Duas fotos do lançamento do livro, em 23 de junho de 2015, no palácio Sousa Lela, onde esteve presente o nosso camarada José Colaço, a convite dos CTT e em representação do nosso blogue. Em cima o autor, Pedro Pinto.
O Zé Colaço, os seus 17 anos e a sua Zundapp Mavic (*)
1. Lembram-se de termos aqui falado de motorizadas ? Tudo começou com um pedido dos CTT que queria publicar um livro sobre as motorizadas portuguesas de 50 cc... Alguns de nós tiveram, antes da tropa, a sua motorizada de 50 cc... E têm boas (e más) recordações dela, essa "primeira namorada" de duas rodas... Um deles é o Zé Colaço a quem pedimos que representasse o blogue na sessão de lançamento do livro, em junho do ano passado...
Pedimos-lhe também que escrevesse duas linhas, com umas rápidas notinhas de leitura do livro para publicar, juntamente com estas fotos que ele entretanto mandou... Embora o assunto possa parecer um pouco marginal ao nosso blogue, nós colaborámos, e o Zé Colaço em especial, nesta edição dos CTT... E não foi pela primeira vez... Na altura, o interesse passou e as notas e as fotos do Zé Colaço não foram publicadas. São-no agora, e vêm, a propósito também de um texto do Juvenal Amado sobre o assunto (**).
[Foto à esquerda, José Colaço (ex-Soldado TRMS da CCAÇ 557, Cachil,Bissau eBafatá, 1963/65)]
2. Mensagem do José Colaço, com data de 22 de julho de 2015
Recebi hoje o livro do Motorizadas Portuguesas de 50 cc, do autor Pedro Pinto, pela minha simples participação de uma foto de eu e minha motorizada Zundap Mavico anos 60, um livro que aconselho aos amantes das motorizadas portuguesas, para conhecimento da evolução dos motores auxiliares aos 50 cc.
É um livro com encadernação de capa dura, com muitas fotos a cores de alta qualidade e também fotos desse tempo a preto e branco que nada deixam a desejar aos tempos de hoje, é um trabalho exaustivo de muita qualidade que só os amantes do sistema conseguem. A edição (limitada a 4000 exemplares) é dos CTT. Deste livro constam 4 selos e 1 bloco filatélico, da emissão Motos, de 2007.
Envio em anexo foto da frente capa e das páginas 18,19, e 20 que dá para adoçar a boca no que foi a nossa indústria portuguesa motorizadas de 50 cc dos anos 60, hoje praticamente nula.
O 25 de Abril de 1974 deu-nos a liberdade, mas os novos políticos deixarem morrer todos estes embriões, não dá para um leigo entender ?!...
Parece-me que também é uma interrogação o porquê destas motorizadas portuguesas não terem chegado à Guiné, que foi creio eu invadida pelos ciclomotores nipónicos. (***)
______________
Notas do editor:
(*) Último poste da série > 17 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14376: O nosso blogue com fonte de informação e conhecimento (28): motorizadas: eu, com os meus 17 anos e a minha Zundapp Mavic (José Colaço)
(**) Vd. poste de 14 de janeiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15617: História de vida (43): As motorizadas dos nossos sonhos de antes da guerra... Mas “lá irás para onde o pagues”, ou “a tropa é que vai fazer de ti um homem”, ameaçavam-nos os mais velhos (Juvenal Amado)
(***) Último poste sda série > 15 de janeiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15620: Notas de leitura (796): “Les grands”, por Sylvain Prudhomme, Éditions Gallimard, 2014 (Mário Beja Santos)
(*) Último poste da série > 17 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14376: O nosso blogue com fonte de informação e conhecimento (28): motorizadas: eu, com os meus 17 anos e a minha Zundapp Mavic (José Colaço)
(**) Vd. poste de 14 de janeiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15617: História de vida (43): As motorizadas dos nossos sonhos de antes da guerra... Mas “lá irás para onde o pagues”, ou “a tropa é que vai fazer de ti um homem”, ameaçavam-nos os mais velhos (Juvenal Amado)
(***) Último poste sda série > 15 de janeiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15620: Notas de leitura (796): “Les grands”, por Sylvain Prudhomme, Éditions Gallimard, 2014 (Mário Beja Santos)
3 comentários:
As motorizadas vieram substituir as bicicletas a pedais, que eram às centenas quando soavam os apitos das fábricas. A Crisal tinha uma enorme arrecadação ao pé da casa do guarda, onde os operários dependuravam os velocípedes pela roda da frente e onde ficavam alinhas às centenas. A Crisal tinha nesse tempo mais de 1200 trabalhadores que se distribuiam por carpinteiros, vidreiros, forneiros, lapidários, pintores, desenhadores, empalhadeiras, metalurgicos, administrativos etc, etc, Também muitas mulheres usavam a bicicleta.
Mais tarde começaram a aparecer as bicicletas motorizadas (Cucciolo) que como se vê nalgumas imagens, eram mesmo isso (bicicletas com motor). Mas as transformações foram rápidas e as Famel, as Zundapp, as Sachs para v5 e V6 passando por um modelo mais barato e só de três velocidades automáticas a Sachs (acelera), em as mudanças entravam e saíam consoante a aceleração e as Casal. Depois vieram as Carina tipo que protegiam as pernas do vento e da chuva etc.
No entanto as marcas portuguesas perdiam para as japonesas em resistência e baixo consumo e estilo. O preço também era mais alto e por isso mais apetecíveis. Mas não nos podemos admirar pois nos USA também as motos japonesas e coreanas roubaram o espaço até à mítica harley davidson essa sim tornada imortal num filme com Marlon Brando O Selvagem de 1953 na versão motoqueiro brigão e meio fora da lei e injustiçado. Depois Denis Hooper criou a versão de Easy Rider onde os motoqueiros são por e simplesmente vagabundos em duas rodas em tempo da guerra do Vietnam que acabam por ser vitimas na América de uma violência irracional.
Os dois filmes ficaram para a História do cinema de culto, os que se fizeram a seguir foram sempre cópias pouco conseguidas.
Até quem não tinha como eu motorizada ia ao cinema com um blusão daqueles.
Só comprei uma motoreta que tinha pedais para pôr a trabalhar e ajudar a subir alguma ladeira mais íngreme em 1976. Não me consigo lembrar da marca mas tinha um motor italiano de uma marca de motores de rega.
Camarada e amigo José Colaço:
Foi com um grande prazer que li o teu texto sobre as nossas antigas motorizadas. Muito bem escrito e muito informativo, principalmente para mim que nem sei andar de motorizada, a par de outros desconhecimentos e inabilidades.
Meu amigo gostei de te ler principalmente pelas saudades que senti ao recordar a delicadeza, afectividade, objectividade e camaradagem, com que sempre te dirigiste a todos nós. Tu para mim pertences à galeria dos Homens Grandes desta Tabanca . Se tu és crente, só posso dizer, que Deus te conserve por muitos e bons anos.
Um grande abraço. Francisco Baptista
Só para agradecer as palavras de simpatia do nosso camarada brunhosense Francisco Baptista. Um coração de mel.
Um abraço. Colaço.
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