domingo, 14 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19678: Blogpoesia (615): "Serra do Pilar", "Baladas perdidas" e "A leveza do ar", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Da Serra do Pilar desfrutam-se as melhores vistas sobre a cidade do Porto. Nesta foto, a Ponte Luiz I e o que resta da Muralha Fernandina mandada construir por D. Afonso IV, terminada no reinado de D. Fernando. À esquerda, a Sé Catedral e o Paço Episcopal. Visível, um pouco atrás, a esguia Torre dos Clérigos.
Foto e Legenda: Carlos Vinhal


1. Do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) estes belíssimos poemas, da sua autoria, enviados, entre outros, ao nosso blogue, que publicamos com prazer:


Serra do Pilar

Contraforte de Gaia, bem preso ao chão, não vá o Douro a leve ao mar.
Se armou com um quartel.
Ali especou, mirando o Porto
e a ponte que lhe passa à porta.

Sentinela atenta.
Só passa quem vai por bem.
Ali passou Isabel.
Jovem rainha.
Foi uma festa.

O Xá da Pérsia e a Farah Diba.
Já foi há tanto!...

Tanta vez, a palmilhei a pé.
De Trancoso à Sé e a Vilar.
Como bem eu lembro.
Ainda eu era jovem...

Berlim, 10 de Abril de 2019
17h22m
Jlmg

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Baladas perdidas

Perdi minhas baladas do Rio Minho, pelas terras verdes de Caminha.
Onde a floresta de pinhais fazia a sombra que nos regalava no campismo dos verões.
Onde as marés, em marcha certa, ponham à mostra meio rio.
Muitos barquitos ficam inertes sobre o lamaçal de lodo negro.

Aquele monte cinza de Santa Tecla que nunca mais pára de subir pró céu.
As esplanadas de ócio benfazejo onde se passavam ricas tardes.
Os passeios de liberdade e segurança, com a família, pelas trilhas da serra imensa.
O lendário Vilar de Mouros que, cada ano, regalava a juventude.
Quando a vida era uma luta e a família um baluarte.
Para ali íamos anos a fio, porque ninguém queria ir para outro lado...

Berlim, 10 de Abril de 2019
9h52m
Jlmg

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A leveza do ar

Mergulhados na vida, precisamos de ar, condição fatal.
Diáfano e azul, nimbado de luz, frescura de mar.
Nossos olhos sorriem. Saciados de cor.
Vibra de alegria nossa alma.
A esperança no futuro reverdece.
Ferve nosso sangue pelo corpo.
Arde em labaredas o fogo dos desejos.
Queremos viajar pelo mundo.
Ir à lua e ao sol.
Dormir numa ilha tropical.
Viver encantado na eternidade...

Ouvindo Carlos Paredes
Dia cinzento
Berlim, 13 de Abril de 2019
8h58m
Jlmg
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Nota do editor

Último poste da série de31 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19636: Blogpoesia (614): "De S. Bento à Régua e ao Pinhão", "Desaires" e "Nostalgia", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

sábado, 13 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19677: Ser solidário (224): ONGD Ajuda Amiga: angarição de fundos para a construção da esola de Nhenque, onde as crianças têm que atravessar uma bolanha com um quilómetro de comprimento e com crocodilos, para irem à escola mais próxima, em Bera




Guiné-Bissau > Região do Oio > Bissorã > Nhenque > A bolanha, a escola do outro lado, os crocodilos e os paus contra os "crocos"...


Fotos (e legendas): Cortesia de Ajuda Amiga 


CONSTRUÇÃO DA ESCOLA DE NHENQUE > 

NOVO PROJETO - EM FASE DE ANGARIAÇÃO DE FUNDOS E APOIOS



As crianças têm que atravessar uma bolanha com mais de um quilómetro, com crocodilos, para irem à escola


O objetivo deste projeto é a construção de uma escola na Guiné-Bissau na zona de Tolum e Nhenque [, a nordeste de Bissorã, na margem direita  do Rio Mansoa]. 

Esta escola irá resolver uma uma situação dramática, pois as crianças têm que atravessar uma bolanha com mais de um quilómetro com crocodilos para irem à escola de Bera que fica do outro lado, devido à falta de escolas nesta zona.

Este projeto irá acabar com este pesadelo e neste momento está na sua fase de angariação de fundos.

O objetivo da Ajuda Amiga é conseguir fundos em 2019 e construir a escola em 2020. 


Contamos com o seu apoio. Os pedidos e contactos decorrem em Portugal e a nossa voluntária e candidata pela Guiné-Bissau ao concurso Miss Mundo 2018, Rubiato (Ruby) Nhamajo, no âmbito das suas funções de Miss realizou em 1-2- 2019 uma Gala em Bissau, em que angariou igualmente fundos e apoios locais.

Todos os donativos devem ser feitos para a conta da Ajuda Amiga e serão integralmente utilizados nos projetos, pois os membros da Ajuda Amiga que se deslocam para apoiar os nossos projetos suportam eles próprios as suas despesas, e as despesas de funcionamento da Ajuda Amiga são pagas com as quotas dos sócios. 

A consignação dos 0,5% do IRS que pode ser feito para as sem custos para o doador, é outra importante contribuição. Consulte as nossas contas na página "Atividades" estão os nossos relatórios.






ONGD Ajuda AmigaDeclaração de IRS Solidária



Convidamo-lo a fazer uma declaração de IRS solidária, que irá ajudar os mais desfavorecidos, e não tem quaisquer encargos para si.

A Ajuda Amiga é uma Pessoa Coletiva de Utilidade Pública e são muitas pequenas ajudas que lhe permitem realizar a sua Missão.

O nosso NIF é 508617910

Ajude a mudar o Mundo.

Mais detalhes clique AQUI

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Nota do editor:

Último poste da série de 13 de abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19676: Ser solidário (223): ONGD Afectos com Letras: Consignação de IRS - não gasta absolutamente nada e pode dar imenso

Guiné 61/74 - P19676: Ser solidário (223): ONGD Afectos com Letras: Consignação de IRS - não gasta absolutamente nada e pode dar imenso


1. Mensagem da ONGD Afectos com Letras:

De: Afectos com Letras <afectoscomletras@gmail.com>
Data: quarta, 3/04/2019 à(s) 13:56
Assunto: Consignação de IRS - não gasta absolutamente nada e pode dar imenso


Car@s Amig@s

A consignação do IRS, prevista na lei (Lei n.º 16/2001 de 22 de junho) permite-vos atribuir 0,5% do total do imposto pago ao Estado a uma instituição. Como a Afectos com Letras!

De realçar que este valor não é retirado ao contribuinte, mas sim ao valor que viria a ser recebido pelo Estado. Trata-se de vos dar, enquanto contribuintes, a possibilidade de escolher onde querem ver gastos parte dos vossos impostos.

Com os donativos angariados continuaremos a trabalhar em prol da educação dos mais jovens na Guiné-Bissau, nas quatro escolas que patrocinamos, bem como na garantia de acesso das meninas à escola, dando às comunidades rurais instrumentos mecanizados de descasque do arroz, libertando assim a mão de obra feminina mais jovem de um trabalho moroso e difícil, que é o descasque manual do arroz.


Para nos ajudar deverão preencher o quadro 11 do modelo 3 da declaração do IRS, com o NIF 509 301 878 e colocar uma cruz na opção "Instituições particulares de solidariedade social" e na opção IRS. Caso estejam abrangidos pelo IRS automático, poderão confirmar se este campo está preenchido e alterar este campo para apoiar a Afectos com Letras.

Para obter mais esclarecimentos podem contactar-nos por email: 

afectoscomletras@gmail.com
ou pelo telefone (+351)918786792.
Muito obrigada!
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Guiné 61/74 - P19675: Os nossos seres, saberes e lazeres (315): Viagem à Holanda acima das águas (19) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 20 de Novembro de 2018:

Queridos amigos,
Era uma visita de ajustamento, dois dias em Bruxelas para abraçar amigos, ficar à sua disposição. E preparar uma viagem no início do outono, que se realizou, como aqui se irá contar.
Mesmo sujeito à compressão dos horários, voltou-se a locais que já se visitaram muitas vezes, mas como diz José Saramago, o que se vê no verão não é o que se vê no inverno, nem ao amanhecer nem ao entardecer, sozinho ou acompanhado, sempre se vai descobrindo algo mais que dita o consolo da visita e a vontade de ali retornar, como acontece sempre quando para o viandante se fala em Bruxelas.
Uma cidade com cerca de cem museus, pejada de alfarrabistas e lojas de traquitana, mesmo muitíssimo maltratada pelas destruições em prol de edifícios novos que albergam as instituições comunitárias, os negócios e os lobistas, tem sempre coisas novas a oferecer, tais e tantas são as suas pedras de tesouro.

Um abraço do
Mário


Em Bruxelas e Namur, numa certa repentinidade (19)

Beja Santos

Quem diria que esta praça tão formosa que começou a ser erigida na geometria que hoje conhecemos entre os séculos XIII e XIV, ficando concluído no século XV o edifício da Câmara Municipal, tenha sido barbaramente destruída num bombardeamento francês de 1695? Depois houve depredações, no tempo da Revolução Francesa, até que se chegou aos anos 1840-1850 e ganhou-se consciência da necessidade de salvaguardar este património de valor universal. Deve-se a Charles de Buls a política de salvaguarda da praça. Sempre que aqui se entra, fica-se de boca aberta perante a riqueza e a variedade das fachadas barrocas, douradas e esculpidas, com os seus engalanados emblemas corporativos. É uma decoração quase teatral, impossível ficar indiferente à justaposição algumas vezes violenta dos estilos e das épocas, à formosura de todo o conjunto.



A praça retangular é dominada pela alta silhueta do edifício da Câmara, é um dos principais monumentos da arquitetura civil gótica do país. O bombardeamento de 1695 destruiu e danificou arquivos e numerosas obras de arte, foram devorados pelo fogo quadros de Van der Weyden, Rubens e Van Dyck. Frente à Câmara temos a famosa Maison du Roi, o museu da cidade de Bruxelas, recheado de obras de valor incalculável. Quase todas as casas da Grand-Place pertenciam às corporações de mesteres, identificadas pelas esculturas ou motivos alegóricos aplicados nas fachadas: corporação dos padeiros, a guilda dos arqueiros, dos construtores de barcos, dos carpinteiros, etc. Todo e qualquer edifício está associado a uma história e nalguns deles, está historicamente seguro, encontraram-se figuras célebres como Karl Marx, Paul Verlaine e Arthur Rimbaud. Não se pode ficar indiferente a tanta beleza, mil vezes que se entre nesta praça.



Regresso a Namur, almoço em casa de uma grande amiga, passei pela cidade, visita à cidadela e um passeio a Dinant, nada mais, ao anoitecer é regressar cedo a Bruxelas, na manhã seguinte parte-se pela alva a caminho de Lisboa.




O viandante é sempre recebido com desvelo e ternura, trata-se de uma amizade que já passou os 35 anos de relação profundamente cordial, conheceu-se o essencial deste recheio na cidade de Bruxelas, depois dessa mudança para Saint-Marc, a poucos quilómetros de Namur. Uma bela sopa, entradas, uma tábua de queijos, saladas, um bom Beaujolais, café e pralinês. Um passeio pelo jardim, Nelly Alter mantém com todo o esmero o seu jardim cercado de bosques. No pós-prandial, ruma-se à cidade.


Olha-se para o relógio, é arriscado ir passear a Dinant, o melhor é vagabundear por Namur, resiste-se a visitar a feira de antiguidades, o viandante já lá foi várias vezes, são esplendorosas cavernas de Ali Babá, o melhor é só cirandar pelo centro, e assim caiu-se numa praça de flores, está aqui a riqueza luxuriante de um fim de verão, como é que se pode resistir à intensidade de tanta luz, de tanto colorido?



É o fim do dia, vai seguir-se o comboio para Bruxelas, os tons ígneos do céu fazem prever um bom tempo para amanhã, uma viagem amena de regresso. Como é que é possível resistir a este céu em fogo?


No termo da viagem, o viandante quer recordar um templo religioso que visitou vezes sem conta nas suas deambulações por Bruxelas, Nossa Senhora da Finisterra, construção barroca, em plena Rua Nova, uma das zonas comerciais mais intensas, por aqui se andava de saco a comprar vitualhas e lembranças para a família, depois passava-se para a gare central, aqui se toma o comboio para o aeroporto de Zavantem, já no Brabante flamengo. Aqui se fazia pausa para agradecer privilégios, ficou o hábito, só em circunstâncias excecionais é que o viandante aqui não regressa para cantar hossanas, desejar paz para os seus mortos e glória para os seus vivos.

Igreja de Nossa Senhora da Finisterra, Rua Nova, Bruxelas.


É a despedida. Dentro em breve aqui se regressa, será uma visita comovente, quem aqui recebeu o viandante durante décadas tomou a decisão de partir para um lar, a madura idade sénior é mais forte. Deixamos para mais tarde a despedida comovente, amanheceu cedo, o céu é límpido, o viandante voltará sempre que lhe for possível, este entusiasmo é uma sarça-ardente, e ainda bem.

FIM
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Nota do editor

Último poste da série de 30 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19633: Os nossos seres, saberes e lazeres (314): Viagem à Holanda acima das águas (18) (Mário Beja Santos)

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19674: Tabanca Grande (476): João Fernando Congil Rosa, ex-Soldado TRMS da CCAÇ 2465 / BCAÇ 2861 (Có e Bissum Naga, 1969/70), nosso tertuliano 787

Via facebook Messenger, o nosso camarada e novo tertuliano João Fernando Congil Rosa, ex-Soldado TRMS da CCAÇ 2465 / BCAÇ 2861 ( e Bissum Naga, 1969/70), manifestou a sua vontade de aderir à nossa tertúlia.

Com muito gosto o recebemos à sombra do nosso poilão, onde ocupará o lugar n.º 787.

Lembramos que a CCAÇ 2465 foi comandada pelo Capitão de Infantaria António Melo de Carvalho, actualmente Coronel na situação de Reforma, também ele pertencendo à tertúlia deste Blogue.

O Coronel António Melo de Carvalho escreveu o livro "Paz e Guerra Memórias da Guiné", já aqui abordado numa recensão feita por Mário Beja Santos em 2016. 

Abril/Maio 1967 - Construção do quartel de Bissum-Naga. 
Foto e legenda: © Carlos Ricardo. 


Sobre a CCAÇ 2465:


Desembarcou em Bissau em 11 de Fevereiro de 1969. Seguiu imediatamente para Có, a fim de efectuar o treino operacional e integrar as forças empenhadas na protecção e segurança aos trabalhos da estrada Bula-Có, na zona de acção do seu Batalhão.

Em 16 de Maio de 1969 foi substituída na missão pela CCAÇ 2584 e seguiu para Bissum a fim de render a CCAV 1747, tendo assumido a responsabilidade daquele subsector em 4 de Junho de 1969.

Em 30 de Novembro de 1970 foi rendida pela CCAÇ 2781 e recolheu a Bissau.

Regressou à Metrópole em 7 de Dezembro de 1970.
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Nota do editor

Último poste da série de10 de abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19663: Tabanca Grande (475): Fernando José Estrela Soares, cor inf ref, membro da Tabanca da Linha, senta-se à sombra do nosso poilão, sob o lugar nº 786: foi comandante da açoriana CCAÇ 2445 (Cacine, Cameconde e Có, 1968/70)

Guiné 61/74 - P19673: Notas de leitura (1168): Missão cumprida… e a que vamos cumprindo, história do BCAV 490 em verso, por Santos Andrade (1) (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 31 de Janeiro de 2019:

Queridos amigos,
Desconhecia inteiramente esta "Missão Cumprida" de Santos Andrade, a história do BCAV 490 em verso.
É um documento de grande importância, não pode ser escamoteado. Ocorreu-me a sua transcrição integral aqui no blogue, atraindo à cena muitos outros testemunhos, alguns a que eu reconheço elevado recorte literário, outros depoimentos talvez mais datados, o fundamental é convocá-los como nossos parceiros de missão, de dever de memória.
Do coração deixo aqui o apelo para a intervenção de todos com sugestões, memórias, fotografias, Santos Andrade é um aedo, um lírico porta-estandarte do BCAV 490, é ele próprio a falar da amizade, das dolorosíssimas perdas, pondo nomes a quem cedo partiu e a quem regressou com toda a sua vida transformada.
Peço ajuda para esta missão que vamos cumprindo, a de pontuar o que vimos, o que experimentamos, a Guiné que não deixámos perecer.

Um abraço do
Mário


Missão cumprida… e a que vamos cumprindo (1)

Beja Santos

“Missão Cumprida”, de Santos Andrade, é a história em verso do BCAV 490. Foi composto e impresso na Tipografia das Missões, Guiné Portuguesa, em julho de 1965, o que significa que o autor antes de regressar da sua comissão tinha a obra acabada. O bardo conta como vai para a vida militar, como chega a Mafra, passa por Estremoz, fala das desditas das perdas, da vida em Bissorã, da Batalha do Como, da chegada a Jumbembem, fala-se de Farim, Cuntima, Guidage, de operações, muitas, de emboscadas, de armadilhas, de valentia, do retorno a Bissau, há memórias de tudo, apelos sentimentais, até o termo da gesta, com o fado do regresso. É verdade que há já um conjunto de histórias de unidades militares em verso, creio, salvo melhor opinião, que esta é a primeira que se escreveu na literatura da guerra da Guiné, presta-se a uma homenagem a Santos Andrade, a quem fez parte do BCAV 490 e a quem tanto escreveu, por artes colaterais, incidentais, no que aqui em verso se nomeia. E assim ocorreu um projeto, com algo de mobilizador, ir publicando o que Santos Andrade versejou e lembrar outros autores, dando a possibilidade a muitos, a começar por quem esteve nas fileiras do BCAV 490 a quem tem histórias similares ir depondo ao longo de uma série de transcrições desta tão impressiva “Missão Cumprida”.
Assim, ao encetar o que o bardo conta de si e do seu batalhão, convida-se a que muitos testemunhem e aumentem esta missão cumprida que continuamos a cumprir até que o último dos combatentes entregue em definitivo o estandarte nos labirintos da História.
Valeu?


A missão cumprida começa assim:

Um rapaz que conta a sua vida e seguidamente a do seu Batalhão

Mote

Amigos do coração
vou para a vida militar.
Fui para as Caldas da Rainha
Para a recruta tirar.

No dia da minha abalada,
a 28 de Janeiro,
tomei o comboio para o Barreiro
com muita rapaziada.
Ás quatro da madrugada,
estava eu já na estação
Comecei a apertar a mão
a quem comigo não quis vir
e o meu destino vou seguir,
amigos do coração

A viagem foi bem boa:
não escapei nada mal!
Quando eram oito e tal
tomei o barco p’ra Lisboa.
O Cícero como boa pessoa
começou comigo a falar;
o Abelardo a perguntar
o que é que eu vinha fazer;
e eu lhe comecei a dizer:
vou para a vida militar.

Quando o barco foi atracado,
nós descemos do navio,
procurámos a estação do Rossio,
mas o comboio tinha abalado.
Eu estava ensonado
e muita fome tinha.
Fui comer uma galinha
mesmo em cima do passeio
e, quando a automotora veio,
fui para as Caldas da Rainha.


Assim começa Santos Andrade e de imediato me ocorreu o arranque do Diário do Soldado Inácio Maria Góis, seguramente o melhor diário da Guiné que até hoje se escreveu:
“Eu, Inácio Maria Góis, filho de Luís Justo Pereira de Góis e de Bárbara Antónia, natural dos Gasparões, concelho de Ferreira do Alentejo. No dia 2 de Agosto de 1962, fui alistado com toda a prontidão para cumprir o serviço militar obrigatório. Em pleno mês de Setembro de 1973, encontrava-me eu a trabalhar na vila da Batalha, onde exercia a profissão de operador de máquinas de terraplanagens”.

Tinha que se apresentar no RI3, em Beja, em 20 de outubro. Despediu-se dos colegas de trabalho e embarcou para Porto Covo para se despedir do pai e da namorada.
É um autor que se despe em toda a sua intimidade:
“Desci do autocarro, peguei na minha mala e caminhei em direcção a casa do meu pai, bati à porta, veio a minha madrasta, que me lançou um olhar de arrepiar, ela não gosta de mim, nunca gostou. Eu nunca lhe faltei ao respeito, apenas lhe disse que venho visitar os meus irmãos e o meu pai, é ela que manda, põe e dispõe à sua maneira, é mais nova que o meu pai dez anos. Tudo quanto ganhei até entrar para o serviço militar o meu pai se aproveitou da minha inocência e eu acreditei na boa-fé do meu pai, que afinal traiu o próprio filho e praticamente o abandonou, dizem que há Deus e eu tenho que acreditar. Vim também para ver a minha namorada, de quem gosto muito e me dá carinho e algum alento”.

E ocorreu-me igualmente o arranque da esplêndida obra de Filipe Leandro Martins, “O Pé na Paisagem” (Editorial Caminho, 1981):

“O comboio deixou-nos na cidade com mais ou menos vinte anos. Saímos aos trambolhões, entre malas e saquinhos, berrando uns pelos outros com a solidariedade de bairro, de vila ou de escola. Eu vinha só com a mala pesadíssima que trazia de casa para a caserna que nos esperava, velhaca. Arrastávamo-nos com pressa, desancados pela viagem, pelas bagagens, pelo sol provinciano à uma da tarde no largo amarela da estação e ouvi alguém gritar o meu nome uma porrada de vezes antes de me voltar. Não me apetecia partilhar o que ia ser a vida dali para diante.
Acabei por parar, com ar de poucos amigos e encarar um moço de óculos, amigo de um amigo, um pálido e nervoso bancário com quem trocara apenas uma dúzia de palavras. Durante três meses ia ouvir as suas angústias de autodidata, sem tempo para lhe falar nas minhas”.

(continua)

Forte do Pessegueiro, perto de Porto Covo.
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Nota do editor

Último poste da série de 12 de Abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19670: Notas de leitura (1167): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (80) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P19672: Agenda cultural (679): Lançamento do livro "A Minha Guerra a Petróleo", da autoria de António José Pereira da Costa: A25A, Rua da Misericórdia, 95, dia 17 de abril de 2019, 4ª feira, às 17h30. Apresentação: Carlos Matos Gomes




1. Mensagens do nosso camarada,  sempre bem humorado,  o Tó Zé (pró amigos),  António J. Pereira da Costa, com datas de 10 e 11 do corrente:

Apareçam e tragam amigos.
E inimigos também, porque a mim tanto me faz!
É necessário é que venham.

Digam bem ou digam mal, o que é preciso é que digam qualquer coisa.

Um abraço dos bons e obrigado


António Costa

PS - Conheço o Estrela Soares, desde Cacine. É bom que venha. É mais um e um que andou comigo "a pedir para as almas". A Guerra a Petróleo será lançada na A25A em 17 deste mês. O apresentador é o Carlos Matos Gomes. Por estes dias divulgarei o "invento". Aos que não foram poderei vender em 25Mai, em Monte Real.


Ficha técnica:

Autor: António José Pereira da Costa
Data de publicação: Fevereiro de 2019
Editora: Chiado Books
Local: Lisboa
Número de páginas: 192
ISBN: 978-989-52-5071-4
Colecção: Palavras Soltas
Idioma: Pt
Preço: 14 € (papel) | 3 € (ebook)


Autor: António José Pereira da Costa

António José Pereira da Costa nasceu na Amadora e é coronel de Artilharia reformado, tendo terminado a sua carreira activa, como Director da Biblioteca do Exército, em Dezembro de 2011. Considera que o seu embarque para a Guiné, em Janeiro de 1968, com vinte anos de idade, marca o início da sua vida como operacional. Regressado a Lisboa exactamente um ano depois, volta a embarcar, em Maio de 1971, regressando à então Metrópole, em Agosto de 1973.

Este livro expõe as memórias que guarda de cerca de cinco anos da sua vida de militar profissional, dos quais trinta e oito meses decorreram “no TO daquela PU”. A par disso e passados que foram mais de quarenta anos sobre o fim da guerra, tece considerações acerca do modo como funcionava o País e o Exército, antes do início das hostilidades, e sobre as consequências que advieram do que se passou na Guiné entre 1963 e 1974.

Nos últimos anos da sua carreira profissional e já depois de reformado, tem vindo a realizar trabalhos de investigação no âmbito da História Militar de Portugal, individualmente ou em colaboração. Dessa actividade resultaram livros, conferências e textos dispersos.

Guiné 61/74 - P19671: XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande (4): os melhores exemplos são os que vêm de cima... O novo grã-tabanqueiro, nº 785, o maj gen ref João Afonso Bento Soares, inscreve-se com tempo e vagar e traz com ele o José Ramos, ex-fur mil trms, chefe do posto do STM do Agrupamento de Bafatá (1968-70), um "periquito" que pede também para acomodar-se na mãe de todas as tabancas... A mês e meio do encontro, em Monte Real, há já 45 inscrições!... O normal é a malta deixar tudo para o fim...


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real >X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > "Foto de família"... Um dos encontros até agora realizados em que se consguir fazer o pleno: 200 participantes...Na "foto de família" não estão todos... A disciplina já não é o que era,,,

Foto (e legenda): © Miguel Pessoa (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complemenetar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do novo membro da Tabanca Grande, nº 785,  João Afonso Bento Soares, maj gen ref, ex-dap eng  trms, STM / QG / CTIG (1968/70) (*)

Data - segunda, 8/04, 19:21

Assunto - Inscrições para o almoço de 25 de maio

Caro Amigo Carlos Vinhal:

Recentemente admitido na Tabanca Grande com o nº 785, ainda não tenho o prazer de o conhecer, mas espero que tal aconteça no próximo dia 25Maio19.

Para tanto, venho fazer a minha inscrição para o XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande e tomo a liberdade de também inscrever mais um camarada que espero seja oportunamente convidado para integrar a Tabanca. Abaixo os dados:

(i) foi Furriel de Transmissões, Chefe do Posto do STM no Agrupamento de Bafatá em 1968 - 70;
(ii)  e chama-se José Ramos. 

Eu fui portanto Chefe dele enquanto Comandante do Destacamento do STM.

Solicito informe se é necessário o pagamento antecipado. Somos assim 2 unidades para o almoço e não vamos pernoitar.

Um forte abraço,

João Afonso Bento Soares
Major General


2. Nova mensagem do João Afonso Bento Soares, com data de ontem, às 18:22:

Ora vivam,  camaradas e bons amigos:

Contente fico com a chegada do Estrela Soares (**) com quem partilhei belos momentos na AM [Academia Militar]. Lá estaremos,  a 25Maio, em Monte Real,  para matar saudades.

Peço ao Prof. Luís Graça para fazer o favor de diligenciar a entrada oficial (com a atribuição do respectivo nº  de membro da Tabanca) do ex-Fur Mil José Ramos - Destacamento STM, Guiné 68 - 70, chefe do Posto do STM de Bafatá. Já está inscrito para o convívio deste ano: o seu mail é imobiliaria@valorespaco.com

Um forte e sempre amigo abraço para todos
Bento Soares


3. Até à meia-noite de ontem, tínhamos já 45 inscritos no XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande, Monte Real, Leiria, Palace Hotel Monte Real, 25 de maio de 2019. Recorde-se que a lotação máxima do salão Dom Dinis são 200 convivas (***).

Aproveitem, camaradas e amigos, não deixem para o fim a vossa inscrição. E não se esqueçam: 

"No céu... não há disto!", diz o proverbiário da Tabanca Grande...

E também diz:

"Amigo traz amigo e amigo fica."

"Camarada, mais do que um dever, é uma honra que te é devida,
r a Monte Real pelo menos uma vez na vida."

"Encontro Nacional da Tabanca Grande: orar, comer.. e amar em Monte Real!"

"Lugares ao sol, não temos... Só à sombra, do nosso poilão!"

"Não é o Panteão Nacional, é melhor, é... a Tabanca Grande."

"Ninguém leva a mal: em cima o camarada, em baixo o general."

"O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!"

" 'Periquito' salta pró blogue, que a 'velhice' já cá está!"

"Tabanca Grande: a mãe de todas as tabancas."...


Alfredo da Silva e esposa - Cabeceiras de Basto
António Acílio Azevedo e Irene - Leça da Palmeira / Matosinhos
António Estácio - Mem Martins / Sintra
António João Sampaio e Maria Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos
António Joaquim Alves e Maria Celeste - Carregado / Alenquer
António José Pereira da Costa e Maria Isabel - Mem Martins / Sintra
António Martins de Matos - Lisboa
Armando Pires - Algés / Oeiras

Carlos Cabral e Judite - Pampilhosa
Carlos Pinheiro - Torres Novas
Carlos Vinhal e Dina - Leça da Palmeira / Matosinhos


Ernestino Caniço - Tomar

João Afonso Bento Soares - Lisboa
Joaquim Mexia Alves - Monte Real / Leiria
Jorge Canhão e Lurdes - Oeiras
José Manuel Cancela e Carminda - Penafiel
José Pedroso e Helena - Sintra
José Ramos - Lisboa

Lucinda Aranha e José António - Torres Vedras
Lúcio Vieira - Torres Novas
Luís Graça e Maria Alice Carneiro - Lourinhã
Luís Paulino e Maria da Cruz - Lisboa

Manuel Augusto Reis - Aveiro
Manuel José Ribeiro Agostinho e Elisabete - Leça da Palmeira / Matosinhos
Manuel Lima Santos e Fátima - Viseu
Miguel e Giselda Pessoa - Lisboa

Rui Guerra Ribeiro - Lisboa

Vítor Ferreira e Maria Luísa - Lisboa
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Guiné 61/74 - P19670: Notas de leitura (1167): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (80) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 19 de Julho de 2018:

Queridos amigos,
Dá-se a feliz circunstância de ter acabado a leitura do trabalho de Silva Cunha (durante muitos anos Ministro do Ultramar e o último Ministro da Defesa de Marcelo Caetano), trata-se da missão de estudos aos movimentos associativos em África, neste caso a Guiné, 1958. Em dado passo, o então professor de assuntos ultramarinos dirá que na Guiné o setor da economia capitalista era muito restrito e limitava-se quase exclusivamente à atividade comercial. Era raro o europeu que se dedicava à agricultura por conta própria e os que o tinham ensaiado quase sempre tinham fracassado.
Esta documentação do BNU certifica todos estes fracassos, e de muitos deles até se encontra a explicação. A maior alegria que me deu ter feito este levantamento documental foi descobrir a sua importância, estão aqui chaves explicativas para o que era o mercado colonial da Guiné no século XX, como funcionava a economia e a importância crucial da agricultura. Há olhares implacáveis sobre os políticos e o funcionamento da administração, há relatórios preciosos sobre o período que antecede e acompanha os primeiros anos da luta armada, impossível imaginar que estes gerentes em Bolama ou em Bissau pudessem ensaiar assassinatos de caráter, tão drásticas seriam as consequências. E não menor é a alegria de pôr na praça pública todo este vastíssimo silêncio das caixas conservadas no Arquivo Histórico do BNU.

Um abraço do
Mário


Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (80)

Beja Santos

Chegámos ao último ato da existência do BNU da Guiné, o documento que abaixo se transcreve sela o seu destino, os seus ativos e passivos, estabelece responsabilidades entre as partes contratantes, os trabalhadores, conforme consta num extenso anexo que aqui não tem sentido publicar, verão os seus direitos assegurados, poderão optar entre Portugal e a Guiné-Bissau. A partir deste momento, fecha-se o livro, abre-se um caminho para a História, todo o processo iniciado em 1902 (e cuja investigação cronologicamente sequenciada não se pode fazer por declarada falta de elementos, até se pode admitir que o acervo esteja incorporado na documentação da Casa Gouveia), escreve as suas últimas linhas neste acordo de tramitação de património.

Ficou tudo dito e esclarecido? Seguramente que não, desapareceram peças elementares, e mesmo que todo o levantamento documental existisse, a história de um Banco, mesmo sendo uma pedra angular para qualquer investigação sobre o funcionamento de uma praça colonial, é uma nesga de luz sobre qualquer parcela colonial. E no entanto, digo-o sem qualquer hesitação, doravante qualquer investigação aprofundada sobre o mercado guineense, a sua agricultura, o seu comércio, as suas contas com a Metrópole, o perfil dos empresários, o olhar experimentado de conhecedores, caso das notas incontornáveis de Castro Fernandes, em 1957, não pode prescindir de uma submersão nesta tonelada de papel, que aguardava avidamente o seu arejamento, a sua entrada no espaço público.

Ao despedir-me do Arquivo Histórico do BNU, jamais poderei esquecer o fruto do acaso que aqui me trouxe, a este lugar de Sapadores, um espaço enorme que até poderia ter como destino uma garagem ou uma serralharia, e o desvelo recebido de competentes funcionários, a quem publicamente agradeço o acolhimento e a disponibilidade de porem toda a documentação para minha consulta: Filomena Rosa, Nuno Fernandes Carlos e Rui Lopes Costa, oxalá que em breve àquele espaço acorram mestrandos e doutorandos de várias nações. 
E nada mais por hora, a aventura mal começou…


FIM

Ilha de Uno, Bijagós. Vista sobre terreiro. Fotografia de Francisco Nogueira, retirada do livro “Bijagós Património Arquitetónico”, Edições Tinta-da-China, 2016, com a devida vénia.

Imagem extraída de “Guiné Portuguesa”, por Carvalho Viegas, 1936.

Imagem extraída do “Anuário da Guiné Portuguesa”, 1948.
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Notas do editor

Poste anterior de 29 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19630: Notas de leitura (1164): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (79) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 8 de abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19659: Notas de leitura (1166): “A nossa guerra, dois anos de muita luta, Guiné 1964/66 – CCaç 675”, por Belmiro Tavares e José Eduardo Reis de Oliveira, edição de autores, 2017 (3) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P19669: Parabéns a você (1603): Francisco Alberto Santiago, ex-1.º Cabo TRMS do BART 3873 (Guiné, 1972/74)

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Nota do editor

Último poste da série de  11 de abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19666: Parabéns a você (1602): Jorge Félix, ex-Alf Mil PilAv Alouett III - BA 12 (Guiné, 1968/70); Jorge Picado, ex-Cap Mil, CMDT das CCAÇ 2589 e CART 2732, e CAOP 1 (Guiné, 1970/72) e Manuel Marinho, ex-1.º Cabo At Inf do BCAÇ 4512 (Guiné, 1972/74)