Guiné > Bissau > "O Arauto, 27 de Julho de 1967", o único jornal diário da província no nosso tempo> Anúncios de duas casas especializadas em ostras, em Bissau : Casa Afonso, no Chão de Papel; e o Miramar, que vendia uma travessa gigante de ostras (da rocha ou da pedra, em conglomerado) por 20 pesos... Dois anos depois ainda eram ao mesmo preço, quando por lá passei... E o Hélder Sousa também pagava 20 pesos, quatro anos depois, em 1971
Croqui da parte oriental da Bissau Velha, entre a Avenida da República (hoje, Av Amílcar Cabral) e a fortaleza da Amura. No 15 ficava o Hotel Miramar / Cais Bar... A antiga Rua Olivera Salazar é hoje a Rua Mendes Guerra. O Miramar ficava em frente à Casa Pintosinho (2, no croqui). Era aqui, ao lonmgo da década de 1960 e 1970, comíamos ostras, a 20 pesos cada travessa, quando vínhamos a Bissau... (*)
Infogravuras: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
Lourinhã > Porto das Barcas > Tabanca do Atira-te ao Mar (... e Não Tenhas Medo!) > Agosto de 2020 > Ostras ao natural, anti-Covid 19... Não, são de Có, Quinhamel ou do Saltinho... São da Lagoa de Óbidos (**)
Foto (e legenda): © Luís Graça (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
(i) Luís Graça:
Viva o esparguete, que foi o fiel amigo do combatente ao longo da guerra... Mais as cavalas de conserva... Já poucos se lembram disto...
Chamar-lhe, ao esparguete, "atacadores da PM" (os atacadores brancos das botas da Polícia Militar...) é que é um achado humorístico...
7 de junho de 2023 às 06:32
Tem piada, o português não gosta de ostras, um excelente alimento... As nossas ostras, das melhores do mundo, vão para França. É como a história do porco preto espanhol que vem engordar nos nossos soutos... Não sabemos fazer presunto...
7 de junho de 2023 às 11:17
1. Há coisas engraçadas, mas que parecem não ter explicação: os portugueses têm nas suas rias, lagoas, estuários... bancos de ostras das melhores do mundo (dizem os entendidos, e dizem os franceses que lhes chamam "les portugaises"... sem qualquer discriminação ou conotação sexual)...
Mas a generaliddade dos portugueses prefere outros moluscos: a ameijoa, 0 berbigão, a navalha ou lingueirão, o percebe, o mexilhão, para não falar do "tremoço"... Há um preconceito atávico em relação à ostra (nome científico: Crassostrea Angulata) (talvez devido ao aparentemente repulsivo aspeto do seu interior...).
Quem foi à Guiné, pelo contrário, passou a ser fã da ostra, seja da ria Formosa, dos estuários do Sado e do Tejo ou até da lagoa de Óbidos... Amarga foi, porém, a ostra que deu nome a um infeliz operação, em que as NT sofreram uma emboscada com dois mortos, em 18 de outibro de 1969, no sector de Bula, testemunhada e filmada por jornalistas franceses.
Mas falemos das ostras do nosso contentamento, que se apanhavam em Có, balaios e balaios delas, e que depois eram vendidas e comidas em Bissau... Registamos aqui alguns comentários ao poste P24372 (***)
Viva o esparguete, que foi o fiel amigo do combatente ao longo da guerra... Mais as cavalas de conserva... Já poucos se lembram disto...
Chamar-lhe, ao esparguete, "atacadores da PM" (os atacadores brancos das botas da Polícia Militar...) é que é um achado humorístico...
7 de junho de 2023 às 06:32
Tem piada, o português não gosta de ostras, um excelente alimento... As nossas ostras, das melhores do mundo, vão para França. É como a história do porco preto espanhol que vem engordar nos nossos soutos... Não sabemos fazer presunto...
7 de junho de 2023 às 11:17
(ii) Hélder Sousa:
(...) Quanto a essa coisa de "o português não gostar de ostras", claro que só pode ser uma generalização pois os portugueses que estiveram na Guiné apreciavam (e apreciam) bastante essa iguaria. Não esquecer também a "sopa de ostras", que faz parte do roteiro gastronómico da Guiné-Bissau.
Tanto assim é que em muitas das "viagens do turismo de saudade" não faltam as idas a Quinhamel para comer ostras. E eram bem boas, as muitas que comi em Bissau. Boas e relativamente baratas.
No entanto devo confessar que também eu tinha um preconceito quantos "às ostras". Lembrava-me sempre as expressões "populares" que acompanhavam a expulsão de escarretas, daquelas bem cheias de muco e ranho com "lá vai ostra" e daí associar as situações à visão da ostra.
Depois, a luta com as faquinhas para chegar à ostra naqueles pedaços de "ostra da pedra", bem quentinhas, o molho de limão com piri-piri, o convívio, a visão das enormes travessas bem cheias, as "bazucas" a acompanhar, tudo isso ainda hoje é inesquecível.
Por cá havia viveiros naturais de ostras no Tejo e no Sado.
Quando regressei da Guiné e ainda antes vir para Setúbal, apanhando o "balanço" das experiências guineenses e o facto de o meu camarada TSF ser daqui de Setúbal e o pai trabalhar num despachante oficial que tratava dos despachos para França, onde são muito apreciadas, sempre voltei a comer essas iguarias.
Depois disso, com a entrada em funcionamento dos estaleiros navais da então Setenave, as ostras do Sado foram desaparecendo, dado que são muito sensíveis a elementos poluentes, embora agora se estejam a regenerar alguns bancos de ostras e que depois são tratadas em estação de depuramento.
Mas concedo que, na generalidade, os portugueses "não gostam de ostras"...
7 de junho de 2023 às 11:51
Tanto assim é que em muitas das "viagens do turismo de saudade" não faltam as idas a Quinhamel para comer ostras. E eram bem boas, as muitas que comi em Bissau. Boas e relativamente baratas.
No entanto devo confessar que também eu tinha um preconceito quantos "às ostras". Lembrava-me sempre as expressões "populares" que acompanhavam a expulsão de escarretas, daquelas bem cheias de muco e ranho com "lá vai ostra" e daí associar as situações à visão da ostra.
Depois, a luta com as faquinhas para chegar à ostra naqueles pedaços de "ostra da pedra", bem quentinhas, o molho de limão com piri-piri, o convívio, a visão das enormes travessas bem cheias, as "bazucas" a acompanhar, tudo isso ainda hoje é inesquecível.
Por cá havia viveiros naturais de ostras no Tejo e no Sado.
Quando regressei da Guiné e ainda antes vir para Setúbal, apanhando o "balanço" das experiências guineenses e o facto de o meu camarada TSF ser daqui de Setúbal e o pai trabalhar num despachante oficial que tratava dos despachos para França, onde são muito apreciadas, sempre voltei a comer essas iguarias.
Depois disso, com a entrada em funcionamento dos estaleiros navais da então Setenave, as ostras do Sado foram desaparecendo, dado que são muito sensíveis a elementos poluentes, embora agora se estejam a regenerar alguns bancos de ostras e que depois são tratadas em estação de depuramento.
Mas concedo que, na generalidade, os portugueses "não gostam de ostras"...
7 de junho de 2023 às 11:51
(iii) Luís Graça
Também há ostras aqui perto da Lourinhã, na Lagoa de Óbidos e, felizmente, cá em casa todos gostamos. Sou eu que as preparo.(**)
Confesso que também foi na Guiné, em Bissau, que comecei a apreciá-las. Depois quando ia à Galiza, passava por Vigo, não perdendo a oportunidade de as voltar a saborear... As deliciosas ostras das "rias bajas".
Acho que temos de fazer mais pela divulgação da nossa ostra, que é um excelente alimento e é rica em cálcio... Vou publicar o teu comentário... E mais algum que apareça sobre as ostras de Có, ou de Quinhamel, ou do Saltinho (parece que também as há no Corubal)...
Também há ostras aqui perto da Lourinhã, na Lagoa de Óbidos e, felizmente, cá em casa todos gostamos. Sou eu que as preparo.(**)
Confesso que também foi na Guiné, em Bissau, que comecei a apreciá-las. Depois quando ia à Galiza, passava por Vigo, não perdendo a oportunidade de as voltar a saborear... As deliciosas ostras das "rias bajas".
Acho que temos de fazer mais pela divulgação da nossa ostra, que é um excelente alimento e é rica em cálcio... Vou publicar o teu comentário... E mais algum que apareça sobre as ostras de Có, ou de Quinhamel, ou do Saltinho (parece que também as há no Corubal)...
No meu tempo em Bambadinca tínhamos o camarão ou o lagostim do rio Geba... Nunca apanhei uma diarreia por causa do marisco... Em África é sempre problemático comer marisco.
7 de junho de 2023 às 12:54
2. Já agora vai aqui um destaque para um texto do José João Braga Domingos sobre "as outras de Bissau" (****):
(...) Instalados no Ilondé, desde outubro de 1973, passamos a usufruir de vez em quando do consumo de ostras em Bissau.
Vários estabelecimentos de Bissau vendiam ostras mas, não sei porquê, frequentava sempre um estabelecimento que ficava no passeio do Pelicano, mais ou menos ao meio da rua, quase em frente ao Mussá, e tinha uma pequena esplanada.
Pedíamos travessas de ostras, que eram enormes, e, munidos de uma pequena faca, lá íamos abrindo as ostras que mergulhávamos no molho de limão bem picante e acompanhávamos com cerveja que, na altura, já era fabricada na Guiné. As cascas eram depositadas numa enorme caixa de cartão.
Mas, para além do petisco, a casa apresentava outra atração consubstanciada no jovem guineense que servia os clientes, de seu nome Joãozinho, que por acaso já tinha estado em Lisboa.
Dava gosto ouvir as suas histórias das quais me lembro de duas.
A primeira: Joãozinho não acreditava que a ponte sobre o Tejo, em Lisboa, tivesse sido feita com intervenção humana, antes tinha brotado espontâneamente do mar e ninguém o convencia do contrário.
A segunda: na sua estada em Lisboa, Joãozinho foi visitar o Jardim de "Orloge", como ele dizia, e, durante a visita aos répteis, saiu disparado (“no goss”) do recinto com medo “dos cobra”.
Perante a amostra é fácil perceber porque nunca mudei de fornecedor de ostras.
(...) Instalados no Ilondé, desde outubro de 1973, passamos a usufruir de vez em quando do consumo de ostras em Bissau.
Vários estabelecimentos de Bissau vendiam ostras mas, não sei porquê, frequentava sempre um estabelecimento que ficava no passeio do Pelicano, mais ou menos ao meio da rua, quase em frente ao Mussá, e tinha uma pequena esplanada.
Pedíamos travessas de ostras, que eram enormes, e, munidos de uma pequena faca, lá íamos abrindo as ostras que mergulhávamos no molho de limão bem picante e acompanhávamos com cerveja que, na altura, já era fabricada na Guiné. As cascas eram depositadas numa enorme caixa de cartão.
Mas, para além do petisco, a casa apresentava outra atração consubstanciada no jovem guineense que servia os clientes, de seu nome Joãozinho, que por acaso já tinha estado em Lisboa.
Dava gosto ouvir as suas histórias das quais me lembro de duas.
A primeira: Joãozinho não acreditava que a ponte sobre o Tejo, em Lisboa, tivesse sido feita com intervenção humana, antes tinha brotado espontâneamente do mar e ninguém o convencia do contrário.
A segunda: na sua estada em Lisboa, Joãozinho foi visitar o Jardim de "Orloge", como ele dizia, e, durante a visita aos répteis, saiu disparado (“no goss”) do recinto com medo “dos cobra”.
Perante a amostra é fácil perceber porque nunca mudei de fornecedor de ostras.
3. E, como as ostras são como as cerejas (o mal é começar), finalizamos com um comentário do Valdemar Queiroz ao poste P20388 (*),que vem enriqucer esta nossa série "No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande" (*****)
E quanto a ostras, já as tinha comido e de grandes barrigadas. Nos anos 1961-62-63-64 era hábito o campismo selvagem em Troia, e eu mais três amigalhaços da Estefânia (Lisboa) íamos pra lá acampar no Verão.
Naquele tempo, Troia tinha o cais dos barcos, umas casas da colónia da GNR, no lado do rio, o resto era deserto, uns pequenos palheiros, uns poços abertos na areia e centenas de tendas de campismo.
Andava-se para os lados da Comporta e, antes de chegar à Carrasqueira, havia uma zona com um grande 'filão' de ameijoa branca e ostras, aos milhares. Era encher grandes sacadas à pressa, por causa da subida da maré, e depois nas tendas grandes barrigadas: ameijoas e ostras abertas numa panela, com um pouco de água no fundo e apenas temperadas com sal, só faltava a cervejola.
Bons tempos, agora tudo aquilo faz parte do 'calote do BES'
28 de novembro de 2019 às 00:32
(***) Vd. poste de 6 de junho de 2023 > Guiné 61/74 - P24372: História da CCAÇ 2402 (Có, Mansabá e Olossato, 1968/70) (Coordenação: Raul Albino, 1945-2020) - Textos avulsos - Parte II: A imaginação que era preciso ter para se comer "atacadores da PM com estilhaços"!... Trocando carne do restaurante "Solar dos 10", em Bissau, por produtos locais de Có (camarão, ostras, tomate...) (Mário Vargas Cardoso, 1935-2023)
(****) Vd. poste de 16 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21907: Memórias de José João Braga Domingos, ex-Fur Mil Inf da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4516/73 (8): "As colunas para Farim e Guidaje", "Os engraxadores" e "As ostras de Bissau"
(*****) Último poste da série > 12 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24310: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (35): chegou a primavera (mesmo sem "abril, águas mil"), que vai bem com (diz a 'Chef' Alice): (i) favas com casca, suadas, à moda alentejana; (ii) carapauzinhos fritos com arroz de tomate; e (iii) favas suadas à moda da Maria da Graça... Sem esquecer: (iv) o festival literário "Livros a Oeste (11ª edição, Lourinhã, 9-13 mai 2023); e ainda (v) a 14ª quinzena gastronómica do polvo (Lourinhã, 17-31 mai 2023)...
___________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 27 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20388: Recortes de imprensa (106): Anúncios ("O Arauto", 27/7/1967) de casas de Bissau especializadas em ostras: Casa Afonso (chão de papel) e Hotel e Restaurante Miramar, frehte à Casa Pintosinho (Bissau Velho) (Benito Neves, ex-fur mil at cav, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)
(**) Vd. poste de 17 de agosto de 2020 > Guiné 61/74 - P21263: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (14): No "Chez Alice", as ostras da Lagoa de Óbidos
(...) Confesso:
aprendi a comer ostras em Bissau,
aprendi a comer ostras em Bissau,
à beira do Geba,
no intervalo da guerra...
Ao natural, as ostras,
apenas com lima e piripiri.
Passei por Tavira
mas não me lembro das ostras que lá comi.
Se é que havia ostras, no último trimestre de 68,
na ria Formosa que servia de campo de tiro.
E, se as comi, eram amargas.
no intervalo da guerra...
Ao natural, as ostras,
apenas com lima e piripiri.
Passei por Tavira
mas não me lembro das ostras que lá comi.
Se é que havia ostras, no último trimestre de 68,
na ria Formosa que servia de campo de tiro.
E, se as comi, eram amargas.
Se calhar, a maior parte de nós,
dos ex-combatentes,
aprendeu a comer ostras em Bissau...
Calhaus de ostras!...
Conglomerados!...
Com molho de lima e piripiri...
Passava-se um tarde
a matar a fome e a sede,
dos ex-combatentes,
aprendeu a comer ostras em Bissau...
Calhaus de ostras!...
Conglomerados!...
Com molho de lima e piripiri...
Passava-se um tarde
a matar a fome e a sede,
à volta de uma travessa de ostras,
longe do Vietname,
longe do Vietname,
que começava logo ali a partir de Nhacra.
A 20 pesos a travessa.
Não havia exercício mais anti-stressante
do que esse, de abrir e comer ostras,
nas esplanadas de Bissau,
à beira rio, com o cheiro a tarrafe,
A 20 pesos a travessa.
Não havia exercício mais anti-stressante
do que esse, de abrir e comer ostras,
nas esplanadas de Bissau,
à beira rio, com o cheiro a tarrafe,
e saudades do Tejo ou do Douro,
cada um tinha o seu rio de estimação. (...)
(****) Vd. poste de 16 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21907: Memórias de José João Braga Domingos, ex-Fur Mil Inf da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4516/73 (8): "As colunas para Farim e Guidaje", "Os engraxadores" e "As ostras de Bissau"
(*****) Último poste da série > 12 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24310: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (35): chegou a primavera (mesmo sem "abril, águas mil"), que vai bem com (diz a 'Chef' Alice): (i) favas com casca, suadas, à moda alentejana; (ii) carapauzinhos fritos com arroz de tomate; e (iii) favas suadas à moda da Maria da Graça... Sem esquecer: (iv) o festival literário "Livros a Oeste (11ª edição, Lourinhã, 9-13 mai 2023); e ainda (v) a 14ª quinzena gastronómica do polvo (Lourinhã, 17-31 mai 2023)...
15 comentários:
No Saltinho não havia ostras.
Há dez anos fui a um Torneio de Veteranos de Rugby a Arcachon,uma das capitais da ostreicultura.Foi um fim de semana de muita ostra,bibalve que já não comia desde 2008 quando estive na Guiné e fui a Quinhamel com o meu amigo Sado.
Fiquei um pouco de olhos arregalados,quando lá em Arcachon me informaram que grande parte das ostras eram provenientes da zona de Aveiro.Daqui eram exportadas com poucos meses para aquela zona de França,onde terminavam a "engorda"
Abraços
Eu também me deliciei com as ostras do Pintosinho ou seria Miramar, quando me deslocava do mato para Bissau, era cada caldeiro com limão e umas cervejolas; em 1972 penso que foi a primeira vez que as provei! Quando fui viver para França o ritual aos domingos era uma entrada com as ostras de Arcachon, mas desta vez com Veuve Cliquot, em vez das cervejolas!
Albertino Ferreira
Ex-Alf C. CAÇ.4540
Nas fotografias dos convivios no meu pelotão em Brá, que estão no blog , o menu pricipal eram ostras e cerveja. Nunca tinha comido ostras, gostei e comi tantas que quando saí da Guiné já não consegui comer mais. Acontece...
Luis Paulino (através do Formulário de Contacto do Blogger):
8 junh 2023 01:14
Ostras em Bissau. O Camarada José Domingos não se lembra da Cervejaria Espada na Rua do Pelicano. Ao Domingo à tarde eram depositados no passeio vários Bidons de casca de ostras.
Saudações Fraternas.
C. Caç. 2726 - Cacine
Cumprimentos,
Luis Paulino
Paulo, osttrasd no Saltinho ? No teu tempo não haviam... Tu estiveste lá bastante tempo...Mas será que imigraram ? Em 2017 há já indicação de haver bancos de ostras nas rochas no corubal...
16 DE MAIO DE 2023
Guiné 61/74 - P24319: Homenagem a dois 'guineenses' de adoção e paixão, o algarvio António Camilo e o nortenho Xico Allen (1950-2022): "Diário da Viagem até à Guiné-Bissau por terra e por ela", em 20 dias (Herculano Prado). II (e última) Parte: de 26 de setembro a 6 de outubro de 2017; 11 dias : Bambadinca, Xime, Ponta do Inglès, Ponta Varela, Bafatá, Saltinho, Cussilinta, Quebo, Mampatá, Bafatá, Gabu, Bijagós, Bissau... Lisboa
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2023/05/guine-6174-p24319-homenagem-dois.html
(...) 19º dia, quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Como tínhamos programada uma vista ao Saltinho, para lá almoçarmos, levantámo-nos mais tarde, sem as correrias que foram habituais ao longo destes dezanove dias. Só em Saint Louis, onde fizemos uma paragem reparadora e ontem, que ficámos em Bambadinca, ainda que com os incómodos que o Camilo e Xico tiveram, não fizemos visitas ou não estivemos ocupados com programas.
Chegámos a Saltinho por volta da 11,30 horas. Trouxemos almoço, para almoçarmos no Clube de Caça, que já foi referido na primeira visita, porque o Clube só abre para clientes, quando são feitas reservas. Contamos que depois das três horas nos tragam as famosas ostras, que até o meu primo Fernando me disse que são imperdíveis.
Como gostei deste local, trouxe o portátil para, na explanada em frente ao bar, ouvindo o barulho que as águas do Corubal fazem ao passar pelos rápidos do Saltinho, pouco antes de passarem pela Ponte Craveiro Lopes, procurar a inspiração que me falta, para escrever um texto mais digno de quem o possa ler.
A Luzinha acabou de chegar com um nativo do tempo da guerra, o Mamadu, ex-fuzileiro da nossa tropa, segundo diz, que reconheceu o alferes Mota de entre o grupo de fotos que tenho no portátil, tirados na festa dos meus sessenta anos.
Depois do almoço e enquanto esperámos pelas ostras, depois de tirar mais umas fotos, fomos tirar uma sesta nos quartos do Clube.
O Camilo veio dar-nos a notícia de que devido à altura das marés não puderam apanhar as ostras, o que para nós foi uma frustração e para a Luzinha um alívio, por não gostar de ostras.
No regresso a Bambadinca, o Camilo levou-nos a passar pelo interior da Tabanca de Mampata e, posteriormente, levou-nos aos rápidos de Cussilinta.
Antes de nos deitarmos deixámos as malas feitas, para irmos cedo para Bissau, porque apesar da partida estar marcada para as 15 horas, é necessário fazer o chec-in com seis horas de antecedência e porque para fazer a viagem até Bissau são necessárias mais de duas horas (...)
Luís
Anda grande confusão neste 19º dia do diário do Herculano Prado.O primo que cita, Alf Mota,meu amigo,era da 2701 do Clemente,falou-lhe em ostras da Guiné,não do Saltinho,segundo me disse agora via tlm.Também não há marés no Corubal
Abraço
Albertino Ferreira
A Casa Pintosinho vendia relógios, máquinas fotográficas, gravadores tudo de marcas caras, mas não vendia outras.
Seria na Miramar, e oh! que travessas de ostras que pareciam pedregulhos fumegantes, ainda com algum lodo, que tínhamos que ir abrindo e passar por um molho divinal.
Abraço
Valdemar Queiroz
As ostras da Guiné são magníficas, mas os cascabulhos da Ria Formosa são igualmente divinais.
Sim, porque pelo menos aqui no Sotavento algarvio é assim que também são denominadas.
Na Guiné fartei-me de saborear essa iguaria em Bolama, no bar do cabo Augusto junto ao cais e quando vinha do mato a Bissau, também fui frequentador da célebre Miramar onde íamos esquecer as agruras da guerra.
Abraço fraterno
Eduardo Estrela
Olá Valdemar,
Estava a ler os vossos comentários, e veio á memória, aquelas algumas tardes que passamos juntos, na esplanada da Solmar em Bissau, com uma travessa de ostras,, que nunca mais acabava, e ali ficávamos, uma tarde a partir pedra e a beber cerveja. Abraço.
Abílio Duarte
Caros camaradas
Pelo que tenho lido por aqui, verifica-se então que ainda há muitos apreciadores de ostras e bastantes saudosistas também.
Quanto a algumas "imprecisões" do tipo referir o "Pintosinho" e outras coisas, não podemos ser tão críticos quanto a essas "falhas de memória", absolutamente naturais devido ao passar do tempo.
Uma coisa é certa: as ostras, pese embora alguns preconceitos que possam existir sobre elas, são de facto um alimento de elevado valor e ao que parece existem em Portugal em vários locais e também se sabe que grande parte delas são para exportação.
Em comentário anterior referi a "sopa de ostras", pertencente à gastronomia guineense, na qual é conhecida como "pitch-patch".
Hélder Sousa
Olá Duarte
Uma tarde a partir pedra, era exatamente isso. As ostras vinham nas grandes travessas que pareciam pedregulhos sacados da maré, ainda com lodo.
Depois era abrir a pedra e sacar duas e três ostras passar pela molhóca e atacar com cervejola 2M (McMahon)
A travessa custava 10 pesos e era um fartura de 'não fosse a Guiné comias ostras uma porra'.
Por acaso, por cá quando fiz acampamento selvagem em Troia, em 1963-64-65, já tinha comido ostras para os lados da Carrasqueira a aldeia das palafitas, mas eram abertas ao lume sobre uma chapa e mais nada.
Abraço que eu tenho tenho andado aflito.
Queiroz
Obrigado, Paulo, também fui induzido em erro pela leitura da crónica de viagem à Guiné-Bissau, em 2017, da autoria do advogado Herculano Mota,casado com uma prima do António Camilo.
Bem o Camilo (que tem casa no Saltinho) nem o Xico Allen, infelizmemnte já falecido, nos alertaram na altura para esta e outras eventuais imprecisões. O Herculano Prado, enquanto militar, não esteve na Guiné, mas sim em Moçambique. Vou ter que corrigir o respetivio poste...
Estive no Saltinho em 1969 (e depois em março de 2008, no Saltinho e em Cussilinta) e não me lembro de ter ouvido falar em ostras... o Paulo Santiado, pelo contrário, é uam autoridade no que diz respeito ao Saltinho e ao Corubal... Além disso, é senhor engenheiro técnioco agrícola...
Também estranhei, porque o rio Corubal é verdadeiramente o único rio de água doce da Guiné-Bissau, e não está de facto sujeito â influéncia das marés... Tem excelemte peixe mas não ostars...Não sou "biólogo marinho", mas também achava estranho a ostra dar-se bem em águas doces... Em Portugal, ela dá-se bem nas rias e estuários, de ria dse Aveiro à ria Formosa, do estuário do Tejo ao do Sado...
Em suma, temos que estar mais atentos a estas pequenas "calinadas"... O Herculano Prado deve ter ter, pois, confundido Quinhamel e Saltinho...
Não se pode falar de ostras da Guiné sem falar do famoso e delicioso Pitche-Patche de Ostras (arroz de ostras)...
(...) GASTRONOMIA
A cozinha tradicional guineense não nos deixa indiferentes pela palete de sabores, aromas, ingredientes e cores que usa. Uma cozinha simples, mas surpreendente, resultante do cruzamento da cultura gastronómica ancestral africana - com produtos da terra como legumes ou fruta que só ali encontramos - com os matizes da cozinha radicional portuguesa.
As ostras de raiz ou de rocha são abundantes na Guiné-Bissau e convidam a um bom convívio debaixo do mangueiro. Os camarões de Farim são outra iguaria a não perder. A lima, a malagueta, o óleo de palma ou o caldo de mancarra (amendoim) são omnipresentes
na cozinha guineense caracterizada por sabores intensos e temperados. A acompanhar o “mafé” - o conduto composto por molhos e caldos de carne, marisco ou peixe - encontramos invariavelmente o arroz.
Os peixes como a bica são muito apreciados e normalmente comem-se grelhados com um molho feito à base de cebola, limão e malagueta. E claro, arroz!
Como pratos mais característicos, é de mencionar o Caldo dChabéu (feito com óleo de palma, quiabos, carne ou peixe), o Caldo de Mancarra (caldo de amendoim com carne ou peixe), Sigá (confecionado com quiabos, carne ou peixe e camarões), Pitche-Patche de Ostras (arroz de ostras), Cafriela (galinha da terra ou carneiro grelhados com molho de limão, malagueta e cebola), caldeirada de cabrito ou cabra grelhada.
De referir, ainda, que há etnias que comem macaco, o que constitui uma verdadeira ameaça para algumas espécies, e a etnia Papel que come cão. (...)
Fonte:
https://www.eeas.europa.eu/sites/default/files/guia_turistico_guine-bissau_ue_acl2018_pt_web.pdf
Perguntei ao Paztrício Ribeiro, por ,mail enviado no sábado, 10/06, 15:25
Patrício: Tu também nunca comestes ostras do Corubal, penso eu...E já andas por aí há quase meio século... Pescador do Cortunal sei que és ou foste...Huve para aqui uma grande confusão... sobre os melhores sítios das outars da GB...
Como vais ? Tudo bem ? Um abraço meu e do Paulo, que é teu conterrâneo, de Águeda...
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2023/06/guine-6174-24376-no-ceu-nao-ha-disto.html
Comenários:
(i) Paulo Santiago
(...)Anda grande confusão neste 19º dia do diário do Herculano Prado.O primo que cita, Alf Mota,meu amigo,era da 2701 do Clemente,falou-lhe em ostras da Guiné,não do Saltinho,segundo me disse agora via tlm.Também não há marés no Corubal
8 de junho de 2023 às 11:30
(ii) Luís Graça:
(...) Obrigado, Paulo, também fui induzido em erro pela leitura da crónica de viagem à Guiné-Bissau, em 2017, da autoria do advogado Herculano Mota,casado com uma prima do António Camilo.
Estive no Saltinho em 1969 (e depois em março de 2008, no Saltinho e em Cussilinta) e não me lembro de ter ouvido falar em ostras... o Paulo Santiago, pelo contrário, é uma autoridade no que diz respeito ao Saltinho e ao Corubal... Além disso, é senhor engenheiro técnico agrícola...
Também estranhei, porque o rio Corubal é verdadeiramente o único rio de água doce da Guiné-Bissau, e não está de facto sujeito à influência das marés... Tem excelente peixe mas não ostars...Não sou "biólogo marinho", mas também achava estranho a ostra dar-se bem em águas doces... Em Portugal, ela dá-se bem nas rias e estuários, de ria de Aveiro à ria Formosa, do estuário do Tejo ao do Sado...
Em suma, temos que estar mais atentos a estas pequenas "calinadas"... O Herculano Prado deve ter ter, pois, confundido Quinhamel e Saltinho...
9 de junho de 2023 às 21:51 (...)
Jose Teixeira (by email)
11/06/2023, 23:03
Meu bom amigo Luís.
No Saltinho não ostras, mas basta ir até à tabanca do Lisboa perto de Buba, que não fica assim tão longe e há uma farturinha delas. Em 2005 fomos lá buscar e deliciamo-nos no Saltinho.
O antigo paraquedista conhecido por Lisboa que vive nessa tabanca é pisteiro de caça e vai muitas vezes ao Saltinho para integrar grupo de caçadores.
Grande abraço do
Zé teixeira
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