Foto nº 1 > Bissau > Palácio do Governador – neste caso ocupado pelo general Spínola [1968-1973] > Junho de 1969 > Render da Guarda > Faz parte um destacamento da Marinha (fuzileiros), a força mais vistosa, e uma força do Exército, Infantaria, Cavalaria ou Artilharia, ou dos Comandos, ou Paraquedistas e bem como a Banda Militar de Bissau.
Foto nº 2 > Bissau > Palácio do Governador > Junho de 1969 > Render da Guarda > A força da Marinha (fuzileiros) na escadaria do Palácio do Governador;
Foto nº 3 > Bissau > Palácio do Governador > Junho de 1969 > Render da Guarda > A Banda e os fuzileiros, dando a volta ao Palácio em formação
Foto nº 4 > Bissau > Palácio do Governador > Junho de 1969 > Render da Guarda > A força da armada portuguesa logo atrás, fazendo as honras militares ao Governador
Foto nº 5 > Bissau > Palácio do Governador > Junho de 1969 > Render da Guarda > As forças em parada descendo a Avenida da Republica, acompanhada por populares locais que apreciavam estes desfiles e a atuação da vistosa banda militar de Bissau (, constituída exclusivamente por militares do recrutamento local);
Foto nº 6 > Bissau > Palácio do Governador > Junho de 1969 > Render da Guarda > Novas fotos com a parada militar pela avenida abaixo, com participação da banda, fuzileiros e população local;
Foto nº 7 > Bissau > Palácio do Governador > Junho de 1969 > Render da Guarda > As forças em parada descendo a Avenida da Republica, acompanhada por populares locais que apreciavam estes desfiles e a atuação da banda militar africana.
Foto nº 8 > Bissau > Palácio do Governador > Junho de 1969 > Render da Guarda > A população local perfilada pela berma da rua principal, para ver e apreciar as nossas tropas, aplaudindo-as à sua passagem. Não esquecer que estava lá também a banda militar africana.
Fotos: © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), e que vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado. (*)
Assunto - Tema T025 – Render da Guarda no Palácio do Governador em Bissau
(i) Anotações e Introdução ao tema:
Todos os domingos havia uma cerimónia militar com grande envergadura e acompanhada de perto pelas populações locais e militares que se encontravam em Bissau, com "grande ronco", com vista a mostrar que estava lá um representante do Governo da Republica, e a reforçar a imagem de Portugal.
Tive a oportunidade de assistir algumas vezes ao render da guarda do palácio, por me encontrar em Bissau nesses dias de Domingo de manhã, mas só tenho fotos reais captadas pouco mais de um mês antes de embarcar, de regresso, em Junho de 1969. Nota-se o piso molhado, com poças de água, devido ao tempo de chuvas que era o máximo nessa época.
(ii) Legendas das fotos:
F1 – Mostra o Palácio do Governador da província – neste caso ocupado pelo general Spínola. Faz parte da guarda um destacamento da Marinha, a força mais vistosa, e uma força do Exército, Infantaria, Cavalaria ou Artilharia, ou dos Comandos, Paraquedistas e Fuzileiros, bem como a Banda Militar, constituída por elementos do recrutamento local.
F2 – A força da Marinha na escadaria do Palácio do Governador;
F3 – A Banda Militar dando a volta ao Palácio. (**)
F4 – A força da armada portuguesa (fuzileiros), logo atrás, fazendo as honras militares ao Governador
F5 – As forças em parada descendo a Avenida da Republica, acompanhada por populares locais que apreciavam estes desfiles e a atuação da Banda Militar.
F6 – Novas fotos com a parada militar pela avenida abaixo, com participação da banda, marinha e população local;
F7 – A parada após ter descido a avenida, volta a subir até ao cima da Rotunda, onde se vê a bandeira e o Palácio do Governador, cor-de-rosa.
F8 – A população local perfilada pela berma da rua principal, para ver e apreciar as nossas tropas, aplaudindo-as à sua passagem. Não esquecer que estavam lá também tropa africana (a banda militar)
Em, 12-02-2018 - Virgílio Teixeira
«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BATCAÇ1933/RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».
___________________
Notas do editor:
(*) Último poste da série > 27 de fevereiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18360: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XIX: Visita ao território, do Presidente da República Almirante Américo Tomás, com início em 2/2/1968 - II (e última) parte
(**) Vd. poste de 29 de setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5030: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (7): Servir Bissau: uma contenda inglória onde o pesadelo e o ronco se misturavam
(...) A guarda ao Palácio englobava as seguintes forças essenciais:
a) - Uma Secção de tropa regular, comandada por um Sargento da Guarda, que tinha a seu cargo os postos de sentinela ao fundo do jardim e ainda um posto de sentinela ao lado direito do jardim. A segurança era feita durante o dia do lado de fora do jardim. Com o render dos postos de sentinela às seis horas da tarde a segurança passava a ser feita do lado de dentro dos muros.
(*) Último poste da série > 27 de fevereiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18360: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XIX: Visita ao território, do Presidente da República Almirante Américo Tomás, com início em 2/2/1968 - II (e última) parte
Postal ilustrado da época > A Banda Militar de Bissau
(...) A guarda ao Palácio englobava as seguintes forças essenciais:
a) - Uma Secção de tropa regular, comandada por um Sargento da Guarda, que tinha a seu cargo os postos de sentinela ao fundo do jardim e ainda um posto de sentinela ao lado direito do jardim. A segurança era feita durante o dia do lado de fora do jardim. Com o render dos postos de sentinela às seis horas da tarde a segurança passava a ser feita do lado de dentro dos muros.
b) - Uma Secção da Polícia Militar, incluindo um sargento e um oficial, que tinha a seu cargo o pórtico principal do Palácio e o portão lateral de serviço geral.
c) - Durante a noite, entre as dezoito e as seis horas, a segurança era reforçada com um elemento da Polícia de Segurança Pública, que ficava encarregado do espaço entre a casa da guarda e do pessoal civil servente do Palácio e o edifício principal.
d) - Também durante a noite, a segurança era ainda reforçada com um cão treinado em segurança e respectivo tratador, na altura um pára-quedista, que tinha a seu cargo o patrulhamento do interior do jardim,
O atavio militar das Praças da Guarda era o fardamento n.º 2, com cordões brancos nas botas, tendo como armamento a G3. O Sargento da Guarda também vestia o fardamento n.º 2, com luvas brancas e cordões das botas da mesma cor. O seu armamento era a FBP. Durante a cerimónia o carregador na arma estava vazio. Em verdade se diga, os carregadores que estavam nas cartucheiras estavam devidamente carregados.
Após o içar da bandeira e o render da Guarda, as forças desfilavam pela Avenida da República indo destroçar junto ao Quartel da Amura.
(...) Nunca poderei esquecer a atenção e o respeito que os guineenses demonstravam nestas cerimónias. Novos e velhos, homens e mulheres seguiam com muita atenção todos os pormenores do içar da bandeira e do Render da Guarda. Vi muitos deles saudar com continência a Bandeira que subia no mastro, e senti o calor de milhares de palmas quando as nossas tropas acabavam as manobras em frente ao Palácio e desfilavam pela Avenida da República. Nestas ocasiões, devo confessar, não sentia que os guineenses procuravam a sua independência. Quanto muito desejavam a paz, a mesma paz que nós procurávamos. Nós éramos a sua esperança. (,,,)
4 comentários:
Grande reportagem.
Nota-se o asfalto com buracos cheios de água das chuvas, é sina de Bissau estar com as ruas estragadas e as estradas a mesma coisa.
A Guiné tem falta de pedra para fazer brita, tem um pouquinho em Finete e pouco mais.
Usa-se a gravilha da laterite peneirada, mas tem pouca resistência.
Em Angola também havia pouca pedra, mas havia diamantes dava para trazer a brita de longe.
Penso que na Guiné ainda não há a charanga para as marchas militares, nem corneteiros nos quarteis para tocar para o almoço e alvorada e hastear da bandeira.
Mas o Luís Cabral tentou, ainda esteve lá um sargento cooperante, corneteiro, a ensinar os toques da Infantaria lusa, mas o Nino correu com o Luís Cabral e o corneteiro não acabou o curso.
Não sei hoje como estará.
No meu tempo (1964-66) a guarda ao palácio do Governo era prestada pela PM (do Forte da Amura) e o espectaculoso do pós-içar da bandeira, aos domingos de manhã, era protagonizado pela charanga de naturais, fardados de branco, com as suas carapuças (ou lá como se chamavam) à moda marroquina, que desciam a actual avenida Amílcar Cabral, contornavam a estátua de Nuno Tristão e concluíam o ronco na praça frontal ao palácio - a Praça do Império. Os nossos antepassados nem tinham complexos nem se inibiam da vaidade de construtores de um império.
Nesse ronco do içar da bandeira, o que mais cativava a atenção era uma cabra amestrada branca, profusamente engravatada, que marchava na cauda da formação, acertava o passo com o dos músicos e parava a marcar passo quando eles rodavam, para mudar de sentido. E o que mais impressionava era o respeito manifestado por todos, ao toque e ao içar da "sua" bandeira.
Ab
Manuel Luís Lomba
Pois eu não assisti a essas majestosas paradas, no meu tempo, 2 anos depois, começava tudo na Praça do Império, era impressionante o hastear da bandeira, e o respeito por 'todos' naquela cerimónia, até impressionava, tinha de ficar em sentido, e nem podia tirar as fotos. Depois vinham por ali abaixo pela avenida com novo nome, e viravam ao fundo, nunca foram à Amura. Era um belo forte também este, tenho algumas fotos lá tiradas, numa visita que fiz ao bar para beber um copo, fui servido pelo nosso cabo Marco Paulo, ainda não era conhecido, mas ele era meu vizinho no Porto antes de ir para a tropa. Não fomos grandes amigos, ele tornou-se um artista, apreciado pela minha mulher, mas eu não vou muito com as cantigas dele, são românticas de mais para o meu estofo.
Ab,
Virgilio Teixeira
Camarada-de-armas Virgílio Teixeira,
Pode crer que apreciei a sua reportagem fotográfica. Por motivos óbvios não consegui nenhuma.
Como o Luís Graça bem disse, eu tomei parte nestas cerimónias durante dois meses. E, desde já uma pequena correção (Foto nº 4 > Bissau > Palácio do Governador > Junho de 1969 > Render da Guarda > A força da armada portuguesa logo atrás, fazendo as honras militares ao Governador) nas cerimónias militares do içar da Bandeira, as forças em parada não prestavam honras militares ao Governador, que não estava presente (nas cerimónias em que eu participei). Marchavam, isso sim, em continência à Bandeira Nacional e à Força da Guarda que se mantinha no lado esquerdo e de costas para o Palácio do Governador.
" E o que mais impressionava era o respeito manifestado por todos, ao toque e ao içar da "sua" bandeira.", escreveu o Manuel Lomba. Sei bem e compreendo aquele sentimento. Como um dia escrevi, é uma imagem que perdura...e perturba. E assim é.
Cumprimentos.
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