quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18054: O nosso blogue em números (44): comentando os 10 milhões de visualizações / visitas e exercendo o nosso direito de recusar ir para a "vala comum do esquecimento" (Hélder Sousa, Valdemar Queiroz, Carlos Vinhal, Manuel Joaquim, Jorge Araújo, Miguel Pessoa)


Em 21 de novembro de 2017, o nosso blogue atingiu os 10 milhões de visualizações / visitas!... E no dia 23 de abril de 2018 iremos completar os 14 anos de existência! Alguns grã-tabanqueiros (Miguel Pessoa, Jorge Araújo, Hélder Sousa, Valdemar Queiroz, Carlos Vinhal, Manuel Joaquim...) não deixaram passar despercebida a efeméride...

Não é para História com H grande, não queremos o Panteão Nacional (nem cabíamos lá todos...),  é apenas uma nota para a nossa "pequena história"... Aqui ficam, em poste, 4 comentários, que nos sensibilizam, mas que são uma homenagem a todos os amigos e camaradas da Guiné que mantêm vivo este projeto de preservação e partilha da memória. Como o nosso editor gosta de dizer, não queremos nada: há quem reclame o "direito ao esquecimento" (figura jurídica criada pelo Tribunal de Justiça da União Europeia); nós, pelo contrário, recusamo-nos apenas a ir para a "vala comum do esquecimento"...

Infogravura: Miguel Pessoa (2017)


Comentários (*):

(i) Hélder Sousa:

Este 'nosso' Blogue é, de facto, um caso sério.

De longevidade, de repositório de memórias, afectos e imagens.
De lançamento de escritores e poetas.
De cronistas e contadores de histórias.
De amizade, confraternização e novas relações.

A minha 'aproximação' foi por via do livro do António Graça de Abreu [, Diário da Guiné, 2007]
Comprei o livro, verifiquei que contemplava a parte final da minha estadia na Guiné, que o relato que lá estava confirmava a memória desbotada que tinha de determinado acontecimento e, a partir daí, voltei a interessar-me pelo tempo em que prestei serviço militar, em particular na Guiné.

Através de links que o livro indicava cheguei ao Blogue, ao "foranada" como alguns inqualificados procuram referir-se depreciativamente, quando as matérias (plurais) que são abordadas não estarão em consonância com o seu 'estreito entendimento'.

Por essa altura já havia vários Blogues sobre questões da nossa "guerra em África", a maior parte dele focados na Companhia XXX ou Batalhão YYY ou então de forma mais genérica sobre o conjunto das 'frentes'. Por esse tempo, final da primeira década dos anos 2000, ainda o Facebook  não tinha tanta preponderância. 

O Blogue iniciado pelo Luís tinha (e tem) grandes virtudes (pelo menos para mim) pois apresentava uma espécie de "estatutos" em que me revi, centrava-se apenas na Guiné (a vantagem de não se ter dispersão de vivências estranhas), era transversal no tempo e nos espaços e ainda por cima não pretendia ser classista, hoje por hoje, com todo o respeito que é devido, vamos tratando por "tu".

Se mais méritos não tivesse (e tem) relembro casos aqui relatados de ter tido efeitos de "blogueterapia", de (re)encontros de amigos dispersos, de relatos que nos deixam a conhecer melhor os tempos que vivemos e que deste modo deixamos como testemunho para os vindouros, façam disso o que quiserem.

Portanto, sem me alongar mais, já que isto tem "pano para mangas", reforça aqui a ideia de que este tema, o do nosso passado recente (já nem tento assim...) ainda tem muita coisa para dar e que este Blogue merece ter longa vida!

Parabéns ao Luís que tomou a iniciativa, ao Briote, ao Carlos V e ao Magalhães que na medida das suas possibilidades e capacidades têm dado o "corpo ao manifesto" e também a todos nós que de alguma forma contribuímos para manter a "chama viva".

Hélder Sousa


(ii) Valdemar Queiroz:


Já há material mais que suficiente para filmes ou programas de TV.

Será que os homens do cinema/televisão conhecem a riqueza  das nossas histórias, acontecimentos e vivências reais para grandes argumentos?

Seria interessante algum de nós dar a conhecer, para fora da nossa Tabanca, todo o historial do blogue  Luís Graça & Camaradas da Guiné.


(iii) Carlos Vinhal:


É com algum (muito,  mesmo) orgulho que digo, onde chego, e quando a conversa se proporciona, que sou amigo do Luís Graça, fundador deste Blogue, e que o ajudo a manter esta página actualizada. Por mim, não há-de haver um único dia em que não se publique uma notícia. 

Quando há 14 anos, o nosso sociólogo fundou este blogue, jamais imaginaria que estava a criar um fenómeno de convivência e catarse que nos ultrapassou a todos, tertúlia e editores. Quem de algum modo aqui colaborou, jamais ficará no anonimato porque ajudou a escrever a história recente de Portugal.

Luís, obrigado pela tua amizade. Podes contar comigo até... até quando calhar, sei lá, nos próximos 31 anos.


(iv) Manuel Joaquim (**):

Meu caro Luís:

Afirmei aqui, há quase oito anos:

"Este blogue é um fórum mas também uma câmara de gritos (de saudade, de alegria, de tristeza, de horror, de perdão, de expiação, de amor-próprio, de vaidade, de humildade, de dádiva, de amizade, de solidariedade, de revolta, às vezes de vazio) (Manuel Joaquim, CCAÇ 1419, Bissorã e Mansabá, 1965/67)".


Poderá haver exagero nesta minha convicção? Para alguns, talvez muitos, haverá. Eu continuo a pensar o mesmo de então, por estranho que isto me possa parecer. Hoje até me sinto mais seguro naquelas afirmações.

Faço força para que esta Tabanca Grande tenha uma vida longa alimentada pelos seus actuais e futuros membros e leitores. E peço desculpa de ter andado afastado do blogue nos últimos tempos, não enquanto leitor mas como "postador". Mas prometo voltar para chegar aos 100 posts, pelo menos!

Afectuoso abraço
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Notas do editor:


Sem comentários: