Foto nº 1 > Vista aérea; pista de aviação de S. Domingos (1) e quartel
Foto nº 2 > Vista aérea: pista de aviação de S. Domingos (2) e instalações do pessoal, praças e de sete graduados
Foto nº 3 > Pista de aviação de S. Domingos e uma aeronave (DO 27)
Foto nº 4 > Um T6 sobrevoando S. Domingos
Foto nº 5 > Grupo gerador e depósito de água sob o qual se encontrava o paiol
Foto nº 6 > Visão panorâmico das paliçadas e abrigos, dando ao quartel um aspeto de "forte do faroeste"
Foto nº 7 > Tabanca ao fundo e instalações do quartel em primeiro plano e no lado direito
Foto nº 8 > Trator usado no transporte de troncos de cibe com que se faziam as paliçadas e os abrigos
Guiné > Região do Cacheu > S. Domingos > CART 1744 (1967/69)
Fotos (e legendas): © José Salvado (2016). Todos os direitos reservados
1. Quinta parte do álbum fotográfico do José Salvado, ex-fur mil arm pes inf, CART 1744 (S. Domingos, 1967/69).
A CART 1744 chegou ao TO da Guiné em 25 de julho de 1967, sendo colocada em S. Domingos, na região do Cacheu, como companhia de intervenção. Fez operações em S. Domingos, Susana, Ingoré, Cacheu e Sedengal. Regressou à metrópole no T/T Niassa, com partida a 15 de maio de 1969, e desembarque em Lisboa no dia 21.
São Domingos, na margem direita do Rio de S. Domingos, afluente do Rio Cacheu, era a capital do chão felupe, que incluía ainda as povoações de Susana e Varela. onde estiveram destacados militares portugueses ao longo da guerra (1961/74).
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Nota do editor:
Último poste da série > 30 de maio de 2016 > Guiné 63/74 - P16145: Álbum fotográfico do José Salvado, ex-fur mil, CART 1744 (São Domingos, 1967/69) - Parte IV: São Domingos (3): a capital do chão felupe
3 comentários:
Parece que muitos dos nossos aquartelamentos começaram assim, à falta de materiais e máquinas da engenharia militar...
Sem dúvida, a primeira imagem que nos ocorre é a dos fortes dos índios e cowboys do faroeste americano do nosso imaginário.
Obrigado, Salvado, nunca foi para esses lados, do chão felupe. Ab. LG
Passados quase 2 anos, estive a ver estas imagens que me são tão sentidas. Pois estive aí, pertenço à CCS do BC1933, que comandou esses sector O1B, chegamos em finais de Março de 68 e deixamos SD em Agosto de 69 directos para o UIGE. Eu era do Comando do Batalhão, o Chefe do Conselho Administrativo de que era Presidente o Major Américo Correia. Conheci tanta malta da vossa Companhia, eu tenho centenas de fotos de reportagem de São Domingos, algumas muita parecidas com estas. Estou à espera que seja publicada a reportagem que fiz sobre SD e algumas dezenas de fotos, com a malta do 1933 e da 1744, do Cap Serrão, do Al Gatinho e tantos outros. Fui dos grandes frequentadores do 'restaurante' do Sargento Clemente e do Cabo? ( Não me lembro do nome dele, vi-o muitas vezes no Porto, e ainda ontem lá estive na zona do Aviz, onde ele tinha a sua empresa de Trading de Madeiras africanas, chama-se Interarrods, SA. ) mas estava fechado. Vou tentar encontra-lo novamente.
Quando havia os ataques eu normalmente pegava na máquina fotográfica e ia até à paliçada onde se encontrava a vossa Companhia e tirava umas fotos da nossa reacção. Agora pergunto se estiveste presente no combate ao fim da pista onde o nosso comandante Ten Cor Armando Vasco de Campos Saraiva, ficou ferido com as penas ao dependuro, e mais uns feridos e mortos?
Eu estive na pista logo a seguir a vi aquela imagem dele a ser evacuado na maca para o Heli, e só o voltei a ver passados uns 15 a 20 anos num almoço em Tomar.
Tenho algumas imagens das mulheres Felupes da Ilha Maldita, estão publicadas já há algum tempo, neste blogue.
Salvado, o teu nome não me é estranho, pois eu frequentava assiduamente a messe de sargentos, que julgo era comum com a da CCS do BC1933?
Esta minha publicação à espera de entrar no Blogue, eu até lhe dei um nome sugestivo, em alternativo ao teu, que se poderia chamar de Forte Alamo!. O meu é mais forte ' O Campo de Concentração de São Domingos'. Afinal estávamos ali metidos numa área que não ia além de 3 a 5 km2, certo?
Tenho fotos de quase todos os abrigos, paliçadas, trincheiras, etc da nossa zona, era mesmo como os filmes de cowboys!
Espero comentários,
Um Ab,
Virgilio Teixeira
Caro ex-camarada.
Só hoje li o comentário e daí a tardia resposta. Respondendo à pergunta, eu explico: No dia 19/11/1968, a minha companhia ia fazer uma operação e foi emboscada a cerca de 200 a 300 metros do aquartelamento. O meu grupo de combate seguia na rectaguarda, porque não era para ir à operação, e eu disparei algumas granadas de morteiro 60. Não era possível avançar e ficámos por ali.
No dia 20, voltámos a reatar a operação, mas o meu grupo de combate (o 2.º pelotão), foi na vanguarda, seguindo um pouco atrás o comandante do batalhão. Eu ia na frente a comandar a picagem, porque ia uma viatura com o morteiro 81, e quando nos aproximávamos do pontão, um dos rapazes mandou a pica e bateu numa mina anticarro.
De instruções para recuo e aguardámos, protegidos como pudemos, que os sapadores verificassem o engenho, para ser levantado ou rebentado.
Quando o sapador (penso que era o alferes) trabalhava a mina, o comandante do batalhão Tenente-Coronel Saraiva, aproximou-se da mesma, acompanhado do capitão Serrão e do Cunha (o alferes comandante do 2.º pelotão). Porém a minha anticarro não estava só, porque tinha a companhia de, pelo menos, uma mina antipessoal que foi accionada pelo comandante do batalhão, que ficou sem um pé.
O capitão apanhou com uns pregos (segundo foi dito) numa perna, e o Cunha, ainda hoje sofre os efeitos de sopro ou queimadura na zona dos olhos, provocada pelo rebentamento.
Eu e os rapazes retirámos o comandante do batalhão para fora da zona do rebentamento, e ele só nos perguntava como é que tinha a cara, que nada tinha sofrido, mas penso que não acreditou em nós. Daí que puxou da faca de mato, que eu e os meus homens lhe tirámos da mão, porque no nosso pensamento as intenções não eram boas.
Entretanto os enfermeiros e maqueiros tomaram conta dele, foi retirado da frente, levado para o aquartelamento e, seguidamente evacuado. Para ele terminou a guerra naquele azarado dia.
Também terminou a operação após a evacuação da frente do comandante.
Ele tinha uma pedra no sapato em relação a mim e a outros, por causa de uma vaca que comprámos, mas era um homem valente.
Como vê eu estava mesmo na frente e assisti a todo este drama! Eu, que nem devia estar na operação!
Um abraço.
José Salvado
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