quarta-feira, 29 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20921: 16 anos a blogar (7): Os camiões Volvo... e outras peripécias da cooperação com Bissau (António Ramalho, ex-fur mil at cav, CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71)

1. Mensagem de António Ramalho  [ex-fur mil at cav, CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71), natural da Vila de Fernando, Elvas, a viver em Vila Franca de Xira, membro da Tabanca Grande, com o nº 757: tem mais de duas dezenas de referências no nosso blogue]
Date: terça, 28/04/2020 à(s) 17:25

Subject: Camions Volvo na Guiné!

Caro Luís Graça,  boa tarde.

Cada dia louvo mais a tua iniciativa da criação deste excelente blogue!

Ao visitá-lo preenche-me o tempo e confirma aquilo com que muitos de nós nos questionamos: O que fomos lá fazer?

Os políticos não aproveitaram a nossa presença nada fizeram,  os nativos muito menos, o resultado está bem à vista!

lá que a Suécia só enviou Volvos para trabalhar, ainda bem que não enviou também Suecas para os conduzir!

O que será feito do navio/escola de pesca "Noruega", último grito da tecnologia à época, assim se dizia, que este país para lá enviou após 1974, tens algumas notícias?

Na mesma linha conheço uma pessoa ligada ao fornecimento de geradores, instalação, conservação e reparação dos mesmos.

Este ano fez uma instalação para um hotel, recomendando que o cabo deveria ser enterrado, protegido, sinalizado e coberto com areia.

Muito bem, estava aterrando de regresso a Lisboa, recebeu a notícia de que o cabo e o quadro tinham ardido, todos adivinhamos a razão, total desprezo pelas recomendações sugeridas.

Além da interrupção do fornecimento de energia, e os transtornos que provocou os custos foram elevadíssimos, e assim continua aquele país para o qual nós contribuímos com o nosso esforço e abnegação em várias ocasiões, é no mínimo lamentável!

Outro amigo ligado ao descasque e branqueamento de arroz, com uma unidade móvel, viu-se e desejou-se para progredir e libertar-se de um emaranhado de situações, deixando lá uma mão cheia de dólares!

Um dia que passe por Oliveira de Azeméis terei todo o gosto em ir visitar a barbearia do Simão que ostenta um nome pomposíssimo, não consegui fixá-lo, irei levar-lhe um bife de Carne Alentejana para oferecer ao "seu" Alferes!

Não dou como tempo perdido e aprecio os camaradas que têm a coragem de lá voltar em visita, não consigo apesar de algumas boas recordações e bons momentos de sã camaradagem, não consigo ver destruído aquilo que construí ou tentei ajudar a construir!

Qualquer ONG, com o patrocínio da ONU ou outra, deveria encarar e preocupar-se com aquele país em total consonância com as entidades locais, ser entreposto para negócios ilícitos poucos lucram, tanta mancarra, caju e beanda que haverá para produzir!

Continuação de uma excelente quarentena para todos, temos que nos cuidar!

Um forte abraço


António Fernando Rouqueiro Ramalho

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