1. Mensagem de José Teixeira* (ex-1.º Cabo Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), com data de 1 de Novembro de 2010:
Caríssimos editores
Não sei se vou a tempo de entrar pelas vossas mãos no Blogue, neste dia que nos leva até junto dos camaradas que morreram na Guerra de África.
Abraço fraterno
Zé Teixeira
IN MEMORIAM
A todos quantos deram graciosamente a sua vida, que o Criador os tenha no Seu seio, a viver no Reino da verdadeira paz
Guiné-Bissau > Bissau > Cemitério Municipal de Bissau > Talhão Central dos Ex-Militares Portugueses > Março de 2008 > Um dos três talhões atribuídos aos militares portugueses, mortos durante a guerra colonial > No Talhão Esquerdo, estão as campas não identificadas: Estes serão porventura os restos mais dolorosos do que restou do nosso Império... Na Guiné haveria mais de uma centena de cemitérios improvisados (locais de enterramento), onde repousam restos mortais dos nossos camaradas... A dúvida é: esse trabalho de levantamento, sério e exaustivo, está feito ? Se sim, por quem ? E ainda se sim, como e quando foi divulgado ? Se não, porquê ? (LG).
Foto : © Nuno Rubim (2008) . Direitos reservados.
Hoje, dia que convida a uma paragem na vida para olharmos para os entes queridos que partiram, deixei que a mente e o coração dessem as mãos e fizessem uma incursão pelas matas da Guiné. Deixei-me transportar para aqueles dois anos palmilhei seus caminhos, irmanado num corpo composto por milhares de jovens, brancos e pretos, que como eu, ali viveram, sofreram e testemunharam um tempo fora do tempo. Um tempo que cheirava a morte. Um tempo sem Norte, que não fosse, para muitos, só e apenas regressar vivo e escorreito. Um tempo de voltar à vida da qual fomos afastados pela força da máquina manipuladora de um sistema politico que tomara posse da nossa Pátria e teimando em não querer ver os sinais dos tempos caminhava orgulhosamente só, lançando os seus melhores filhos num precipício de sofrimento dor e morte.
Deixei-me conduzir de novo pelas tórridas picadas à procura das vidas que vi ou senti partirem para a eternidade. Dolorosa viagem que me levou a Ingoré, Sinchã Cherno, Quebo, Bakar Dado, Tchangue, Laia, Balana, Gandembel, Guiledje, Gadamael, Buba, Samba Sábali e tantos outros lugares, onde o sopro da morte passou nas asas de um estilhaço, de uma bala ou mina e ceifou a vida. Tantas vidas, que se foram antes do tempo, sem tempo para o viverem. Um direito adquirido ou doado por Deus no acto de nascer. Vi de novo o sangue daqueles corpos. Brancos e pretos. Homens combatentes, mulheres e crianças. Velhos sem força para fugirem para os abrigos.
Senti de novo o ruído das saídas do canhão sem recuo, que nos tentava apanhar pela calada da noite. O olho cego da Kalash, que vomitava fogo de morte. Do obus ou do Fiat que faziam rebentar suas mortíferas bombas nas matas ou tabancas consideradas inimigas, com que violência!
Palmilhei mentalmente na picada que me levou de Buba para Aldeia Formosa pela mata do Cantanhez. Ali em Bolola, estava a árvore que me escondeu das balas assassinas cuspidas do topo de uma palmeira, que teimavam em furar a terra à minha volta, procurando algo mais quente, a minha vida.
Reencontrei o buraco que a mina anticarro fez na bolanha dos passarinhos, segundos depois de eu ter saltado da viatura que a pisou. Gesto que me salvou a vida, embora o seu sopro me tenha atirado violentamente ao chão e me tenha pregado um grande susto.
Reencontrei-me a pensar. Afinal sou um homem de sorte. Eu fui dos que voltei para junto dos meus.
A todos quantos deram graciosamente a sua vida, que o Criador os tenha no Seu seio, a viver no Reino da verdadeira paz.
José Teixeira
__________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 23 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7025: (De) Caras (1): PAIGC: Abdu Indjai e os "sete homens" (Luís Graça / José Brás / José Teixeira / Mário Fitas)
Vd. último poste da série de 29 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7191: In Memoriam (58): Faleceu o Dr. Rogério da Silva Leitão (José Marques Ferreira)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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17 comentários:
Caro camarada Zé Teixeira
Uma homenagem justa e nunca excessiva.
Foste de facto um homem de sorte, a morte rondou-te, mas nem por isso te tornaste amargo ou egoísta.
A tua vontade em seres solidário tem ultrapassado todas as más recordações, ou até talvez por isso, e as tuas obras sobrepõem-se às palavras.
No entanto, estas que hoje escreveste, são belas e sentidas.
Um abraço
Hélder S.
Caro José Teixeira!
É emocionada pela descrição das suas memórias de um tempo que não esquece, (porque é impossível esquecer), que estou aqui para lhe dizer, que é preciso que todo o mundo saiba o sofrimento que causa uma guerra, para que sejam evitados todos os conflitos dessa natureza.
Clara como água a descrição das suas memórias!
Espero que ela seja lida por muitos jovens, por muita gente jovem, audaz e irreverente, imberbe, desconhecedora da realidade, para que os toque a sua vivência, claramente aqui exposta.
Que as gerações vindouras apostem na Paz, na Compreensão entre os Povos, na entre ajuda, na aceitação das diferenças, para que possam... Honrar a Vida!
Obrigada José Teixeira pelo seu testemunho de uma realidade que vivênciou e não esquece, lembrando hoje os que tombaram sem saber porquê.
Aceite o meu abraço comovido
Felismina Costa
Zé:
Que bom (re)ver-te...neste registo mais intimista, filosófico e poético. É fácil fazer demagogia com os nossos mortos, à esquerda e à direita. Nunca os podemos evocar em vão: é indecente, é pornográfico...
Foste oportuno e mais uma vez revelaste a tua grande sensibilidade humana e a tua profunda dimensão espiritual (que eu não confundo com a simples crença religiosa). Para mim, por exemplo, a espiritualidade é uma dimensão fundamental da vida, da saúde, do bem-estar... Quando eu estiver a morrer, não me dêem morfina, mas o soro da esperança... a esperança de que valeu a pena e foi bonito tudo o que vivi...
Tens andado um pouco arredio das nossas lides bloguísticas porque outros valores mais altos se (a)levantam. Mas tenho a dizer-te que os teus textos em prosa também eram/são de antologia... Tenho saudades do teu diário de enfermeiro todo o terreno... que publicámos já em tempos idos e que os "periquitos" da nossa Tabanca Grande não conhecem... Um dia volto a (re)publicá-los...
Mas deixa-me agora chamar a atenção para a subtileza(e riqueza) da nossa bela língua (tão mal tratada às vezes...). Dizes: "A todos quantos deram graciosamente a sua vida"... Que elegância, que profundidade... O efeito não seria o mesmo se usasses o brutal sinónimo "gratuitamente", mesmo que fosse isso que querias dizer...
Qualquer tradutor automática arranjava um equivalente semântico para o teu advérbio de modo: graciosamente=, grátis, de borla, gratuitamente...
"A todos quantos deram gratuitamente a vida" não é mesma coisa que "A todos quantos deram graciosamente a vida"...
Na 1ª acepção, gratuitamente quer dizer que foi uma morte sem contrapartidas nem razão de ser...Na 2ª acepção, graciosamente quer dizer que morremos pela Pátria e que a Pátria nos está devendo... Da mesma maneira que o Alentejano diz:
Eu sou devedor à Terra,
A Terra me ‘stá devendo,
A Terra paga-m’em vida,
Eu pago à Terra em morrendo.
Se há contas que são tramadas de se fazer, são estas, a dívida que temos para com a nossa Pátria e a dívida da nossa Pátria para connosco.
Obrigado, Zé, por teres aparecido, mais uma vez, "just in time"...
Um xicoração. Luís
Aqui felicito o Zé Teixeira por este texto.
E pegando no comentário do Luís tento ir mais longe e pegando no "graciosamente", saio da grátis para a "graça".
E graça remete-nos para "favor que se dispensa ou recebe; mercê; benevolência; estima; ou até socorro gratuito; etc., etc.
Espiritualmente, religiosamente, a graça é uma participação na vida de Deus.
E ao reflectirmos sobre tudo isto, percebemos esta dádiva dos filhos da Pátria que prestaram um "favor à pátria", que lhe deram "um socorro gratuito", que "participaram na vida da pátria".
Por aqui se percebe a divida da Pátria, das Pátrias, por todos aqueles que "graciosamente deram a sua vida" por ela.
Honra lhes seja dada, que é minimo exigivel.
Um abraço camarigo para todos.
Só um pequeno preciosismo:
O dia 1 de Novembro é o dia de Todos os Santos e por ser feriado as pessoas aproveitam esse dia para visitarem os seus mortos, porque verdadeiramente o dia dos "Fiéis Defuntos" é o dia 2 de Novembro.
Meus amigos e camaradas.
O mais doloroso nesta minha reflexão que pus em comum, foi o de chamar os meus camaradas pelo nome (aqueles que sabia)e não obter o "pronto", - (aqui estou), porque lhe roubaram a voz.Tiraram-lhe a tosse, como dizia no tempo que se foi.
Temos de ser nós, todos nós, a responder por eles.
Que enquanto houver um combatente vivo, grite bem alto "PRONTO" por todos os que deram a vida, graciosamente, por esta Pátria, para que ela, a Pátria, sinta vergonha pelo que fez e continua fazendo,por todos nós. Somos uma espécie em extinção, merecemos não honrarias nem medalhas pelo que fizemos, mas respeito e consideração.
Quantos de nós precisam de merecem apoio económico, psíquico, médico e social. Uma atenção pelas marcas que nos ficaram do sofrimento vivido e teimam em esquecer-nos, abafar-nos antes do tempo.
Gritemos bem alto "PRONTO".
PRONTO!
PRONTO!
Caros Camaradas e Amigos. Sem pessimismos piegas,e,muito menos,sem procurar "baralhar palavras",muitas vezes me tenho perguntado face a tanto esquecimento,tanta injustica,ingratidäo,falta de solidariedade,menosprezo,e tanto "chafurdar" ,(hoje sem ideais),em águas podres....se alguns de nós,ex-combatentes,näo teriam preferido,por lá,(ENTÄO!)ter caído. PS/Um abraco muito especial ao "Maioral" do meu Pelotäo-José Teixeira-que näo me surpreende com a sua sensibilidade.
PRONTO
Pronto!
Francisco Godinho
Sem dúvida que os ex-combatentes têm sido sistematicamente esquecidos, não só por este governo como por todos os outros que por lá passaram.
Sempre que se fala deste tema aqui no blogue, surgem críticas referindo este ou aquele político, por nada fazerem quanto ao assunto.
Mas, o que eu acho estranho, é que nunca ninguém referiu aqui o nome do POLÍTICO QUE MAIS ANOS TEM DE GOVERNAÇÃO em Portugal e, como tal, tem culpas acrescidas no esquecimento a que os ex-combatentes foram votados.
Ele já foi Ministro das Finanças, ele já foi 1º Ministro, ele é Presidente da República (e parece que vai ser eleito para mais um mandato).
Pois, ele é: Cavaco Silva.
JÁ ALGUÉM O OUVIU FAZER UMA ÚNICA REFERÊNCIA QUE FOSSE AOS EX-COMBATENTES???
Em meu entender, penso que ele já tinha tido mais que obrigação de o ter feito.
Um abraço para todos
José Vermelho
Ex-Fur Milº
CCAÇ 3520 - Cacine
CCAÇ 6 - Bedanda
CIM - Bolama
Camarada Zé Ticheira,PRONTO,em Honra dos que não voltaram como Nós,mas o que mais me revolta é inércia das nossas embaixadas,não Dignificarem o chão onde repousam os nossos,excepção ao cemitério de Bissau.
Honra e Glória aos que tombaram,
pretos,brancos ou mestiços,Honrar os seus,só dignifica os Povos.
O melhor pra "nossa"Guiné,Paz pra todos.
José Nunes
Beng.447
68/70
Meu caro leitor José Vermelho:
A participação dos nossos leitores é desejável e é incentivada por nós. Mas temos algumas regras básicas que, se calhar, ainda conhece bem (ou não conhece de todo).
Por exemplo, não fazemos "juízos de valor" sobre os nossos dirigentes actuais, uma vez que ainda "não entraram para a história"... Nenhum de nós está interessado em saber o que o leitor pensa deste ou daquele político. O nosso blogue "não está na luta política"... Mas há pessoas que tem cargos institucionais, que nos representam e que temos a obrigação (cívica) de respeitar. Estamos em democracia e os homens e as mulheres que nos representam a nível do Estado, têm de ser tartados com urbanidade e deferência. Pelo menos no nosso blogue. O Prof Dr. Cavaco Silva é o Presidente da República Portuguesa. Deve ser tratado como tal.
O José ainda não disse quem era. Sabemos apenas que foi Fur Mil e passou pela CCAÇ 3520 - Cacine, pela CCAÇ 6 - Bedanda, e pelo CIM - Bolama. Não tem que "aderir" à Tabanca Grande, se não concordar com os sues princípios, valores e orientação, mas para comentar, neste espaço, terá que ter a gentileza de "aceitar as nossas regras do jogo".
E a esse propósito, é bom saber que o nosso blogue "não é nenhum porta-estandarte, nenhum porta-voz, nenhuma bandeira de nenhuma causa...
"Somos independentes do Estado, dos partidos políticos e das associações da sociedade civil que de uma maneira ou de outra possam representar e defender os direitos e os interesses dos ex-combatentes portugueses (ou guineenses).
"Somos sensíveis aos problemas (de saúde, de reparação legal, de reconhecimento público, de dignidade, etc.) dos nossos camaradas e amigos, incluindo os guineenses que combateram, de um lado e de outro. Mas enquanto comunidade (virtual) não temos nenhum compromisso para com esta ou aquela causa por muita justa ou legítima que ela seja"...
Estamos esclarecidos, caro leitor (que eu espero na próxima poder tratar como camarada)... Saudações bloguísticas. Luís Graça, Editor
Caro Administrador e Editor do Blogue Dr. Luís Graça
Com pena minha, adopto o mesmo tratamento formal que usou para comigo.
Gostava que me tivesse tratado por camarada e por tu, como é norma no Blogue.
Confesso que podia esperar uma ou outra reacção ao meu comentário mas que ela tenha vindo logo do Administrador e nos termos em que veio, deixa-me estupefacto.
É evidente que conheço as regras básicas do blogue.
Mas voltei a ler e reler o que escrevi e não vejo em que é que as mesmas foram infringidas.
Muito se tem falado aqui sobre o esquecimento a que os ex-combatentes têm sido votados por parte dos governantes.
Sempre que isso acontece, saltam NOMES à baila, por vezes até adjectivados com termos bem agressivos.
Não tenho ideia de ter visto nenhuma "chamada à ordem" a quem o faz.
Sem desrespeito, sem agressividade, sem visar quaisquer fins políticos (não faço nem nunca fiz parte de nenhum partido),
Limitei-me apenas a fazer uma constatação verídica sobre o "político que mais anos tem de governação em Portugal".
É o Presidente da República. Ok. E em que é que isso invalida o que eu disse?
Onde está a falta de respeito?
Já agora vou só citar algumas figuras cujos nomes têm sido citados aqui no blogue e, por vezes, bastante "maltratados" sem que daí "tenha vindo mal ao mundo":
-Almeida Bruno
-Paulo Portas (subsídios e complementos reforma)
-Santos Silva (Ministro Defesa)
-Mário Soares (descolonização)
-Manuel Alegre (desertor -com a agravante de ser mentira)
Já agora, caro Dr. Luís Graça, tem havido camaradas a apontar alguns motivos para o facto de não haver mais adesões ao blogue. Pode não ser só porque não queiram. Podem sentir que poderá haver alguma "desigualdade no tratamento".
Há um ano que sou leitor diário. Por várias vezes estive para aderir mas,confesso,tenho hesitado.
Alonguei-me, mas vou só dizer que há postes publicados aqui no blogue onde o meu nome já foi referido. Mais, até há fotos minhas da Guiné e uma actual.
Caro Dr. Luís Graça, também espero proximamente vir a tratá-lo por camarada.
Saudações respeitosas.
José Vermelho
Zé, camarada, amigo Vermelho, camarigo:
Sem quaisquer ressentimentos: estás convidado para ingressar na Tabanca Grande e sou eu que me ofereço para te apresentar ao resto do pessoal...
É normal ser assim: um dos editores tem essa função que, mais do que protocolar, pretende ter uma objectivo de "acolhimento" e de "integração"...
O "periquito" apresenta-se (duas fotos, um endereço de email, uma história), o editor dá-lhe as boas vindas... São as nossas regras... Geralmente é o Carlos Vinhal, que está 24 h de serviço, quem faz esse papel...
José: Nada como o preto no branco. Gostei da tua resposta franca e directa. Taco a taco. Elegante. Inteligente. Acusaste a "recepção" do meu comentário e apresentaste as tuas razões. Ninguém tem que enfiar nenhum carapuça.
Não vou aqui (não é o lugar adequado para isso) analisar alguns questões interessantes que levantas, como por exemplo o eventual tratamento desigual que é dado aos membros da Tabanca Grande... Podes estar a ser injusto ou não, pode ser correcto ou não o teu ponto de vista, mas é a tua percepção. E eu quero contribuir, já agora com o teu apoio, para corrigir eventuais assimetrias e desequilíbrios no nosso blogue, do qual (e na qualidade de seu fundador, mas não "proprietário"...) não gostaria que se dissesse que aqui "somos todos camaradas, mas mais há uns que são mais camaradas do que outros"...
Leia-se: iguais, uns mais iguais do que outros... Pode ser um utopia, essa a de querermos ser pares e iguais, mas são as utopias que dão sentido (ou pelo menos "pica"...) à vida...
Como deves imaginar, tentamos que este blogue seja um local de (re)encontros. Às vezes, desencontramo-nos, desastradamente, na tentativa de procurar, buscar, reunir, pesquisar, ir mais longe... Mas não é tanto por acção, é sobretudo por omissão... Só não erra quem não age...
Como deves imaginar também, não sou censor, inquisidor-mor, muito menos "big brother", não leio (nem posso humanamente ler) todos os comentários que aqui se escrevem, nem ando à cata da "heresia" ou da "asneira"... Há um certo crivo, há leituras cruzadas, há um embrião de "conselho editorial", há gente que está atenta...
Eu estou estou atento (e sou sensível) aos insultos, às tentativos de assassínio de carácter (por ex., Manuel Alegre=desertor), ao boato torpe, à maledicência patológica, a essa pecha nacional que se cola à nossa pele que é a "cultura do ódio de estimação"...
É verdade que já cometemos aqui excessos, "no calor das batalhas" (felizmente) campais, que agora travamos, mas é só fumaça, como diria o velho almirante...
Lamento não ter reconhecido o camarada José Vermelho, camarada do Juvenal Candeias, do Vasco Santos, do Ayala Boto, do Mário Bravo, de camaradas de Cacine e de Bedanda... Há pelo menos dois postes com referências (e imagens) à tua pessoa (*)...
Em 7200 postes publicados não posso reter todos os pormenores, todos os nomes, todos os rostos... Isto já é um folhetim com muitos episódios... Se "não tivesses saltado o arame farpado" e tisses entrado pelo teu pé, se tivesses um email,... eu não teria feito o tal comentário público, ter-te-ia reconhecido e mandar-te-ia um mail particular, para mútuo esclarecimento...
De resto o que eu fiz, e faço-o de tempos a tempos, é apenas (re)lembrar as nossas regras do jogo... Em suma, alguém tem que fazer o papel de árbitro, embora talvez fosse mais divertido, para alguns, não haver árbitro nem regras...
Fico à tua espera. Aliás, estamos à tua espera desde Maio passado, segundo o recado que mandouo Vasco Santos.
Um Alfa Bravo. Luís Graça
__________
(*) Vd. postes:
Sexta-feira, 16 de Outubro de 2009
Guiné 63/74 - P5113: Histórias de Juvenal Candeias (5): Vicente, o Piu
26 de Maio de 2010
Guiné 63/74 - P6476: Em busca de... (134): Procuro notícias do pessoal de todas as Unidades que passaram por Bedanda (Vasco Santos)
No meu penúltimo comentário, claro que eu queria dizer:
"A participação dos nossos leitores é desejável e é incentivada por nós. Mas temos algumas regras básicas que, se calhar, ainda NÃO conhece bem (ou não conhece de todo)(...).
Peço desculpa ao José Vermelho e aos demais leitores. LG
Caro amigo e camarada Luís Graça
Expusemos os nossos pontos de vista.
Penso que ambos entendemos o que o outro queria dizer.
Da minha parte também não fica (porque nem havia) qualquer ressentimento.
Agradeço o convite para ingressar na Tabanca.
Não o faço para já mas é possível que o faça dentro de algum tempo.
Um forte abraço para o Luís
José Vermelho
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