quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Guiné 63/74 - P16561: Ser solidário (199): saúdo a Associação dos Filhos e Viúvas dos Antigos Combatentes das Forças Armadas Portuguesas, com sede em Bissau, e ofereço os meus préstimos (Joaquim Sabido, advogado, Évora; ex-alf mil art, 3.ª CART / BART 6520/73 e CCAÇ 4641/73, Jemberém, Mansoa e Bissau, 1974)

1. Comentário de Joaquim Sabido, com data de 20/6/2016, ao poste P16213 (*):


[foto à direita: Joaquim Sabido, ex-alf mil art, 3.ª CART / BART  6520/73 e CCaç 4641/73, Jemberém, Mansoa e Bissau, 1974);  hoje, advogado, a viver em Évora; é nosso grã-tabanqueiro desde 24/8/2010; tem uma dezena de referências  no nosso blogue]

Meus Camaradas;

Estranho ver esta notícia sem que até agora tenha sido objecto de qualquer comentário.

Por outro lado, compreendo que à "velhice" este tema lhes diga pouco. seguramente que tem mais que ver com os "periquitos", como eu, que vivenciamos a situação em que, assobiando para o lado, deixámos os Camaradas Guineenses que integraram a nossa "tropa".

De facto, quer as elites políticas quer as militares, à época, ignoraram pura e simplesmente estes Camaradas.

Ainda agora, sempre que me recordo desta actuação, sinto-me incomodado e envergonhado pela forma como tratámos e nos descartámos destes Portugueses nascidos na então Colónia ou Província - como se queiram - da Guiné.

Tive oportunidade de conversar com alguns deles, que faziam parte do celebérrimo e eficaz grupo do Sr. Ten Coronel Marcelino da Mata. Compreendi a sua enorme apreensão relativamente ao que iria acontecer. Textualmente, ouvi-os afirmar - como que em premonição - que: "agora vai no Morés e corta cabeça". Isto mesmo. E a maioria deles não se enganou.

E os mutilados e estropiados e/ou mutilados da Guerra, alguns em cadeiras de rodas, que já se encontravam a receber uma pensão do Estado Português ?. Nem quero imaginar o que lhes terá acontecido.

Com alguma emoção, saúdo esta recém-criada Associação. Que seja bem vinda e que possa, pelo menos, contribuir para reparar essa enorme injustiça que todos nós fizemos a estas pessoas.

Desde já me voluntario e me disponibilizo para ajudar em tudo o que possa. Nunca me debrucei sobre a questão jurídica e do que possa ser devido para minorar o sofrimento por que estas Viúvas e Filhos dos Combatentes Guineenses das FAP. Já que reparar esta situação é, de todo, impossível.

O Idrissa, ou o presidente da Associação dos Filhos e Viúvas dos Antigos Combatentes das Forças Armadas Portuguesas, AFVCFAP - que nos enviem o estatuto ou pacto pelo qual se rege a Associação e podermos então analisar qual é o objecto da mesma e ao que se propõe.

Um Abraço
Joaquim Sabido

Évora
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Notas  do editor:

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