1. Mensagem do nosso camarada António
José Pereira da Costa (Coronel de Art.ª Ref, ex-Alferes de Art.ª na CART
1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-Capitão de Art.ª e CMDT das CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74), com data de 16 de Junho de 2015:
Aqui vai uma tentativa de participação com um texto que me foi sugerido num convívio a que fui.
Um Ab.
TZ
A MINHA GUERRA A PETRÓLEO
14 - Este Feminismo é muinta Feio!
Sabemos por experiência da nossa vida que as chamadas causas fracturantes, entre as quais o feminismo se encontra, começam por se afirmar de modo exuberante e muito contestatário, agressivo até.
No fundo, trata-se de uma afirmação da subversão. Naquele tempo, aprendemos a atribuir a esta palavra uma carga negativa, quando ela pode ser aplicada a diversos sectores da vida como, por exemplo, às artes.
As artes são frequentemente sacudidas por um grupo de artistas que concluem que a sua arte não está a evoluir e se limita a repetir indefinidamente os mesmos procedimentos, a apresentar o mesmo tipo de obras, tanto que, às vezes até dá a impressão de que se entrou a copiar, reduzindo a inovação a pormenores.
Nessa altura, o tal grupo resolve “virar a mesa” e tornar-se notado pela agressividade com que faz a contestação às práticas artísticas até aí vigentes. Não há outra maneira de o fazer. Só se fazem modificações profundas… modificando profundamente.
São então contestadas as regras e as normas que até aí se seguiam, essencialmente perguntando porque é que se faz assim e se não se poderá fazer de outro modo. E, normalmente a resposta dos conservadores é pouco satisfatória, quando não é tão absurda como “sempre foi assim! Mudar para quê?
Dei toda esta volta bastante larga para vos recordar que o feminismo que conhecemos nos anos setenta está hoje ultrapassado, mas que quando surgiu teve de o fazer de forma ruidosa e contestatária, pondo em causa as regras do funcionamento da sociedade até aí tidas como imutáveis. Hoje, aceitamos e defendemos, todos, certos princípios, procedimentos e valores que, naquela altura, tínhamos como ridículos e destituídos de senso.
Nós próprios assimilámos as novas normas e, hoje, achamo-las normais e aceitamo-las como se não houvesse outras.
Mas é frequente que a tal corrente ou grupo contestatário vá para além do admissível resvalando rapidamente para excessos que não estavam de todo no espírito dos contestários que deram o seu melhor, colidindo ruidosamente com a “ordem estabelecida” e enfrentando corajosamente os conservadores, frequentemente retrógrados e ansiosos de que nada mude.
Isto vem a propósito do que tem sucedido ultimamente nos convívios de ex-combatentes a que tenho ido. Tendo pertencido a quatro unidades de nível Companhia tenho sempre que fazer cinco saídas - uma com o blog - para os convívios anuais, aos quais, como é hoje frequente e bem, comparecem também esposas, companheiras, irmãs, em suma: raparigas da nossa geração.
Pois ultimamente em dois desses convívios circulou e impôs-se rapidamente a “novidade”: senhoras para um grupo de mesas e homens para o outro. Nem queria acreditar no regresso machismo, mas de sinal contrário. Vocês lembram-se de que nas festas antigas, as mulheres iam para lado falar “lá das coisas delas” e os machões latinos iam para outro falar dos “seus assuntos”, normalmente “gajas” e aventuras similares não incluídas nos 80% da votação do último inquérito do Luís Graça. E não houve maneira de as convencer. Depois, perguntei as razões para este retrocesso e aí é que eu fiquei cheio de dores no espírito. Eram elas que achavam desinteressantes “aquelas coisas deles” (muitas vezes repetidas), aquela violência toda que não faz sentido nenhum e que “já aconteceu há tanto tempo”. Assim ficavam no aconchego da sua conversinha sobre “cá as nossas coisas delas”. Ainda me disseram que, alguns, no regresso a casa, vinham enervados e perturbados, o que justificaria, por si só uma maior atenção (digo eu…). Sentiam-se mal em contacto com os homens que falavam alto, diziam asneiras e davam palmadas uns nos outros. Alguns riam-se e outros… até choravam. Uma balbúrdia! Uma verdadeira desgraça!
Isto não pode acontecer no meu país!
Todos e todas somos portugueses (talvez infelizmente) e a solidariedade entre homens e mulheres é um valor que já chegámos à conclusão de que devemos cultivar, especialmente nos da nossa geração. Claro que algumas só ouviram falar “daquilo” depois de casadas, mas outras, através das cartas, sabiam bem o que por lá sucedia. E às que só souberam depois de namoradas e casadas ocorre perguntar: em que país é que viveram durante aqueles anos? Como é possível que tudo lhes tenha passado ao lado? É capaz de ser uma questão cultural, digo eu que sou mauzinho…
Já tenho pensado que se tivéssemos estado presos durante dois anos, longe dos nossos e delas tivéssemos mais aceitação. É que o ambiente concentracionário é mais compreensível, por estar mais visível. E aquelas fotos dos “quartéis” não estimularão a imaginação sobre a maneira como ali se vivia? E a alimentação repetitiva e confeccionada como podia ser? E as horas de sol e de chuva, com o suor a escorrer em bagas grossas? E o paludismo, as matacanhas e outras bichezas que o National Geogrphic ali regista?
Como viram não falei da guerra em si. Essa sim é que é difícil de imaginar.
Não falei das minas, das emboscadas, das flagelações do regresso das colunas ou das patrulhas com um camarada em padiola ou às costas. Isto seria mais difícil de imaginar.
Donde virá esta repulsa que se instalou em algumas das nossas companheiras ao ponto de se dedicarem a banalidades?
Mas o pior é que hoje, nos nossos convívios falamos da “guerra”, pois sim, mas certamente, já há muito que outros assuntos começaram a ser falados: os filhos, os netos, a política (porque não?), da saúde ou falta dela e tantos outros relacionados com o funcionamento do país que nos disseram que íamos servir e defender (de quê?) e no qual, no fim de tudo, nos revemos. Talvez porque não temos outro…
Peço, portanto, aos organizadores dos convívios que evitem esta prática sexista - mulheres para um lado e homens para o outro - que não é digna de cidadãos de corpo inteiro num país civilizado, que nós teimamos em tentar ser. Às mulheres peço que não esqueçam o seu papel de companheiras - uma conquista positiva do feminismo - iguais em direitos, mas também em deveres, que passam por aceitar o outro tal como a vida o foi fazendo e muito mais agora quando a idade pesa. Acima de tudo somos companheiros e amigos uns dos/as outros/as e “Cidadões” e Cidadonas(?) que não devem aceitar o retrocesso civilizacional que representa a separação fundamentada no sexo. Senão… vamos arrepender-nos. Mas já começamos a estar habituados.
Mem-Martins, 16 de Junho de 2015
____________
Nota do editor
Último poste da série de 5 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14572: A minha guerra a petróleo (ex-Cap Art Pereira da Costa) (13): Uma da nossa Intendência
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
20 comentários:
Tó Zé:
Acho que é uma boa prov(oc)ação... È um bom tema para "elas" animarem esta caixinha de comentários, de que andam muitr arredias... Se calhar, as nossas conversas também "sexualmente segregadas"... Não quero afirmar, tenho que fazer o papel de moderador... O "contraditório" só nos faz bem, sob pena de cairmos no "pensamento único"...
Vamos tê-las à perna, às tuas/nossas "feministas"... Ótimo... Confesso que também sinto, às vezes, o mesmo problema percecioanado por ti... Será que "elas" estão mesmo fartas das nossas "histórias" ou "conversas da treta" ? Ou se calhar, estão é fartas de nós, ao fim destes anos todos...
Como lidar com o problema. camarada ? Se somos parte do problema, também somos parte da solução9... Há uma certa "discriminação", "segregação", nos nossos convívios, reconheço... Temos, para já, que debater o problema...
Camaradas,
Nos convívios onde tenho participado, não reparei nessa questão opcional. Reparo, sim, é que vão menos senhoras, e as razões para isso podem multiplicar-se. Mas regresso ao relato, ao desinteresse de algumas senhoras relativamente às conversas e aos comportamentos dos homens. De facto, o sector machista é geralmente mais exuberante nos convívios; não se preocupa que a linguagem desbragada chegue aos ouvidos das parceiras; e ocupa muito tempo a falar do que para elas é desconhecido: a guerra.
Para além disso, há mais de 40 anos todos os portugueses foram acordados para a injustiça em que estavam envolvidos, alguns chegaram a ser apontados, ridicularizados e acusados de opressão, coisas que sensibilizavam também as mulheres para a nova realidade, a do repúdio da guerra e dos alegados 500 anos de exploração colonial. Em simultâneo as mulheres eram confrontadas com um leque alargado dos seus direitos, até então condicionados e escondidos da sociedade. Quando não se emancipavam e queriam ir além do que a censura social permitia, experimentavam à socapa. Depois queimaram os "soutiens", frequentavam salas de diversão, de cultura, ou de outras oportunidades para manifestarem o feminismos, a libertação sexual, a emancipação pelo trabalho, e reivindicavam em pé de igualdade, enfileirando manifestações e greves.
Foi subita a transformação social, e a das mulheres principalmente.
Não há ainda estudos popularizados sobre essas dimensões, sobre a transformação e o despertar da nova sociedade. E os homens durante algum tempo enfiaram a cabeça no chão, mostraram-se outra vez surpreendidos e incompreendidos, quando, afinal, eram as mulheres a pedir compreensão.
Algumas relações perenes suscitam alguma admiração. Em alguns casos até incómodo. Assim, até que ponto é que nos conhecemos honestamente, poderá questionar-se. Até que ponto as transformações sociais iniciadas naquele tempo, estão intuídas por cada um de nós, fêmeas e machos? E as relações que persistem em função de responsabilidades ou de patrimónios, interesses mercantilistas, ou outros, alguém quer meter-se por esses caminhos?
Quero dizer, que o período transformador apanhou-nos a todos impreparados, na abrangência que a revolução suscitou, assim como nos aproveitamentos políticos (agora cumprimentam-se os machos e as fêmeas por esta ordem nova e indelicada), nos negócios livreiros, de entretenimento, e dos meios de comunicação, da publicidade, das artes, do trabalho, da organização de eventos, etc, transformações que nos confrontam com preconceitos velhos, alguns até submergem princípios e valores morais.
É nessa perturbação que temos que viver e conviver, até que se faça uma luz comum à totalidade social.
Abraços fraternos
JD
Olá Camaradas
Venho só lembrar que as revoluções e grandes modificações, em geral, apanham os seus participantes "todos impreparados". Neste caso, aquilo que me parece é que há uma grande incompreensão e aceitação. O que não deveria suceder. Claro que eu só posso saber o que é uma dor de dentes se a sentir. Se assim não for, só posso imaginar, mas livre-me Deus de não ser compreensivo e solidário com quem a tem. Agora passados que foram 40 anos sobre o fim da guerra há outras vias de conversa a explorar e a "guerra" é só motivo para nos reunirmos.
Creio que sendo todos portugueses teremos sempre motivo para convivermos em grande mistura falando do que nos preocupou e uniu e também do que nos preocupa e une.
É, de todo, inaceitável o regime que foi apelidado de machista, se aplicado pelos homens e hoje é aplicado pelas mulheres.
Um Ab.
António J. P. Costa
Abrangente e interessante o comentário de JD.
Fiquei no entanto com uma dúvida quanto ao termo "alegados" na frase "alegados 500 anos de exploracäo colonial".
Significará que a exploracäo colonial talvez näo tenha existido?
A assim ser qual a justificacäo para a existëncia das colónias e dos vantajosos (alguns) negócios inerentes?
Ou,o "alegados" se refere a näo terem sido precisamente 500 anos mas...499...337 ou 241?
Um grande abraco do José Belo.
Quanto aos direitos e igualdades das mulheres, a Suécia,mais uma vez(!),foi esta semana um pouco mais longe que os restantes países.
Foi oficialmente(!) aprovado pelas entidades competentes a nova palavra sueca referente ao acto de masturbacäo feminina (tendo em óbvia referëncia o clitóris)...KLITRA.
Inúmeros artigos sobre o assunto foram publicados esta semana um pouco por toda a parte no mundo,sendo a maioria de teor bastante positivo.
A Suécia...sempre a Suécia!
Será por estas (e outras!) que aqui vivo há 40 anos?
E,mais uma vez um abraco.
Falou, seu Pêreira da Costa!
Comé q'a gentche vai entendê uns cara qu'é avô, falando linguge debochada e despois desata chorando qui nem minino?!
(RECEITA: Sentar na mesma mesa um grupo de enfermeiras pára-quedistas, mas daquelas que tenham feito evacuações em lugares de porrada a sério.)
Claro que falar só de guerra nos convívios é redutor, muito redutor. Há tantos assuntos que apetece falar... Mas quem pode deixar de falar nisso se estão ali à nossa frente as caras que viveram essas vivências?
Abracinhos
Alberto Branquinho
Caro José Belo:
Para tua informação, conheço perto de 70 países e tenho possibilidade de ir viver para muitos deles. Porém, não troco o NOSSO PORTUGAL por nenhum outro.
Um abraço,
JS
Para mim, é novidade.
Na CCAÇ2615 sempre os convívios foram em perfeita liberdade.
É verdade que algumas senhoras foram criando os seus contactos preferidos... mas aqui os ex-militares vão-se adaptando.
Na vida civil já participei em festas de aniversário, onde duas ou três vezes, vigorou "essa" de homens para um lado e mulheres para outro.
Não gosto mas também não vejo que seja assim tão grave.
Um abraço
Manuel Amaro
Caro Camarada J.Fernandes
Sem querer ser "patrioteiro" diria que o nosso querido Portugal,com todos os seus defeitos e limitacöes nunca se "TROCA" por um,dois ou mesmo...70 países.
Talvez para se ter plena consciëncia disso se torne necessário viver 40 anos sob outras bandeiras,e com família constituída por "outras gentes".
Nem todos trocaram o nosso Portugal por trinta fáceis moedas de prata,ou sequer,em voluntariados plenos.
Um abraco do José Belo
Caro Joseph,
Como soaria bem esse estrangeirismo em qualquer lugar das antigas colónias portuguesas. Poderia significar a condição de sobre-colono, ou seja, de um colono de colonos, ou ainda, de um colono especial que explorava os colonos básicos. E eram tantos os que arregaçavam as mangas e com o seu trabalho e orientação empírica, a ajudaram ao amadurecimento dos naturais, que pedem messas aos colonos institucionais e aos administradores punhos-de-renda, que a troco de uma escola, de uma enfermaria, ou de outro donativo, confundiam a bondade com a voragem com que enchiam os cofres na estranja. Os mesmos que patrocinavam revoltas e revoltosos.
Esta pode ser uma analogia para os "alegados 500 anos de colonialismo". Claro que houve colonialismo nos territórios sob administração portuguesa; tal como actualmente o Portugal metropolitano parece (parace?) ser colonizado por outras entidades colonizadoras. Isto é tão verdade, quanto o negócio era e é estabelecido nos "mercados". Lá havia recursos naturais, aqui há escravatura de uma multidão com formação técnica e administrativa.
Assim, por esta continuidade na sucessão inexorável do tempo, constata-se facilmente que os portugueses não conhecem o meio-termo: ou são exploradores, ou são explorados. Tal como, se remontarmos a 74, também é fácil constatar que a esmagadora maioria não estava preparada para qualquer alteração qualitativa da vida colectiva. Por isso tem sido tão fácil passar de um estado a outro e, ainda mais flagrante, escolher os carrascos, que, salvo umas nuances, são os mesmos embora maquilhados alternativamente de esquerda e de direita. Mas fazem pontes e ligações aos mercados!!
A história está longe de ter decifrado os fenómenos em torno do domínio português em África, da subversão, do golpe de Abril, e dos acontecimentos posteriores cá e lá, onde uns aparecem mais claramente envolvidos e outros a manipular na sombra, mas todos a reclamar da democracia. E qual o esclarecimento actual sobre a condição democrática? Haverá uns bem informados, mas apagados da opinião pública, deixando-a entregue aos manipuladores dos diferentes quadrantes.
A experiência? sobre a experiência acho que haverá uma unânimidade de decepcionados, quer a esquerda, quer à direita.
Será que disse alguma coisa sobre aquela expressão sublinhada pelo Joseph? É que os alegados 500 anos foram a justificação para uma operação indefinida, coincidentemente promovida por civis e militares, que buscou justificações sucessivas, ou demissões de responsabilidade de revoltosos de papel, certamente escudados em importantes influências internacionais, tal como hoje parece ser condição necessária sermos bons alunos para que não falte outro papel no multibanco.
Imagino um trocadilho sobre as forças ocultas geradoras de determinismos: terrorismo combate-se com terrorismo.
Sobre o conceito de patriotismo, esclarecido para uns, enigmático para outros, e ainda de submissão para terceiros, respigo uma nota de Adriano Moreira sobre o seu livro "Batalha da Esperança":
«As páginas deste livro estão destinadas ao esquecimento, porque foram escritas ao mesmo tempo que o nosso povo anónimo gravava em Angola uma legenda da sua própria heroicidade que não pode ser substituída por quaisquer outras palavras. Foram reunidas em homenagem àqueles que só caíram de joelhos para servir de degrau no altar da Pátria, e que viveram e morreram sem saber que também há quem possa discutir a sua presença no Ultramar em função de interesses pessoais. Sabiam porém que enquanto todos os dias morrem homens no mundo sem motivo, eles morriam por uma causa que era a dos seus próprios filhos, o mais valioso dos capitais investidos no ultramar português». E a degradação familiar prossegue.
É caso para recolocar, se os nossos heróis tiveram como algozes os comandantes. E reservo a minha posição a um debate amplo.
Abraços fraternos
Caro JD.
Muito grato pelos esclarecimentos em redor dos "alegados" 500 anos.
Como aparenta ter-te caído no gosto o meu "estrangeirado nome de guerra",( as portas que um simples "ph" abre nos meios jurídicos do racismo Norte Americano)... desta vez näo assino como sempre com o meu nome José Belo,de que me orgulho por ter sido o nome de meu pai,mas... com um fraterno abraco do Joseph.
Caro Joseph,
sei obviamente que és português e orgulhoso, pelo que já deste de bastas provas. Tenho muito gosto em receber e retribuir o teu abraço
JD
Gostei do poste do Pereira da Costa, um camarada com coragem e abertura para falar de qualquer tema sem tabus domésticos, civis ou militares. Como eu só recentemente acordei para os convívios entre camaradas e não tenho a experiência dele não posso avaliar a reacção das senhoras perante a conversa dos guerreiros.
Se olharmos para a pré-história, quando as mentes dos homens e das mulheres foram moldadas, eles e elas tinham tarefas divididas. Os homens eram caçadores e guerreiros através da caça tinham que providenciar o alimento suficiente para toda a família, mulheres filhos e avós. Através da guerra tinham que defender toda a família, ou todo o clã. As mulheres tratavam das tarefas domésticas, dos filhos e dos mais velhos.
Nós homens somos diferentes das mulheres, no corpo e segundo os estudiosos, na mente também. A atracção entre uns e outras é natural que surja dessa diferença. Concorremos para o mesmo fim, construir uma família e cuidar dela, mas cada qual a seu modo. Daí as nossas conversas nem sempre coincidirem e por vezes até serem cansativas e aborrecidas para uns ou para outros. Para concluir eu acho que as nossas mulheres vão para os nossos encontros, pela festa, pelo passeio, pouco interessadas pelas penas de águia ou de pavão, ou pelas aventuras guerreiras dos maridos delas ou das outras.
Amigo Pereira da Costa, este ano não pude, mas fui o ano passado a Monte Real e confesso-te que a minha mulher gostou muito, não tanto pelos camaradas, mas porque falou bastante com senhoras que estavam na mesa e acabou por dar um passeio a pé, com elas e outras, na área relvada e arborizada à volta do hotel.
Sobre os outros camaradas que comentaram, acho interessante o que foi dito. Para começar, o Luís Graça, parece ter desafiado as senhoras a pronunciarem-se sobre o tema, mas elas, ou porque não lhes interessa ou porque pensam que o blogue é só dos homens, não apareceram.
Quanto ao Joseph, esse estrangeirado, um pouco judeu ou lapão eu gostaria que explana-se mais os seus conhecimentos que todos sabemos que adquiriu pela sua inteligência e no convívio com outras gentes do Norte mais avançadas do que nós.
O amigo J. D. tem sempre uma argumentação interessante, gosto muito do seu lado humano, independentemente das suas ideias, mas por vezes fico um pouco confundido com ele porque parece que chegamos às mesmas conclusões, um a caminhar pela direita e outro pela esquerda.
Bem paradoxos da vida e da política, o Syriza parece que está aliado a um partido bastante à direita.
Um abraço. Francisco Baptista
Caro Francisco Baptista,
A tua apreciação das coisas é sempre interessante.No entanto, na parte que me dedicas, peço-te que me coloques no meio, não no centro igualmente conspurcado, mas no meio equidistante às facções políticas que tão aleivosamente subjugaram o país. Costumo ir pelo meio para atalhar caminho, e a pensar tão mais quanto possível pela minha cabeça quando cotejo as diferentes informações recolhidas. E estas, maioritariamente, estão infectadas de ideologias e/ou interesses egoístas, que se servem do Interesse Público, em vez de o servirem.
Um grande abraço
JD
Post Scriptum - Peço ao Joseph a indicação do seu mail actual, pois tentei enviar-lhe uma mensagem, para dois endereços distintos, e ambas foram devolvidas. E sobre a descolonização, as manipulações e os preconceitos gerados.
Outro abraço
JD
Caro Francisco Baptista,
A tua apreciação das coisas é sempre interessante.No entanto, na parte que me dedicas, peço-te que me coloques no meio, não no centro igualmente conspurcado, mas no meio equidistante às facções políticas que tão aleivosamente subjugaram o país. Costumo ir pelo meio para atalhar caminho, e a pensar tão mais quanto possível pela minha cabeça quando cotejo as diferentes informações recolhidas. E estas, maioritariamente, estão infectadas de ideologias e/ou interesses egoístas, que se servem do Interesse Público, em vez de o servirem.
Um grande abraço
JD
Post Scriptum - Peço ao Joseph a indicação do seu mail actual, pois tentei enviar-lhe uma mensagem, para dois endereços distintos, e ambas foram devolvidas. E sobre a descolonização, as manipulações e os preconceitos gerados.
Outro abraço
JD
Caro JD
Este é o E-mail actual para contactos tanto na Suécia como nos States joseph.swe7@gmail.com
Um abraco do José Belo.
Sinceramente não estava à espera deste efeito.
Começámos a falar de convívios e acabámos a falar da KLITRA. Não conheço nada a vivência dos suecos (assim como dos restantes europeus). Por isso fico admiradíssimo que tenha sido oficialmente(!) aprovado pelas entidades competentes a nova palavra sueca referente ao acto de masturbacäo feminina...
Tenho dificuldades em ver o que isto traz de positivo para a melhoria da vivência dos suecos e, principalmente das suecas, mas de qualquer modo só posso dizer:
- Kum karakas! Aquilo é qué civilização!
Fico completamente bué com os alegadamente 500 anos de "colonização" e com outras considerações que só terminarão no fatídico:
- Se a malta não se punha a pau, inda ganhava aquilo!
Um ab,
António J. P. Costa
Caro António J.P.Costa
Mesmo em idades cada vez mais "acomodadas" nos seus silëncios...pequenas (e inocentes) provocacöes como a palavra "alegadamente",ou mesmo a oficialmente aceite "klitra",acabam por provocar bastantes comentários vivos que,a seu modo,acabam sempre por nos fazer conhecer melhor uns aos outros,mesmo nesta pobreza que é o comunicar a täo grandes distäncias geográficas e "civilizacionais".
Mesmo depois de muito..."D'á-lhe c'a pedra pá! D'á-lhe c'a pedra!" os Amigos e Camaradas ainda se "entendem"
Quase me atrevia a aqui chamar Fernando Pessoa...
"Tudo isto é absolutamente independente da minha vontade...
Eu nem sequer sou poeta : Vejo "
Um grande abraco do José Belo.
Camarada Joseph
Aquela de não conhecer as vivências dos outros europeus preocupa-me. No fundo a proximidade e a "integração" europeia deveriam ter levado a que comunicássemos mais e melhor e nos conhecêssemos bem. Ao invés mão consigo estabelecer contactos com estrangeiros/as, quer a sério, quer a brincar e isto é preocupante. Creio que a desconfiança se instala cada vez mais e o resultado não será bom.
Quanto ao Fernando Pessoa digo que fiz recentemente o papel de Álvaro de Campos, numa peça sobre ele e estive a ler diversos textos dele. Poeta é, pequeno ou genial, às vezes. Se convertermos os seus textos em textos de prosa em vez de uns versos brancos e de pé-quebrado veremos que são óptimos. Há poesia nele que é claramente inferior a escritores como Ary dos Santos, António Aleixo, Augusto Gil, Florbela Espanca e tantos outros, E há poemas, como a Liberdade e o Menino de Sua Mãe, que são geniais.
Mas há outros que foram escritos com a unha do dedo grande do pé esquerdo e ainda por cima suja.
Um Ab.
António J.P. Costa
Enviar um comentário