domingo, 24 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21803: In Memoriam (383): General Ricardo Durão (1928-2021), ex-2.º Comandante do BCAV 705 (Manuel Luís Lomba, ex-Fur Mil Cav da CCAV 703/BCAV 705)

IN MEMORIAM

General Ricardo Durão
(1928-2021)


1. Em mensagem de 23 de Janeiro de 2021, o nosso camarada Manuel Luís Lomba (ex-Fur Mil Cav da CCAV 703/BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66, autor do livro "Guerra da Guiné: a Batalha de Cufar Nalu"), enviou-nos este texto de homenagem ao General Ricardo Durão, que foi 2.º Comandante do BCAV 705, falecido no passado dia 22.


In Memoriam
General Ricardo Durão, meu Comandante, meu Camarada na Guerra da Guiné

Faleceu sexta-feira, dia 22, aos 92 anos de idade.

A notícia é oriunda do Comité Olímpico de Portugal… como atleta da modalidade de pentatlo moderno, que representou Portugal nos Jogos Olímpicos de Helsínquia, em 1952.
O cidadão Ricardo Durão era mais que atleta – era um militar português de primeira água.

Eis o que conheci dele.

Em meados de 1965, o meu Batalhão foi colocado no sector do Leste da Guerra da Guiné, sediado em Nova Lamego, as suas subunidades em Madina do Boé, Beli, Camajabá, Buruntuma, etc. e a unidade foi perdendo o brio e o moral, reflexo de um comando omisso, e, sobretudo, das idiossincrasias do seu 2.º comandante.
Aguentei a crise aguda de paludismo, mas em sequela fiquei muito debilitado, os rins afectados, as costas curvadas e arrimava-me a um cajado, para me deslocar. O sempre solícito Alferes-Dr. João Sequeira – está de saúde e recomenda-se, ainda operacional lá para os lados de Almada - receitou-me um tratamento externo, na Missão do Sono – cheguei a Nova Lamego no dia a seguir ao da tomada do Major Ricardo Durão do posto Segundo-comandante, o QG tinha posto os patins ao que viera substituir.

A CCS Jogava futebol a meio da manhã, ele vinha participar, notou-me entre os poucos assistentes, quis saber o que tinha e disse-me que podia contar com ele. Era um superior de outro campeonato!
O jogo decorria, subitamente o capitão das “Informações e Operações” "fez-se” ao cabo mecânico e berrou: - Fora, rua!
- Meu Major, ele “espetou-me uma pantufada!
- Sentença do Major: - Nosso cabo, entre! Nosso capitão, isto não é para senhoras, saia!

Todos emudeceram de espanto – e disputa continuou e mais dura.
O tratamento era doloroso, aplicavam-me umas injecções parecidas com azeite que me paralisavam as ancas, além de paralítico ceguei durante dois ou três dias e todas as manhãs o Major Durão vinha interessar-se pelos externos pacientes – éramos quatro. Em menos de um mês o Batalhão estava galvanizado e tornou-se notória a exultação pela mudança dos capitães operacionais – Fernando Lacerda e Fernando Ataíde, ainda bem vivos e recomendam-se.
Nós viemos embora e o Major Ricardo Durão foi para o QG.

Recordo o seu aparecimento na TV, como delegado da JSN no Ministério do Trabalho, com a farda n.º 1, os galões de Tenente-coronel e a sua explicação que também era trabalhador e aquela a sua roupa de trabalho e a reportagem da sua ida a Tancos com o Capitão Salgueiro Maia, no contexto do 11 de Março de 1975 – foi metido na prisão, mas, com o seu depoimento, salvou dessa sorte aquele seu subordinado, aquele valente e honesto “capitão de Abril”.
O Capitão Salgueiro Maia nunca mais foi o mesmo, após os eventos daquele 11 de Março.

Noutro contexto, comovi-me, ao ver o já General Ricardo Durão, de lágrimas a deslizar no rosto e a dizer, na sua sinceridade, sem ódio nem rancor, ter sido metido no Forte de Caxias, obrigado a despir-se, a ficar nu em pêlo, para ser escarnecido pelos “revolucionários”…

Descanse em paz, General Ricardo Durão. Sentidos pêsames à sua Família.
Manuel Luís Lomba


********************

GENERAL RICARDO DURÃO

- Nasceu em Setúbal em 13 de Junho de 1928.
- Fez os estudos primários em Setúbal e os secundários no Colégio Militar (1938-45).
- Frequentou os Preparatórios Militares na Faculdade de Ciências de Lisboa (1945-46) e de Coimbra (1946-47) e completou o Curso de Cavalaria em 1950.
- Foi promovido sucessivamente a Alferes (1950), Tenente (1952), Capitão (1959), por distinção por feitos em campanha a Major (1965), Ten. Coronel (1969), Coronel (1974), Brigadeiro (1978), General (1983).
- Como Oficial General desempenhou as funções de Comandante da Região Militar Sul (1979/81), Director do Serviço de Justiça e Disciplina do Estado Maior do Exército (1981/83), Director da Arma de Cavalaria (1983/84), Comandante da Região Militar de Lisboa/Governador Militar de Lisboa (1984/87), Juiz Vogal do Supremo Tribunal Militar (1987/93).
- Cumpriu as seguintes comissões no Ultramar: Comandante de Companhia de Cavalaria 122 em Angola (1961/63), Oficial de Operações do Batalhão de Cavalaria 757, 2.º Comandante do Batalhão de Cavalaria 705, Chefe da Secção de Contra-Informação/Repartição de Informações do QG do Comando Territorial Independente da Guiné (1965/67), Chefe da Repartição de Operações do QG do Comando-Chefe da Guiné (1968/70), Comandante Militar de S. Tomé e Príncipe (1971/74).
- Tem averbado 22 louvores individuais (sendo 9 de Oficial General, 3 de Chefe do Estado-Maior do Exército e 3 de Ministro) e 2 colectivos da Companhia de Cavalaria que comandou em Angola.
- Após 25 de Abril de 1974 desempenhou funções de Delegado da Junta de Salvação Nacional no Ministério do Trabalho e foi Delegado da Assembleia do MFA, eleito na Região Militar de Tomar (1974-1975).
- Transitou para a situação de Reserva em 1987 e passou à Reforma em 1995.


Com a devida vénia a Gugol Livreiros

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Nota do editor

Último poste da série de 24 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21802: In Memoriam (382): Isabel Levezinho (1952-2020): (e)terna lembrança, um mês depois da sua partida para a última viagem, sem regresso, que um dia todos teremos de fazer (Luís Graça)

17 comentários:

Gil disse...

Conheci-o em Bafatá, talvez em fins de 1965. Fiquei com muito boa impressão do major Ricardo Durão. Um Senhor Militar.

V. Briote

antonio graça de abreu disse...

Irmão do meu coronel pára-quedista Rafael Ferreira Durão, comandante do CAOP 1, em Teixeira Pinto e Mansoa, 71/73 Descanse em paz.

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

O Senhor General Ricardo Durão foi um militar merecedor de respeito pelas suas qualidades de comando e dignidade pessoal.
Qualidades infelizmente pouco frequentes entre certas “altas patentes “ no período da ditadura.
A sua “proximidade” ao Senhor Marechal Spinola veio a acarretar-lhe consequências políticas naqueles anos insurrecionais de 1974-1975.
As formas como os detidos políticos foram tratados por alguns dos “vencedores da ocasião”,fossem do 11 de Março ou 25 de Novembro,mais não reflectiram que as “ qualidades pessoais” de quem detinha o poder.
Meio século de um governo ditatorial alicerçado em prisões políticas menos “brandas”,ajudaria quanto à metodologia em ambos os lados das barricadas.


Quanto à afirmação de que Salgueiro Maia nunca mais foi o mesmo,após os eventos daquele 11 de Março .....permito-me discordar da subjetividade subjacente.
Não sendo Salgueiro Maia(,nem de longe!) um spinolista,obviamente que a sua postura quanto aos acontecimentos era mais distanciada,analítica e crítica,do que a do então Coronel Durão que o levara(!)a deslocar-se a Tancos em sua companhia.

Tendo conhecido pessoalmente Salgueiro Maia,tanto em Assembleias Militares,encontros no COPCON,ou no apartamento em que este vivia em Santarém atrevo-me a subjetividade (agora minha) de que Salgueiro Maia a ter-se “modificado” o terá feito em consequência do tratamento acintoso,vingativo e injusto que recebeu por parte de uma certa hierarquia militar nos últimos anos da sua vida.

Antes de passar à Reserva e vir viver para a Suécia fui,acompanhado por outro Capitão de Infantaria e um Coronel de Engenharia,a casa de Salgueiro Maia entregar-lhe uma espada bem antiga ,de um “cavaleiro “ com raízes na alta nobreza minhota.
Já doente,o que o amargurava mais era a forma como alguns Camaradas Militares o tratavam em detalhes acintosos.

Este nosso gesto para com ele teve a ver com o seu comportamento exemplar quando às ordens do Presidente da República(detalhe muito importante!) veio com os seus Esquadrões de Cavalaria reforçar a Segurança do Depósito Geral de Material de Guerra,também inteiramente às ordens do Presidente da República em todos os acontecimentos de Novembro/75.
Sendo eu então o responsável pela Segurança do Depósito fui chamado à Porta de Armas quando o Jeep que transporta Salgueiro Maia ali chegou.
A Porta de Armas estava encerrada para garantir a não entrada de algumas centenas de populares ali concentrados,assim como alguns jornalistas e TV.
De imediato Salgueiro Maia informa-me que está às ordens da Presidência da República sendo-lhe por mim respondido que, estando nós também às ordens da Presidência da República era bem vindo.
Perante o espanto aparente de alguns militares e jornalistas que assistiam à troca das nossas palavras pergunto-lhe com alguma ironia:
-Vê lá se não é agora que vens colaborar numa “Pinochada à moda chilena”?
Olhando-me nos olhos respondeu com um sorriso: ....Conheces-me melhor que isso!

Subjetividades.

Um abraço do J.Belo


Anónimo disse...

Talvez devido às mais de quatro décadas de "assuecamentos" usei "punhos de renda" ao transcrever a minha troca de palavras com Salgueiro Maia à Porta de Armas do DGMG.

Um Sr.Engenheiro, meu grande amigo,antigo Aspirante Miliciano que estava a meu lado na ocasiaäo referida, telefonou-me desde Óbidos perguntando com ironia:

Näo foi : "Vê lá se näo vens agora colaborar na *Puta* da Pinochada à moda chilena?"

O Senhor Engenheiro tem razäo.
Na altura eu era um Capitäo de Infantaria com a sua linguagem honesta da Caserna.
Hoje?

Um grande abraco ao Sr.Engenheiro,Camarada e Amigo de muitas aventuras por contar. J.Belo

Tabanca Grande Luís Graça disse...

José Belo, espero que estas "pequenas histórias" da História já estejam escritas, algures, no teu livro de Memórias... Podem não ter (, não acredito,) absolutamente nenhum interesse para os teus filhos e netos, suecos e americanos... Mas têm para nós,e sobretudo para os nossos filhos e netos...

Vejo que se pode falar de homens, militares, que tiveram o seu papel, maior ou menor, na nossa história recente (25 de abril, 11 de março, 25 de novembro...), e que já morreram, sem "distilar" paixões, amores e ódios de estimação...

Tens incentivado os outros a escrever e a publicar. E eu agradeço-te na parte que me toca... Mas agora é a minha vez de te dizer que tens memórias que não podes deixar ao cuidado das tuas renas...

Um abraço matinal.

PS - Agradeço ao Manuel Luís Lomba a notícia da morte do Ricardo Durão. Não sabia que ele tinha estado na Guiné. E o episódio do jogo de futebol é revelador de um carácter.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

António, sê bem aparecido!

Sim, sabia que o Ricardo Durão era irmão do teu coronel. São uma família de ilustres militares... E, a propósito,lembrei-me que no notável diário da Guiné tens aponatmentos saborosos sobre o teu coronel pqdt Rafael Durão... Não queres fazer, agora que estamos todos confinamentos, uma "antologia" dessas entradas ? Não te peço um retrato a corpo inteiro, mas apenas uns flashes... Sei que tinhas por ele um respeito distanciado e crítico,considerando-o um militar duro mas empenhado e competente...

Um abraço. Luis

Anónimo disse...

Não sei o que aconteceu com o meu comentário, que n-ao o vejo publicado.Vou escrever outro,
Carlos Gaspar

Anónimo disse...

Dizia eu ou seja escrevia eu que fez muito bem Manuel Luis LOmba publicar e manifestar sem constrangimentos o seu apreço a um homem que para além de bom homem foi um bom comandante.Que o digam também quem esteve com ele em Angola.
Foi preso indevidamente na sequência dos acontecimentos do malfadado 11 de março.
O mesmo não aconteceu ao Salgueiro Maia, que conseguiu passar pelos "intervalos da chuva".Deixem-me dizer e não fiquem ofendidos (nem comecem a disparar) que o Salgueiro Maia não ficou muito bem na fotografia no comportamento que teve para com o Ricardo Durão na sequência do 11 de Março.
Abraço
Carlos Gaspar

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Carlos Gaspar:

Aqui ninguém fica ofendido nem começa a disparar. As armas ficam lá fora. Contrariamente a uma "má parte" das redes socias onde as pessoas se medem pelos decibéis dos insultos, aqui temos procurado, há 17 anos, a ser serenos no debate de factos e ideias... E evitamos sobretudo fazer "juizos sumários" (que equivalem muitas vezes a "execuções sumárias") de homens que já morreram e foram nossos camaradas.

O Salgueiro Maia foi meu colega no ISCSP, em 1975, onde estudava antropologia, e eu ciências sociais. Cruzei-me, com ele, e outros militares... Mas nunca falei com ele, que me recorde. O 25 de novembro ainda estava quente...Não faço a mínima ideia do seu papel no 11 de Março de 1975 nem das tricas com o Ricardo Durão. Por uma questão de economia de análise, a guerra colonial para mim acaba em 25 de abril de 1974...

Eu sei que ela não acaba, historicamente aí, nem sei mesmo se já acabou... mas para este blogue isso não é relevante, porque entramos necessariamente no terreno minado da PRF (Política, religião e futebol)... E aí os "ódios de estimação" vêm ao de cima...

Posso "não gostar" do A, do B ou C, que já morreu, mas respeito a sua memória, e deixo que a investigação historiográfica nos tragam novas perspectivas de leitura dos seus papéis, maiores ou menores, nos acontecimentos de que foram actores socias...

Muitas das nossas fontes estão "envisedas" ou "inquinadas". E temos tendência para beber sempre na mesma "fonte", como a gazela na bolanha... Já o testemunho dos actores, vivos e contemporâneos, das personagens em causa, tem para mima mais relevância: o Manuel Luis Lomba conheceu e lidou com o Rafael Durão, o António Graça de Abreu trabalhou com o Rafael Durão, o José Belo interagiu com o Salgueiro Maia, etc. Este blogue vive destas pequenas histórias, nunca pretendeu escrever a Hstória com H grande.

Mantenhas, como se diz na Guiné.

PS - Eu sei que dá mais "pica" as "picardias"...



Anónimo disse...

As jogadas do outro lado dos espelhos......

Salgueiro Maia não gostou de ter sido literalmente “levado a Tancos” baseado em premissas menos verdadeiras que lhe foram retransmitidas (!) por Ricardo Durão.
Com isto não se quer dizer que Ricardo Durão tenha procurado enganar Salgueiro Maia.
Ele,Ricardo Durão,como alguns outros spinolistas julgavam-nas verdadeiras.

As listas de Oficiais para a pseudo “matança da Páscoa “ fizeram,como seria de esperar.....”levantar muitas perdizes”!
É de estranhar que alguns Oficiais spinolistas,entre outros um com então funções de Chefia em importante Repartição de Segurança Militar não tenham reagido de outro modo a toda esta encenação.
Terão sido menos bem informados por serviços similares de outros Exércitos aliados com quem mantinham extensos e regulares contactos?
E lá estariam outros “espelhos”,agora por de traz dos “espelhos” iniciais.
Infelizmente o Sr.General na época Chefe desta Repartição já faleceu.
Melhor que ninguém ele poderia esclarecer o assunto.
Mas,mesmo que vivo, não creio que o viesse a fazer.

Há distância de Continentes,e de muitas décadas,tornam-se bem nítidas as diferenças entre “Matadores/Figuras de Cartaz” e simples..... peões de brega.
Estes últimos,quando se põem em bicos de pés para demasiado cacarejar,depressa passam de simples peões de brega a......*simplórios” peões de brega.

Um abraço do J.Belo

Anónimo disse...

Eu....já cacarejei de mais e..... mereço o título!

Um,como sempre,abraço mui respeitoso.

J.Belo

Manuel Luís Lomba disse...

Meu caros J. Belo e Carlos Gaspar:

Como a subjectividade e a objectividade são binómio e divisionista, acrescento:

O Coronel Alves Ribeiro, ao tempo 1.º comandante da EPC de Santarém, que transmitiu a missão ao Salgueiro Maia à ordem do PR Costa Gomes, diz num depoimento que ele e o seu ECC demorou 9 horas a chegar ao objectivo e ter dito ao oficial que o recebeu em Beirolas: "Este não é o meu 25 de Novembro!". Podes escrever esta estória na primeira pessoa?

O Coronel Vasco Lourenço diz in "Do Interior da Revolução" que o Capitão Salgueiro Maia foi vítima da caça às bruxas pelos "vencedores" do 11 de Março, "por em vez de ir defender o Rallis foi para Tancos juntar-se aos golpistas" (esteve 2 dias fora da unidade) que a seguir foi o mais votado para o Conselho da Revolução e que recusou - uma mágoa ainda bem viva.

O então Coronel Ricardo Durão era o seu 2.º comandante, ele acompanhou-o e esteve de acordo com as suas diligências em Tancos, daqui para a Presidência da República, desta para o comando da FA em Monsanto - ele regressou à EPC e mandou-o ao COPCON a completar a missão.

No citado livro, o Coronel Vasco Lourenço diz que mandou riscar Ricardo Durão da lista de prisões de suspeitos do 11 de Março, mas que os seus "vencedores" o prenderam na mesma. O General Ricardo Durão diz que primeiro foi preso pelo Comandante de Fragata filho de Vitorino Nemésio, a seguir foi solto, e uma semana depois foi catrafilado em Caxias, preso pelo Capitão-tente Ferreira Gouveia - e sujeito de sevícias.

Evidência: O oficial Ricardo Durão, não obstante o envolvimento do seu irmão Rafael e a sua estreita ligação ao General Spínola, no 11 de Março NÂO ROMPEU A SUA LEALDADE AO PR GENERAL COSTA GOMES.

Abr.
Manuel Luís Lomba

Anónimo disse...

Caro Luís Lomba

Não recordo a frase de Salgueiro Maia: “Este não é o meu 25 de Novembro “

Poderá ter surgido mas eu (!) não recordo.
Possivelmente a terá usado em reunião posterior, a meu pedido,com todos os graduados do DGMG e Destacamento de Segurança na sala da biblioteca da Unidade.
Aí esclareceu estar às ordens do Presidente da República,General Costa Gomes, e quais os objetivos que lhe tinham sido conferidos.

Mas tudo isto mais não são que recordações amargo-irónicas de velhotes sentados à lareira.
Amargas por muitos dos jovens recordados já terem falecido; irónicas para com alguns dos militares das “ribaltas” desse período que tudo fizeram na ilusão ,e busca ,de pseudo carreiras políticas respeitáveis em futuros próximos.
Primeiro “as estrelas “...depois... o universo!
Mas quem se mete com políticos de alto gabarito acaba sempre em...”prateleiras” inofensivas.

Sem saber bem porquê lá me vem à memória o indispensável Fernando Pessoa......

“Da minha aldeia vejo quanto da Terra se pode ver do Universo
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura”

Um abraço do J.Belo



Anónimo disse...

Luis Graça com todo o respeito não me dá gozo nenhum, qualquer tipo de picardia.Mas o que é é.
As minhas frases "não fiquem ofendidos" nem "começem a disparar" tem razão de ser, pode não ser o teu caso, tudo bem.Mas já fui atacado passe o termo, por defender a minha Força Aérea em casos que considerei uma afronta.Não vem mal ao mundo mas como soe dizer-se; quem não sente não é filho de boa gente.Daí eu ter usado as ditas frases.Porque já sabia que falar do Salgueiro Maia suscita susceptilidades.Mas deixa-me dizer-te que pese o nome do Salgueiro Maia ele também era de carne e osso, e portanto fruto das grandezas e fraquezas do que é comum no ser humano.
Mais não quis do que relatar factos que pertencem à história e uma pequena (grande injustiça) não se trata nem tratou de trica nenhuma.Embora não goste de me justificar porque não vejo razão para isso, aceita estas minhas palavras porque penso que fui mal interpretado.
Como tu dizes Mantenhas
Carlos Gaspar

Carlos Gaspar

Anónimo disse...

Manuel Luis Lomba o que eu fui arranjar só por querer homenagear O nome do Ricardo Durão, como homem e militar.Sem querer desprestigiar outros.Mas enfim.Vamos ao que conta.

Tudo o que escreves sobre o Generel Ricardo Durão bate certo, à excepção de que o Vasco Lourenço tivesse riscado o nome dele da lista de presos.Mas como o Vasco Lourenço tem a mania que foi o dono do 25 de Abril e o que diz é que é verdadeiro.OK.

Uma coisa é certa, em relação à caça às bruxas não foi só o Salgueiro Maia que foi injustiçado e sei do que escrevo.O capitão Tavares de Almeida que arrancou com o Salgueiro Maia de Santarém na madrugada de 25 de Abril e que participou com ele nas operações que se seguiram fizeram-lhe o favor de o mandar para Timor onde foi feito prisioneiro pelas tropas da indonésia.Ordem dos novos mandantes que se estiveram nas tintas para as comissões que ele já tinha feito.Chegaram ao ponto depois de ele vir de Timor de o mandarem tirar um curso de informática.A um homem que era operacional e detestava a secretaria.
E isto não vem nos livros nem nos jornais.
Um abraço
Carlos Gaspar

João Carlos Abreu dos Santos disse...

... o Manuel Luís de Araújo Lomba, veterano furriel miliciano da CCav703, fará favor de (nos) esclarecer:
Em nenhuma publicação disponível, concretamente seja em algum volume da RHMCA e/ou em Ordens do Exército, se encontram quaisquer referências ao oficial Ricardo Fernando Ferreira Durão ter estado colocado no BCav705; sim, no BCav757.
Obg.

Anónimo disse...

... a informação prestada pelo COP é incorrecta: o sr. general não faleceu no dia 22Jan2021; sim no dia 20Jan2021.
Para melhor esclarecimento, consulte-se o sítio infra.
https://www.facebook.com/GDDrugby/posts/3783768555013469/

(JCAS)