.

Luís Graça disse...

... Hélder, essa coisa do "melhor", é sempre subjetivo. E nestas coisas dos comes % bebes. depedne sempre do tempo e do lugar... Não sou/era de longe, um "perito" sobre Bissau e o roteiro gastronómico...Lem,bro-me das ostars do Pelicano, 20 paus (pesos) uma travessa, com limão... Tude regado a boa cerveja... Era a nossa "droga", quando havia uma escapadela até Bissau, no "barco da Gouveia"...S

e calhar não era mesmo no Pelicano, era na tal casa em que estás a pensar, e de que não recordo o nome... Já aqui se falou do assunto, das ostras de Bissau e dos melhores sítios para as comer... Agora parece que tens que ir a Quinhamel... Se lá for, hoje digo: "Ostras da Guiné, não, muito obrigado. Não me quero suicidar, por enquanto"...

Luís Graça disse...

Sobre as ostras, ver aqui:

Em 1967, era no Miramar. uma travessa gigante 20 pesos!...

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/#uds-search-results


Hélder Valério disse...

Pois é.
Tenho a ideia desse nome, "Miramar", ser então familiar. Deve ser o que eu queria referir!

Mas havia ostras em vários locais, isso é verdade. Hoje em dia, será então em Quinhamel que se podem encontrar ostras... parece que assadas... mas, embora seja prudente ter algum cuidado, é capaz de essa do 'suicídio' ser exagerada!

Também é verdade que as coisas vão mudando conforme os anos, e por isso será natural nuns momentos ser mais notado e lembrado uns espaços em lugar de outros.
Já por aqui foram referidos tantos e tantos locais que se corre sempre o risco de omitir alguns.

Quando cheguei, em finais de 70, um dos locais mais populares era a "Meta". Fui lá algumas vezes até ir para o mato. Quando voltei para Bissau parece que tinham ocorrido por lá uns 'problemas' e já não funcionou durante uns tempos. Tinha alguma relação de simpatia ('freguês frequente') com um dos homens que 'mandavam' naquilo, salvo erro era da Marinha, e que depois foi explorar a restauração do 'Sporting de Bissau'. 'Mudei-me' para lá.

Mas cada local era mais propício para cada tipo de 'consumo'. Por exemplo, no "Zé D'Amura", era frequente petiscar (jantar) os camarões e principalmente as iscas, às tirinhas, bem temperadas e bem saborosas. De que fígados eram feitas, isso não sei responder.

No "Solar do 10", também frequentei os seus dois ambientes. O espaço 'aberto', tipo esplanada interior, coberta parcialmente, e o espaço mais solene, estilo salão de jantar, com pesados reposteiros, menor luminosidade, mais frequentado por oficias, com predomínio da Marinha, segundo os meus registos de memória.

Mas também ficava pela "Império" quando me apetecia (e tinha dinheiro para) uma sanduíche de queijo da serra. Ou a Ronda, para umas "bazookas". Ou o "Oásis", quando queria estar sozinho, a ler, a escrever ou a meditar, comendo uma alheira e experimentando as diferentes garrafas de vinho branco de castas monovarietais que por lá havia.

Enfim, outros tempos.