sábado, 14 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23262: Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo (António Graça de Abreu) - Parte XXXIII: Parque Nacional da Mesa Verde, Colorado, EUA, 2005





EUA, Colorado, Parque Nacional da Mesa Verde



Parque Nacional da Mesa Verde, Colorado, EUA, 2005

 por António Graça de Abreu (*)


[ (i) Docente universitário reformado, escritor, sinólogo (especialista em língua, literatura e história da China); (ii) natural do Porto, vive em Cascais; (iii) autor de mais de 20 títulos, entre eles, "Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura" (Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2007, 220 pp); (iv) ex-alf mil, CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74; (v) é membro da nossa Tabanca Grande desde 2007, tem 308 referências no blogue; (vi) texto e fotos enviados em 5/4/2022 ]



Estou no Colorado, e o gosto que isto me dá. Desde pequenino a olhar para esta América, dos filmes, do Bufalo Bill, do Daniel Boone, dos índios sioux e do Sitting Bull, do Mark Twain e dos Tom Sawyer e Huckleberry Finn, lá nas margens do rio Mississipi. E da Becky, a namoradinha do Tom, de quem eu tanto gostava. Depois, na faculdade, na cadeira de Literatura Norte-Americana, a ler, de empreitada, romance após romance os grandes escritores norte-americanos, Poe, Melville, Steinbeck, Faulkner, Hemingway. Era bom aluno, tinha boas notas.

Agora, 2005, o Colorado, as Montanhas Rochosas, a carícia no ouro do sol poente, pássaros escrevem poemas nas nuvens brancas, flores saúdam os peixes nas águas dos rios, um buda passeia descalço ao luar.

Em Mesa Verde, imensa a terra, os barrancos rasgando a penedia, a brisa dos quatro horizontes. Não há muitos anos aconteceu por aqui um pavoroso incêndio, ainda troncos calcinados espalhados nas encostas do vazio, casas de pedra abrigadas nas reentrâncias da falésia. Depois do dilúvio das línguas de fogo, por todo o lado a floresta renasce. Imperturbáveis, entre os arbustos ou nos ramos das árvores, esquilos dançam.
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Nota do editor:

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