Em mensagem do dia 13 de Julho de 2022, o nosso camarada Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547/BCAÇ 1887, (Canquelifá e Bigene, 1966/68) enviou-nos este seu pema:
AO FIM DA TARDE
Ainda é dia ao fim da tarde
ainda há uma réstia de sol no horizonte
entre o fim do dia e a morte
ainda há uma ponte onde mora o frio
e onde o coração bate
ao som das luminosas águas de um rio.
Não te posso responder a quente senão choro…
o que há muito não acontece.
À margem da realidade
na magia de um sonho impossível que esmorece
nada mais consigo do que estender meu braço
e tocar os dedos da tua mão firme.
Mas tudo muda e resplandece
e se acende dentro de mim
no frágil redemoinho das palavras que disseste
e só a alma entende.
A música sorridente do teu rosto
canta bem fundo na alma nua da utopia
que ilumina a ponte da tristeza e da agonia.
Não saias dos meus olhos
e deixa-te estar um pouco mais
sobre esta ponte do fim da tarde em que ainda é dia
e há uma réstia de sol no horizonte
deliciosa mentira de uma primavera tardia
no castelo sideral da fantasia
onde habito entre os teus olhos e o infinito.
adão cruz
____________
Nota do editor
Último poste da série de 10 DE JULHO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23420: Blogpoesia (774): "Já não entendo este mundo", por Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547/BCAÇ 1887)
AO FIM DA TARDE
Ainda é dia ao fim da tarde
ainda há uma réstia de sol no horizonte
entre o fim do dia e a morte
ainda há uma ponte onde mora o frio
e onde o coração bate
ao som das luminosas águas de um rio.
Não te posso responder a quente senão choro…
o que há muito não acontece.
À margem da realidade
na magia de um sonho impossível que esmorece
nada mais consigo do que estender meu braço
e tocar os dedos da tua mão firme.
Mas tudo muda e resplandece
e se acende dentro de mim
no frágil redemoinho das palavras que disseste
e só a alma entende.
A música sorridente do teu rosto
canta bem fundo na alma nua da utopia
que ilumina a ponte da tristeza e da agonia.
Não saias dos meus olhos
e deixa-te estar um pouco mais
sobre esta ponte do fim da tarde em que ainda é dia
e há uma réstia de sol no horizonte
deliciosa mentira de uma primavera tardia
no castelo sideral da fantasia
onde habito entre os teus olhos e o infinito.
adão cruz
____________
Nota do editor
Último poste da série de 10 DE JULHO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23420: Blogpoesia (774): "Já não entendo este mundo", por Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547/BCAÇ 1887)
2 comentários:
Doce Utopia: Não saias dos meus olhos.
Que profundo!
É a força interior do nosso querer que nos mantém à tona.
Profundo e belo!
Eduardo Estrela
Enviar um comentário