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SIMPLESMENTE UM HOMEM
Olhem para o Homem
Não um ser incorpóreo
Não transparente
Mas sem forma precisa
Universal!
Um misto de todos os homens
Passivo e contemplativo
Ora agressivo e destruidor
Insaciável e benemérito
Misto dos tempos que correm
Mistura de uma alma antiga
Receptáculo dos antepassados
Continuidade justificável do presente
Única garantia da sua ascendência
Esperança na descendência
Não apagou o seu percurso
Trilhou o caminho, caminhando
Escravizou e recusou ser escravo
Fecundou a Terra
Nela gerou a continuidade
Viveu nas trevas mas via
Encandeado pela luz, ficou cego
Não decifra o que ouve
Não vislumbra o que vê
Na idade da razão pensou ter certezas
Certezas e enganos iludiram-lhe as passadas
Tropeçou…
Levantou as mãos em busca da salvação
Ignorante, destruiu a paisagem
Quer o regresso da Natureza
Busca a salvação
Efémero
Nunca procurou a solução
Juvenal Amado
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Nota do editor
Último poste da série de 25 de fevereiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18353: Blogpoesia (554): "Pedra Maria", "Feira das ideias...", e "Filho da natureza...", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728
1 comentário:
Juvenal, um poema que dava uma bela canção des-esperada sobre a nossa condição humana, se arranjasses uma música... É a diletética do desepero-esperança... Estamos aqui, no planeta terra, por um mero acidente, e já estivemos à beira da extinção... Andamos há muito a "brincar" com o fogo...
Gostei do teu "alerta" poético... Ab, Luís
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