quinta-feira, 21 de julho de 2022

Guiné 61/74 - P23449: Os nossos seres, saberes e lazeres (513): Retomadas as festividades à Senhora de Antime, em Fafe (Manuel Barros Castro, ex-Fur Mil Enfermeiro)

1. Mensagem do nosso camarada Manuel Barros Castro, ex-Fur Mil Enfermeiro da CCAÇ 414, Catió (1963/64) e Cabo Verde (1964/65), com data de 18 de Julho de 2022, com a notícia das festividades à Sanhora de Antime, retomadas após o intervalo de dois anos por causa do Covid-19:

Bom dia caro camarada,
Para o nosso blogue aqui vai acontecimento de há longos anos importante em Fafe.

Um grande abraço,
Manuel Castro
(Tabanqueiro n.º 793)


A SENHORA DE ANTIME

A cada segundo domingo de Julho, em Fafe celebra-se o culto a Nossa Senhora de Antime, festa secular que, desconhecendo-se embora o seu início, sabe-se que já existia em 1736, isto é, há cerca de 300 anos.
Já por volta de 1860 Camilo Castelo Branco em “Memórias do Cárcere” descrevia: “A Senhora de Antime é de pedra e pesa com a charola vinte e quatro arrobas. Os mais possantes moços pegam ao banzo do andor…”

A tradição mantém-se tendo-se transformado na maior manifestação de fé deste concelho e uma das maiores do Minho. Dado a pandemia nos dois anos anteriores esteve suspensa sendo retomada este ano.

Assim, às dez horas saiu em procissão da Igreja Matriz de Fafe a charola da Senhora das Dores, aos ombros dos Bombeiros Voluntários de Fafe, acompanhados pelos grupos de escuteiros do concelho, em direcção à ponte de S. José, fronteira das freguesias de Fafe e Antime, onde se encontrará com a procissão que acompanha a charola da Senhora da Misericórdia, levada por dez valentões e uma multidão de fiéis.
Seguem daí rumo à Igreja Matriz, num percurso de mais de três quilómetros, ladeado de fiéis e de curiosos que à passagem aplaudem as Senhoras e após paragem em frente à Câmara Municipal para a recepção das autoridades municipais e largada de pombos, seguem para o seu termo na Igreja Nova de São José.
À tarde, pelas dezoito horas, dar~se-á o regresso da Senhora da Misericórdia à sua residência, Igreja de Antime.

Esta é uma festa religiosa que, como quase todas, tem a sua parte profana cujo início antecede a religiosa. Também ela de grande fama e muito concorrida.

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Nota do editor

Último poste da série de 16 DE JULHO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23434: Os nossos seres, saberes e lazeres (512): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (59): De novo em São Miguel, é infindável a romagem de saudade - 4 (Mário Beja Santos)

1 comentário:

Valdemar Silva disse...

Interessante Lenda e curiosidade das Festividades da Nossa Senhora de Antime (N.Sra. do Sol)

Estudiosos locais têm ligado a importante festa a um culto «culto solar de fecundidade», ligado o primeiro ao paganismo ou ao próprio nome da virgem e o segundo ao ritual de passagem da adolescência para a idade adulta. Nesse sentido, a procissão seria a actualização de um ritual muito antigo praticado pelos rapazes casadoiros, em que o transporte do pesado andor funciona como a verdadeira prova pública da virilidade ou masculinidade dos jovens, que teriam nesse acto, a esperança de viverem a ter um bom casamento.

Embora este ritual pré-cristão não subsista actualmente, durante a Guerra Colonial, os rapazes mobilizados na década de 60 e 70, na impossibilidade de carregarem o andor, acarretavam um saco de farinha de peso idêntico ao que lhes caberia se transportassem o andor, de modo a obter a protecção divina da Senhora de Antime.

(textos da internet)

Valdemar Queiroz