quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Guiné 61/74 - P19132: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XLVIII: Metralhadoras e lança-granadas


Foto nº  12 >  Metralhadora pesada, de modelo desconhecido [ Não será uma Metralhadora pesada Degtyarev DShK, de calibre 12.7, apreendida ao IN ?]


Foto nº 14 > Metralhadora pesada... [Não é uma Breda, é uma Browning] (**)


Foto nº 13 >  Metralhadora Browning 12.7


Foto nº 10 > Metralhadora pesada com suporte de pé, Browning 12.7; de perfil, o Virgílio Teixeira.


Foto nº 9 > Metralhadora ligeira M42, de fita.


Foto nº 15 >  Bazuca 8.9 e respetivas granadas; 


Foto nº 8  > Lança-roquetes (ou LGFog) 37 mm


Foto nº 19 > Armamento e munições apreendidas ao IN.

Guiné > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, set 1967/ ago 69 >  Metralhadoras e lança-granadas.

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Virgílio Teixeira (*), ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, set 1967/ ago 69); natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem já cerca de 90 referências no nosso blogue.


Guiné 1967/69 - Álbum de Temas > T901 – AS NOSSAS ARMAS DE DEFESA > ARMAMENTO FIXO E MÓVEL > SÃO DOMINGOS E NOVA LAMEGO - Parte II (*)

Legendas:

F07  [Foto não publicada, por falta de qualidade] – Abrigo e ninho de uma metralhadora pesada. 

Não sei de que tipo se trata. A foto é fraca. Contudo por comparação com outras, parece-me ser uma Browning (**), um dos muitos modelos, tendo em vista o tripé em que assenta. Foto captada em São Domingos durante o ano de 1968.

F08 – Lança Roquetes [37 mm]

Um militar está a fazer uma experiência no lançamento de um roquete. Pode ver-se um lança-roquetes ou lança-granadas foguete [LGFog, 3.7] na mão, bem como um roquete nas mãos de outro militar.  Estes exercícios eram feitos regularmente no cais fluvial do Rio São Domingos, disparando para o rio ou mato, para fazer experiências vom o  armamento.n Foto captada em São Domingos durante o ano de 1968.

F09 – Metralhadora ligeira pessoal MG 42

Parece-me que se trata de uma MG42, uma metralhadora  ligeira, pessoal, transportada por um homem, sendo o carregamento por fita, a qual era normalmente trazida a tiracolo em cruz. Arma de grande poder de fogo, são restos das armas da II Guerra Mundial, modificadas.
O atirador – trata-se do soldado condutor auto, Arsénio, já falecido, que era o impedido do nosso 1º comandante – está a fazer tiro de experiência no cais do Rio São Domingos. Foto captada em São Domingos durante o ano de 1968.

F10 – Metralhadora pesada com suporte de pé, Browning 12.7

Acho tratar-se de uma Browning, de calibre 12.7, arma pesada fixa, no seu ninho, com abertura para fazer tiro em 180º. E encontrava-se num dos vários ninhos e abrigos de armas pesadas. A foto é apenas uma foto, do próprio autor. Foto captada em São Domingos durante o ano de 1968.

F11 [Não publicada por falta de qualidade] – Ninho de metralhadoras de porte médio.

Trata-se de uma metralhadora de pé, com carregador de caixa [, não seria portanto uma Breda, que é de lâminas]. Não distingo o nome nem modelo da arma.

F12 – Arma pesada de balas tracejantes

É uma arma pesadíssima, sendo transportada por carrinho de rodas, e com carregador de rolo. As munições são invólucros grandes, não sei bem o calibre, na ponta tinha uma cor ou amarelo ou vermelho, e disparadas de noite, é para isso que se utilizam, pode-se seguir o rasto e efeitos da bala, espectáculo bonito, quando não mata.

Como não é uma lição de armas, fico-me por aqui, já li muita coisa na Net e tem a ver com aquilo que eu tinha na minha mão na Guiné. Curiosa a infantilidade, pois quando regressei, já tinha embalado duas balas daquelas, que ostentava estupidamente na sala com outras recordações da guerra. Depois com o nascer dos filhos, eles começam a mexer naquilo, então tive de me livrar delas, não sei ainda como o fiz, mas hoje gostava de as manter novamente, como um ‘escalpe de guerra’. Foto captada em São Domingos durante o ano de 1968.

F13 – Ninho de metralhadora Browning M2 ou M3.

Arma pesada utilizada em ninhos ou abrigos, com um raio de 180º. Do outro lado de lá, para onde está apontada, é para a Republica do Senegal, ali a dois passos, onde se localizavam alguns ‘santuários de turras’, com a conivência de Senghor. Julgo tratar-se de uma arma idêntica à da foto F10, isto é uma Browning, o modelo não se sabe. Foto captada em São Domingos durante o ano de 1968.

F14 – Abrigo e ninho de metralhadoras.

Julgo tratar-se de uma arma idêntica à da foto F10, isto é uma Browning, modelo não se sabe.
Foto captada em São Domingos durante o ano de 1968.

F15 – Abrigo e depósito da Bazuca 8.9 com as respetivas  munições (granadas)

Lança granadas foguete (LGFog),  mais conhecida como bazooka , ou bazuca, utilizada, na guerra clássica,  para ‘furar’ blindagens, através do seu poder de destruição. 

A bazuca que acompanhava sempre um Grupo de Combate numa operação rotineira, era levada ao ombro por um soldado, e as munições – a carga útil – são transportadas por outros soldados devido ao seu peso. Este foguete é colocado na parte traseira do Lança Granadas (, contrariamente ao  RPG2 e RPG7, do PAIGC, em que a granada pela carregado pela frente do tubo).  Foto captada em São Domingos durante o ano de 1968.

F19 – Armamento e munições apreendidas ao IN.

Trata-se de uma captura de diverso armamento do Inimigo, entre as quais, Bazucas, Lança Roquetes, Granadas de mão, caixas vazias, e possivelmente aparelhagem de transmissões e rádio. Foto captada em Nova Lamego durante o 4º. Trimestre do ano de 1967.


«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BCAÇ 1933/ RI15,Tomar  (Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69)".


NOTA FINAL DO AUTOR:

As legendas das fotos em cada um dos Temas dos meus álbuns, não são factos cientificamente históricos, por isso podem conter inexactidões, omissões e erros, até grosseiros. Podem ocorrer datas não coincidentes com cada foto, motivos descritos não exactos, locais indicados diferentes do real, acontecimentos e factos não totalmente certos, e outros lapsos não premeditados. Os relatos estão a ser feitos, 50 anos depois dos acontecimentos, com material esquecido no baú das memórias passadas, e o autor baseia-se essencialmente na sua ainda razoável capacidade de memória, em especial a memória visual, mas também com recurso a outras ajudas como a História da Unidade do seu Batalhão, e demais documentos escritos em seu poder. Estas fotos são legendadas de acordo com aquilo que sei, ou julgo que sei, daquilo que presenciei com os meus olhos, e as minhas opiniões, longe de serem ‘Juízos de Valor’ são o meu olhar sobre os acontecimentos, e a forma peculiar de me exprimir. Nada mais. 

Acabadas de legendar, hoje,

Em, 2018-10-05

Virgílio Teixeira
_____________


(**) Vd. poste de 24 de agosto de 2010  > Guiné 63/74 – P6892: Armamento (4): Metralhadoras Pesadas (Luís Dias)

5 comentários:

Anónimo disse...

A foto 12, talvez seja de uma arma capturada ao IN, mas não tenho dados para saber que arma é. Mas pelas rodas em que se move, deve ter sido do IN.

Quanto à foto 14, não parece uma Browning, pela estrutura de apoio, mas não sei.


Foto 8, Para mim é um Lança Roquetes, não sei o que significa (ou LGFog) 37 mm

Pede-se aos especialistas, uma confirmação dos modelos das nossas armas.

Virgilio Teixeira

Hélder Valério disse...

Olá
Uma das coisas que aprecio sobremaneira no que o Virgílio nos tem contemplado, são as suas fotos.
É grandemente louvável que um homem "não operacional" se tenha aventurado por tantos e tão 'desvairados' locais e tenha fotografado aquilo que constitui um "fresco" sobre usos e costumes, sobre pessoas, sobre flora e fauna, sobre a "vida nos aquartelamentos", etc.

Estas são mais umas quantas fotos que se enquadram no que considerei.

Abraço
Hélder Sousa

Anónimo disse...

Olá Helder,
Obrigado pelo reconhecimento do meu espolio fotográfico. Mas se fosse hoje, com os meus 75 anos e sabendo o que sei, tendo passado por tanta coisa nos dois anos da Guiné, teria certamente aproveitado melhor para fazer foto-imagens inesquecíveis e únicas, mesmo assim fiz o que a cabeça dava na altura.
O não ser um homem 'não operacional' não significa, com o devido respeito, que fosse coxo ou de uma 'casta menor'. Reconheço que fui para onde devia ter ido, as Forças Armadas foram enriquecidas com o meu contributo, não andei aos tiros no meio do mato, é verdade. Levei sim com elas em cima do quartel, e eram para todos.
Fiz coisas inacreditáveis, dada a minha rebeldia contra o meu 'trabalho', por exemplo, andar perdido num barco Sintex, com mais 4 'não operacionais' a bordo, perdidos dois dias, nos imensos rios e afluentes, cercados pela selva cerrada das suas margens, à mão de semear de uma granada de mão, e outras, dá-me um certo gozo, isto é, agora que estou aqui. Na altura andei pensativo, apreensivo, mas não amedrontado, não me lembro, e as fotos que me tiraram a dormir na embarcação - uma banheira para 4 homens - sendo eu 'El comandante' da operação, Susana, não parece que tenha ficado em transe. E tantas outras, só tenho pena daquelas que não tirei, ou por não ter já os rolos, ou não estar na posse da máquina, ou por não me passar pela cabeça, que isto teria um efeito destes passados 50 anos. Só me preocupava tirar fotos tipo 'Self'' fotografar-me a mim próprio, Foi pena.
Mas fiz mais do que muitos outros, e por isso estou agradecido por ter alguma coisa para mostrar à posteridade.

Mais uma vez obrigado,

Virgilio Teixeira

Hélder Valério disse...

Olá Virgílio
Vim "espreitar" para ver se tinhas lido o meu comentário.
E sim, leste!
Ora ainda bem. Aquela do "não operacional" não tinha em vista menorizar o desempenho, eu também fui um não operacional, fiz referência a isso até como reverência ao facto da tua capacidade de fotografar bastante e mesmo sem intenção declarada acabaste por fixar, ou captar, imensos aspectos, como escrevi, da vida das populações, da fauna, da flora, da vida dos militares.
E sim, tenho lido as tuas "aventuras" e por isso sabia da viagem do "sintex".
Tive foi umas pequenas "perturbações" que me afastaram um pouco de intervir, quer com comentários, quer com alguma escrita mais dedicada.
Abraço
Hélder Sousa

Anónimo disse...

Olá Hélder,

Mais uma vez agradeço as pessoas e camaradas que me seguem, muitas fotos só eu as compreendo, no contexto em que captei as imagens. Não levei a mal com os comentários de não operacional, afinal deviam ser mais estes do que os reais operacionais.
Reparei que não tinha lido há uns tempos nenhum comentário teu, e agora vejo que frequentas como eu, todos os dias, tenho de dar a minha dica.
Essa história do Sintex, foi relatada quando eu entrei ainda em Dezembro de 2017, não tinha nada organizado, e estava a começar uma nova fase na minha vida. ORGANIZAR.
Agora, posso dizer que esta história do Sintex, está bem diferente. Pois foram duas viagens, 2 idas e regresso a Susana, e na última, já em finais de 68 é que nos perdemos.
Estou a refazer estas duas viagens, pois sempre tive dúvidas, olhando para as pessoas, para as fardas, para os pilotos, e para as cores, umas a preto e branco, e outras a cores - Os slides.
Vou ser chato mas, para a minha própria consciência, e para repor a verdade dos factos, pois há outros que não revelei, estou a reescrever tudo novamente, mas o essencial mantêm-se: Perdidos, Sintex, rios estreitos, aldeias no cu de judas, à deriva, o Heli que aparece, e a distância do barco às margens de tarrafo, da selva, do mato, e sem grandes armas nem operacionais. Finalmente tive muita sorte, pois no Norte da Guiné, também havia guerra, quer antes, quer depois.
Abraço,
Virgilio Teixeira