terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Guiné 61/74 - P19278: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LV: O hipopótamo que apareceu morto no rio São Domingos, afluente do rio Cacheu, precisamente há 50 anos



Foto nº 1


 Foto nº 2


Foto nº 1


Foto nº 3

Guiné > Região de Cacheu  > São Domingos > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 11 de dezembro de 1968: o hipopótomo que apareceu morto no rio São Domingos, afluente do rio Cacheu


Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) (*)


CTIG - Guiné 1967/69 - Álbum de Temas: 

T006 – UM HIPOPOTAMO EM SÃO DOMINGOS




I - Anotações e Introdução ao tema:

Um dia de Dezembro de 1968, mais propriamente no dia 11 de Dezembro, há 50 anos, apareceu no Rio São Domingos, que banha a povoação com o mesmo nome, um enorme hipopótamo que deu à costa, isto é veio parar ao nosso pequeno cais.

Todo o mundo se deslocou para ver a novidade, e não foi caso para menos, para mim, eu nunca tinha visto semelhante bicho, já morto e em estado de putrefacção.

O animal depois de feitas todas as vistorias que o assunto merecia, foi então carregado para uma GMC, ou então já nem me lembro bem, se foi mesmo arrastado pelo chão fora, e depois das cerimónias fúnebres compatíveis foi a enterrar em terrenos adjacentes ao nosso acampamento.

Ficou um cheiro nauseabundo, pois ainda lá ficou 1 ou 2 dias, não se sabendo a origem da morte, não foi esquartejado em peças e dividido pelas populações para consumo interno, matava a fome a muita gente, incluindo a tropa.

Ainda hoje, jaz lá no sítio a sua sepultura, sem direito a flores nem honras militares. Um episódio no mínimo curioso para todos, e para mim também.


II - Legendas das fotos:


F01 – O animal de costas e focinho para a frente, no cais de São Domingos no dia 11 de Dezembro de 1968;

F02 – O bicho virado ao contrário a ser preparado com cordas para o seu transporte, provavelmente no mesmo dia da sua ‘aparição’.

F03 – A GMC pronta para carregar, ou arrastar o enorme bicharoco, também no mesmo dia.
Em pé lá atrás em cima da GMC, eu e o alferes Figueiredo do Pel Rec, em 11Dez68.

«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BCAÇ1933 / RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».

NOTA FINAL DO AUTOR:

# As legendas das fotos em cada um dos Temas dos meus álbuns, não são factos cientificamente históricos, por isso podem conter inexactidões, omissões e erros, até grosseiros. Podem ocorrer datas não coincidentes com cada foto, motivos descritos não exactos, locais indicados diferentes do real, acontecimentos e factos não totalmente certos, e outros lapsos não premeditados. Os relatos estão a ser feitos, 50 anos depois dos acontecimentos, com material esquecido no baú das memórias passadas, e o autor baseia-se essencialmente na sua ainda razoável capacidade de memória, em especial a memória visual, mas também com recurso a outras ajudas como a História da Unidade do seu Batalhão, e demais documentos escritos em seu poder. Estas fotos são legendadas de acordo com aquilo que sei, ou julgo que sei, daquilo que presenciei com os meus olhos, e as minhas opiniões, longe de serem ‘Juízos de Valor’ são o meu olhar sobre os acontecimentos, e a forma peculiar de me exprimir. Nada mais. #

Acabadas de Re-legendar, hoje, com as devidas alterações
Em, 2018-12-10

3 comentários:

Luís Graça disse...

Temos nove referências a "hipopótamos" no nosso blogue... No meu/nosso tempo havia hipopótamos no Rio Corubal, e no Rio Udunduma (afluente do Rio Geba), mas eu nunca os vi... O Jorge Araújo teve mais sorte, quando três ou quatro anos depois de mim viu um, quando estava destacado no Rio Udunduma...

Parece que era caçados pela população, nas margens esquerda e direita do Rio Corubal, e devem ter dado muita proteína à malta do PAIGC, a par do desgraçado do macaco-cão... de tal modo que hoje deverão estar extintos, os hipopótamos, neste rio (ou não ?)...

Alguém tem mais histórias de hipopótamos da Guiné ?


https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/hipop%C3%B3tamos

Luís Graça disse...

Virgílio, estás-te sempre a queixar por teres sido "um senhor da guerra do ar condicionado"..., mas tu estivestes experiências que poucos de nós, operacionais, ou escritirários da G3, tiveram, como andar à maluca de sintex lá nos rios de São Domingos e de Cacheu, conhecer o paraíso terrestre felupe ou fotografar hipopótamos (mesmo que mortos)...

O teu álbum ainda vai dar um filme!... Boas festas!... Vive o Natal com alegria, e dá umas boas gargalhadas na noite de Natal..., que a vida é curta e a arte é longa..., já lá diziam os primeiros médicos gregos, discípulos de Hipócrates...

"A vida é curta, a arte é longa, a oportunidade é fugaz, a experiência enganosa, o julgamento difícil."

In: Hipócrates, Aforismos, I,1 Apud SOUZA, A. Tavares, Curso de História da Medicina, Lisboa: Fund.Calouste Gulbenkian, 1981, p.56

https://pt.wikiquote.org/wiki/Hip%C3%B3crates

Anónimo disse...

Luís, há uns anos atras um condutor do meu batalhão, confidenciou-me, por isso não cito nomes, porque também não vi, mas acredito piamente, que um oficial superior do batalhão, ia à pesca de madrugada, no rio SD, afluente do Cacheu, lançava granadas ali bem perto do cais, e não faltava peixe. Um dia, num barco Zebro, com outros 2 condutores, teve uma sorte, ou azar, porque o barco onde iam a lançar as granadas, foi levantado ao ar por um hipopótamo. Salvaram-se todos e nunca mais foram, e os pormenores não interessam aqui, mas dá para perceber. Talvez este hipopótamo, frequente nestes rios, onde eu tantas vezes andei, tenha sido morto pelas tais granadas. Eu nunca vi um animal destes vivo, só este morto. Ponto.

Sobre o "ar condicionado", posso afirmar que só o experimentei no dia em que cheguei, 21set67, e fui apresentar-me no QG. As costas gelaram, e a água do suor ficou vidrada, fiquei vacinado. Daí para diante só ventoinhas, fossem de tecto, ou as minhas pessoais, quando havia energia.
Orgulho-me de ter conhecido muita coisa que outros não tiveram sequer hipóteses de ver e viver, sempre fui do contra, e andava sempre às avessas daquilo que era ordens e politicamente correcto.
O meu álbum, pelo que tenho visto, tem de tudo um pouco, mas são todas fotos minhas, e já vi filmes com menos conteúdo do que a minha vida de fotografo. Vamos a ver se vou entrar no filme-documentário que está em curso, da nossa Sabrina.
Tudo isto, se deve à minha participação neste Blogue, único veiculo da história da nossa guerra da Guiné, e a ti o devo, com sinceridade. Nunca pensei que isto tivesse o impacto que tem tido, em boa hora me chamaste a esta tertúlia, vai fazer agora um ano, para mim.

As boas festas de Natal ainda é cedo, penso ainda ver publicado um pequeno Tema sobre o Natal de 68 - 50 anos - e o de 67 - 51 anos, até lá vou trabalhando enquanto os meus dedos me deixam.

Como este ano vem tudo a minha casa, vai ser uma trabalheira, eu posso dizer que não sou assim tão fã do Natal, hoje é um comércio medonho, que nos poe as contas bancárias a zeros.

Mas bem haja o Natal, quero ainda viver mais alguns, ainda gostava de ter um bisneto!!!

Bem hajam todos os que me vão aturando e lendo as minhas 'crónicas' nem sempre de interesse geral, mas é assim, vou até me dizerem que chega.

Um abraço,

Virgilio Teixeira

Em, 2018-12-11