sábado, 18 de junho de 2011

Guiné 63/74 - P8440: Controvérsias (125): As feridas da guerra (José Firmino)


1. O nosso Camarada José Firmino (ex-Soldado Atirador da CCAÇ 2585/BCAÇ 2884, Jolmete, 1969/71), enviou-nos a seguinte mensagem:


AS FERIDAS DA GUERRA


No programa “Linha da Frente” transmitido pela RTP1, em 2011-06-15, ficamos nós, ex-Combatentes e os telespectadores em geral, a saber um pouco mais sobre o que foi a Guerra no Ultramar Português, (Angola, Guiné e Moçambique) e suas sequelas, que alguns, ainda teimam em fazer esquecer e outros nem sequer ousam falar.



Senti em mim uma enorme revolta ao ver aqueles Homens ex-Combatentes que, lado a lado, combateram junto de nós e sofreram as mesmas angústias!



As marcas dos renhidos e mortíferos combates são bem visíveis nos seus corpos.


Nunca pensei que, passado quase meio século, fosse capaz de ver o drama destes nossos Camaradas-de-armas e, muito mais, o esquecimento a que estão sujeitos.


É que já lá vão dez anos a viver em quartéis, longe das suas terras e dos seus familiares, sem que o Estado Português reconheça aquilo a que têm direito.


Mas as injustiças não se ficam por aqui, pois todos sabemos que ficaram por lá, em terras de África, muitos restos mortais de militares do Exército Português que tombaram em combate e que, até hoje, não descansam em paz nas suas terras natais, junto de seus familiares.

Isto envergonha-me, profundamente, enquanto Português e ex-Combatente.

Em grito de revolta digo: “Façam algo por estes Homens, eles merecem!”

Que amanhã pode ser tarde de mais!

É revoltante e triste constatar que eles não recebem aquilo a que têm direito e que receberão um destes dias, por certo muito mais prático e bem mais barato, o subsídio de funeral.

José Rodrigues Firmino,
Sold At da CCAÇ 2585 (Mais Alto)
Ex-Combatente em Jolmete, 1969/71
____________

Nota de M.R.:

Vd. o último poste desta série em:


14 comentários:

Anónimo disse...

De facto, caro Firmino, é uma VERGONHA. E também seria bom saber se o tempo que serviram o nosso país lhes conta alguma coisa para a reforma. É que, por pouco que seja (e na quase totalidade dos casos será), dadas as circunstâncias em que a maior parte vive, uma pequena pensão de reforma seria uma grande ajuda. Já não bastava o que sofreram depois das independências por terem servido o "inimigo".
Tudo isto me causa revolta e mesmo nojo.
"Nação Valente"???
Um abraço,
Carlos Cordeiro

antonio barbosa disse...

Companheiros
Fiquei extremamente chocado com o que vi e ouvi no programa "Linha da Frente" transmitido pela RTP1 em 15 do corrente, agora sim entendo o porquê de ter sido adiado
por 2 vezes em periodo eleitoral, n-ao consigo entender como é que um Snr Ten. Cor. porta voz do exercito tem o desplanto de afirmar que o exercito portugues os tem ajudado bastante e que é uma situação muito complexa e dificil de resolver, isto quando nóe´s sabemos que qualquer badameco que tenha passado pela Assembleia da Republica, Caqmara Municipal ou qualquer elenco governamental mesmo que não preste para nada, diga-se de passagem a esmagadora maioria, tem direito a uma choruda reforma vitalicia. Será que estão há espera que estes combatentes morram para que o problema fique de vez resolvido?
TENHAM VERGONHA

Antonio Barbosa

Anónimo disse...

Anónimo disse...
Camarada Rogério Cardoso, não precisamos de textos muito elaborados, nem de queixas de que os combatentes " assim e assado".

Disseste tudo no teu comentário!

Somos todos muito solidários, protestamos porque o programa é adiado mas depois de o termos visto o silêncio foi a resposta "mais ouvida", eventualmente com uma ou outra excepção.

Começo a duvidar de tudo e até de mim próprio.

O programa a que assistimos, aquele somatório de queixas de antigos camaradas, alguns há não sei quantos anos em Portugal, para que lhes seja atribuída uma esmola, apenas teve resposta de um qualquer burocrata que mais isto e mais aquilo e que estão a estudar...
Tal como tu estou envergonhado e ponho-me á disposição de colaborar no sentido de resolver o problema destes seres humanos que tiveram o azar de nascer em território ultramarino administrado por Portugal!

Agradeço teres levantado o problema neste Blogue e a ver vamos se o teu alerta é ouvido por alguém!
Um abraço camarigo

Vasco A. R. da Gama
C. Cav. 8351 _ Os Tigres do Cumbijã
Guiné 1972-1974.

Comentário feito dois ou três postes acima que aqui volto a colocar por me parecer pertinente, acrescentando que se o paíexeds não é capaz de fazer nada ou não tem interesse em resolver o problema que sejamos nós, porque não, a resolver o problema destes camaradas para que a vergonha não seja tão grande!

Anónimo disse...

Camarigos
Fiquei chocado com a reportagem , assim como vocês.
Só digo o seguinte: É A VERGONHA DAS VERGONHAS !!!
HONRA E GLÓRIA aos nossos Camaradas Africanos que defenderam uma Bandeira duma Pátria com "ALZEIMER", que esquece os seus COMBATENTES.
Não me revejo NESTA PÁTRIA !!!
Luís Borrega

José Marcelino Martins disse...

Para mim, e isto numa visão pessoal, o problema do EX.

Intitulamo-nos, de ex-soldado a ex-capitão, por seremm estes os postos que nos estavm destinaqdos por não sermos "profissionais".

Intitulamo-mos como ex-combatentes e, assim, sej pudor podem-nos apelidaer de ex-vivos.

E se somos "ex", então já não somos e, por conseguinte, não existimos.

Porque não existimos, nem virtuais somos.

Fomos, sim, fomos e de que maneira:

Fomos inspecionados, mas não encontraram nada, nem no corpo nem na alma, que nos impossibuilitasse de ir à guerra.

Fomos treinados para matar e não morrer, pelo menos no espaço de 36 a 40 meses,

Fomos enviados para outras terras onde, a em cada esquina e em cada sombra viamos um inimigo.

Fomos devolvidos à metropole, com a missão de continuar a erguer este país da ruina em que o foram lançando.

E agora???????

Continuamos sem mácula alguma, porque reconhecê-la é incompativel com a "politica do estado"!

Fomos treinados para não morrer, mas agora "devemos morrer"!

Ainda nos assombram as nossas sombras? Problema nosso!

Tivemos de trabalhar? E porque não? Para não trabalhar existem os "politicos profissionais" que nada mais fozeram na vida do que ser politicos, ou seja, nada fazerem para além do que querem.

Eufemisticamentes chamam-nos "Antigos Combatentes".

Tenham dó.

Não somos "EX" nem "ANTIGOS".

Somos homens, somos combatentes.

Vamos fazer ouvir a nossa voz.
Se não for por mais ninguem. que seja por nós, pela nossa familia, pelos nossos camaradas que já partiram e, sobretudo, que seja PELOS NOSSOS CAMARADAS AFRICANOS, A QUEM TUDO PEDIRAM E TUDO RECUSAM.

Já percebem porque me recuso a ser "EX".
Eu, por mim, FUI, SOU e quero SER sempre COMBATENTE.

O clarim já tocou a reunir!
De que estamos à espera?


Nota- texto escrito ao correr das teclas, sem qualquer revisão posterior.

Eduardo J.M. Ribeiro disse...

Canmaradas,

Gostava que alguém me dissesse se um engenheiro, ou um doutor, que se retire, ou reforme da sua actividade, passa a ser um ex-doutor ou um ex-engenheiro?

Então, porquê o ex-Combatente, o ex-Alferes, etc.?

Neste Portugal “abrilista”, mentalizem-se de que JAMAIS conseguiremos como Combatentes, o que quer que seja, quer para nós, quer para os infelizes africanos, que foram baptizados portugueses, com B.I. português, e que foram chamados, ou voluntários, para serem soldados e Combatentes por Portugal… TAL COMO NÓS!

Olhem bem a nossa completa divisão… uns por motivos políticos… outros por motivos religiosos… outros por desinteresse total… outros por interesses diversos….

Andamos cada um para seu lado… autêntico rebanho tresmalhado!

Já aqui se apelou várias vezes à nossa união… não passa de boa vontade pessoal e conversa perdida.

Bem dizia o outro, e com toda a razão, que passamos o tempo a discutir pentelhos!

Um sinal bem evidente da nossa TOTAL fraqueza é a presença nas cerimónias do 10 de Junho. Milhares de Camaradas arranjam uma desculpazita para não pôr lá os pés e dos cerca de 700 mil Combantentes que passaram pela guerra, aparecem por ali umas 2 mil pessoas, se tanto.

JAMAIS nos uniremos de modo a fazermo-nos honrar e respeitar… os interesses e desinteresses, de diversa ordem, falam mais alto que qualquer impulso ou movimento de boa vontade, mesmo de pequenos grupelhos de malta, sejam eles os mais voluntariosos e dinâmicos.

Nem se pode culpar ninguém objectivamente… é o miserável povinho que somos!

Todos nós como é óbvio, excepto os doentes e os que têm que trabalhar!

Resta-nos, como povinho foleiro e tacanho, sermos parentes do calimero, da pedincha e, excepcionalmente, uns tantos… a refilar… inconformados e revoltados… até ao nosso desaparecimento TOTAL!

INFELIZ E DESGRADAÇAMENTE, de um modo ou de outro, MORREMOS TODOS NA GUERRA!

Um abraço
Magalhães Ribeiro

Carlos Vinhal disse...

Há no comentário do camarada Magalhães Ribeiro afirmações que me causaram muita confusão e me deixou perplexo.

Começa com: "neste Portugal abrilista".
Portugal abrilista, maista e dezembrista, diria eu.

Na vida, porque já passo dos 60, sou ex-muita coisa, e ex-combatente sou de certeza absoluta. Aliás, nem sei se alguma vez fui combatente. Como digno representante da tropa macaca, digo que a mim ninguém me virou. Sou o maior pacifista que se possa imaginar.

Também é bom lembrar que fui "combatente" ao serviço do regime anterior, pelo que este não me deve absolutamente nada.

Devemos exigir, isso sim, que os estropiados, pretos e brancos, sejam ressarcidos pelos danos corporais e/ou psicológicos sofridos no exercício do serviço militar obrigatório e nas campanhas em África, caso daqueles camaradas citados na reportagem da RTP1. O 25 de Abril vai já há tantos anos, e só muito recentemente a malta se vai organizando nas reivindicações e se vai dando conhecimento destas situações. Tarde de mais porque estamos a ficar velhos e cansados.

Outra afirmação polémica:
Resta-nos, como povinho foleiro e tacanho, sermos parentes do calimero, da pedincha e, excepcionalmente, uns tantos… a refilar… inconformados e revoltados… até ao nosso desaparecimento TOTAL!

É caso para dizer, todos menos eu, caro Eduardo. Não considero o povo português foleiro e tacanho, nem essas palavras são dignas de um nacionalista como tu. Eu nunca pedi nada. EU NÃO MORRI NA GUERRA. Eu estou vivinho da silva.

Falando agora do 10 de Junho em Lisboa, isso faz-me lembrar os News letter que recebo do Inatel anunciando as iniciativas... no Teatro da Trindade... em Lisboa. Eu moro no Porto e não gosto de ir a Lisboa. Feitios. Gosto mais dos acontecimentos domésticos, para mim tão importantes como os da capital.

Caro Eduardo, como vês, nada de acordo contigo, nem temos que estar.

Recebe um abraço do camarada
Vinhal

Hélder Valério disse...

Caros camarigos

Este assunto é tão importante, quanto capaz de 'aguçar' a polémica.
Não que não se possa (e não se deva, digo eu) alimentar uma boa, saudável e fecunda polémica, mas não é desejável que se utilize a prática dos 'blogues de opinião' ou até mesmo dos comentários do "Facebook", com adjectivações que se querem 'fortes', mas...

Realmente a reportagem que tivemos oportunidade de ver (por questões do falecimento de familiar só vi os últimos 10 minutos e mesmo assim com menos atenção com que devia), deu para confirmar aquilo que temos vindo a referir aqui no blogue, e não só aqui nem só nós, que é a de que o Estado (seja ele dirigido por quem quer que seja, é sempre em nome de Portugal) não resolveu o problema daqueles de quem beneficiou quando entendeu usá-los em seu nome. E que vai 'enrolando' de modo que não irá fazer nada de significativo nos próximos tempos, a menos que...

Esta constatação dá tristeza, dá revolta, dá raiva. E não é só para com esses 'antigos colaboradores' que se pratica o 'usa e descarta', isso agora é prática corrente em todos os campos, com todos aqueles, pessoas ou instituições, que não são do poder instituído (insisto, seja ele qual for).

Uma das coisas que se pode fazer é ir sempre insistinto, persistindo, na denúncia destas situações, continuar falando delas, mesmo e sobretudo, contra aqueles (e aquelas) que acham que o tema 'guerra' já é requentado...
Aproveitar todas as iniciativas que, aqui e ali, vão surgindo, para lembrar esses tempos e as suas consequências.
Não é útil dizer que 'não se faz nada' e depois quando se faz critica-se porque é pouco, ou curto, ou passa tarde, ou é adiado, ou 'são sempre os mesmos', etc. Quere-se mais e melhor? Pois concerteza, mas aproveita-se a partir do que há e tenta-se dar outra profundidade, ir mais além, intervindo, comentando, fazendo circular as opiniões, até que o 'assunto' seja mesmo recorrente.

(tentei enviar tudo o que tinha escrito mas ultrapassa o limite permitido pelo que vou 'partir' aqui e o resto vai a seguir).

.... continua...

Hélder S.

Hélder Valério disse...

Caros camarigos

... continuação...

Podia dizer que os comentários que li acima têm todos, cada um à sua maneira, boas razões para serem uma boa achega ao texto do José Firmino. E têm, de facto.
No entanto até parece que existem contradições entre alguns deles. E têm, de facto.

Mas isso é o interessante disto, as diferentes 'visões' sobre o mesmo assunto ou tema.
Por exemplo, sou tentado em concordar com o Zé Marttins quando afirma que o (eu diria, um dos...) problema está na utilização do "EX". De facto, tal como ele coloca as coisas, parece haver uma espécie de 'demissão' da condição e, sendo assim, funcionamos como que envergonhados (como colectivo, que há situações individuais de afirmação...), mas também não deixo de entender o Carlos V que a situação de militar, como miliciano, convocado para o desempenho de determinada missão balizada no tempo e no espaço, terminou nessa ocasião. É verdade que se diz que 'quem vai à guerra nunca sai dela' e que estamos aqui (no blogue e não só) a reviver as situações passadas nessas circunstâncias, os bons e maus momentos, essencialmente a amizade incondicional, mas é verdade também que isso não altera o facto de se ter passado à disponibilidade...

Quanto à intervenção do nosso camarigo Magalhães Ribeiro também está prenhe da indignação que, quanto a este assunto, parece-me que toca a todos. Os seus lamentos são legítimos, a sua tristeza é grande e a revolta também.
Apenas duas observações: "O 10 de Junho" e "Portugal 'abrilista'".
Quanto ao primeiro, parece-me justo o lamento relativamente ao facto de, sendo de largos milhares o efectivo dos que passaram ou estiveram envolvidos nos T.O. de África, haver uma relativamente fraca presença desses homens, nesse dia, nesse local. Mas não me parece justa a conclusão do (talvez aparente) alheamento dos que primam pela 'não-presença'. Como disse no início, isto seria um bom tema para discussão, mas talvez nouto local.
Quanto à questão do Portugal 'abrilista', bem, aqui acho que o amigo Magalhães anda distraído, ou a ler artigos de opinião de honestidade intelectual duvidosa (atenção, estou a referir-me aos artigos de opinião...). O que é isso do Portugal 'abrilista'? Há alguma coisa que se possa cotejar entre o Portugal que, teoricamente, idealisticamente, se pretendia começar a desenvolver a partir daqueles acontecimentos e o que se veio a desenvolver, principalmente nas últimas décadas?
Antigamente era tudo 'culpa do Salazar', agora é tudo culpa da 'abrilada'? Mesmo quando quem nos (des)governa está quase nos antípodas dos 'princípios de Abril'?
Pronto, sei que é mais fácil, mais 'sonoro', referir as coisas assim mas não é justo nem correcto.

Abraços
Hélder S.

Eduardo J.M. Ribeiro disse...

Ó diabo, agora fiquei aflito para vos explicar o que é o "Portugal abrilista", pois tenho aqui no meu arquivo pessoal dezenas de exemplos.

Aqui vai um:

Parlamento: Assembleia tem orçamentado um milhão de euros

51 ex-deputados pedem subsídio
Ex-parlamentares solicitam atribuição do subsídio de reintegração para regressarem à vida civil.
Despesa com pedidos vai rondar os 729 mil euros.


A Assembleia da República vai desembolsar este ano uma verba avultada com o subsídio de reintegração dos ex-deputados na vida civil: até ontem, já tinham pedido ao Parlamento a atribuição daquele apoio financeiro, previsto como regime transitório na Lei 52-A/2005, um total de 51 ex-parlamentares. Para já, só com este universo de antigos deputados a Assembleia da República vai gastar com o subsídio de reintegração cerca de 729 mil euros, mas a verba orçamentada para 2010 ultrapassa um milhão de euros.

Os dados dos serviços do Parlamento deixam claro que, dos 51 ex-deputados com direito a subsídio de reintegração, 30 têm direito a um apoio correspondente a um mês de vencimento, no valor bruto de 3815 euros; seis recebem 12 vencimentos, no montante de 45 782 euros cada um; dois têm direito a 11 vencimentos, de 41 966 euros cada um; sete têm direito a sete vencimentos, de 26 706 euros cada; um recebe seis vencimentos, no total de 22 891 euros; dois têm direito a três vencimentos, de 11 445 euros cada; três recebem dois vencimentos, de 7630 euros cada um.

O elevado universo de pedidos de atribuição deste subsídio é, desde já, uma consequência do grande número de deputados não eleitos nas últimas eleições para o Parlamento Europeu e para a Assembleia da República. Já em 2009, o subsídio de reintegração fora atribuído a dois ex-eurodeputados socialistas: Paulo Casaca, que tem direito a 53 412 euros (14 vencimentos) e Armando França Alves, que recebeu 3815 euros, um salário.

REGIME TRANSITÓRIO PREVALECEU POR PRESSÃO DOS PARLAMENTARES

O subsídio de reintegração foi eliminado em meados de Setembro de 2005, mas, por pressão dos deputados socialistas, manteve-se um regime de transição até 2009 para os deputados que atingissem 12 anos de funções no ano passado.

Por isso, a redacção do artigo 8º da Lei 52-A/2005, de 10 de Outubro, é peremptória: "Aos titulares de cargos políticos que, até ao termo dos mandatos em curso, preencham os requisitos para beneficiar dos direitos conferidos [...] são aplicáveis, para todos os efeitos, aqueles regimes legais, computando-se, nas regras de cálculo, apenas o número de anos de exercício efectivo de funções verificado à data da entrada em vigor da presente lei, independentemente da data do requerimento e sem prejuízo dos limites máximos até aqui vigentes."

NÚMEROS-CHAVE

45 782€

é o subsídio de reintegração dado a cada um de seis ex-deputados: equivale a 12 salários.

41 966€

é o subsídio de reintegração atribuído a cada um de dois ex-deputados: equivale a 11 vencimentos.

26 706€

é o subsídio de reintegração para cada um de sete ex-deputados: equivale a sete salários.

22 891€

é o subsídio de reintegração atribuído a um ex-deputado: corresponde a seis vencimentos.

11 445€

é o subsídio de reintegração para cada um de dois ex-deputados: equivale a três salários.

António Sérgio Azenha (in Correio da Manhã)

Magalhães Ribeiro

Eduardo J.M. Ribeiro disse...

Aqui vai oputro exemplo do "Portugal abrilista":

Gestão danosa em Portugal e na Islândia

Sócrates vai para o "Guiness" pela sua incompetência, diz Belmiro
O patrão da Sonae considera que não há ninguém que tenha feito "tanta coisa tão mal em tão pouco tempo".
Belmiro de Azevedo fez duras críticas a José Sócrates, sublinhando que o primeiro-ministro deve ir para o livro do Guiness pela sua incompetência.

"Não há exemplo de alguém ter feito tanta coisa tão mal feita em tão pouco tempo. José Sócrates vai para o Guinness", afirmou o empresário, citado pelo "Jornal de Negócios".

O responsável acusou Sócrates de ser "chefe de um grupo de empregados".

"Só havia um ministro: José Sócrates. Até o Teixeira dos Santos ultrapassou e ignorou", acrescentou Belmiro.

Na semana passada, durante o comício do PSD no Porto, o presidente da Sonae disse acreditar que o partido de Passos Coelho iria "ganhar largamente "as eleições legislativas, contra o partido socialista.

Sócrates vai para o "Guiness" pela sua incompetência, diz Belmiro
O patrão da Sonae considera que não há ninguém que tenha feito "tanta coisa tão mal em tão pouco tempo".
Belmiro de Azevedo fez duras críticas a José Sócrates, sublinhando que o primeiro-ministro deve ir para o livro do Guiness pela sua incompetência.

"Não há exemplo de alguém ter feito tanta coisa tão mal feita em tão pouco tempo. José Sócrates vai para o Guinness", afirmou o empresário, citado pelo "Jornal de Negócios".

O responsável acusou Sócrates de ser "chefe de um grupo de empregados".

"Só havia um ministro: José Sócrates. Até o Teixeira dos Santos ultrapassou e ignorou", acrescentou Belmiro.

Na semana passada, durante o comício do PSD no Porto, o presidente da Sonae disse acreditar que o partido de Passos Coelho iria "ganhar largamente "as eleições legislativas, contra o partido socialista.

"O PS já não é um partido sequer, é uma máquina, mas já esgotou a máquina, não tem gasolina, veio tudo para baixo", concluiu Belmiro de Azevedo.




Enquanto em Portugal se deixa que a culpa morra solteira e não se accione, judicialmente, Sócrates, por gestão danosa do país, na Islândia as coisas não são assim.


Islândia: ex-primeiro-ministro diz-se inocente
"A minha posição sobre as acusações é clara. Declaro-me inocente de todas as acusações e tudo farei para provar a minha inocência caso o tribunal decida examinar este caso", disse Geir Haarde.
O ex-primeiro-ministro islandês Geir Haarde declarou-se hoje inocente na audiência preliminar de um processo por "negligência" no colapso do sistema financeiro do país em 2008, enquanto o seu advogado censurou os juízes e pediu o fim do processo.
"A minha posição sobre as acusações é clara. Declaro-me inocente de todas as acusações e tudo farei para provar a minha inocência caso o tribunal decida examinar este caso", declarou Haarde.
No decurso da audiência, a acusação e a defesa apresentaram os argumentos, para que um tribunal de justiça (Landsdomur) se decida sobre o início de um processo judicial. O Landsdomur não referiu quando vai anunciar a decisão final nem fixou uma data para nova audiência.

Magalhães Ribeiro

Eduardo J.M. Ribeiro disse...

Acho que já chega pois estou a sujar o blogue todo.

Mas tenho aqui muito mais que poderei enviar a quem se interessar pelo e-mail.

É só solicitarem!

Um abraço Amigo do Magalhães Ribeiro

Carlos Vinhal disse...

Caro Eduardo
Para terminar, uma vez que levaste o assunto ao ponto que querias, o nosso Portugal actual não é produto do 25 de Abril, é herança do senhor D. Afonso Henriques.
Um abraço
Carlos

Anónimo disse...

Meus Caros Camaradas;
Naturalmente que também fiquei indignado com todas estas situações a que os nossos camaradas se encontram sujeitos.
No entanto, há uma questão que nunca vi nesta nossa Tabanca Grande ser referida e nem sequer aflorada e que é a seguinte:
Tive e tenho perfeito conhecimento de que, nos meses de Agosto e Setembro de 1974, os camaradas Africanos das NT foram desmobilizados, tendo passado à disponibildade ou à reserva e que, ao fazerem o respectivo espólio, foram sendo pagos em função do seu posto na hierarquia militar, bem como do tempo de serviço de cada um.
Este processo foi iniciado e concluído pelo então Governador Sr. Brigadeiro graduado Carlos Fabião e teve o seu início com a desmobilização do pessoal do Regimento de Comandos Africanos.
O fundamento que presidiu a este processo, prendia-se, não com a entrega do equipamento (fardas, botas, etc.), mas antes e principalmente com a entrega das armas e munições que a cada um se encontravam atribuídas.
Recordo-me que, a um soldado com um ano de serviço militar, foi paga a quantia de mil pesos. Para o Regimento de Comandos seguiram algumas pastas (tipo James Bond) com notas para se processarem esses pagamento.
Tudo isto teve que ver com o desarmamento dos nossos Camaradas Africanos ? teve;
Ficaram eles deste modo à mercê dos elementos do paigc, sabendo de antemão que "vai no Morés e corta cabeça" ? ficaram e sabiam.
Receberam quantias irrisórias ? receberam. E a nós quanto é que nos foi pago ?.
Isto aconteceu assim.
É triste.
Um abraço Camarigo, do
Joaquim Sabido
Évora