Vila do Bispo > Cabo de São Vicente, a 4 km da ponta de Sagres > "A foto que junto, foi tirada no Cabo de São Vicente em 8 de janeiro de 2014. [Estou confinado, em Paço d'Arcos,]. Se estivesse em Sagres, teria mais escolha, mas gostei desta pelo enquadramento".
Foto (e legenda): © António Levezinho (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Ainda "embrulhado" com a penosa burocracia decorrente da morte da sua companheira de uma vida, o António Levezinho (Tony, para os amigos, "meu amigo do peito e mano", desde os tempos duros da Guiné), deu "luz verde" à minha intenção de, um mês depois da sua morte, fazer aqui um pequena homenagem pública à Isabel Levezinho (1952-2020).
Manifestei-lhe o meu desejo de lhe dedicar um soneto. E ele respondeu-me de imediato:
(...) "Onde ela agora estiver, a nossa Isabelinha vai sentir-se muito honrada e feliz por merecer o teu desejo de lhe escreveres um soneto. Sobre ela o que de mais marcante no seu carácter me atrevo a referir era uma certa tendência natural para evitar ser 'o centro da sala' "(...)
(... ) "Em Sagres [, na casa do Martinhal], já fora da vida ativa, dedicou-se à aprendizagem de algumas artes decorativas. Dessa experiência ficaram, nomeadamente, alguns tapetes de Arraiolos os quais ainda hoje decoram as nossas casas. Contudo 'a menina dos seus olhos' era o jardim onde passava muito do seu tempo, sempre a 'inventar' algo mais para só de lá sair agarrada às costas.
"Já tenho muitas saudades daqueles fins de tarde em que lhe 'gritava': ainda não achas que já são horas de parar?" (...)
2. In Memoriam: Isabel Levezinho (1952-2020):
uma (e)terna lembrança
Querida
Isabel, há um mês que partiste,
Em viagem
sem regresso, deixando os teus
Devastados, crendo
porém que lá nos céus,
Das almas
boas, tens lugar, e que ele existe.
Sabem que
não desistirás dos teus amores,
Mantendo para
eles um jardim secreto,
E, por isso
mesmo, sem acesso direto,
Mas que
transforma dor e saudades em flores.
Haverá
momentos difíceis, fins de tarde,
Em Paço
d’Arcos, em Sagres, no Martinhal,
Em que o
corpo sangra, em que a alma arde.
Mas também,
por certo, um canteiro florido,
E nele verão
teu sorriso matinal,
Como se, p’ra
eles, nunca tivesses morrido.
(*) Último poste da série > 25 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21692: In Memoriam (378): Isabel Levezinho (Lisboa, 1952 - Oeiras, 2020), esposa do Tony Levezinho (ex-fur mil at inf, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71)... A sua memória fica inscrita, a título póstumo, no lugar nº 824, sob o fraterno e simbólico poilão da Tabanca Grande (Luís Graça)
(**) Vd. poste de 9 de maio de 2006 > Guiné 63/74 - P735: Tabanca Grande: António Eugénio da Silva Levezinho (Tony Levezinho) da CCAÇ 12
4 comentários:
Olá Camarada! Olá Amigo!
Estou aqui! Não dizer mais nada.
E é melhor que não diga!
Um Abraço do
TZ
Antonio Levezinho (by email)
24 jan 2021 15:46
Obrigado Luis
A Isabel, se em vida, alguma vez duvidou do que une o Luís Graça e o Tony Levezinho até ao fim das suas vidas, teria aqui o respetivo "certificado de autenticidade".
Eu digo que não. Ela sabia muito bem (porque aprendeu) o quanto vale uma amizade incondicional.
Beijos para vocês.
Cuida-te, por favor.
Tony
eduardo estrela (by email=
24 jan 2021 15:49
Amigo, companheiro e camarada Luís!
Bonito soneto, linda homenagem. Não tive o privilégio de conhecer a Sra. mas tenho a certeza que ficou embevecida com as tuas palavras. O ritmo melodioso que imprimes aos teus poemas, jogam bem, neste caso em particular, com uma Sra. que tinha o bom gosto de amar as flores. Para o Levezinho, do qual me recordo muito bem dos tempos de Tavira, o meu abraço fraterno.
Eduardo Estrela
César Dias (by email)
24 jan 2021 15:57
Luis, embora não tenha conhecido a Isabel, estou solidário com a tua homenagem, pois a lembrança que tenho do Levezinho, é garantia que seria uma grande senhora, mulher e mãe.Aqui deixo um abraço solidário aos familiares na pessoa do Levezinho.
Para ti Luis, também um forte abraço e obrigado por te lembrares que o destino nos juntou há 50 anos, em Tavira.
César Dias
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