segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21807: In Memoriam (384): Leopoldo Amado (1960-2021), Professor e Historiador guineense, membro da nossa tertúlia desde 2005 (Carlos Vinhal / Luís Graça / Patrício Ribeiro)

IN MEMORIAM

Leopoldo Amado (1960-2021)
Professor e Historiador guineense


Notícia da agência Lusa, difundida pela SIC Notícias, hoje às 9h16, reproduzida aqui com a devida vénia:

Morreu historiador guineense
 Leopoldo Amado

 
O professor e historiador guineense Leopoldo Amado, 61 anos, morreu no domingo em Dacar, no Senegal, vítima de doença, disse esta segunda-feira à Lusa fonte do Governo e anunciou que o corpo será transladado ainda hoje para o funeral.

Leopoldo Amado desempenhava o cargo de comissário da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a Educação, Ciência e Cultura, desde 2018.

Nascido em Catió, no sul da Guiné-Bissau, Leopoldo Amado era um conhecido historiador e investigador sénior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) do qual chegou a ser diretor-geral.

Enquanto comissário da CEDEAO, tinha como grande objetivo, para os próximos anos, "melhorar a qualidade do ensino" na Guiné-Bissau para que pudesse competir com os demais países da organização.

A CEDEAO é composta por Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.


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1. CV do Dr. Leopoldo Amado (até 2013), com a devida vénia, à Associação das Universidades de Língua Portiguesa (AULP)

. 1976 – 1979 – Trabalhou como professor primário em Canchungo e Bissau;

. 1979 – 00 – Trabalhou como professor do Ensino Básico Complementar na Escola “Justado Vieira”, Guiné-Bissau”;

. 1979 – 1980 – Trabalhou, em comissão de serviço, como redactor principal da Revista do Ministério da Educação da Guiné-Bissau;

. 1980 – 81 – Trabalhou como professor do Liceu Regional de Bafatá, onde desempenhou a função do Presidente do Conselho Técnico;

. 1986 – 88 – Foi bolseiro de investigação do extinto Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (actual Instituto Camões), tendo nessa qualidade produzidos estudos sobre a Literatura Colonial Portuguesa;

. 1988 – 89 – Trabalhou na Embaixada de Angola em Portugal como assessor do Departamento Cultural, com as funções específicas de redactor principal da Revista “Angolé, Artes & Letras;

. 1989 – 91 – Trabalhou como investigador permanente do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa da Guiné-Bissau), onde actualmente é investigador associado;

. 1991 – 00 – Trabalhou como consultor nas pesquisas tendentes ao zoneamento da Guiné-Bissau, pela UICN – União Internacional para a conservação da natureza;

. 1991 – 00 – Trabalhou como Consultor da USAID no estudo sobre “Mercado de Castanha de Caju” na Guiné-Bissau;

. 1991 – 93 – Trabalhou como Director Comercial do “Geta-Bissau”, na altura a maior empresa privada da Guiné-Bissau;

. 1994 – Passou a desempenhar as funções de comentador político junto à imprensa guineense e internacional, designadamente junto a Rádio Difusão Nacional, Rádio “Pindjiguiti”, Rádio “Bombolom”, Diário de Bissau, (Guiné-Bissau) “RDP-África” (Portugal), Rádio Renascença Internacional (Portugal), RTP África (Portugal), Voz de América, Rádio das Nações Unidas e BBC;

. 1994 – 96 – Desempenhou na Guiné-Bissau as funções de Director do mensário “Baguera”;

. 1994 – 95 – Trabalhou na Guiné-Bissau como consultor da Radda Barnen (ONG sueca) na elaboração do estudo sobre “A situação das crianças fulas, mandingas, balantas e papel”;

. 1994 – 96 – Trabalhou como Coordenador de Projectos da AMIC – Associação dos amigos da Criança: associativismo; jardins-de-infância; Infra-estruturas escolares e sociais; monitorização acções comunitárias de desenvolvimento (educação saúde e actividades produtivas); seguimento E avaliação de Projectos.

. 1994 – 96 – Trabalhou como consultor da UNICEF e da Radda Barnen, dirigindo várias acções de formação de formadores em Bissau e no interior do país, em matéria de organização comunitária, gestão participativa e Convenção das Nações Unidas sobre o Direito das Crianças;

. 1994 – 96 – Trabalhou na Avaliação do Programa trienal da UNICEF-BISSAU;

. 1995 – 97 – Desempenhou as funções de Director da Revista “Tcholoná”, única Revista Cultural então existente na Guiné-Bissau;

. 1995 – 97 – Trabalhou como Coordenador de Projectos da Liga Guineense dos Direitos Humanos;

. 1996 – 00 – Trabalhou como consultor da PLAN INTERNATIONAL no âmbito da Planificação Estratégica e Programação do novo ciclo de acções e Projectos dessa ONG internacional;

. 1996– 00 – Trabalhou em Bordéus e Paris como consultor da Editora Nathan e École International de Bordeaux na elaboração, como co-autor, do livro Anthologie Littéraire de l’ Afrique de l’ Ouest;

. 1996 – 00 – Trabalhou como consultor da UNICEF no exercício de Planificação Estratégica por objectivos e Programação do um novo ciclo de acções e Projectos;

. 1996 – 00 – Trabalhou na Guiné-Bissau como consultor na Planificação Estratégica por objectivos para o FNUAP, onde teve responsabilidades pelo sector “Advocacy/Plaidoyer”;

. 1996 – 00 – Trabalhou como professor de Literaturas Africanas de expressão portuguesa na Escola Normal Superior “Tchico Té” em Bissau;

. 1997 – 2000 – Desempenhou as funções de Vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos;

. 1997 – 00 – Produção, realização e apresentação de inúmeros programas radiofónicos de interesse público e pesquisa histórica: Rádio Difusão Nacional da Guiné-Bissau e “Rádio “Pindjiguiti”;

. 1997- 00 – Trabalhou como consultor da Plan International/Bissau na Avaliação do Programa Nacional “O Sistema de apadrinhamento de crianças da Guiné-Bissau”;

. 1997 – 1998 – Trabalhou como consultor da UNESCO, desempenhando as funções de Investigador do SPHAC (Projecto de Salvaguarda do Património Histórico da África Contemporânea): os casos da luta de libertação da Guiné-Bissau e Cabo Verde, com sede na cidade da Praia, Cabo Verde;

. 1998 – 00 – Trabalhou como consultor da Amnistia Internacional em Moçambique (Maputo, Beira, Nampula, Nacala e Nacala-Porto) e Joanesburgo (África do Sul), na elaboração do relatório de 1998 sobre os direitos Humanos em Moçambique e na África do Sul;

. 1999 – Após o conflito armado de 1998 na Guiné-Bissau, trabalhou na área de Projectos como consultor contratado da AMIC (Associação dos Amigos da Criança) e da LGDH (Liga Guineense dos Direitos Humanos);

. 1999 – 2001 – Assumiu as funções de Coordenador do Projecto SPHAC da UNESCO (Projecto de Salvaguarda do Património Histórico da África Contemporânea), de que resultou a elaboração do livro “Uma Luta, Um Partido, Dois países”, de Aristides Pereira, ex-Presidente da República de Cabo Verde;

. 2001 – 2005 – Prelector de várias conferências, seminários e colóquios na Guiné-Bissau, Portugal, Brasil, Moçambique, Cabo Verde, Senegal, Guiné-Conakry, Angola, Brasil, Moçambique, Togo, Nigéria, Costa de Marfim e outros países;

. 2003 – 2007 – Secretário Executivo da Guineáspora – Fórum Mundial de Guineenses na Diáspora;

. 2005 – 2006 – Consultor contratado da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) onde realizou um inventário crítico (comentado) do espólio documental, bibliográfico e arquivístico relativo aos 10 anos da organização;

. 2005 – 2006 – Participação na Guiné-Bissau no Exercício de Avaliação do Projecto “Compreender e ajudar as crianças Talibés”, projecto desenvolvido em parceria pela AMIC (Associação dos Amigos da Criança e a PLAN INTERNACIONAL;

. 2008 – Professor convidado de História Contemporânea de África no Curso de verão em Cambrilis, promovido pela Universidade Rovira i Virgili, Tarragona, Espanha;

. 2008 – Arguente principal nas provas de dissertação da tese de mestrado de Antero Monteiro Fernandes, intitulado “Guiné e Cabo Verde: da Unidade à separação”, defendida em Abril de 2008 na Faculdade de Letras da Universidade do Porto;

. 2008 – 2010 – Chefe de Departamento de História da Universidade de Cabo Verde;

. 2010 – 2011 – Presidente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Cabo Verde;

. 2011 – 2012 – Investigador do CES (Centro de Estudos Sociais) da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;

. 2012 – Arguente principal nas provas de dissertação da tese de doutoramento de Maria Anabela Ferreira da Silveira, intitulado “Dos nacionalismos à guerra de libertação angolanos – 1945/1965”, defendida publicamente em Junho de 2012 na Faculdade de Letras da Universidade do Porto;

. 2013 – “Quem é o inimigo? Anatomias de guerras revolucionárias: uma análise da Guiné-Bissau “-comunicação apresentado na oficina recentemente organizado pelo CES (centro de estudos sociais, Universidade de Coimbra) quem é o inimigo? Anatomias de guerras revolucionárias”, de Janeiro de 2013;

. 2013 – Consultor/Expert para Guiné-Bissau para o novo projecto de avaliação global da democracia (variedades de democracia – V-Dem) do departamento de Ciência Política da Universidade de Gotemburgo e a Kellogg Institute, University of Notre Dame), Janeiro de 2013. (...)

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2. A notícia apanhou-nos a todos de surpresa. O nosso editor Luís Graça enviou esta manhã à tertúlia a mensagem que se segue:

Amigos/as e camaradas: 

Mais uma triste, brutal notícia que chega à Tabanca Grande... Morreu o Leopoldo Amado (, historiador, guineense de Catió, nascido em 1960). Foi um dos nossos primeiros tertulianos, tendo-nos ajudado a "construir a ponte" com a Guiné-Bissau e a sua história recente... 

Entrou para a Tabanca Grande em 7 de setembro de 2005...

Guiné 63/74 - P159: Tabanca Grande: Leopoldo Amado, guinense, historiador, novo membro da nossa tertúlia

Tem valiosa colaboração no nosso blogue... 

Alguns de nós foram ao seu doutoramento, aqui em Lisboa, em 28 de maio de 2007.



Depois seguiu a sua vida... Estive com ele em março de 2008, bem como o Julião Soares Sousa, e vários de vós, no Simpósio Internacional de Guiledje (março de 2008)... Foi colaborador íntimo do Pepito na organização da temática do Simpósio... Encontrei-o, pela última vez, há uns anos, na Feira do Livro de Lisboa...

Era um homem extremamente culto e afável... Um grande lusófono e humanista... E patriota. 

 É uma grande perda para todos nós, portugueses e guineenses... Sei que tinha família em Londres. Para eles a nossa solidariedade na dor.

Àqueles de vós que o conheceram melhor, gostava de pedir um pequeno depoimento para publicação no blogue.

Mantenhas.
Luís Graça


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3. Outra notícia, igualmente triste, chegou-nos esta tarde por intermédio do nosso amigo Patrício Ribeiro através desta mensagem:

Luís,

As más noticias correm rapidamente.

Quando o conheci pela primeira vez em Bissau, no Restaurante Jordani, preparava-se para lançar o Livro sobre a História das "Guerras Internas" e Colonial, das últimas décadas, na Guiné.

Brinquei com ele, e disse que não acreditava que ele o conseguisse editar, pois muitos estavam a escrever sobre o assunto, mas nunca conseguiam publicar ...

Quando mais tarde tive a possibilidade de o ler, foi uma grande surpresa... ainda hoje funciona, para mim, como o livro de História da Guiné recente.

Infelizmente a mãe dele também faleceu este fim de semana, conforme informações que recebi hoje de Bissau.

Perdemos mais um filho da Guiné, um grande intelectual.

Abraço
Patrício Ribeiro


4. Notícia posterior do nosso camarada Paulo Santiago:(que é engenheiro técnico agrícola, com bons amigos em Bissau):

Acabei de falar (faço-o várias vezes) por vídeo chamada com um meu colega de Bissau, grande amigo do Leopoldo Amado.

Tanto a mãe,como ele, foram vítimas do Covid. O Leopoldo esteve internado na UCI em Bissau, posteriormente transferido para Dakar, onde acabou por falecer.

Que descanse em paz.

Cuidem-se.


Santiago.

26 de janeiro de 2021 às 11:58


5. A tertúlia e os editores deste Blogue associam-se à dor da família do Dr. Leopoldo Amado, não só pela sua perda mas também pela morte da senhora sua mãe. As nossa mais sentidas condolências. 

OBS: - O Dr. Leopoldo Amado tem uma vasta colaboração no nosso Blogue, além de outras referências ao seu trabalho enquanto historiador.

Tem 88 entradas que podem ser acedidas pelo marcador Leopoldo Amado

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8 comentários:

Anónimo disse...


john crisostomo
25 jan 2021 17:37

Caro Luís Graca,

Obrigado pela informação sobre a perda de Leopoldo Amado e do Dr. José Ferreira Pardete. Quer se trate de familiares, amigos e ou camaradas, a partida destes é sempre triste para os que ficam , sabendo nós que não os vamos ver mais. E nada mais podemos fazer do que desejar que onde quer que se encontrem e de acordo com as crenças de cada um, descansem em paz.

Procurei no blogue, mas não consegui encontrar nada sobre o Dr. José Ferreira Pardete, mas vou aguardar uma vez que "o Hélder Sousa,seu vizinho, vai fazer uma nota".

Arranjei tempo porém para saber quem era este historiador Leopoldo Amado. Pena tenho ( não dá para ler tudo…) de não o ter conhecido mais cedo para possívelmente o ter contactado e o "creditar” pelos excelentes depoimentos/textos que publicou e a que só agora, graças a ti, tive acesso.

Duas coisas quero mencionar:

Primeiro impressionou-me muito o post "Guiné 63/74 - DCCLXIV" de 16 de Maio de 2006 em que dá uma idéia do tamanho da tragédia que se seguiu à Independência e o que aconteceu à maioria dos soldados nativos que apoiavam os portugueses e que não fugiram a tempo. É algo que ainda me hoje me choca profundamente, talvez mais do que a alguns outros porque durante muitos anos não soube do que se tinha passado.

Para mim, por decisão pessoal que incluia esquecer parte do meu passado, especialmente esse tempo de serviço m militar, eu englobava ou via pelo mesmo prisma as diversas situações nas várias excolónias, incluindo as de Guiné e Timor. Tudo o que deles eu não podia deixar de ouvir , eu atribuia a guerra civis e ao pouco cuidado com que lhes foram dadas a libertação/independência pelos portugueses.

Só a partir de 1996 comecei a prestar algum interesse e a descobrir a diferença entre elas e os casos particulares de Timor Leste e da Guiné Bissau. Em ambos os casos fiquei abismado; e no caso da Guiné Bissau ainda hoje choro pelo que deve ter acontecido a tantos que foram meus amigos durante esses dois anos que lá passei. Do depoimento doloroso e arrasador de Leopoldo Amado mencionado no blogue sobre o que se passou então, eu leio <>. Por mais que eu queira, é chaga grande que se tem de suportar , consciente embora de para ela nunca haverá uma cura completa.

Segundo: a sábia e oportuna idéia de Leopoldo Amado de que era "hora de se pensar no primeiro livro do nosso blogue— o nosso “...blook” . Mal imaginava ele os quantos livros , para bem da história, da história da Guiné e benefício de todos nós, iriam aparecer…

De novo obrigado pelo "P/ teu conhecimento... Ab, Luís",
Um grande abraço,
João

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Luís Graça (by email)
domingo, 24/01/2021, 18:05


Hélder, confirma-se a triste notícia que me deste: o dr. José Pardete Ferreira morreu, há dias... O último poste, dele, no Facebook´é de 12 de janeiro....Deve ter sido morte súblita, não ? Nasceu em 1941.

https://www.facebook.com/jose.pardeteferreira

Tem 32 referências no blogue;

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Jos%C3%A9%20Pardete%20Ferreira

O livro que te falei, é "O Paparratos"

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2011/04/guine-6374-p8153-notas-de-leitura-232-o.html

Entrou para a Tabanca Grande em 27/6/2011:

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2011/06/guine-6374-p8474-tabanca-grande-292.html

Vejo, pelo CV, que foi também... Professor da Escola Industrial e Comercial de Setúbal;

Faz um "In Memoriam", quando puderes...

Ab, Luis

Anónimo disse...

Luís

Foi com grande consternação que recebi a infeliz notícia do falecimento do nosso amigo comum Leopoldo Amado que tive o privilégio de conhecer durante o Simpósio de Guiledje em 2008.
Posteriormente também tive o privilégio de conviver um pouco com ele incluindo no lançamentos dos seus livros em Lisboa e virtualmente através do Facebook.
Desde já apresento os meus pêsames à família enlutada e que o nosso amigo descanse em paz.
Abraço
Carlos Silva

José Marcelino Martins disse...

É sempre uma perda. Mais sentida quando se conhece e se priva/privou de perto com quem parte.
Um dos livros que lançou, tendo por base a sua tese de doutoramento, tem servido para me informar algo, do outro lado, que ele bem descrevia.
Estamos mais pobres.
Condolências à família.

Anónimo disse...

O investigador Miguel Cardina (CES - Centro de Estudos Sociais / Universidade de Coimbra)
escreveu ontem na sua página do Facebook:

https://www.facebook.com/miguel.cardina.1


(...) Consternado com a notícia do falecimento do historiador guineense Leopoldo Amado. Conheci o Leopoldo em Portugal, faz já alguns anos, e viríamos a ter um contacto mais próximo, de 2017 em diante, após convidá-lo para ser consultor científico do projeto CROME - Memórias Cruzadas, Políticas do Silêncio.

Na qualidade de diretor do Inep, em Bissau, o Leopoldo foi um interlocutor decisivo.

Teve uma sólida carreira de investigação, que passou por Portugal e Cabo Verde, e deixou uma obra marcante, da qual se destaca o seu livro "Guerra Colonial e Guerra de Libertação. 1950-1974. O caso da Guiné-Bissau".

Era neste momento comissário da CEDEAO para a Educação, Ciência e Cultura. Da última vez que trocámos mensagens, falou-me da necessidade de se fazer se discutir academicamente o processo histórico de unidade Guiné-Cabo Verde.

Recordo a sua voz grave e calorosa e uma inesquecível viagem de grupo para comer as famosas ostras de Quinhamel.

Um sentido abraço de despedida, meu caro." (...)

Mensagem recolhida e editada por editor LG

Hélder Valério disse...

Lamentavelmente, mas talvez inevitavelmente, o nosso Blogue está agora a parecer-se com a "necrologia".

Têm sido muito frequentes as notícias de falecimentos de camaradas e/ou amigos com os quais nos relacionámos alguma vez.

O Leopoldo Amado é um desses que agora nos deixam. Julgo ser consensual o seu valor, o valor do seu trabalho, a dedicação à sua terra, procurando sempre mais e melhor.

A sua perda é uma grande perda (mais uma) para a Guiné. E para os seu amigos também.

Que se saiba honrar a sua memória.

Hélder Sousa

paulo santiago disse...

Acabei de falar (faço-o várias vezes) por vídeo chamada com um meu colega de Bissau,grande amigo do Leopoldo Amado.
Tanto a mãe,como ele,foram vítimas do Covid. O Leopoldo esteve internado na UCI em Bissau,posteriormente transferido para Dakar,onde acabou por falecer.
Que descanse em paz.

Cuidem-se.

Santiago.

Anónimo disse...

José Rocha (by email)
28 jan 2021 18:58

Olá, Amigo Luis!
Obrigado pela tua mensagem pessoal.

Lembro-me perfeitamente do Leopoldo Amado. Como todos os que o conhecemos, lamento a perda de um homem afável e culto.

Espero estejas bem, assim como a tua família. Eu, razoável, com a ferrugem a ir dando sinal de si, mas nada de especial.

Um grande Abraço de sincera amizade e como dizes, "oxalá vençamos esta guerra", pois a outra já lá vai.

GRANDE ABRAÇO! SAÚDE!
José Rocha