sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Guiné 61/74 - P19138: Manucrito(s) (Luís Graça) (146): Tinha eu sete anos quando começou a guerra colonial, com a invasão e a ocupação dos "anexos" de Dadrá e Nagar-Aveli, Estado Português da Índia, em 22 de julho de 1954...




Mapa de Portugal Insular e Ultramarino. Porto: Editora Educação Nacional, [1939]. Excerto: Mapa de Damão, e enclaves de Dadrá e Nagar-Avelli.  Era usado na minha escola Conde de Ferreira, na Lourinhã.


Cartoon de Sant Ana. Diário de Lisboa, 28 de julho de 1954 (com a devida vénia ao autor e editor...): o 'Pandita' Nehru (1889-1964) lançando,com uma fisga, uma pedra ("Dadrá") à cara do gigante Vasco da Gama (Sines, 1469 — Cochim, Índia, 24 de dezembro de 1524), sob o olhar estupefacto do rei Sol... Convenhamos: não terá sido o primeiro "insulto", de parte a parte...

Em 1783, Nagar-Aveli foi cedida aos portugueses, como reparaçãp patrimonial,  pelo afundamento de um navio português pela marinha marata. Dois anos depois, em 1785, os portugueses  compram Dadrá, inserindo o novo território no Estado Português da Índia.(LG)







Diário de Lisboa, 28 de julho de 1954.


Citação:
(1954), "Diário de Lisboa", nº 11368, Ano 34, Quarta, 28 de Julho de 1954, CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_19456 (2018-10-26)

(Cortesia da Fundação Mário Soares > Casa Comum > Fundo: Documentos Ruella Ramos)



1. A censura impediu a notícia da ocupação, por voluntários nacionalistas indianos, do enclave de Dadrá , a 22 de julho de 1954 (e não 14 de junho, como refere alguma da nossa historiografia militar...), pelo "United Front of Goans" [Frente Unida dos Goeses], liderada por Francisco Mascarenhas; são assassinados Aniceto do Rosário, o sub-inspetor do posto de polícia de Dadrá, e o soldado António Francisco Fernandes. (Aniceto Rosário,  herói desconhecido, de origem goesa, mascido em 1917, será depois condecorado a título póstumo com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito; tem nome de rua em Lisboa.)

A 28 de julho, mais um punhado de nacionalistas [, do Exército Livre de Goa (Azad Gomantak Dal, AGD, liderado por Prabhakar Sinari) e da Organização Nacional dos Voluntários (Rashtriya Swayamsevak Sangh, RSS; liderada por Raja Wakankar)   cercaram Naroli e  neutralizam as escassas forças policiais que defendiam o território. Não havia forças do exército.

A polícia portuguesa, sob o comando do administrador Nagar-Aveli, o capitão Virgílio Fernandes Fidalgo, concentra-se em Silvassa, e resiste entre 2 e 8 de agosto. Com centena e meia de polícias e alguns voluntários, as forças portuguesas retiram para Khanvel. Encurralado, o capitão Fidalgo acaba por assinar a rendição das suas forças,  em Udva, a 11 de agosto de 1954, em troca da garantia de que os seus cento e cinquenta homens e os que haviam sido feito prisioneiros pelos indianos, pudessem chegar  até Damão, em segurança. Consuma-se a queda de Nagar-Aveli...

A 15 de agosto (, data com grande simbolismo para os indianos, já que comemora a independência da Índia em 1947, e que era desde 1858 a "joia da coroa" britânica), um grupo de "satyagrahis" ocupa temporariamente o forte de Tiracol, a norte de Goa.

Em 10 de agosto de 1954, Salazar dirigiu-se ao país, através dos microfones da Emissora Nacional, falando sobre Goa e a União Indiana.

Acrescente-se mais umas pitadas de história: o território de Nagar Aveli paasou a pertencer à coroa portuguesa, em 10 de junho de 1783. já no reinado de D. Maria I; na sequência do Tratado de Amizade celebrado em 17 dezembro de 1779, no reinado de Dom José I, e como reparação por danos causados à fragata portuguesa Santana pela marinnha do Império Marata, em 1772.   Dois anos depois, em 1785, é feita a compra de Dadrá.  A soberania portuguesa sobre estes "exclaves" de Damão, ereforça-se com a derrota do império marata, em 1818, infligida pelo exército britânico, na III Guerra Anglo-Marata. Entretanto, a Índia torna-se independente da Grã-Bretanha, em 1947, incorporando a nova república todos os territórios até então submetidos à coroa inglesa.  Os territórios franceses são integrados em 1954. Portugal era a última potência colonial na Índia, depois da Ingaterra, da Holanda e da França...


2. Entre 22 de julho e 11 de agosto de 1954 são invadidos e ocupados  os dois enclaves do Estado Português da Índia, situados a sudeste de Damão (também conhecidos como exclaves de Damão, no coração do Guzerate).

Os invasores pertenciam a diferentes grupos nacionalistas (, conhecidos por "satyagrahi", ou seja, reclamando-se dos princípios da resistência não-violenta de Gandhi, a "satyagraha"). Sabemos que beneficiaram da "proteção" das forças da União Indiana que cercavam os enclaves.

Estes acontecimentos podem considerar-se como o início da "guerra colonial" e do "fim do império"...Poucos portugueses ainda se lembram destes topónimos e menos ainda sabem do que é que se passou nestes territórios que faziam parte do mítico Portugal pluricontinental e plurarracional de que ia do Minho a Timor... 

Quando entrei para a escola primária, no ano letivo de 1954/55, ainda tive que decorar estes topónimos e saber apontá-los no mapa... E comecei a ver os meus vizinhos, mais velhos,  a partir para a Índia, "em defesa da Pátria".

(...) Havia o drama dos soldados  que partiam para as Índias,
Goa, Damão e Diu 
(sem os enclaves de Dadrá e Nagar-Aveli
que o “Pandita” Nehru  já nos tinha usurpado!),
de caqui e farda amarela e botas de polaina,
capacete de aço e mauser,
e as mães da rua dos Valados,
comprida, do cemitério ao largo das Aravessas,
que, desgrenhadas, roucas, histéricas,
rasgando véus e saias e arrancando cabelos, 
gritavam, imploravam, praguejavam e  até invetivavam Deus  e a santa da sua mãe, 
para que os dois (, juntos, sempre tinham mais força!),
velassem por eles, os seus meninos,
e os trouxessem de volta, sãos e salvos,
no veleiro de torna-viagem.(...)

In: Luís Graça - Autobiografia: com Bruegel, o Velho, domingo à tarde.
Texto poético, inédito, 2005, c. 50 pp.


3. Recorde-se que em 11 de junho de 1953, Lisboa e Deli cortam relações diplomáticas. Nehru decreta, no final desse ano, o bloqueio económico aos territórios portugueses.  Não havia, por isso, nenhuma força militar em Dadrá e Nagar-Aveli.

Em 18 de dezembro de 1961, a União Indiana invade e ocupa militarmente os restantes territórios, Goa, Damão e Diu, com uma força caricatamente desmesurada (um exército de 45 homens; 1 porta-aviões, 1 cruzador, 3 contra-torpedeiro e 4 fragatas; 50 caças e bombardeiros). 36 horas foi o suficiente para pôr um fim à presença histórica dos portugueses, no subcontinente indiano, desde 1492, o ano da chegada de Vasco da Gana à Índia.

Em 1955, Portugal tornara-se membro da ONU e logo vai interpor recurso, ao Tribunal Internacional de Haia, com vista a recuperar os territórios de Dadrá e Nagar-Aveli. A sentença,  lavrada cinco anos depois, em 1960, é "salomónica": condena como ilegal a invasão, reconhece a soberania portuguesa sobre os territórios de Dadrá e Nagar-Aveli, mas a União Indiana tem todo o direito... de impedir qualquer acesso (de pessoas e bens) aos enclaves... 

Na Assembleia Geral das Nações Unidas, Portugal começa a ser cada vez mais um país internacionalmente isolado... A intransigência de Salazar (ou a sua incapacidade em negociar uma solução historicamente honrosa com a União Indiana) vai desembocar no "orgulhosamente sós" e na guerra colonial...

 O recrudescer da guerra fria e o peso do movimento dos não-alinhados, a par do apoio da União Soviética e da "neutralidade" da administração Kennedy e do Vaticano, ajudam também a explicar e compreender o desastre (anunciado) de 18 de dezembro de 1961.

Alguns dos meus vizinhos e parentes da Lourinhã ficaram lá prisioneiros, cinco meses, juntamente com mais 3300 camaradas.  Menos de oito anos depois, em 24 de maio de 1969, eu partiria no T/T Niassa (com o Jerónimo de Sousa, hoje líder do PCP, e tantos outros camaradas que ficaram anónimos...) para a Guiné, em missão de soberania... LG

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Fontes consultadas:

Filipa Alexandra Carvalho Sousa Lopes - As vozes da oposição ao Estado Novo e a questão de Goa.
Porto: Faculdade de Letras, Universidade do Porto, 2017 (Tese de doutoramento em Ciências da História, 432 pp, disponível em Repositório Aberto da Universidade do Porto, FLUP - Faculdade de Letras, FLUP - Tese : http://hdl.handle.net/10216/108453)


E ainda "Ìndia, Estado da", in: Dicionário de História de Portugal (coord. António Barreto e Maria Filomena Mónica), vol VIII, Suplemento F/O, Lisboa: Livraria Figueirinhas,1999, pp. 255-261,

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Nota do editor:

9 comentários:

Anónimo disse...

Oh Luís, não me digas que o camarada Jerónimo de Sousa também foi nosso camarada na Guiné?
Eu até simpatizo com ele, e com as suas ideias, mas só nestes últimos anos. Antes, no tempo dos antecessores, não o via com boa cara. Hoje sou mais um ao seu lado, só por ido parar aos 'calabouços da Guiné'.
Ele nunca comentou semelhante feito, e já ouvi muitas entrevistas dele, bem haja, e a partir de agora, mesmo não estando sentado à sombra do Grande Poilão da Tabanca Grande, continua a ser um dos nossos valentes.
Quanto à história deste Poste, e como sabes, já conheço quase 'muito bem' desde os meus 12 anos - 1955, o complexo da Índia. O meu pai foi em 1955, o meu irmão foi em 1960, com 19 anos de idade, e ficou lá 6 meses no campo de prisioneiros em Pondá. Tempos dificeis!
Estes nomes todos de Dadra, Nagar-Aveli, Satiagras, etc, comecei a perceber desde muito cedo o seu significado. Não foi na escola, foi na vida do dia a dia.
A minha mãe, não sei porquê, ainda a oiço a falar com vizinhos e amigas, com grande orgulho e entusiasmo: "O meu marido está na IIIIIIIIINNNNNDDDIIIAAAA! (ÍNDIA)
Dizia isto assim pausadamente, ainda hoje nós os filhos, nos lembramos disto.
Hoje se perguntarmos a um jovem ou menos jovem, se sabe o que era o 'Estado Português da Índia" não fazem ideia a maioria.
Belo Manuscrito, parabéns e obrigado por esta lembrança.
Ab, Virgilio





Tabanca Grande Luís Graça disse...

Virgílio, tu que é que tiveste a lembrança... Eu fui apenas pesquisar e aprendi coisas que não sabia da nossa história, eu que tenho a mania que sei muito de história...

Quanto ao nosso camarada Jerónimo de Sousa (... alguns, no verão quente de 75, diriam logo: "Camarada, salvo seja!"), até tem 4 referências no nosso blogue:

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Jer%C3%B3nimo%20de%20Sousa


Ele era sold cond auto, da Companhia da Polícia Militar 2537, 3.º Pelotão, 1969/71. Não o conheço pessoalmente, apenas como figura pública. Sei que somos no mesmo navio "negreiro", a companhia dele, e a minha, a CCAÇ 2590 (mais tarde, CCAÇ 12), entre outras.

Para saberes mais, tens aqui:

15 DE SETEMBRO DE 2016
Guiné 63/74 - P16493: (De)Caras (44): Conversa com Jerónimo de Sousa, Soldado Condutor Auto da Companhia Polícia Militar 2537 (Bissau, 1969/71) (Mário Beja Santos)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2016/09/guine-6374-p16493-decaras-44-conversa.html

4 DE OUTUBRO DE 2013
Guiné 63/74 - P12117: Álbum fotográfico do Luís Nascimento, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 2533, Canjambari e Farim, 1969/71 (Parte II): No N/M Niassa, com a CCAÇ 2590/CCAÇ 12, do Gabriel Gonçalves (GG), com a CPM [, Companhia de Polícia Militar,] 2537, do Jerónimo de Sousa...E depois Canjambari!

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2013/10/guine-6374-p12117-album-fotografico-do.html

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Leituras suplementares:

Como Portugal começou a perder Goa 10 anos antes da independência
Observador, 16 Maio 2017

https://observador.pt/especiais/__trashed-6/


(...) " 'Crepúsculo do Colonialismo' é o título do novo livro de Bernardo Futscher Pereira e é a continuação de “A Diplomacia de Salazar”. Se o primeiro abordava o período entre a a ascenção de Salazar ao poder e a adesão de Portugal à NATO, este segundo volume (com o subtítulo “A Diplomacia do Estado Novo”) analisa os acontecimentos ocorridos entre 1949 e 1961.

Este último é o ano da independência de Goa mas foi uma década antes que o processo se iniciou. E são os acontecimentos que marcam esse começo que compõem o excerto de “Crepúsculo do Colonialismo” (que chega às livrarias esta terça-feira) que o Observador revela nesta publicação." (...)

Antº Rosinha disse...

Desde que os ingleses "nossos aliados"começaram a colonizar e a servirem-nos de modelo tanto em África como na India, será que era bom o Salazar seguir-lhe os passos nas independências?

India (1947) África do Sul (1961) Quénia (1961)

Nós imitavamos os ingleses, como fardavamos a tropa e os administradores, como lhe pediamos ajuda para fazer as ferrovias em Angola e Moçambique (e Portugal), e embora menos bem engomadinhos e barbeadinhos que os bifes, tambem nos dedicámos aos diamantes e outros minérios, a quilómetros dos ingleses, bem entendido.

Será que também nas independências deviamos seguir os passos dos ingleses?

No meu entender, acho que não, não, não e não!

Não, porque eles começaram a levar tareia dos indígenas mais cedo do que nós, e nós após a pacificação viviamos na paz de Deus.

Na África do Sul tinham levado tareia antigamente dos Zulus, mais tarde dos boeres, e largaram aquilo nas mãos destes.

No Quenia foi do mau mau e na India foi de criar bicho.

Nós, e os africanos, povo, só nos demos mal, quando entraram estranhos como os senhores da guerra fria desde o Kennedy ao Ché e Fidel.

Portanto os ingleses foram eles e nós fomos nós, cada um em seu lugar.




Hélder Valério disse...

Luís

Acho que foi uma boa "entrada".
Realmente, o chamado "Império Português", no que era a sua visibilidade no século XX, começou a perder território com esses "acontecimentos".
Foi o "Estado da Índia" que primeiro sofreu as consequências do pós-guerra (2ª GG, entenda-se) e do realinhamento dos jogos entre as potências.
Também me recordo de ter de saber que o "Estado Português da Índia era composto pelos territórios de Goa, Damão e Diu e os enclaves de Dadrá e Nagar-Aveli".
Sempre a recordar e a aprender.
Abraço
Hélder Sousa

Anónimo disse...

Antº Rosinha disse:

(........) .,


"Nós, e os africanos, povo, só nos demos mal, quando entraram estranhos como os senhores da guerra fria desde o Kennedy ao Ché e Fidel."

Perfeitamente de acordo, aliás já o disse algures e caiu mal a alguém!

Acho que estes senhores podem ter sido os reais 'culpados' da nossa guerra.

Abraço,
Virgilio Teixeira


Valdemar Silva disse...

Rosinha
Na Conferência de Bandung, de 1955, foi debatido o fim do colonialismo.
A Inglaterra e França estavam a tratar do assunto.
Por cá começaram a enviar mais colonos, como que a atirar achas pra acender a fogueira.


Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Olá bom dia a todos:
Há aqui vários postes sobre o tema da India. Vou escrever neste, pois parece que foi por aqui que começou esta pica toda, e ainda bem que se vão sabendo coisas.
Eu partilho a ideia do camarada falecido, Castel-Branco. E não sabia que as nossas tropas em vez de se renderem, fugiram, isso não é bonito, mas já passou.
Como já disse, o meu irmão, 2º sargento radio montador, do quadro, profissional, foi apanhado nessa avalancha de 45 mil e ainda havia mais 25 mil para o caso de ser necessário, mas não foi, não comento mais por respeito aos que lá estiveram!
O meu irmão não falou muito desta passagem da sua vida, ele sabia desenrascar-se e bem, mas não teve esse tratamento de igual para igual com as tropas indianas. Não era oficial, era sargento, está dito.
Ele falou vagamente sobre o tratamento das tropas indianas os barbudos 'SIKHS' com quem ele se dava até muito bem, apenas não tinha liberdade.
Falava da comida que era escassa, e que lutavam entre eles - os nossos militares - por um pedaço de osso com alguma carne para roer, era uma guerra e faziam-se trocas. O balde da sopa como eles chamavam, cheirava mal, e quando vinha para o prato era logo sobrevoada por umas centenas de mosquitos, que eles tinham de soprar para fugirem e para poderem comer uma colher, e assim sucessivamente.
Esteve na frente do Pelotão de fuzilamento, salvos pelo jesuíta de Santo Tirso.
Será por isso que são tão famosos os 'pasteis Jesuítas de Santo Tirso' ?
Não me contou muitas coisas, também não apertei com ele, entretanto, ele vai para Angola, depois eu vou para a Guiné quando ele chega, e a gente só está mais tempo já depois dos filhos se casarem, os dele e os meus.
Sei da Pensão de prisioneiros, por volta de 2004, ele até falou em 500€ por mês, mas vejo que afinal são apenas 100€ por mês. Eu recebo 100€ por ano.
Ele como nunca falou em Euros, fazia tudo em Escudos, era uma panca, só para falar com ele tinha de ter muita paciência.
Deve ter dito '100' e eu admiti que eram os 500€ até hoje não sabia.
Virgilio Teixeira

Anónimo disse...

Depois como já disse também, acabou por sair da tropa, através de um complicado processo, sendo hoje um dos DFA, e recebe uma pensão, e para não me enganar não digo, embora a principal é da SS com todo o período contributivo, tudo junto, tem uma pensão de lorde.
Infelizmente está acamado há uns anos, é alimentado por uma sonda, é uma tristeza.
Tem um ano e meio mais do que eu, e na minha idade já estava acamado. Não sabemos a doença, pois a família nada diz, aliás, mente, lamento dizer isto, até me parece que está sequestrado, pelo menos durante 3 anos ninguém conseguia vê-lo, a mulher e filhos não deixavam, tiraram-lhe o Telemóvel, e cortaram os contactos todos dos fecebooks, com toda a família, incluindo, sobrinhos, filhos, irmãos, enfim, basta.

Era o meu maior amigo e o meu maior confidente, hoje ninguém fala com ele, sem a presença omnipresente da 'sua mulher' a 100%.
Até com o filho mais velho, (de outro relacionamento em solteiro, mas adoptado) ele foi obrigado a cortar, por imposição da mulher.
Não falamos há muitos anos.

Abraço, Virgilio Teixeira