segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Guiné 61/74 - P18357: Efemérides (269): 30 de julho de 1969, quando o famigerado comandante Mamadu Indjai (, um dos carrascos de Amílcar Cabral), quis pôr Candamã, a última das duas tabancas do regulado do Corubal, a ferro e fogo... Recordando um raro e precioso vídeo sobre uma tabanca fula em autodefesa, da autoria de Henrique Cardoso, ex-alf mil da CART 2339 (Mansambo, 1968/69), que vive hoje na Senhora da Hora, Matosinhos


Vídeo (13' 55'') > You Tube / Luís Graça... Há um trecho sobre Candamã, a chegada do pelotão do alf mil Henrique Cardoso (na vésepra do ataque...) e o reforço do sistema de autodefesa da tabanca, a vida na  aldeia depois do ataque, o quotidiano da tropa e da população, as chuvas de agosto... (de 1' 11' a 7' 09''). (Ligar o som, o vídeo tem um fundo musical)


1. A CART 2339, Os Viriatos, foi uma subunidade que esteve na zona leste da Guiné, região de Bafatá, setor L1 (Bambadinca), ao tempo do BCAÇ 2852 (1968/70) e da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (1969/71), subunidade de intervenção ao serviço daquele batalhão.

Os Viriatos, unidade de quadrícula, construíram de raiz o aquartelamento de Mansambo, entre Bambadinca e o Xitole. E participaram em grandes operações como a Lança Afiada (Março de 1969). 

Esta sequência de cenas (a história da CART 2339, e em especial do pelotão do Henrique Cardoso) foi originalmente filmada em 8mm. O filme foi depois convertido para o formato digital. O vídeo é do ex-alf mil Henrique J. F. Cardoso  (que era o 2º comandante da CART 2339):  vive hoje em Custóias, Matosinhos, e gostaríamos muito que se juntasse à nossa Tabanca Grande. Reforço aqui o convite que já lhe fiz em 2012.

Uma cópia do vídeo foi gentilmente cedida pelo seu camarada Torcato Mendonça para divulgação no Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Mais uma vez, fica aqui o nosso reconhecimento ao autor (e ao seu camarada e nosso colaborador permanente Torcato Mendonça).

Trata-se de um documento, raro e precioso, sobre o quotidiano de uma unidade de quadrícula no TO da Guiné. O vídeo está dividido em duas partes (*), com a duração de cerca de 50 minutos, abarcando toda a comissão da CART 2339 no CTIG. O nosso leitor tem aqui a Parte I (35´33'').

Na Parte II (13' 44'') interessa-nos sobretudo destacar  a  estadia do pelotão do Henrique Cardoso em Candamã, em uljho e agosto de 1969, resumida em cerca de 6 minutos.

Diz-me agora o Henrique Cardoso que as NT esgotaram as munições na resposta ao ataque de 30/7/1969,  a sorte foi o clarear do dia e a retirada da força atacantes com os seus mortos e feridos. No vídeo, mostram-se alguns sinais do ataque (incluindo cápsulas de munições espalhadas pelo chão e algumas granadas por utilizar). É na sequência deste  ataque que é feita a reparação do arame farpado, que já existia. Como s rádios não funcionaram, não foi possível pedir o apoio da artilharia de Mansambo (obus 10.5). O Henrique Cardoso lembra-se ainda de lá estar vários a comer conversas de cavala, que era os únicos mantimentos que possuíam.


 2. O nosso camarada Luís Branquinho Crespo, presidente da ONGD Resgatar Sorrisos, quer erguer   uma escola em Candamã (**).

Este topónimo obrigou-me logo a relembrar factos passados, há quase 50 anos, no TO da Guiné, que ainda estão bem presentes na minha memória, associados às primeiras idas para o mato e ao contacto com a brutalidade da guerra, logo nos primeiros dias da minha chegada a Bambadinca, em julho de 1969.

Candamã, tabanca fula em autodefesa do regulado do Corubal, é atacada durante mais de duas horas até ao amanhecer do 30 de julho desse ano. Esse brutal ataque (o PAIGC utilizou dois bigrupos, reforçados, e armamento pesado) surgiu na sequência do recrudescimento da actividade IN no tradicional triângulo Xime-Bambadinca-Xitole, após a Op Lança Afiada (8 a 18 de março de 1969).

Não resisto a "repescar" o vídeo,  já aqui publicado, do Henrique Cardoso (*), que, segundo informação que ele me transmitiu ao telefone, tinha acabado de chegar de véspera, a Candamã. Um dos objetivos do pelotão era, para além do reforço do sistema de autodefesa, construir mais uns abrigos para a população.

Constato, pela história do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), que já em dezembro de 1968, Candamã, no subsetor de Mansambo, tinha um pelotão destacado, pertencente à CCAÇ 2401, pelo menos até março de 1969 (***).

A partir de junho, a CART 2339 destaca um pelotão para Candamã (duas secções) e Afiá (uma secção). O vídeo do Henrique do Cardoso não é de junho, como eu pensava,mas sim de julho e agosto..

A partir de 18 de julho, a minha CCAÇ 2590/CCAÇ 12, entra em cena, como subunidade de intervenção no subsetor L1 (e outros), tendo logo o seu batismo de fogo em 24 desse mês (em Madina Xaquili)... Foi um mês alucinante, o de julho de 1969, para as NT e as populações sobre a nossa proteção no setor L1,

Recordo-me de ter chegada a Candamã, nessa madrugada de 30 de julho de 1969, vindo de Afiá (op Guita), quando as  armas dos defensores da tabanca ainda fumegavam... (****).

A tabanca em audodefesa de Candamã (, já no limite leste da ZA da unidade de quadrícula de Mansambo, entre Mansambo e Galomaro,)  tinha acabado de conhecer o inferno: às 3h40, um numeroso grupo IN (80 a 100 elementos) ataca a tabanca, até de madrugada, durante 2 horas e 20 minutos, utilizando 2 Canhões s/r, Mort 82, 3 Mort 60, LGFog, Metralhadora Pesada, Pistolas-Metralhadoras e Granadas de Mão Defensivas.

O ataque  causou 5 feridos às NT (dos quais 1 grave) e 2 mortos, 3 feridos graves e vários ligeiros à população civil, além da destruição de moranças e outros bens da população. O arame farpado foi cortado em vários pontos.

Valeu o comportamento heróico da população da tabanca e dos homens de Mansambo  (o 1º Gr Comb da CART 2339, comandado pelo alf mil Henrique Cardoso) - menos de um pelotão (já que uma secção estava na vizinha Afiá)!... Homens, que eu conheci e abracei, nessa mesma madrugada, quando a aldeia ainda fumegava, na sequência de incêndio de várias moranças.

Saberíamos mais tarde que: (i) as forças do PAIGC eram comandadas pelo tristemente célebre  Mamadu Indjai (*****); e (ii) tiveram 2 mortos e 6 feridos (relatório apreendido na Op Nada Consta).




Guiné > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > CART 2339 (1968/69) > Reconstrução de moranças, presumivelmente em Candamã, depois do ataque de 30/7/1969. Fotogramas de "slides", do Henrique Cardoso, retiradas, com a devida cortesia,  do seu vídeo, disponível aqui, no You Tube / Henrique Cardoso.

Fotos: © Henrique Cardoso (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
_______________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:


6 de julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10124: Vídeos da guerra (9): Vida e obra dos Viriatos - CART 2339 (Fá Mandinga e Mansambo, 1968/69) (Parte I) (Henrique Cardoso)

(**) Vd. poste de  24 de fevereiro de  2018 > Guiné 61/74 - P18351: Ser solidário (210): A ONGD Resgatar Sorrisos apresenta-se à Tabanca Grande e agradece desde já quaisquer apoios para poder construir a escola de Candamã (, no antigo subsetor de Masambo) (Luís Granquinho Crespo)

(***) Vd.  poste de  22 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13431: Memória dos lugares (271): Candamã, 19-9-69... Subsetor de Mansambo, setor L1 (Bambadinca): por lá passaram a CART 2339, a CCAÇ 2404, a CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, etc.

(****) Último poste da série > 24 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18248: Efemérides (268): Faz 51 anos que chegámos a Bissau, no T/T Uíge, partindo depois numa LDM e num Batelão BM-1 para Gadamael (Mário Gaspar, ex-fur mil, CART 1659, Gadamael, 1967/68) - Parte II

(*****) Vd. poste de 4 de setembro de 2016 >  Guiné 63/74 - P16444: Manuscrito(s) (Luís Graça) (95): Por aqui passou Mamadu Indjai, o terrível

(...) Saberei apenas,
muito anos depois,
que, julgado e condenado em Conacri,
fuzilaram o Mamadu Indjai,
no Boé,
que diziam ser região libertada da Guiné…

O mesmo Mamadu Indjai,
acrescente-se,
fero e bravo comandante,
que ferimos gravemente
no decurso da operação Nada Consta,
o mesmo Mamadu Indjai,
que, três anos e meio depois,
chefe das "secretas",
será o Judas de Amílcar Cabral. (...)


Vd. também poste de 7 de julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6686: A minha CCAÇ 12 (5): Baptismo de fogo em farda nº 3, em Madina Xaquili, e os primeiros feridos graves: Sori Jau, Braima Bá, Uri Baldé... (Julho de 1969) (Luís Graça)

14 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Pois é, Torcarto Mendonça, Carlos Marques dos Santos, Henrique Cardoso e outros camaradas da CART 2339... Foi já há quase 50 anos...

A ONGD Resgatar Sorrisos quer agora construir uma escola em Candamã... O que será feito dos meninos de Candamã que conheceram, nessa madrugada de 30/7/1969, o terror do Mamadu Indjai que os vinha "libertar" ?...

Cherno Baldé disse...

Caros amigos,

Quero desafiar a capacidade de observacao dos antigos combatentes com a seguinte questao:

- Quem sabe ou quem eh capaz de descrever a tecnica que os Fulas do campo usavam na construcao daquelas casas (palhotas) redondas onde viviam? Quem acertar dou um premio.

Cerno Balde

PS: Nas imagens vemos algumas casas (palhotas) com a estrutura ja pronta, faltando cobrir com a palha.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Cherno, é um bom desafio...Mas eu não me atrevo a ser o primeiro a tentar responder-te...

Passei algumas semanas em tabancas em autodefesa, sobretudo no tempo das chuvas... A (re)construção das moranças, a mudança do colmo, etc., era feita no tempo seco... E o tempo seco era o das grandes opereações, quando íamos aos santuários do PAIGC, uma vez por ano...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Candamã é o exemplo que desfaz o mito de que o PAIGC não atacava a população civil, mas apenas a tropa... Esse mito passou bem para o exterior, pela hábil propaganda de Amílcar Cabral, mas os pobres dos camponeses e pastores fulas e outros grupos da população foram, desde cedo, estigmatizados como "cães dos colonialistas"...

Os ataques a tabancas fulas em autodefesa, com ou sem milícias, foi frequente no tempo em que eu estive na CCAÇ 2590/CCAÇ12 (junho de 1969/março de 1971)... Eram ataques desproporcionados, em homens e armamento, e que chegavam a 2 a 3 horas. Para quê, meu Deus, canhão s/r e morteiro 82 contra moranças de colmo ?!...

Em 30 de julho de 1969, lembro-me perfeitamente de encontrar o arama farpado cortado em vários pontos e de termos localizado duas poças de sangue, com restos de vestuário, junto ao arame, e sinais de arrastamento de 2 corpos (os dois mortos da forças atacantes, confirmados mais tarde, dias depois...). Houve tentatiova de assalto à tabanca, com utilização de granadas de mão... Se não fora o arame farpado colocado antes pelo Gr Comb do Henrique Cardoso, o Mamadu Indjai teria entrado e massacrado aquela gente...

Ma realidade, a guerra da Guiné foi uma guerra civil... Suja, de parte a parte... A população, nestes casos, é sempre a principal vítima... As nossas granadas de artilharia ou as bombas da aviação não distinguiam guerrilheiros e população... E para o Mamadu Indjai o fula bom era o fula morto...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Recordo aqui um comentário do Cherno Baldé, de há 6 anos atrás:

Caro Luis,

E verdade que o PAIGC nao atacava a populacao civil como diz o Comissario, mas em 1963/64 quando fomos obrigados a abandonar as nossas aldeias em toda a extensao do corredor norte/nordeste, que a seguir foram incendiadas, duvido que houvesse ai tropa para atacar.

Na altura, houve mesmo pessoas que foram mortas a paulada no caminho da fuga, talvez para economizar as municoes que seriam escassas.

Da mesma forma que, também, durante as ditas "negociacoes" mentiram descaradamente ao afirmarem nao ter intencoes de fazer mal aos ex-militares que serviram os portugueses durante a guerra.

Por razoes diversas, muito boa gente acreditou e os que nao acreditaram foram obrigados a calar-se e conformar-se quando nao eram mesmo eliminados. O caso de Guidage é um exemplo que merece ser esclarecido a fim de dissipar suspeitas de crime organizado.

Cherno Baldé

21 de março de 2012 às 13:22

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2012/03/guine-6374-p9630-minha-ccac-12-23-julho.html

Antº Rosinha disse...

Os PAIGC, MPLA, UNITA etc. todos sem excepção atacaram, destruíram o que puderam em todas as tabancas, sanzalas, quimbos, moranças, onde não fossem recebidos com todas as mordomias a que a as suas armas lhe davam direito.

No caso de Angola a cobardia chegava ao ponto de sanzalas isoladas serem atacadas à morteirada para as pessoas fugirem e eles abancarem e servirem-se dos animais, galinhas, porcos, cabritos e produtos agrícolas.

Hoje, 2018, vejo no Google Earth, sanzalas onde acampei a fazer estradas, que estavam feitos com o Governador de Distrito, destruídas.

Provavelmente a seguir logo ao 26 de Abril.

Pela UNITA? MPLA? FNLA?, nem interessa saber porque eram todos iguais.

Agora, respondendo sobre a técnica dos fulas na construção das cubatas redondas e o colmo de palha no telhado, não sei bem a que se refere o Cherno, sei que são abrigadas contra o calor, o frio e os ventos de qualquer direcção.

Com aquele telhado que fica a aba a 1 metro do chão, temos uma climatização o ano inteiro.

Mas já vi jovens cooperantes suecos a fazer adobe e a construir com esses tijolos, uma escola nos arredores de Bissau, e os guineenses sentados à sombra dos mangueiros a ver aquela "novidade", adobe.

Também já vi japoneses a fazer arroz numa bolanha de Bafatá, e balantas e fulas a assistir àquela novidade agrícola, o arroz.

Acho que os suecos e os japoneses já foram todos embora e os guineenses não continuem sentados.

Cumprimentos

Cherno Baldé disse...

Caros amigos Luis e Rosinha,

A ultima imagem do Post mostra uma armadura circular feita de canas de bambu enrodilhadas e suportada por paus a volta com um diametro de mais ou menos 4/5 metros (onde os dois rapazes estao encostados). Eh este o sitio onde se começa a montagem/construçao das estruturas que vao servir de cobertura as casas (Palhotas).

Para começar, escolhem as melhores canas de bambu e encostadas uma a uma a volta da estrutura circular, vao cruza-las no meio do circulo onde serao atadas, formando desse modo a parte que, quando invertida ou levantada para cima vai constituir o topo da casa, chamada de cabeça.

Assim, mais de metade desta estrutura de cobertura de colmos é colocada ainda no chao e amarada com cordas de ramos de palmeira (raffia), antes de a levantar, colocando a parte que estava em baixo para cima, e fazer subir em cima das paredes redondas (ou outra estrutura qualquer de Kirintins) que servirao de base de apoio a cobertura feita de palha ou de folhas de cibes, conforme as regioes do pais e a disponibilidade da palha de cobertura que se podia encontrar na oral das bolanhas, que é cada vez mais raro.


A primeira vista parece simples, da mesma forma que, aos olhos do leigo, parece simples matar uma galinha e dividi-la em partes, mas os mais novos tinham que aprender com os mais velhos e respeitar os procedimentos e o ritual subjacente, sem o qual, o trabalho nao tinha o devido valor aos olhos da comunidade e dos seus valores.

Se calhar, todos acham que sabem fazer o trabalho elementar de matar uma galinha e de a dividir em diferentes partes!?

Nada mais errado. Da forma como os metropolitanos matavam galinhas no quartel, nenhum Homem grande Fula aceitaria consumi-la. Primeiro por razoes religiosas sim, mas tambem, porque nao correspondia as normas locais de procedimento e de respeito a vida do animal.

Uma casa que fosse construida sem respeitar as regras ancestrais, tambem, podia ser rejeitada pelos mais velhos e transformar-se num trabalho inglorio.

Tenho a quase certeza que, o Alfero Cabral de Missira, sabia esfregar mamas de Bajudas, mas nao aprendeu a arte de matar uma galinha ou da construçao de uma bela palhota, palhota de receber hospedes ilustres, como aquela que reservaram ao Fernando Gouveia em Madina Xaquili ou ao Luis Graca em Saré-Ghana com os respectivos mobiliarios, sem esquecer a "Turpeça" do chefe.

Com um abraco amigo,

Cherno Baldé

Anónimo disse...

Errata: Onde diz oral das bolanhas, queria dizer orla das bolanhas.

Cherno

Anónimo disse...

Caro Cherno,

Sim, a cobertura ou cabeça da habitação em forma cónica é montada ao nível do solo à volta da estrutura circular de bambú que se vê na imagem do lado direito e onde estão encostados os dois rapazes.
As canas de bambú serão atadas no meio, mas penso que esta operação não será feita ao nível do chão, pois, de contrário os rapazes não chegariam ao topo onde as pontas das canas irão ser atadas.
Mas acrescenta que esta estrutura é ”levantada ou invertida”, fazendo crer que esta fase da construção pode ser realizada de 2 maneiras. Em qualquer caso isto obriga a levantar a estrutura alguns metros acima do solo, para se poder construir por baixo as paredes da habitação. E isto, como é que é feito? Não será preciso mais gente?
Agradeço estes esclarecimentos.

Abraço amigo

Armando Tavares da Silva

Cherno Balde disse...

Caro Armando,

Obrigado pelo interesse sobre o assunto.

O topo da cobertura das casas que estao a ver, estavam no chao e no centro da estrutura circular, mas invertidas e na posicao contraria daquela que se ve nas imagens. Mais de metade desta cobertura em canas de bambu deve ser montada no chao, em posicao invertida, antes de se colocar em cima da parede da casa. Para a colocar, o individuo que estava a montar e amarrar as canas precisara do apoio de um numero determinado de pessoas para coloca-la em cima da parede, dependendo do tamanho da casa em construcao.

A fase seguinte consistira em meter mais canas de bambu, agora de baixo para cima e fechar todos os espacos vazios. Eh isto que o rapaz da primeira imagem esta a fazer, estando em cima da cobertura a fim de prender solidamente com as cordas de rafia fabricadas a partir de ramos de palmeiras.

Espero ter ajudado a compreender o procedimento,

Cmpts,

Cherno Balde

Anónimo disse...

Caro Armando,

A estrutura circular pode servir para montar varias estruturas que serao deslocadas para os locais onde ja estavam as paredes previamente construidas e prontas para receber a cobertura semi-acabada. Nao ha coincidencia entre o local da montagem e o local da futura casa. Sao momentos diferentes.

Um abraco,

Eh se no

Anónimo disse...

Caro Cherno,

Peço desculpa mas ainda não compreendi bem o procedimento.Invertidas significa que a parte de cima (ou de fóra)é a que vai ficar da parte interior da habitação? O atar da extremidade das canas de bambú é feito quando estas se encontram ao nível do chão (no plano do chão)?. Qual a utilidade da estrutura circular? Como é que ela é utilizada na momtagem das estruturas de cobertura? Eu pensava que esta estrutura servia para nela se encostarem as canas de bambú de modo a serem atadas no topo.

Abraço
Armando

Cherno Baldé disse...

Caro amigo Armando,

Tenho umas fotos que vou tentar recuperar e enviar-te via o Blogue da TG, pois acho que nao consegui explicar convenientemente, mas com a imagem sera mais facil. Se quiseres, poderas indicar um contacto e-mail para poder enviar-te directamente, caso consiga recuperar a tal imagem que tinha numa maquina fotografica.

Um abraco,

Cherno Balde

João Carlos Abreu dos Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.