1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 28 de Setembro de 2018:
Queridos amigos,
Não muito longe de Arnhem, em Apeldoorn, situa-se um museu extraordinário, é a segunda casa de Van Gogh, os colecionadores Helena e Anton Kroller-Muller adquiriram 90 quadros e 180 desenhos, é obra. Mas o museu comporta outros aliciantes, estão aqui algumas obras-primas de artistas contemporâneos como Monet, Picasso ou Mondriaan, os jardins têm esculturas de grande beleza, enfim, um paraíso para amadores de arte.
Na pausa entre o fim da manhã e o regresso à coleção, o viandante foi ao encontro do pavilhão Rietveld que guarda obras da sua escultora preferida, Barbara Hepworth.
Se a manhã foi de enlevo, o encontro maciço com um Van Gogh da fase experimental à maturidade, foi esmagador.
Como se irá contar.
Um abraço do
Mário
Viagem à Holanda acima das águas (3)
Beja Santos
O segundo dia de férias neerlandesas é reservado à visita da coleção de Helene e Anton Kröller-Müller, há uma razão especial, aqui se alberga a segunda maior coleção de Van Gogh, qualquer coisa como 91 quadros e 180 trabalhos em papel. Mas há mais. O assombro de uma combinação única de arte, natureza e arquitetura, momentos há em que nos julgamos situados no espaço Gulbenkian. Os jardins são fabulosos, e há mais arte que a de Van Gogh, aqui se pode visitar Monet, Seurat, Picasso e Mondriaan, mais antigos e mais modernos, outros, em grande quantidade. Entre 1907 e 1922, Helene e o marido adquiriram quase 11.500 obras de arte, em suma, uma das maiores coleções privadas do século XX. A colecionadora sonhou com um lugar que fosse uma casa-museu, assim nasceu o museu em 1938, sucessivamente ampliado, rodeado de 25 hectares com jardins cheios de esculturas, digamos que um cenário natural de arte onde encontramos obras de Maillol ou Jean Dubuffet, como aqui se mostra. Esta área liga com um parque nacional impressionante pelo seu acervo em fauna.
Mas também há escultura dentro da área do museu, são variadíssimas salas, o viandante não resistiu a este contraluz de uma escultura de Marino Marini intitulada Cavalo e Cavaleiro.
Antes de mergulhar nesta portentosa coleção de Van Gogh, o viandante tomou a decisão de fazer a primeira abordagem da exposição atual de obras-primas de outros grandes mestres. Eles aqui se exibem, deixemos os comentários para mais tarde, para depois do festim de Van Gogh e do almoço, e de um passeio pelo parque, aqui se voltará para saudar estes clássicos excecionais, qualquer deles seria bem acolhido pelos melhores museus do mundo.
O viandante fez uma paragem mais demorada diante destes quadros, só aquele Renoir de cena mundana, a intensidade dos azuis, o génio de criar numa tela de dimensões médias uma cena cheia de profundidade, merece horas de contemplação; mas o Seurat não fica atrás, é outra dimensão do génio, o pontilhismo em todo o seu esplendor, a nave encaminha-se cheia de luz, e há o embaraço da escolha, o dia nasce ou entardece? Fiquemos por aqui, antes de refrescar ideias o viandante vai saudar Van Gogh, a sua família, o seu mundo aldeão, o tratamento arrasador que ele dá à solidão, ao isolamento, ao sofrimento que não se pode esconder. Bom, faça-se uma pausa, o viandante volta já.
(Continua)
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Notas do editor:
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Último poste da série de 10 de dezembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19277: Os nossos seres, saberes e lazeres (297): Ir a Monte Real, ao almoço de Natal da Tabanca do Centro, e ser abalroado por um camião na A8 a caminho de Aveiro (António Graça de Abreu)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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