Foto nº 1 > Da esquerda para a direita, o cor inf ref Carlos Gordalina e o antigo fuzileiro, do DFE 12, José Filipe
Foto nº 2 > José Filipe e o filho Rui Ribolhos Filipe, com as tábuas do cor inf ref Carlos Gordalina
Fotos: © Rui Ribolhos Filipe (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mensagem do Rui Ribolhos Filipe, nosso leitor, filho de um camarada nosso, José Filipe, do DFE 12 [Guiné, 1971/73]
Data: 16 de outubro de 2016 às 15:32
Assunto: As Tábuas do Coronel Gordalina - O Desfecho
Caro Luís e camaradas da Tabanca Grande,
Após a nossa busca pelo coronel Carlos Gordalina, com a preciosa ajuda da Tabanca Grande (*), eis o desfecho.
No passado sábado dia 15 [de outubro] encontramo-nos (eu e o meu pai) com o sr. coronel Gordalina na sua casa em Lisboa. O motivo, como sabemos, era entrega de duas tábuas que pertenceram a uma caixa de transporte do tempo da Guerra do Ultramar.
Foi com grande surpresa e alegria que, ao abrir o embrulho, o sr. coronel deparou-se com algo que havia preparado há mais de 40 anos: duas belas pranchas de madeira exótica com nº de transporte (929) / nº de caixa (3 de X) / Posto / Nome / Nº Mec. e DGA (Depósito Geral de Adidos),
pintados a branco.
Como vieram parar a um sitio ermo como a estrada militar Carnide-Lumiar, perto do desaparecido paiol de Vale do Forno, é um mistério. Em todo o caso ficamos a saber que o sr. coronel esteve nas
três frentes, Moçambique, Angola e Guiné. Nas mudanças entre colónias e metrópole, acompanhado da esposa, era usual preparar caixas de madeira para fazer transportar os bens pessoais.
A má experiencia quando não havia cuidado no manuseamento das caixas mnos portos, despachante ou navios, levou o nosso coronel a adquirir boas madeiras exóticas (abundantes nas colónias) de boa espessura para construir "caixas-fortes" bem resistentes.
Durante a nossa conversa [, na sua casa, em Lisboa,] chegou-se à conclusão de que as caixas vinham de camioneta até à residência do sr. coronel. Depois de tirados os pertences, e visto serem demasiado grandes para serem guardadas em casa, as caixas ficavam para a transportadora. O coronel também disse que em ocasião alguma deitaria fora algo com o seu nome tão visível.
É muito possível que a caixa de onde as nossas tábuas vieram, ter estado guardada em algum armazém e em alguma limpeza ter sido despejada no local onde foi encontrada.
O sr. coronel Gordalina agradece a todos os quantos tornaram possível o retorno destas memórias!
Em anexo as famosas tábuas com os dois achadores e no momento da entrega com o coronel de infantaria Carlos Gordalina e José Filipe, antigo fuzileiro, DFE 12 [,Guiné, 1971/73].
Grande abraço,
Rui Filipe
2. Comentário do editor LG
Rui (e José Filipe, nosso camarada):
Tudo está bem acaba bem... Obrigado, ao Rui e ao pai, nosso camarada, pelo empenho que puseram nesta história...
Tive também "feedback", pela minha prima Maria da Glória Gordalina, da Gândara dos Olivais, Leiria, de que o nosso coronel (e primo dela) ficou muito sensibilizado pelo vosso gesto (e o nosso apoio).
Tínhamos prometido publicar a história e o seu desfecho. Aqui está.
Aproveito para convidar o Rui a integrar a nossa Tabanca Grande: afinal, descubro agora, por pesquisa na Net, que ele é historiador e arqueólogo, e tem-se particularmente interessado por história militar e pela batalha do Vimerio. Trabalhou inclusive, na minha terra Lourinhã, como responsável pelo Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro (entre 2008 e 2013). Nasceu em Lisboa, em 1978.
Diga-se de passagem que só uma pessoa com a dupla formação (e sensibilidade) em história e arqueologia, como o Rui, é que se daria ao cuidado de nos contactar por causa de duas tábuas de um caixote que pertenciam a um oficial do exército português do tempo da já tão esquecida guerra do ultramar. Afinal, Rui, e camaradas, constatamos, mais uma vez, que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!...
Tínhamos prometido publicar a história e o seu desfecho. Aqui está.
Aproveito para convidar o Rui a integrar a nossa Tabanca Grande: afinal, descubro agora, por pesquisa na Net, que ele é historiador e arqueólogo, e tem-se particularmente interessado por história militar e pela batalha do Vimerio. Trabalhou inclusive, na minha terra Lourinhã, como responsável pelo Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro (entre 2008 e 2013). Nasceu em Lisboa, em 1978.
Diga-se de passagem que só uma pessoa com a dupla formação (e sensibilidade) em história e arqueologia, como o Rui, é que se daria ao cuidado de nos contactar por causa de duas tábuas de um caixote que pertenciam a um oficial do exército português do tempo da já tão esquecida guerra do ultramar. Afinal, Rui, e camaradas, constatamos, mais uma vez, que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!...
Abraço. LG
PS - Obrigado a todos, pelos contributos dados para a localização do cor inf ref Carlos Graciano de Oliveira Gortalina, a começar pelo nosso colaborador permanente, o José Martins. O nosso camarada ex-alf mil, Vasco Ferreira, também nos indicou ter estado em Cadique, na Região de Tombali, em 1973, na CCAÇ 4540 (Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74) , quando fazia parte do comando [do batalhão] o major Gordalina. Mas tarde, após o 25 Abril, o Vasco encontrou o major Gordalina no Porto, na altura era o 2º comandante da região militar do Porto no quartel situado, na Praça da República.
__________________
Nota do editor:
(*) Vd. poste de 3 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16553: Em busca de... (272): Major inf (hoje possivelmente cor inf ref) Carlos Graciano de Oliveira Gordalina... O meu pai, antigo fuzileiro do DFE 12, encontrou há anos umas tábuas de madeira exótica (talvez alguns salvados) com o seu nome pintado a branco... Sabemos que este oficial foi secretário da direção da Liga da Multissecular Amizade Portugal - China, em 2011/14 (Rui Ribolhos)
(*) Vd. poste de 3 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16553: Em busca de... (272): Major inf (hoje possivelmente cor inf ref) Carlos Graciano de Oliveira Gordalina... O meu pai, antigo fuzileiro do DFE 12, encontrou há anos umas tábuas de madeira exótica (talvez alguns salvados) com o seu nome pintado a branco... Sabemos que este oficial foi secretário da direção da Liga da Multissecular Amizade Portugal - China, em 2011/14 (Rui Ribolhos)
(**) Último poste da série > 1 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16668: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (103): reencontro, através do blogue, ao fim de quase meio século, de 4 amigos bairradinos e antigos alunos do CNA - Colégio Nacional de Anadia, e que estiveram nos TO da Guiné (Vasco Pires, Paulo Santiago e Manuel Reis) e de Angola (Acácio Conde)... Um deles, Vasco Pires (1948-2016), acaba de nos deixar... Entrou para a nossa Tabanca Grande em 27/9/2012, vivia no Brasil desde 1972
2 comentários:
E o TESOURO "aqui tão perto".
Na realidade, todos os dias vejo (vista «péssima» diga-se em abono ou desabono do IMI». o local do antigo paiol do Vale do Forno que, mais não era, que um dos muitos fortes que rodeavam a capital e formavam o Campo Entrincheirado de Lisboa.
Nada, porém, acontece por acaso.
A protecção de Lisboa, iniciada no inicio do século XX, via terrestre, esteve para ser feita com um fosso com água, aproveitando o Rio da Costa (vai da Pontinha e liga a outros até ao Tejo), hoje quase seca, mas que foi navegável, existindo o Porto da Paiã), faltando apenas abrir o fosso ente a pontinha, para o ligar à ribeira do Jamor.
Rui Ribolhos
6 nov 2016 19:11
Caro Luís,
Agradeço toda a ajuda e a publicação no Blogue do desfecho da nossa história. De facto trabalhei no CIBV onde fui responsável durante 5 anos. Foi de minha autoria a escavação arqueológica do campo de batalha.
É possível que nos tenhamos cruzado!
Um grande abraço,
Rui
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