quinta-feira, 12 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23258: "A Minha Passagem pela Guiné-Bissau em Tempo de Guerra" (António Sebastião Figuinha, ex-Fur Mil Enf) Parte II

1. Parte II da publicação do texto de memórias intitulado "A Minha Passagem pela Guiné-Bissau em Tempo de Guerra", de António Figuinha, ex-Fur Mil Enfermeiro da CCS/BCAÇ 2884 (Bissau, Buba e Pelundo, 1969/71)


A MINHA PASSAGEM PELA GUINÉ-BISSAU EM TEMPO DE GUERRA

António Sebastião Figuinha
Ex-Furriel Miliciano Enfermeiro
CCS/BCAÇ 2884
1969/1970/1971
Parte II

L
ogo na primeira tarde que cheguei à Granja, deparei-me com uma situação que em Portugal muito se comentava, ou seja, que o Português batia com facilidade no Africano. Vi um Técnico de origem Cabo Verdiana, com uma verdasca, fustigando as costas de dois jovens que se encontravam transplantando arroz. Na Guiné por essa época, o arroz era primeiro semeado em viveiros e só depois era transplantado no local definitivo neste caso, na bolanha. Nos tempos atuais não sei como é cultivado.

Ao assistir aquela sena, gritei bem alto pedindo para que parasse, caso contrário eu teria que participar dele. O Técnico em causa, respondeu-me que só daquele modo trabalhavam como devia ser. Eu respondi-lhe que à minha frente não voltaria a acontecer, acrescentando que na metrópole se dizia que eram os brancos que batiam nos negros em África, mas aqui na Guiné, afinal, eram os naturais de Cabo Verde a bater neles. Pediu desculpas acrescentando que não voltaria a acontecer. Passado este episódio, tivemos um companheirismo muito grande até ao último dia que por aquele lugar passei. Acrescento que, por várias vezes fui convidado e aceitei, ir a casa dele que ficava no Bairro de Santa Luzia.  Acrescento também, apenas o Engenheiro-Chefe era banco, por esta altura na Granja.

A minha ida para a Granja, proporcionou-me criar amizades com civis, e principalmente com os meus colegas técnicos com os quais muito sobre a vida na Guiné vim a saber.

Este meu estágio veio a ser interrompido em Junho desse ano (1969), praticamente duas semanas depois de o ter iniciado. Fui por urgente necessidade dos serviços de saúde para o Sul da Guiné, mais concretamente para Buba, durante cerca de quinze dias.

Fui até ao aeroporto apanhar um héli destinado a levar-me para aquele local.
A viagem foi magnífica. O piloto fez questão de subir ou descer de altitude de maneira a eu tomar melhor noção sobre a paisagem florestal e pastagens daqueles locais. Eu tinha-lhe dito que na vida civil era Técnico Agrícola.

Cheguei a Buba e logo me fui apresentar ao Comando local e, de seguida, aos Médicos que na altura lá se encontravam.
A azáfama era grande naquele aquartelamento, tanto no enorme número de militares de várias especialidades (tais como Fuzileiros, Comandos, Páras, Cavalaria e Infantaria). Aqui conheci os Majores que no ano seguinte seriam assassinados na zona militar do meu Batalhão.

Além daqueles oficiais que vieram a ficar muito conhecidos pelo infortúnio que lhes aconteceu, também o Comandante Alpoim Calvão se encontrava neste Quartel, e um Capitão de uma Companhia Independente que eu tinha conhecido nas Caldas da Rainha, concretamente na 5.ª Companhia de Instrução, em Outubro de 1967, pela altura da minha recruta. Eu, nas Caldas da Rainha, estive na 6.ª Companhia comandada pelo Capitão Vasco Lourenço.

Este Capitão acabaria por ser castigado com vinte dias de prisão mais os seus Furriéis Milicianos, estes com quinze dias de prisão cada um. Tudo isto aconteceu logo uns dias a seguir à minha chegada a Buba. Vi chegar o General Spínola a quem se juntou logo o Régulo local. Este falou com o General acerca de umas mulheres que se encontravam retidas no Quartel. Elas tinham sido capturadas pela Companhia daquele Capitão que seria castigado com vinte dias de prisão por ter consentido que os seus Furriéis tivessem abusado sexualmente delas. Os Furriéis Milicianos foram castigados com quinze dias de prisão.

A minha primeira noite em Buba poderia ter sido fatal para mim. Éramos muitos Furriéis naquele abrigo. Todos os espaços livres estavam ocupados com as nossas camas. Eu, habituado a dormir descansado em Bissau, cedo peguei no sono. Por volta das duas e pouco da manhã, fui de repente acordado por um dos Furriéis para saltar da cama e me dirigir ao abrigo interno que na camarata se encontrava, mas, que eu ainda desconhecia. O quartel estava a ser atacado naquele momento.

Ensonado, não reparei que o abrigo era baixo demais para a minha altura e, como resulltado, bati com a minha cabeça no topo do muro da entrada caindo para trás desmaiado. Não mais dormi como necessitava em todos os restantes dias que ali permaneci.

O número de civis que lá se encontravam para a desmatação da estrada Buba/Aldeia Formosa era grande. Quando na segunda noite estive de serviço ao posto médico e, ao encaminhar-me para este, pisei vários homens que dormiam no chão ao ar livre em cima de papelões.

Tive aqui também a minha primeira experiência com alguém à beira da morte. Numa destas noites aconteceu que, tendo entrado no posto médico uma jovem em estado muito adiantado de gravidez e em coma, não sendo possível evacuá-la para o Hospital em Bissau pelo adiantado da hora, tentou-se que ela aguentasse até ao amanhecer. Entrei naquele turno por volta das duas horas da madrugada. Tive como principal missão fazer tudo o que fosse possível para que ela respirasse. Tinha apenas para isso uma ventosa para lhe extrair da boca o aglomerado de expetoração. Eram cerca de pouco mais das três da manhã quando a senti estremecer e verifiquei na quantidade de urina que corria debaixo do seu corpo. Uma lágrima corria-lhe dos olhos ao mesmo tempo que o a criança dava saltos na barriga da sua mãe já moribunda

Todo eu esmoreci. Chorei pela minha incapacidade para a salvar, ou pelo menos à criança que ali vi morrendo aos poucos naquela barriga inerte. Esta imagem ainda agora aviva a minha memória e a minha sensibilidade. Ajudou-me, porém, a ganhar estofo para poder vir a enfrentar outros casos traumáticos que poderia encontrar durante a guerra que se travava.

Nestes dias, e, enquanto lá permaneci, nunca tive um jantar à mesma hora. Evitava-se assim que do outro lado da bolanha nos enviassem uma morteirada para a messe como já tinha acontecido noutra altura. Outro caso peculiar naquele Quartel de Buba, foi o de, para tomarmos banho, só ser possível com a ajuda de um copo ou outro utensilio parecido para se retirar a água de um bidão e tantas vezes cheia de ferrugem, lançando-a pela cabeça e percorrendo o resto do corpo. Deste modo sentíamo-nos frescos e ferrugentos. No entanto, Buba situa-se na margem direita do Rio Grande de Buba com o seu cais muito falado e escrito de local de embarque de escravos. As suas águas eram salobras e, como tal, impróprias para tomarmos banhos.

Enquanto durou a desmatação da estrada, o nosso trabalho no posto médico foi intenso. Todos os dias as tropas e a população sofriam emboscadas. Os feridos eram sempre muitos. O material sanitário principalmente agulhas eram escassas. Foram uns dias para mim de grande experiência que me ajudou durante toda a restante comissão.

Aqui em Buba, vim a conhecer um Furriel Miliciano Enfermeiro natural da Freguesia da Lousa do Concelho de Moncorvo e, portanto, vizinho do meu concelho (Vila Nova de Foz Côa), que me pediu que enquanto eu lá estivesse e se acaso ele não regressasse vivo de alguma das patrulhas que quase diariamente efetuava, quando eu regressasse ao Continente, fosse contar à sua família como era o dia-a-dia dele para tal acontecer. Estranho pedido me era feito! Até aos dias de hoje não mais soube deste meu amigo que me ajudou a enfrentar o dia-a-dia naquele local onde praticamente todos os dias havia ataques ao aquartelamento. Durante pouco mais de duas semanas que aqui permaneci, muito trabalho tivemos (Médicos e Enfermeiros) com principalmente civis que lá se encontravam a trabalhar na desmatação da estrada que ligava este local a Aldeia Formosa. Um dia, verificamos que o material de pensos, seringas e agulhas estavam na penúria. Tive que deixar de cozer alguns golpes por falta de agulhas. A pele das pernas dos nativos era de tal modo dura, que muitas vezes, o bico da agulha se partia. Estes trabalhadores foram durante aqueles dias o alvo preferido da guerrilha. Eram dezenas de feridos diários.

Com o fim dos trabalhos de desmatação, deixou de ser necessária a minha permanência em Buba. Tratei de me escapulir o mais depressa possível daquele ambiente. Para tal, dirigi-me a um dos Oficiais do CAOP (Comando de Agrupamento Operacional que lá naquela altura se encontrava e que no Ano seguinte viriam a ser assassinados numa reunião com o PAIGC que relatarei na altura devida) que me disse para sondar os vários pilotos que lá diariamente se encontravam. Só não vim de boleia num Fiat (avião de combate) porque o piloto não tinha paraquedas para mim pois caso contrário eu tinha arriscado.

Um dos pilotos que sondei, indicou-me que fosse falar com o Coronel Paraquedista Alcino que iria para Bissau naquela manhã. Assim o fiz. Este senhor não hesitou em me dar boleia.
Durante o percurso e ao sobrevoarmos a povoação de Tite, o Coronel pediu ao piloto para baixar um pouco de modo a verificar a razão de fumos que pairavam no ar. Comentou que poderia ser rescaldo de algum ataque da guerrilha.

O Coronel Alcino aproveitou para me pregar uma partida. Pediu ao piloto para nos colocar de cabeça para baixo dando umas quatro voltas. Eu ia deitando as tripas fora. Não vomitei, mas devo ter ficado de tal modo pálido que ele pediu ao piloto para nivelar o voo.

Chegados ao aeroporto de Bissau, agradeci ao Coronel a boleia e ofereci-me para lhe levar ao meu ombro a G3 que ele transportava. Agradeceu e respondeu-me que naquele momento eu nem com as minhas pernas podia quanto mais com a G3! Voltei a encontrá-lo meses mais tarde no Pelundo. Homem extraordinário este!

De regresso a Bissau e ao Quartel Seiscentos, o meu dia-a-dia voltou a ter a rotina de na parte da manhã desenvolvendo serviços na enfermaria e ajudando o médico nas consultas, bem como orientar o material sanitário ao meu cuidado e repor as faltas de medicamentos necessários para os militares. De tarde, uma viatura militar continuou-me a levar à Granja Agrícola.

Durante os meses que aqui passei estagiando, fui aumentando os meus conhecimentos sobre as culturas tropicais. Também granjeei muitas amizades de naturais da Guiné e de descendentes de Cabo Verde. Praticamente, os meus contactos passaram a ser de civis, que ao fim de semana me convidavam para almoçar ou simplesmente lanchar.
Um destes era o chefe da secretaria da Granja na altura. Muitos fins-de-semana passei na sua companhia mais do meu colega de nome Elói. Este meu colega, após a independência da Guiné, veio trabalhar para Lisboa e no Ministério da Agricultura pois manteve a nacionalidade Portuguesa. Sei que voltou a visitar a sua terra Natal só após a saída de Luís Cabral da Guiné. Neste seu regresso, contou-me novidades que eu tive dificuldade em acreditar no que me dizia.
– Queres saber Figuinha que o chefe da secretaria da Granja em quem nós tanto tínhamos confiança com as nossas conversas era informador do PAIGC? - Eu fiquei aparvalhado!

Um outro colega e que me forneceu muitos conhecimentos durante todo o tempo que estive na Guiné foi o É Mê. Quando fui para o Pelundo ele foi para Teixeira Pinto chefiar a Granja local. Até ao fim da comissão mantivemos contactos. Apesar de ser familiar de Amílcar Cabral, sempre que necessitava de ir a Bissau procurava fazê-lo quando eu ia também na escolta. Há poucos anos vim a saber que tem casa na zona do Montijo/Barreiro.

Outros colegas vieram para Portugal logo após a Independência da Guiné. Um deles veio até viver para a margem sul perto da minha casa e aqui morreu. Mas, houve um muito especial e dos mais novos que lá conheci. No dia anterior ao meu embarque para Lisboa, encontrámo-nos num café onde ele me disse que brevemente nos iríamos de novo encontrar em Portugal. Achei naquele momento que não passava de mais uma das suas graçolas. Porém, passado pouco mais de um ano de eu ter chegado a Lisboa, o Borges Galvão estava junto de mim trabalhando no Instituto de Cereais.

Este Borges Galvão tinha um irmão que foi o primeiro representante do PAIGC na antiga Jugoslávia. O pai deles possuía uma farmácia em Bissau. Foi uma grande alegria minha tê-lo reencontrado. Brincalhão como era, havia sempre boa disposição junto dele. Recordo que um dia após ter vindo dum serviço externo na zona da Cidade de Lamego, me fez saber que os burros daquelas paragens não gostavam de ver pretos. Dei uma gargalhada e preguntei-lhe as razões daquele disparate. Então com um ar muito sério contou-me que junto a um ribeiro, perto de uma aldeia onde tinha que ir fazer um inquérito relacionado com a panificação, máquinas existentes, cereais utilizados, inquéritos estes, que decorreram em todo o País, verificou que ao tentar passar um pequeno ribeiro, um burro, que se encontrava a pastar, deu em correr em direção a ele zurrando com ar ameaçador. Então recuou e pensou que o dito burro poderia ter sido ensinado a morder aos pretos pelo dono. Que o dono do burro talvez tivesse tido um filho que por ventura tivesse morrido na Guiné, e, como tal tenha ensinado o burro a morder os pretos que lhe aparecessem pela frente. O Borges contou esta história com um ar tão sério que deu para galhofa durante meses.

Ambos fizemos na altura parte do Instituto dos Cereais e, a pedido do Governo, pretendeu-se ter informações precisas sobre a Indústria de Panificação. Tal como o Borges, eu andei também a fazer este levantamento.

Após a Independência da Guiné, o Borges regressou de novo para lá. A sua jovem mulher foi a primeira Ministra da Educação da Guiné-Bissau Independente.
Como um grande jogador que o Borges Galvão sempre foi, segundo me tinha contado, antes de vir para Lisboa trabalhar, limpou do seu ficheiro que tinha no arquivo da Granja em Bissau, as informações que ele tinha escrito de trabalhadores da Granja Agrícola de Bafatá onde esteve com responsável. O Borges não dava um passo em falso. A vida deste meu colega e amigo passou pela América e Paris pelo menos que eu saiba, conforme os cargos políticos que a mulher ia tendo. Perdi-lhe o rasto desde o ano dois mil, por força do encerramento da EPAC onde eu trabalhava. Deste modo consegui durante vários anos ser informado sobre o que se ia passando naquele País.

Voltando à minha atividade militar, enquanto permaneci em Santa Luzia no Quartel Seiscentos, aconteceu aqui um grande incêndio com muitos rebentamentos de granadas e a destruição de instalações lá existentes. O acontecimento deu-se a seguir ao almoço, encontrava-me no quarto que ocupava com mais dois Furriéis Milicianos e um Segundo Sargento Corneteiro. Os Furriéis eram o Martins (Vaguemestre) e o Wilson Ribeiro meu colega civil de profissão. Os estrondos eram tão fortes que o edifício estremecia a cada rebentamento.
O primeiro a zarpar dali foi o dito Sargento que numa corrida só deve ter parado no centro da Cidade de Bissau. Nós os três tivemos mais calma e zarpamos na mesma para a Cidade.

Por este quartel passavam muitas companhias de militares de regresso ao Continente. Aqui permaneciam durante tempos elementos do quadro permanente encargados das comissões liquidatárias de Batalhões ou de Companhias independentes.

Conheci de perto alguns primeiros-sargentos preocupados com os acertos de contas das respetivas unidades a que pertenciam. Constou-se que foi um destes casos que por descuido ou não, deixou no cesto de papéis um cigarro mal apagado. Parecia que o quartel estava a sofrer um bombardeamento. Saí como outros demais para a cidade não fosse cair uma granada nos aposentos onde me encontrava. O General Spínola apareceu e mandou logo a polícia militar investigar o caso. Outros detalhes não fiquei a saber ou a minha memória pode falhar e não escrever a verdade.

Como o material sanitário do quartel estava sobe a minha responsabilidade e as movimentações eram muitas de outros Furriéis Enfermeiros que por lá passavam, sempre que me ausentava de tarde para a Granja Agrícola ficava tenso. Aconteceu que aquando tive que me preparar para ir juntar-me aos restantes elementos da Companhia que aos poucos foram indo para o Pelundo, tive que fazer ajustes no material e, para tal, contei com a boa ajuda do pessoal do Material Sanitário de Bissau que se encontrava junto ao Hospital Militar.

Durante este período, houve um caso de saúde de um militar duma Companhia que se preparava para regressar ao Continente que me deixou perplexo e ao Médico também. Apresentou-se queixoso dos órgãos genitais e cheio de febre. O Médico solicitou para baixar as calças e tirar as cuecas e, nesse momento, um cheiro fedorento transmitiu do seu corpo. Eu nunca pensei ver de perto um caso daqueles. O Médico que tinha a especialidade de Urologia disse-me que nunca tinha visto algo igual. De um dos lados dos testículos apresentava um buracão de tecidos podres. O Médico perguntou-lhe como era possível deixar-se chegar aquele estado, ainda para mais homem casado. Chamou-lhe de porco para cima. Este caso foi um alerta para mim dos perigos de doenças sexuais em climas quentes e húmidos.

Pelos conhecimentos que adquiri ao longo da comissão, creio ser uma das causas de muitos militares com stress dessa época devido a casos que nunca os conseguiram curar devidamente. Tive casos em que já não tinha antibióticos capazes de os curar. Infelizmente muitos destes casos já foram do Continente para lá.

Durante os meses que permaneci em Bissau e, também em outros momentos que do mato tive que vir a esta cidade, fui encontrando um ou outro conterrâneo. Um deles, quase todos os fins de semana me procurava para lhe arranjar uns xaropes que lhe completassem deficiências da alimentação que tinha na sua unidade. O Carlos (conhecido em Foz Côa mais por a alcunha de Fatinário) muito meu amigo, estava encargado de vigiar uns militares nossos presos que ao fim de semana lhes era permitido arejar e dar um passeio fora da prisão.

Outros encontrei de vez em quando como seja o Adriano (conhecido pelo Pote) o Sequeirinha, o filho da Ratoeira, o Aventino Guerra e um dos Maximinos que era filho de um pastor de ovelhas.

Ainda durante o tempo que passei pela Granja, vim a saber lá que Amílcar Cabral durante a sua permanência na chefia e na sua construção, foi desviando cimento que era destinado à construção de casas para os seus trabalhadores e, principalmente, para as Granjas de Bafatá e Teixeira Pinto. Este cimento foi utilizado na construção de abrigos subterrâneos nas duas matas mais densas da Guiné.

(Continua)
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Nota do editor

Primeiro poste da série de 10 DE MAIO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23253: "A Minha Passagem pela Guiné-Bissau em Tempo de Guerra" (António Sebastião Figuinha, ex-Fur Mil Enf) Parte I

2 comentários:

Valdemar Silva disse...

Caro Figuinha, um copo para deitar água a tomar banho? Não havia um balde, uma lata vazia daquelas da fruta, outro vasilhame maior?
Essa maneira de tomar banho, vulgo banho à fula, era assim no nosso Quartel e em todos os outros que não havia um chuveiro. E que bem que sabia.

"...A pele das pernas dos nativos era de tal modo dura, que muitas vezes, o bico da agulha se partia.." ?? Não seria por embater contra o osso, ah!ah!

Abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Figuinha,os teus escritos merecem uma leitura mais atenta. Estou no Hospital Ortopédico de Santana, na Parede,Cascais. Terei alta hoje
Depois comento. És bem aparecedo. Luís Graça