terça-feira, 21 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19809: Convívios (895): Pessoal que passou pelo Enxalé, em 1965/67, reuniu-se na Ericeira, Mafra: CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54. Organizador, o "Mafra", Manuel Calhandra Leitão. Alguns vieram de longe, como o Henrique Matos (Olhão) ou o João Crisóstomo (Nova Iorque, EUA)


Mafra > Ericeira > Restaurante Onda Mar > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, Porto Gole e/ou Missirá, 1965/67 >   Da esquerda para a direita, dois homens da CCAÇ 1439: o ex-alf mil Sousa (V. N. Famalicão) e  o ex-fur mil Teixeira (Faro), mais o "Mafra" (Manuel Calhandra Leitão, também conhecido por "Ruço"), ex-1º cabo apontador do morteiro 81, Pel Mort 1028, o organizador do convívio.



Mafra > Ericeira > Restauarnte Onda Mar > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, Porto Gole e/ou Missirá, 1965/67 > O Henrique Matos, 1º comandante do Pel Caç Nat 52 (Enxalé, 1966/68). Veio de Olhão, onde vive há décadas, mas é açoriano da ilha de São Jorge. É um veterano da Tabanca Grande (desde 22 de junho de 2007, que se senta  à sombra do nosso poilão). Tem cerca de 70 referências no nosso blogue.  


Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1012, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 >  A Maria Helena Carvalho, mais conhecida, carinhosamente, como a Lena do Enxalé, ou só Helena Carvalho, veio das Caldas da Rainha, com o marido, Alberto Carvalho. São dois amigos da Guiné  e membros da nossa Tabanca Grande, com cerca de duas dezenas de referências no nosso blogue. A Helena Carvalho era filha do falecido empresário Amadeu Abrantes Pereira, o Pereira do Enxalé, natural de Seia, proprietário de ums destilaria de cana de acúcar, no Enxalé. As instalações a a sua casa foram abandonados com o início da guerra, em 1962.



Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1012, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 >  O crachá da CCAÇ 1439, que veio de Nova Iorque no casaco do dono, o João Crisóstomo.



Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 > A neta do Teixeira, que veio de Faro com os avós. O avô paterno era 2º srgt art, do BAC 1, morreu na região de Tombali, em 1973 ou 1974, vítima de mina A/C, segundo bem percebi...Mostrou-me um excerto do "Correio da Manhã"... Mas não fixei o apelido...



Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 > À esquerda, o Arlindo Alves da Costa, ex-fur mil, DFA, do Pel Caç Nat 54, e à  direita, o  João Vaz,  que foi prisionerio de guerra,em Conacri, libertado no decurso da Op Mar Verde, em 22 de novembro de 1970, vai fazer 50 anos para o ano.( Era fur mil do Pel Caç Nat 52.) Por sua vez, o Pel Caç Nat 54 era comandado pelo alf mil Marchand. A ele pertencia também o nosso grã-tabanqueiro, o algarvio José António Viegas, ex-fur mil.



Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 > Profissionalismo, simpatia, bom marisco, boa relação qualidade-preço: 25 euros pro pessoa. Escolha acertada do "Mafra", a quem demos os parabéns.


Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 > O topo da mesa, com o organizador à esquerda, o "Mafra", e à direita o Henrique Matos. Ao fundo, o João Vaz, que mora no Poceirão, Palmela.



Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 > O ex-1º Cabo João Manuel Januário (DFA), com a esposa. O casal vive em Odivelas. O Januário é transmontano. Tive pena de não ter tido tempo para gravar, em vídeo, o seu "cancioneiro de Missirá", uma lengalenga poética com muitas expressões em crioulo. Deixou-me o nº de telemóvel. É um talentoso poeta popular.


Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 > Um camarada do Pel Mort 1028, era municiador do morteiro 81. Veio do Cartaxo (ou de Almeirim ?) com o sobrinho, ao lado.



Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 > Mais um camarada e a sua esposa. Lamentavelmente não fixei os nomes...


Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 > O Álvaro Carvalho, que fez também a cobertura fotográfica do evento... E, como todos os fotrógrafos, raramente aparece nas fotografias...


Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 > Um aspeto geral dos convivas, em sala reservada, e que não eram mais do que um quarteirão... 



Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 > O João Crisóstomo, ao centro, falando com a arqueóloga Mila [Simões de ] Abreu, e o seu companheiro, também arqueólogo, de origem sul-africana. Trabalham, ambos na Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real. É uma amiga de longa data do João Crisóstomo, ambos participaram na campanha,  de1995, para salvar a arte ruprestre de Foz Coa. A Mila, especialista em arqueologia da chamada "pré-história", é uma mulher de causas, generosa, afetuosa e solidária... Como o João e a Vilma não podiam, desta vez, delsocar-se a Vila Real, foi ela e o seu companheiro que vieram à Ericeira para estar algumas horas com os seus amigos nova-iorquinos. Foi esta mulhar que há me disse, em Lisboa, na Sociedade de Geografia: "Portugal já devia ter condecorado este homem"... E eu acrescentei: "Já fez mais por Portugal do que muitos diplomatas de carreira"...Mas o Palácio de Belém conhece o seu nome, a sua pessoa e a sua obra como ativista social na diáspora lusitana...



Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 >  A Mila, o João e a Vilma.



Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 > À direita, a Felismina, a "patroa" do "Mafra", que o ajudou a organizar o encontro, juntamente com os filhos (um rapaz e uma rapariga). À esquerda, a Alice Carneiro.



Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 > À direita, o filho do "Mafra", o  Pedro Leitão, que é informático, dono da empresa Skytrails Lda, com sede em Torres Vedras. . À esquerda, o sobrinho do organizador. 



Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 > À conversa, à saída da marisqueira, o "Mafra", a Alice e a Mila

Já lá fui a casa dele, o "Mafra", há uns meses atrás. E sobre ele escrevi: "É um grande camarada que está a precisar do nosso carinho e apoio, numa fase de doença que ele felizmente está a superar com grande dignidade, determinação, lucidez e coragem. Tem uma exploração agrícola de 3 heactares, onde faz sobretudo limões, os famosos limões da zona de Sobreiro-Achada, Mafra."... E tem uma bela família!... Todos se envolveram, discretamente, na organização deste evento. 



Mafra > Ericeira > Restaurante Marisqueira OndaMar by Furnas > 18 de maio de 2019 > Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que passou pelo Enxalé, 1965/67 >  O João Crisóstomo e o filho do "Mafra", o Pedro Leitão, que empresta "a caixa de correio eletrónico" ao pai... Também gostei muito de falar com ele e incentivei-o a gravar, em áudio e vídeo, as histórias de vida do pai, o nosso camarada "Mafra"... Obrigado, Manel Leitão, por me teres convidado, a mim e à Alice.


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



1. Em cima do joelho, e enquanto a Alice conduzia o carro da Lourinhã até à Ericeira, tive a oportunidade de escrever cinco  quadras em louvor dos bravos do Enxalé... Foram ditas, no fim do almoço, homenageando os presentes e os ausentes, com destaque para o Jorge Rosales, o régulo da Tabanca da Linha, que nos deixou há poucos meses, e que também frequentava estes convívios do pessoal do Enxalé, do seu tempo:



Os bravos do Enxalé,
Gente boa e porreira,
P'ra relembrar a Guiné,
Vieram à Ericeira.

Da América veio o João,
Das Caldas, a Helena,
De Mafra, o Leitão,
Quem não veio, fica com pena.

Andámos por Missirá,
Geba abaixo, Geba acima,
De Bambadinca a Bafatá,
Nenhuma terra, a da prima.

A juventude deixámos,
Por matos, rios, bolanhas,
Se com vida regressámos,
Foi por mil artes e manhas.

P'ró Rosales, com saudade,
E outros que nos deixaram,
Vai o preito da amizade,
Todos aqui os honraram.


Luís Graça 
(CCAÇ 12, Bambadinca, jul 69/mar 71)

_____________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 15 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19790: Convívios (894): eao

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19808: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LXX: Viagem, de regresso, do Gabu a Bissau, em 26/2/1968: no 'barco turra', a partir de Bambadinca (I)


Foto nº 3


Foto nº 4


Foto nº 2



Foto nº 7


Foto nº 6


 Foto nº 5
Foto nº 5A


Foto nº 8

Guiné > Comando e CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 26 de fevereiro de 1968 > Viagem de regresso a Bissau, atravessando as Regiões de Gabu e de Bafatá, em coluna militar, e depois de barco, a partir de Bambadinca. Até ao Xime e foz do rio Corubal ainda era região do Bafatá.  Jabadá já ficava na região de Quínara, na margem esquerda do rio Geba.


Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, chefe do conselho administrativo, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69); é economista e gestor, reformado; é natural do Porto; vive em Vila do Conde. (*)


CTIG/Guiné 1967/69 - Álbum de Temas:


T046 – A VIAGEM DE REGRESSO DO GABÚ A BISSAU

1 - DE COLUNA MILITAR TERRESTRE, DE NOVA LAMEGO A BAMBADINCA

2 - DE COLUNA FLUVIAL, DE BAMBADINCA ATÉ BISSAU, NOS BARCOS TURRAS



REGRESSO DAS TROPAS EM 26FEV68  - O BATALHÃO DE CAÇADORES 1933  NO RIO GEBA (1)


I - Introdução do tema:


Continuação da série de Temas para Postes, relativos à chegada do Batalhão à Guiné, as viagens para Gabu pelo Rio Geba acima, as colunas militares por estrada, as festas de despedida no Gabu com batuques e roncos à mistura, o regresso pelo mesmo caminho, Bambadinca, até Bissau, antes de partir novamente para o novo destino, São Domingos, Rio Cacheu acima, sem fotos.

Após as despedidas no Gabu, chegou o dia do regresso, em colunas militares, por terra, até Bambadinca, e por via fluvial, no Geba, até Bissau.
A viagem correu normal, nada havendo a assinalar, excepto as más condições da viagem, e juntos com a população civil, que precisava também de boleia. 


II - Legendas das fotos: 


F01 – Saída da coluna militar de Nova Lamego, rumo a Bambadinca.  A bordo da viatura, de chapéu de abas, comendo um pouco da ração de combate. Foto captada na saída de Nova Lamego – Gabú – no dia 26 de Fevereiro de 1968. [Não de reproduz, em formato grande, por falta de qualidade... LG]

F02 – No barco turra, já em plena viagem no Rio Geba, alguns militares do meu batalhão.  Foto captada no Rio Geba, no regresso de Gabu para Bissau, no dia 26 de Fevereiro de 1968.

F03 – Passagem da coluna fluvial pelo Mata Cão (?), empoleirado no barco, como se estivesse a fazer um cruzeiro de férias.  Acho que estamos na zona do Rio Geba Estreito, pois as margens estão perto, mas não sei.  Foto captada no Rio Geba, no regresso de Gabu para Bissau, no dia 26 de Fevereiro de 1968.  

[Trata-se de Bambadinca, porto fluvial no Rio Geba Estreito, donde saiu a embarcação...No Mato Cão, o rio ainda era mais estreito, e metia mais "respeitinho"... LG]

F04 – Em plena viagem pelo Rio Geba, uma imagem do mastro com a bandeira nacional, e eu posando para mais uma recordação.  Foto captada no Rio Geba, no regresso de Gabu para Bissau, no dia 26 de Fevereiro de 1968. [Deve trata-se de Bambadinca, porto fluvial no Rio Geba Estreito, donde saiu a embarcação...A avaliar pela postura descontraída do Virgílio Teixeira....LG]

F05 – Passagem da ‘coluna fluvial’ por um aquartelamento algures no caminho de Bissau, [, na margem esquerda do rio Geba].  Está escrito no verso da fotografia que se trata de ´Jabadá’. Foi alguém que o disse.  Foto captada no Rio Geba, no regresso de Gabu para Bissau, no dia 26 de Fevereiro de 1968.

F06 – Continuação da viagem Rio Geba a baixo, aproveitando o tempo para ‘tocar viola’.  Foto captada no Rio Geba, no regresso de Gabu para Bissau, no dia 26 de Fevereiro de 1968.

F07 – Na hora da refeição, tomando o petisco, as rações de combate, nada mau.  Foto captada no Rio Geba, no regresso de Gabu para Bissau, no dia 26 de Fevereiro de 1968.

F08 – Mais uma foto do aquartelamento de Jabadá, algures no nas margens do Rio Geba.  Foto captada no Rio Geba, no regresso de Gabu para Bissau, no dia 26 de Fevereiro de 1968.


Direitos de Autor:

«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM.  Chefe do Conselho Administrativo do BCAÇ 1933 / RI 15, Tomar,  CTIG/Guiné de 21 Set 67 a 04Ago69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos,».

Acabadas de legendar, em  2019-03-19

Virgílio Teixeira

[Continua]

______________

Nota do editor:

Guiné 61/74 - P19807: Notas de leitura (1179): “Colóquio sobre Educação e Ciências Humanas na África de Língua Portuguesa”, Fundação Calouste Gulbenkian (1) (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 22 de Novembro de 2016:

Queridos amigos,
Foi uma reunião ímpar, pela qualidade dos intervenientes, pela substância dos depoimentos. Enquanto crescia a crispação política que abria caminho ao PREC, os cientistas permutavam ideias sobre o papel da língua, os manuais escolares, o uso do português fundamental, a reformulação das instituições científicas, o modelo colonial caducara. Fizeram-se sugestões pertinentes, e a Fundação Calouste Gulbenkian deu forma de livro ao encontro, hoje uma longínqua memória, agora é possível aquilatar do que se perdeu por não ter tido em conta diferentes sugestões sobre a lusofonia e investigação científica africana.

Um abraço do
Mário


O papel da lusofonia na aurora da descolonização (1)

Beja Santos

Entre 20 e 22 de Janeiro de 1975, enquanto a classe política entrava ao rubro com a questão da unicidade sindical, na Fundação Calouste Gulbenkian reuniam-se pesos pesados da investigação africana para debater o futuro da lusofonia no ensino, o que se iria passar no sistema educativo nos novos países de língua portuguesa, quais as contribuições portuguesas para as ciências humanas em África, quais as perspetivas que se rasgavam para cooperar no campo do ensino com a África lusófona. A Fundação Gulbenkian convocara um grupo seleto para o debate. Por parte da Fundação estavam Victor de Sá Machado, José Blanco, Luís de Matos, Mário António, Fernandes de Oliveira, o Embaixador Fernando Reino representava o Ministério da Coordenação Interterritorial. Os participantes eram, entre outros, Orlando Ribeiro, Ilídio do Amaral, Teixeira da Mota, René Pélissier, Douglas Wheeler, Albert Tévoédjrè e Gerard Bender. Daí resultou um livro editado em 1979 “Colóquio sobre Educação e Ciências Humanas na África de Língua Portuguesa”.

Nos cumprimentos de boas vindas, Sá Machado justificou um encontro pelo facto da Fundação pretender trazer ao processo de descolonização um debate no quadro da construção das novas nações africanas. “Pretendemos que este encontro fosse o mais restrito possível para lhe conferir o máximo de eficácia”. Orlando Ribeiro lançou o repto aos investigadores dos territórios ultramarinos: “Nós só desejamos uma coisa: poder continuar; mais do que continuar poder intensificar esses estudos e fazê-los em proveito da ciência em primeiro lugar”. Referiu as dificuldades da investigação em Portugal e a necessidade de saber criar uma boa articulação com as universidades existentes em Angola e Moçambique e outras que possam vir a surgir. A discussão passou imediatamente para a problemática de que português se iria ensinar, como os Estados africanos iriam viver ou não o bilinguismo e a multiculturalidade, aí alguns participantes referiam casos concretos de experiências em curso.

Teixeira da Mota interrogou-se sobre o crioulo, tanto de Cabo Verde como da Guiné-Bissau: “Durante muito tempo, na esteira do que lia e ouvia dizer, considerei o crioulo como um dialecto do português. É o que está escrito, por exemplo, num estudo que fez sobre o crioulo de Cabo Verde o Professor Baltazar Lopes. Há uns anos, tive oportunidade de ler dois trabalhos, independentes um do outro, feitos quase na mesma altura por dois autores, Chataigner e Wilson. Ambos estudam o crioulo da Guiné, e mostram que ele não é uma língua europeia, antes uma língua africana, na medida em que a sua estrutura gramatical é predominantemente africana, ainda que pelo léxico seja sobretudo uma língua românica. Portanto o crioulo, pelo menos o crioulo da Guiné é uma língua africana, na sua estrutura gramatical. O crioulo apareceu na zona da Guiné, de Cabo Verde, porque havia aí uma grande pulverização linguística. As populações, no período da escravatura, em que houve grandes deslocações de indivíduos e consequentemente múltiplos contactos novos, tinham necessidade de se entender e criar uma língua franca, utilizando estruturas gramaticais africanas com um vocabulário em que há muito do português”.

Mais adiante, Teixeira da Mota falou do Instituto de Línguas Africanas e Orientais, instalado no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, que antigamente era a Escola Superior Colonial, a atravessar uma crise gravíssima. Mário António Fernandes de Oliveira referiu que tinha havido alterações depois do 25 de Abril, tinham sido eliminadas todas as matérias que diziam respeito às colónias. Nesse instituto, continuou o interveniente, nunca houve qualquer pesquisa que se pudesse considerar científica. A pessoa mais qualificada era o Professor Sá Nogueira que preparou um dicionário de ronga, uma gramática de ronga e uma sintaxe de ronga. Impunha-se, em seu entender alterar o conhecimento das línguas ali ensinadas. Deslocou-se o debate para a questão do bilinguismo e da necessidade de ter em conta os idiomas falados nos Estados fronteiriços, havendo ainda que ter em consideração se é pertinente pôr enfâse numa segunda língua europeia no ensino africano.

A questão dos manuais escolares à luz das novas realidades dos países independentes entrou no debate. O PAIGC, o MPLA e a FRELIMO dispunham de manuais impregnados de uma ideologia libertadora, havia que refletir a realidade profunda desses países num contexto em que já e ultrapassar o colonialismo e saber qual a colaboração concreta e ajuda técnica desinteressada que deve ser concedida à produção desses livros. Nesta altura havia na Faculdade de Letras de Lisboa uma equipa liderada pelo professor Lindley Cintra para definir o português fundamental, assim encarado como um instrumento utilíssimo para a alfabetização das massas.

Os participantes deram novo rumo à conversa, o que fazer da investigação científica. Teixeira da Mota tinha distribuído um documento sobre algumas atividades de organismos de investigação existentes em Portugal no domínio das ciências humanas e sociais de âmbito africano, com destaque para os organismos da Junta de Investigações do Ultramar. Esta Junta nascera em 1936, resultara do alargamento e da transformação de uma Comissão de Cartografia, tinha a ver com a delimitação das fronteiras políticas em África. Não se pode esquecer a Sociedade de Geografia de Lisboa que conseguiu nas primeiras dezenas de anos da sua vida fazer bastantes trabalhos de interesse no âmbito dos estudos africanos. A Junta apareceu pois em 1936 com um pequeno número de setores: zoologia, botânica, geologia e antropologia e depois alargou-se o campo de atividade. É crucial a reestruturação deste organismo, convinha não o fragmentar espalhar os seus vários organismos por outros departamentos do Estado é contribuir para a delapidação de recursos. No seu depoimento, Teixeira da Mota foi fazendo propostas de reestruturação e referiu que existia mesmo um documento que já estava entregue ao governo. Nesta fase da discussão, Ilídio do Amaral sugeriu um debate sobre as realizações e as experiências de outros países quando, pela independência de territórios que detinham, enveredaram pelos caminhos da cooperação e do apoio científico.

(Continua)
____________

Nota do editor

Último poste da série de 17 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19797: Notas de leitura (1178): Missão cumprida… e a que vamos cumprindo, história do BCAV 490 em verso, por Santos Andrade (6) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P19806: Álbum fotográfico de João Crisóstomo, ex-alf mil inf, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) - Parte II: a vida no Enxalé


Foto nº B2 > O João Crisóstomo, de óculos, em primeiro plano


Foto nº B5 > Chegada ao Enxalé, depois de uma operação de dois dias; à frente o cap mil Pires, e à sua direita, o "chinés"


Foto nº B3 > João Crisóstomo, à esquerda


Fotpo nº B4 >  Mais uma cena no mato

 ~
Foto nº B1 > Atravesando uma bolanha...


Foto nº B6 > Dia de ronxo, João Crisóstomo à esquerda...


Guiné > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > Enxalé  >  1965 > CCAÇ 1439 >  


Recorde-se que a madeirense CCAÇ 1439 teve como unidade mobilizadora o BII 19 (Funchal), partiu para o CTIG em 2/8/1965 e regressou a 18/4/1967, tendo passado por Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole, Missirá, Fá Mandinga. O comandante era o cap mil inf Amândio Manuel Pires, já falecido. Alferes (milicianos): Freitas (Funchal), Crisóstomo (, Torres Vedras, hoje a viver em Nova Iorque), Sousa (Vila Nova de Famalicão),  Zagalo (Lisboa, ator de teatro, já  falecido)

Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico de João Crisóstomo:

[Camarada da diáspora, a viver nos EUA desde 1975, ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), casado com a a eslovena Vilma; destacado ativista social luso-americano (de causas célebres como As Gravuras de Foz Coa, Memória de Aristides Sousa Mendes, e Timor Leste); tem cerca de 80 referências no nosso blogue; o casal veio expressaente, de Nova Iorque, ao XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande, que se vai realizar em Monte Real, em 25 de maio; veio também ao encontro da CCAÇ 1439, e subunidades adidas, que passaram pelo Enxalé: Pel Mort 1928, Pel Caç Nat 52, Pela Caç Nat 54]

Lembro aqui alguns momentos da nossa "vida no mato", no Enxalé [Insha'Allah (em árabe: إن شاء الله, In šāʾ Allāh, [in ʃæʔ ʔɑlˤˈlˤɑːh]), muitas vezes romanizado como Inshallah é uma expressão árabe para "se Deus quiser" ou "se Alá quiser", em suma, o nosso "oxalá"]

B1 a B5: um dia de ação, atravessando bolanhas;
B4: depois de dois dias, a chegada / regresso ao “quartel”…
B6: não me lembro o porquê da festa; sei que era gente de fora de visita. E eu associei-me também à “batucada”; mas a minha memória não vai além disso.

(Continua)
___________

Nota do editor:



Guiné 61/74 - P19805: Parabéns a você (1622): Mário Pinto, ex-Fur Mil Art da CART 2519 (Guiné, 1969/71)

___________

Nota do editor

Último poste da série de 19 de Maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19801: Parabéns a você (1621): Joaquim Martins, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 4142 (Guiné, 1972/74) e Xico Allen, ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 3566 (Guiné, 1972/74)

domingo, 19 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19804: Agenda cultural (684): Rescaldo do lançamento do Volume III de "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira da Silva, levado a efeito no passado dia 11 de Maio, na Quinta Choupal dos Melros, Tabanca dos Melros, Fânzeres, Gondomar (Parte 2)

Reportagem do lançamento do Volume III de "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira da Silva, levado a efeito no passado dia 11 de Maio na Quinta do Choupal dos Melros, Fânzeres - Gondomar, enviada ao Blogue pelo José Ferreira


"Memórias Boas da Minha Guerra"

Lançamento do vol. III


Acabada a sessão de apresentação da obra, seguiu-se o Almoço que decorreu no Salão antigo, com 8x10+1, onde não houve lugares marcados, conforme tradição, onde não há distinção de amigos e sim o hábito destes “Melros Bandalhos”

Segue-se a reportagem fotográfica:


Antes do almoço propriamente dito, foram servidas umas excelentes entradas no exterior, como é hábito

 Vista panorâmica da Sala de Almoço




 Uma mesa particularmente "abandalhada".






 Um homem feliz, o nosso José Ferreira porque rodeado de uma bela família.

Aqui, o momento em que se cantavam os parabéns à Gilda, esposa do Zé Ferreira, que neste dia completava "27" anos.
____________

Nota do editor

Vd. poste de 18 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19800: Agenda cultural (683): Rescaldo do lançamento do Volume III de "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira da Silva, levado a efeito no passado dia 11 de Maio, na Quinta Choupal dos Melros, Tabanca dos Melros, Fânzeres, Gondomar (Parte 1)

Guiné 61/74 - P19803: Blogpoesia (620): "Cordas e laços", "Princesa do mar" e "Aspirar sempre ao melhor...", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

1. Do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) estes belíssimos poemas, da sua autoria, enviados, entre outros, ao nosso blogue, que publicamos com prazer:


Cordas e laços

Desatar cordas e laços nas sendas da vida.
Apertar nossos braços nos espaços vazios.
Abraçar as verdades como se fossem quimeras.
Desfazer as distâncias nas asas do sonho.
Vencer as indiferenças que nos surgem na rua.
Afastar as pelejas com sorrisos e beijos.
Alcançar o infinito vivendo o presente.
Dar voz de prisão aos nossos impulsos vadios.
Lançar sementes de paz e justiça.
Dar pronta a mão a quem nos bate à porta aflito.
Esquecer a ofensa se te pedem perdão.
Só vence na vida quem sabe perder.
Isto não é utopia...

Berlim, 17 de Maio de 2019
8h25m
Dia de sol
Jlmg

********************

Princesa do mar

Albas vestes lhe escorrem desde os ombros.
Fulgente diadema lhe coroa a cabeça iluminada.
Infindável coro celeste lhe entoa incessante seu hino de glória.
Sentada no seu trono alvinitente.
Rainha-mãe da noite da opulência.

Acompanha de longe as almas sonhadoras.
Dá a volta ao mundo até que nasça o sol e se faça o dia.
Mas nunca abandona o céu donde contempla o mar azul que, logo, vestirá de prata.

Berlim, 12 de Maio de 2019
12h47m
Jlmg

********************

Aspirar sempre ao melhor...

Pauto a minha vida por aspirar sempre ao melhor.
Sem atropelos nem desvios.
Minha meta é a perfeição.
Meus defeitos espicaçam meus passos.
Uso a borracha para apagar os erros.
Tiro deles a lição.
Somos imperfeitos por natureza.
Mas temos a capacidade de o reconhecer e emendar.
O progresso assenta em tentativas.
Por vezes, é preciso refazer tudo do começo.
Nunca desenvolvemos totalmente nossas capacidades.
Cada um tem seus talentos.
Tanta vez ficam por desabrochar.
Nossa culpa ou da sociedade onde crescemos.

Ouvindo Beethoven: Symphony no. 3 Eroica - Philippe Herreweghe - Full concert in HD
Berlim, 13 de Maio de 2019
16h47m
Jlmg
____________

Nota do editor

Último poste da série de 12 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19778: Blogpoesia (619): "Princesa do mar", "Deserto da existência..." e "Fogão de ferro a lenha", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728