Três fotogramas do documentário "Cartas da Guerra - Making Of" (Com a devida vénia..., à produtora e à RTP2)
CARTAS DA GUERRA - MAKING OF > RTP2, dia 14 de Setembro, às 21h. Está disponível aqui (para quem o quiser ver e rever):
http://www.rtp.pt/play/p2791/cartas-de-guerra-making-of
Sinopse:
O processo por detrás das câmaras. Como Ivo Ferreira construiu esta obra dramática, segundo um argumento seu e de Edgar Medina que se inspira em "D´Este Viver Aqui Neste Papel Descripto: Cartas da Guerra", uma compilação de cartas que António Lobo Antunes (na altura um jovem alferes destacado para Angola) escreveu à mulher.
Ano de 1971. António (Miguel Nunes), de 28 anos, é incorporado no exército português para servir como médico numa das piores zonas da Guerra Colonial, no Leste de Angola. Longe de Maria José (Margarida Vila-Nova), a mulher amada que se viu obrigado a deixar, ele vai matando as saudades através de longas cartas que durante dois anos lhe escreve. Através delas, o espectador vai conhecendo o homem solitário por detrás do soldado, as suas angústias, desejos e esperanças. Com o passar do tempo, António apaixona-se por África e toma posições políticas?
1. “Cartas da Guerra – Making Of”, da produtora O Som e a Fúria, revela-nos aquilo que habitualmente não se vê no ecrã, quando vamos ao cinema ver um filme: os bastidores, os atores "sem maquilhagem", os exteriores, a construção de cenários, os técnicos, os intervalos das filamgens, as entrevistas com diferentes elementas das equipas, o processo por detrás das câmaras da realização, enfim, o filme do filme.
1. “Cartas da Guerra – Making Of”, da produtora O Som e a Fúria, revela-nos aquilo que habitualmente não se vê no ecrã, quando vamos ao cinema ver um filme: os bastidores, os atores "sem maquilhagem", os exteriores, a construção de cenários, os técnicos, os intervalos das filamgens, as entrevistas com diferentes elementas das equipas, o processo por detrás das câmaras da realização, enfim, o filme do filme.
Neste caso trata-se de um filme ("making of") sobre o filme português "Cartas da Guerra", do realizador Ivo M. Ferreira, com argumento do próprio e de Edgar Medina. Inspira-se em "D’ Este Viver Aqui Neste Papel Descripto: Cartas da Guerra", uma compilação de cartas que António Lobos Antunes escreveu à sua mulher em Luanda, Huambo, Moxico e Malanje ( e que as filhas do casal Maria José e Joana Lobo Antunes publicaram depois da morte da mãe, mas com o consentimento desta em vida e naturalmente do pai), bem como nos primeiros romances do autor ("Os Cus de Judas", "Memória de Elefante").,,,
O filme é protagonizado por Margarida Vila-Nova e por Miguel Nunes, e passado no ano de 1971, no leste de Angola. António (Miguel Nunes), de 28 anos, alferes miliciano médico, é mobilizado para a guerra do ultramar/guerra colonial. Longe de Maria José (Margarida Vila-Nova), a mulher que ele ama, que espera um/a filho/a dele e que se vê obrigado a deixar, em Lisboa, vai matando o tempo e as saudades através do único meio de que de que dispõe: a carta, o aerograma... Lisboa fica a muitos milhares de quilómetros de distância...
O filme é protagonizado por Margarida Vila-Nova e por Miguel Nunes, e passado no ano de 1971, no leste de Angola. António (Miguel Nunes), de 28 anos, alferes miliciano médico, é mobilizado para a guerra do ultramar/guerra colonial. Longe de Maria José (Margarida Vila-Nova), a mulher que ele ama, que espera um/a filho/a dele e que se vê obrigado a deixar, em Lisboa, vai matando o tempo e as saudades através do único meio de que de que dispõe: a carta, o aerograma... Lisboa fica a muitos milhares de quilómetros de distância...
Para além de uma poderosa história de amor, vamos descobrindo um homem, que é militar e é médico (, licenciado em 1969), com as suas angústias, os seus desejos e as suas esperanças, e que se vai transformando na maneira como vê a guerra, a camaradagem, a solidão, a vida, a África e o mundo. Ver aqui o trailer do filme.
2. Título Original: Cartas da Guerra – Making Of (26' 05'')
"Cartas da Guerra", de Ivo M. Ferreira, estreado comercialmente entre nós, em 1 de setembro passado, é o filme português candidato à nomeação para Óscar de melhor filme estrangeiro e para Goya de melhor filme Ibero-Americano, de acordo com a Academia Portuguesa de Cinema. Esta também na lista dos 50 filmes, de trinta e tal países, selecinados pela Academia Europeia de Cinema para o prémio do melhor filme europeu.
O filme está em exibição nos cinemas e deve em breve chegar aos 15 mil espectadores.
"Cartas da Guerra" teve estreia mundial no Festival de Cinema de Berlim de 2016 e já foi apresentado nos festivais de Sidney, Hong Kong, Thessaloniki, entre outros.
O filme já tem estreia comercial assegurada para França, Espanha, Bélgica, Holanda e Brasil, entre finais de 2016 e 2017.
O filme contou com apoios portugueses (por ex., o exército, além do dinheiro dos contribuintes..,) e de Angola (em particular, das Forças Armadas Angolanas, bem como das populações e do ex-governador do Cuando Cubango, gen Francisco Higino Lopes Carneiro, e um dos homens fortes do MPLA, recentemente nomeado para governador da província de Luanda). O Cuando Cubango é conhecido como as "terras do fim do mundo"...
O projeto do filme remonat a 2009. A rodagem em Angola teve também as suas peripécias e contratempos. O “décor” principal, o aquartelamento de Chiúme, foi construído de raiz, com a paricipação ativa da população local. O filme conta com um mão cheia de jovens atores e técnicos talentosos, portugueses e angolanos. O realizador diz explicitamenet que não quis fazer um "filme convencional" de guerra. É mais uma história de amor em tempo e espaço de guerra.
A opinião dos antigos combatentes que já viram o filme está longe de ser consensual. No nosso blogue já aqui opinaram alguns dos nossos camaradas.
Já na altura, a publicação das cartas e posteriores declarações de A, Lobo Antunes também levantaram polémica. Mas o filme não é do escritor António Lobo, é de um jovem e talentoso realizador Ivo M. Ferreira que quis assumir o risco de fazer um filme a partir de material literário (cartas, aerogramas, e não um conto, uma novela ou um romance...) que não é o mais moldável... Pode-se perguntar se os autores do argumento conseguiram ou não libertar-se do formato imposto pelo escritor ? Conseguiram ou não escrever um bom guião ?
Uma das várias cenas tocantes do filme (e visível no documentário sobre o "making of") é a relação "que se estabelece com a pequena actriz de cinco anos e o seu avô, da comunidade nómada Khoisan, que iria representar o papel de Tchihinga, a menina que Lobo Antunes salva, após uma operação militar, e apresenta à mulher Maria José numa das suas cartas. “Ontem trouxe uma miúda da mata. Os pais digamos que partiram para um mundo melhor. É de raça kamessekele, tem cerca de 3/4 anos e chama-se Tchihinga. Fiquei com ela. É muito bonita (…). Devo dizer que já gosto muito dela”, (António Lobo Antunes, Chiúme, 30.11.71). Este era um momento importante na narrativa do filme. “Tchihinga é uma história a que António Lobo Antunes volta frequentemente, nas crónicas, de vez em quando lá vem a personagem”, diz o realizador (cit por Cláudia Aranda - O filme das cartas do fim do mundo, Pontop Final, (Macau), 7 de agosto de 2015).
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"Cartas da Guerra", de Ivo M. Ferreira, estreado comercialmente entre nós, em 1 de setembro passado, é o filme português candidato à nomeação para Óscar de melhor filme estrangeiro e para Goya de melhor filme Ibero-Americano, de acordo com a Academia Portuguesa de Cinema. Esta também na lista dos 50 filmes, de trinta e tal países, selecinados pela Academia Europeia de Cinema para o prémio do melhor filme europeu.
O filme está em exibição nos cinemas e deve em breve chegar aos 15 mil espectadores.
"Cartas da Guerra" teve estreia mundial no Festival de Cinema de Berlim de 2016 e já foi apresentado nos festivais de Sidney, Hong Kong, Thessaloniki, entre outros.
O filme já tem estreia comercial assegurada para França, Espanha, Bélgica, Holanda e Brasil, entre finais de 2016 e 2017.
O filme contou com apoios portugueses (por ex., o exército, além do dinheiro dos contribuintes..,) e de Angola (em particular, das Forças Armadas Angolanas, bem como das populações e do ex-governador do Cuando Cubango, gen Francisco Higino Lopes Carneiro, e um dos homens fortes do MPLA, recentemente nomeado para governador da província de Luanda). O Cuando Cubango é conhecido como as "terras do fim do mundo"...
O projeto do filme remonat a 2009. A rodagem em Angola teve também as suas peripécias e contratempos. O “décor” principal, o aquartelamento de Chiúme, foi construído de raiz, com a paricipação ativa da população local. O filme conta com um mão cheia de jovens atores e técnicos talentosos, portugueses e angolanos. O realizador diz explicitamenet que não quis fazer um "filme convencional" de guerra. É mais uma história de amor em tempo e espaço de guerra.
A opinião dos antigos combatentes que já viram o filme está longe de ser consensual. No nosso blogue já aqui opinaram alguns dos nossos camaradas.
Já na altura, a publicação das cartas e posteriores declarações de A, Lobo Antunes também levantaram polémica. Mas o filme não é do escritor António Lobo, é de um jovem e talentoso realizador Ivo M. Ferreira que quis assumir o risco de fazer um filme a partir de material literário (cartas, aerogramas, e não um conto, uma novela ou um romance...) que não é o mais moldável... Pode-se perguntar se os autores do argumento conseguiram ou não libertar-se do formato imposto pelo escritor ? Conseguiram ou não escrever um bom guião ?
Uma das várias cenas tocantes do filme (e visível no documentário sobre o "making of") é a relação "que se estabelece com a pequena actriz de cinco anos e o seu avô, da comunidade nómada Khoisan, que iria representar o papel de Tchihinga, a menina que Lobo Antunes salva, após uma operação militar, e apresenta à mulher Maria José numa das suas cartas. “Ontem trouxe uma miúda da mata. Os pais digamos que partiram para um mundo melhor. É de raça kamessekele, tem cerca de 3/4 anos e chama-se Tchihinga. Fiquei com ela. É muito bonita (…). Devo dizer que já gosto muito dela”, (António Lobo Antunes, Chiúme, 30.11.71). Este era um momento importante na narrativa do filme. “Tchihinga é uma história a que António Lobo Antunes volta frequentemente, nas crónicas, de vez em quando lá vem a personagem”, diz o realizador (cit por Cláudia Aranda - O filme das cartas do fim do mundo, Pontop Final, (Macau), 7 de agosto de 2015).
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Nota do editor:
Último poste da série > 26 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15291: Vídeos da guerra (12): "A ternura dos 20 anos", de Armando Ferreira, natural de Alpiarça, escultor de profissão, ex-fur mil cav, CCAV 8353 (Cumeré, Bula, Pete, Ilondé, Bissau, 1973/74): uma emocionante e emocionada homenagem aos seus camaradas mortos e feridos, há 42 anos, no "batismo de fogo", em 5/5/1973, em Bula, em que "deixei de ser eu" (sic)
Último poste da série > 26 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15291: Vídeos da guerra (12): "A ternura dos 20 anos", de Armando Ferreira, natural de Alpiarça, escultor de profissão, ex-fur mil cav, CCAV 8353 (Cumeré, Bula, Pete, Ilondé, Bissau, 1973/74): uma emocionante e emocionada homenagem aos seus camaradas mortos e feridos, há 42 anos, no "batismo de fogo", em 5/5/1973, em Bula, em que "deixei de ser eu" (sic)
3 comentários:
Olá Camaradas
Se o filme já tem estreia comercial assegurada para França, Espanha, Bélgica, Holanda e Brasil, entre finais de 2016 e 2017 só posso desejar paciência aos respectivos auditório. Creio que concorreram a um concurso internacional com "aquilo". É assim que se fazem as más famas dos portugueses.
Um Ab.
António J. P. Costa
Num total de 92 votos, e numa escala de 1 (mínimo) a 5 (máximo), o filme tem 3 estrelas, no sítio do Cine Cartaz do Público. Os críticos são mais generosos: um dá 4, outro dá 3... Mas isto vale o que vale, o espetador é soberano, é que decide...
Seguramente que ainda não é este filme que vai reconciliar o cinema português com o seu público...Aliás, não há um só público, há vários nichos de público...
http://cinecartaz.publico.pt/Filme/363641_cartas-da-guerra
Oh Luís, paké tás a deitar aúga na fervura?
"Aquilo" é mesmo mau e ponto final.
Um Ab.
António J. P. Costa
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