Memórias da Guerra:
[4] Emigração salvou muitos jovens do conflito
RTP, Telejornal, 22 de abril de 2021 (vídeo: 6' 03'') [Apareceu às 20:47]
Aos 18 anos, Luís Rego tomou uma decisão que mudaria a sua vida para sempre. Foi para França para fugir ao recrutamento militar e à guerra em África. Emigrar, muitas vezes a salto, foi uma estratégia seguida por milhares de jovens portugueses para escapar a guerra colonial.
https://www.rtp.pt/noticias/pais/memorias-da-guerra-emigracao-salvou-muitos-jovens-do-conflito_v1314773
[5] O drama dos combatentes africanos
RTP, Telejornal, 23 de abril de 2021 (vídeo: 7' 32'') [Apareceu às 20:41]
Sinopse:
Memórias da Guerra:
Sinopse:
Quatrocentos e quarenta mil africanos combateram nas forças armadas portuguesas durante a guerra colonial. Muitos desses homens vieram depois para Portugal tentar obter reconhecimento e compensação, em processo longos que demoraram anos.
Zeferino Andrade, angolano, é um desses homens... com a vida repartida entre tempos e continentes.
Zeferino Andrade, angolano, é um desses homens... com a vida repartida entre tempos e continentes.
https://www.rtp.pt/noticias/pais/memorias-da-guerra-o-drama-dos-combatentes-africanos_v1314921
[6] Os últimos contingentes antes da independência
RTP, Telejornal, 24 de abril de 2021 (vídeo: 5' 58'') [Apareceu às 21:03]
Olhamos hoje para Luis Vicente que foi mobilizado para Moçambique em Março de 1974, nas vésperas do 25 de Abril. Esteve em Mueda, onde os ataques ao quartel se intensificaram, mesmo depois do golpe dos capitães.
A comissão deste soldado em África foi mais curta, regressou mais cedo numa época de muita incerteza em Portugal e nos territórios africanos.
A comissão deste soldado em África foi mais curta, regressou mais cedo numa época de muita incerteza em Portugal e nos territórios africanos.
https://www.rtp.pt/noticias/pais/memorias-da-guerra-os-ultimos-contingentes-antes-da-independencia_v1315091
Fonte: RTP > Memórias da guerra (com a devida vénia...)
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Nota do editor:
(*) Último poste da série > 22 de abril de 2021 > Guiné 61/74 - P22124: Recortes de imprensa (116): a série Memórias da Guerra, que está a ser emitida esta semana, desde o dia 19, no Telejornal, da RTP
2 comentários:
Segundo os investigadores académicos (Miguel Cardina, Centro de Estudos Sociais / Universidade de Coimbra),
(i) o número de "faltosos" seria da ordem dos 200 mil (12% no início da guerra, 20& no final);
(ii) o número de "refractários" é estimado entre 10 e 20 mil;
(iii) e o de "desertores", mais de 9 mil...
https://www.rtp.pt/noticias/pais/memorias-da-guerra-emigracao-salvou-muitos-jovens-do-conflito_v1314773
RODRIGUES, Fátima da Cruz - Antigos combatentes africanos das Forças Armadas Portuguesas : a guerra colonial como território de (re)conciliação. Coimbra : [s.n.], 2012. Tese de doutoramento. Disponível em http://hdl.handle.net/10316/23328
Tese de doutoramento em Sociologia (Pós-Colonialismos e Cidadania Global), apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Sinopse:
Nas guerras que marcaram os últimos anos da longa presença colonial portuguesa em África, Portugal recrutou soldados africanos para as suas Forças Armadas, tal como já o fizera em muitos conflitos anteriores.
Entre 1961 e 1974, foram mais de 400 mil os africanos que combateram na força colonial contra os movimentos de libertação. Este trabalho procura compreender como estes antigos combatentes das Forças Armadas Portuguesas (FAP) que, entretanto, vieram para Portugal, interpretam os seus percursos de vida.
Nesse sentido, a pesquisa recorreu predominantemente às narrativas biográficas oferecidas pelos próprios antigos combatentes africanos das FAP, mas percorreu também outros registos. Arquivos históricos, memórias e testemunhos de muitos antigos combatentes da Guerra Colonial, encontros de rememoração da Guerra, foram outras fontes visitadas ao longo desta pesquisa.
Para o seu enquadramento teórico foram convocadas perspectivas que permitem questionar legados coloniais, sem, contudo, restringir-se àquelas que o fazem declaradamente. São sugeridas, então, várias propostas analíticas que denunciam as interpretações eurocêntricas do mundo, e que apresentam alternativas epistemológicas que permitem compreender as relações coloniais e pós-coloniais, bem como os sujeitos que as compõem, e os poderes e as forças que as configuram. Deste modo, seleccionaram-se olhares especialmente atentos ao carácter ambíguo e ambivalente que caracteriza as relações e os sujeitos coloniais e (pós)coloniais e que permitem problematizar os percursos de vida destes homens que, aparentemente, assumiram posições diferenciadas e contraditórias ao longo das diversas temporalidades e geografias políticas, ideológicas e culturais que atravessaram até chegarem ao Portugal pós-colonial.
O ponto de partida deste trabalho resume-se a uma interrogação aparentemente simples: Quem são estes antigos combatentes africanos das FAP que residem em Portugal? A resposta que encontrámos foi: estes são homens que procuram um lugar onde possam ser reconhecidos como aquilo que são, que podem ser e que querem ser na Angola, no Moçambique, na Guiné-Bissau e no Portugal pós-coloniais.
Para muitos dos antigos combatentes africanos das FAP que colaboraram neste trabalho, esse lugar que procuram é a interpretação que oferecem da guerra. Uma interpretação segundo a qual a guerra é um lugar outro no Portugal pós-colonial. Esse lugar é o da guerra como um território de (re)conciliação. Uma conclusão pouco provável, quando sabemos que a guerra é um território de devastação, e um lugar de transformação ontológica sem retorno. Mas, na verdade, é esta a conclusão a que chegámos neste trabalho, que escolheu olhar a guerra partindo do ponto de vista dos antigos combatentes africanos das FAP.
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