sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15621: Notas de leitura (797): "Motorizadas portuguesas de 50 cc", de Pedro Pinto, edição dos CTT, 2015 (José Colaço)









“Motorizadas Portuguesas 50cc", de Pedro Pinto. Edição dos CTT, Lisboa, 2015.  Reprodução, com a devida vénia, da capa e das páginas 18,19, e 20.




Duas fotos do lançamento do livro, em 23 de junho de 2015, no palácio Sousa Lela, onde esteve presente o nosso camarada José Colaço, a convite dos CTT e em representação do nosso blogue. Em cima o autor, Pedro Pinto.


O Zé Colaço,  os seus 17 anos e a sua Zundapp Mavic (*)


Fotos (e legendas): © José Colaço (2015). Todos os direitos reservados

1. Lembram-se de termos aqui falado de motorizadas ? Tudo começou com um pedido dos CTT que queria publicar um livro sobre as motorizadas portuguesas de 50 cc... Alguns de nós tiveram, antes da tropa, a sua motorizada de 50 cc... E têm boas (e más) recordações dela, essa "primeira namorada" de duas rodas... Um deles é o Zé Colaço a quem pedimos que representasse o blogue na sessão de lançamento do livro, em junho do ano passado... 

Pedimos-lhe também que escrevesse duas linhas, com umas rápidas notinhas de leitura do livro para publicar, juntamente com estas fotos que ele entretanto mandou...  Embora o  assunto possa parecer um pouco marginal ao nosso blogue, nós colaborámos, e o Zé Colaço  em especial, nesta edição dos CTT... E não foi pela primeira vez...  Na altura, o interesse passou e as notas e as fotos do Zé Colaço não foram publicadas. São-no agora, e vêm, a propósito também de um texto do Juvenal Amado sobre o assunto (**).


[Foto à esquerda, José Colaço (ex-Soldado TRMS da CCAÇ 557, Cachil,Bissau eBafatá, 1963/65)]

2.  Mensagem do José Colaço, com data de 22 de julho de 2015


Recebi hoje o livro do Motorizadas Portuguesas de 50 cc,  do autor Pedro Pinto, pela minha simples participação de uma foto de eu e minha motorizada Zundap Mavico anos 60, um livro que aconselho aos amantes das motorizadas portuguesas, para conhecimento da evolução dos motores auxiliares aos 50 cc.

É um livro com encadernação de capa dura,  com muitas fotos a cores de alta qualidade e também fotos desse tempo a preto e branco que nada deixam a desejar aos tempos de hoje, é um trabalho exaustivo de muita qualidade que só os amantes do sistema conseguem. A edição (limitada a 4000 exemplares) é dos CTT. Deste livro constam 4 selos e 1 bloco filatélico, da emissão Motos, de 2007.

Envio em anexo foto da frente capa e das páginas 18,19, e 20 que dá para adoçar a boca no que foi a nossa indústria portuguesa motorizadas de 50 cc dos anos 60, hoje praticamente nula.

O 25 de Abril de 1974 deu-nos a liberdade, mas os novos políticos deixarem morrer todos estes embriões,  não dá para um leigo entender ?!...

Parece-me que também é uma interrogação o porquê destas motorizadas portuguesas não terem chegado à Guiné, que foi creio eu invadida pelos ciclomotores nipónicos. (***)

3 comentários:

Juvenal Amado disse...

As motorizadas vieram substituir as bicicletas a pedais, que eram às centenas quando soavam os apitos das fábricas. A Crisal tinha uma enorme arrecadação ao pé da casa do guarda, onde os operários dependuravam os velocípedes pela roda da frente e onde ficavam alinhas às centenas. A Crisal tinha nesse tempo mais de 1200 trabalhadores que se distribuiam por carpinteiros, vidreiros, forneiros, lapidários, pintores, desenhadores, empalhadeiras, metalurgicos, administrativos etc, etc, Também muitas mulheres usavam a bicicleta.
Mais tarde começaram a aparecer as bicicletas motorizadas (Cucciolo) que como se vê nalgumas imagens, eram mesmo isso (bicicletas com motor). Mas as transformações foram rápidas e as Famel, as Zundapp, as Sachs para v5 e V6 passando por um modelo mais barato e só de três velocidades automáticas a Sachs (acelera), em as mudanças entravam e saíam consoante a aceleração e as Casal. Depois vieram as Carina tipo que protegiam as pernas do vento e da chuva etc.
No entanto as marcas portuguesas perdiam para as japonesas em resistência e baixo consumo e estilo. O preço também era mais alto e por isso mais apetecíveis. Mas não nos podemos admirar pois nos USA também as motos japonesas e coreanas roubaram o espaço até à mítica harley davidson essa sim tornada imortal num filme com Marlon Brando O Selvagem de 1953 na versão motoqueiro brigão e meio fora da lei e injustiçado. Depois Denis Hooper criou a versão de Easy Rider onde os motoqueiros são por e simplesmente vagabundos em duas rodas em tempo da guerra do Vietnam que acabam por ser vitimas na América de uma violência irracional.
Os dois filmes ficaram para a História do cinema de culto, os que se fizeram a seguir foram sempre cópias pouco conseguidas.
Até quem não tinha como eu motorizada ia ao cinema com um blusão daqueles.

Só comprei uma motoreta que tinha pedais para pôr a trabalhar e ajudar a subir alguma ladeira mais íngreme em 1976. Não me consigo lembrar da marca mas tinha um motor italiano de uma marca de motores de rega.

Anónimo disse...



Camarada e amigo José Colaço:

Foi com um grande prazer que li o teu texto sobre as nossas antigas motorizadas. Muito bem escrito e muito informativo, principalmente para mim que nem sei andar de motorizada, a par de outros desconhecimentos e inabilidades.
Meu amigo gostei de te ler principalmente pelas saudades que senti ao recordar a delicadeza, afectividade, objectividade e camaradagem, com que sempre te dirigiste a todos nós. Tu para mim pertences à galeria dos Homens Grandes desta Tabanca . Se tu és crente, só posso dizer, que Deus te conserve por muitos e bons anos.
Um grande abraço. Francisco Baptista

José Botelho Colaço disse...

Só para agradecer as palavras de simpatia do nosso camarada brunhosense Francisco Baptista. Um coração de mel.
Um abraço. Colaço.