C O N V I T E
Mensagem do nosso camarada Carlos Matos Gomes, Coronel Cavalaria Reformado (ex-2.º CMDT Batalhão de Comandos da Guiné, 1972/74), escritor e historiógrafo da guerra colonial, com data de 2 de Novembro de 2016:
Minhas e meus amigos,
Estamos, o Aniceto Afonso e o Carlos de Matos Gomes a convidar-vos para participarem na apresentação da reedição de um livro sobre a Aliança Alcora e num debate sobre este tema. Gostávamos muito de contar com a vossa presença e a vossa participação.
Alcora foi o nome de código dado a uma Aliança política e militar entre Portugal, a África do Sul e a Rodésia que ainda hoje é muito pouco conhecida. Coloca questões decisivas sobre a forma como os governos de Salazar e de Marcelo Caetano abordaram a questão colonial, o estado unitário, multicultural e multiétnico, do Minho a Timor, a guerra e como em segredo procuraram outras saídas.
Algumas questões que a Aliança Alcora colocou:
- O que pretendia cada um dos Estados que faziam parte dessa Aliança, Portugal, a África do Sul e a Rodésia?
- O que representou a aliança com a África do Sul e com a Rodésia para Salazar e para Marcelo Caetano?
- Como evoluíram ao longo dos anos as relações de Portugal com a África do Sul e com a Rodésia?
- Como compatibilizar os princípios de um estado que se afirmava multicultural e multiétnico com o apartheid?
- A Aliança Alcora era uma simples manobra dilatória para Marcelo Caetano, ou representava uma via para resolver o impasse da guerra colonial?
- Se a Aliança Alcora tivesse sido completamente estabelecida e implantada quais as consequências para Portugal, para Angola e para Moçambique?
- Como se articula a Aliança Alcora com as tentativas de Marcelo Caetano estabelecer ligações com os Movimentos de Libertação?
Em resumo, a Aliança Alcora colocava, ou não, em causa os princípios da política colonial que tinham sido estabelecidos por Salazar e que Marcelo Caetano se comprometera a prosseguir, de manter um Portugal do Minho a Timor, uno e indivisível, os princípios que levaram à opção pela guerra e a recusa da descolonização?
Carlos Matos Gomes
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Nota do editor
Último poste da série de 28 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16652: Agenda cultural (504): Apresentação do livro “Guiné-Bissau, das Contradições Políticas aos Desafios do Futuro”, da autoria de Luís Barbosa Vicente, a levar a efeito no próximo sábado, dia 29 de Outubro, no Clube Fenianos Portuenses, no Porto
1 comentário:
Este assunto da ligação política entre a Rodésia de Ian Shmith e Mugabe, África do Sul de Pik Botha e Mandela, e Marcelo Caetano com Angola, Guiné e Moçambique mais Neto, Savimbi, Machel e Cabral, daria para vários debates, qual deles o mais interessante.
Se chegasse até este blog um resumo desse debate, seria muito importante para compreender melhor os problemas passados na Guiné.
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