sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Guiné 61/74 - P19115: 'Então, e depois? Os filhos dos ricos também vão pra fora!'... Todos éramos iguais, mas uns mais do que outros... Crónicas de uma mobilização anunciada (5): José Diniz Carneiro de Souza e Faro, ex-fur mil art, 7.º Pel Art (Cameconde, Piche, Pelundo e Binar, 1968/70)


Guiné > Região de Tombali  > Cameconde > 1969 > Oficiais e sargentos: o primeiro da esquerda é o José Diniz Sousa e Faro, fur mil art, do 7º Pel Art;  à sua direita, em primeiro plano, o alferes médico; sentado à direita deste, o J. A. F. Chaves e depois o R. Carvalho, de costas: de pé, na outra ponta da mesa, o J. Lopes.  Cameconde era a guarnição militar portuguesa mais a sul, na região de Quitafine, na estrada fronteiriça Quebo-Cacine..

Foto de cronologia da página do Facebook do Dinis Souza e Faro, que nasceu em Goa, em 21 de dezembro de 1945. Vive em Carcavelos. É membro da Magnífica Tabanca da Linha e da Tabanca Grande.

Foto (e legenda): © Diniz Souza e Faro (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Comentário ao poste P19106 (*)

Autor: José Diniz Carneiro de Souza e Faro, ex-fur mil art, 7.º Pel Art (Cameconde, Piche, Pelundo e Binar, 1968/70) (*)

Ter uma "cunha" não é sinónimo de boa vida, no meu caso concreto na Tropa. Eis o meu Fado:

Os meus familiares, quer maternos, quer paternos,  são militares e uma mãe que se preze zela pela sua cria.

Em Abril de 67 estou na Recruta, no CSM [Curso de Sargentos Milicianos], nas Caldas da Raínha. Passado uma semana sou chamado ao Cmdt da 5ªCompª, onde sou informado que o meu primo Capitão pede ao seu camarada para ser exigente comigo para que possa honrar a tradição da Família... Era uma forma subtil de "Cunha". 


Pois bem, o efeito foi ao contrário passei a ser perseguido, pelo Alferes e pelos Cabos Milicianos. Era tudo a dobrar.
Fui para a especialidade de Artilharia de Campanha que na altura ninguém sabia o que era. Junho de 67 Vendas Novas. 

As dificuldades era iguais para todos, pois os Oficiais do Comando responsáveis pelo curso não faziam distinções. No meu pelotão de obuses havia de tudo, ricos, remediados e pobres. Mas eram os pobres que recebiam bons enchidos das suas terras.

Em Abril de 68 fui mobilizado para a Guiné, não disse nada a ninguém. Num jantar, um outro primo, Major, que estava Caxias nos Serviços Mecanográficos,  perguntou-me se gostava da especialidade e que poderia ficar descansado que se fosse para o Ultramar iria para uma cidade. 

A minha resposta foi curta e grossa. Então vá dizer isso ao Governador da Guiné que requisitou os Artilheiros e os Obuses todos. É provável que a cunha tenha funcionado pois fui e vim sem nenhumas mazelas e uma mão cheia de camaradas para o resto da vida, sobretudo os: Os Bandalhos, Magnífica Tabanca da Linha e Tabanca Grande. 

Forte abraço para todos. (***)

J.D.S.FARO
68/70.
___________

10 comentários:

António J. P. Costa disse...

Kokacha!

Há kanus não sabia de ti!
Venho só perguntar se não conheces ninguém na Amadora do nosso tempo.
Há reuniões bi-anuais da malta daquele tempo e que nasceu e/ou viveu na Amadora e andou naquele bendito comboio e, às vezes, no Velho Passos.
Dou-te o contacto se quiseres.

Um Ab.
TZ

Unknown disse...

Caro Tó Zé,
A última vez que te vi depois de Cacine/Cameconde,
foi em Monte Real no encontro da Grande Tabanca.(18ABR2015).
Há encontros da malta da Amadora creio que anuais no David da Buraca.
Já encontrei o Medeiros, Levezinho, Telmo, Catarina Seixas entre outros.
Vou aos almoços bi-mensais da Magnifica Tabanca da Linha onde aparece o
Estrela Soares que te rendeu em Cacine Compª Açoreana.
O próximo será em Novembro salvo erro em Algés. Acho que já participaste
num dos encontros em Oitavos-Cascais. Informarei o Resende para te contactar.
Gr Ab
JD

Unknown disse...

Caro Luís/Vinhal,

Gostaria de enviar a foto publicada já
com nomes, com faço?

Um Abraço
J.D.S.Faro
68/70

ze manel cancela disse...

Um abraçao,deste "bandalho"camarigo Souza e Faro…..

José Botelho Colaço disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José Botelho Colaço disse...

Não sei porquê mas no nascimento da tabanca da linha foste um dos primeiros tabanqueiros desconhecidos com que travei dialogo <> um abraço.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Caro Diniz Souza e Faro:

Se és amigo do Tó Zé Pereira, és amigo do Tony Levezinho, meu amigo do peito e camarada da Guiné...

Manda a foto, em anexeo, através do meu email:

luis.graca.prof@gmai.com


Ou então publica na tua página do Facebook, que eu vou lá buscá-la...

Como te der mais jeito... E manda-nos fotos e memórias do teu tempo de Goa e da Amadora... Da Guiné, já vi que tens poucas fotos... Ou não ?

Um alfabravo do Luís Graça... E até novembro, na Tabanca da Linha.

António J. P. Costa disse...

Sousa e Faro
Se não tens contacto com a malta da Amadora, avisa.
Os organizadores são o Duarte e o António Nunes.
Dá-me os teus elementos que eu faço a ligação.
Um Ab.
TZ

Unknown disse...

Um abraço aos Camaradas Zé Manel Cancela e José Botelho Colaço.

Tó Zé: tenho os contactos do Nunes e do Duarte. Não tenho ido
aos últimos encontros por dificuldades de agenda.

Luís Graça: Obrigado pela informação. Tenho poucas fotos da
Guiné por se ter extraviado/desviado o caixote que me acompanhou
até Binar depois catém caixote. As nossas deslocações eram feitas
com os soldados e seus familiares. Foi máquina fotográfica, slides,
fotos e uma roupita. Além do Tó Zé frequentei o Passos Manuel com
os manos Levezinho, creio que era gémeos salvo erro. Embreve mandarei
alguns apontamentos via mail para depois serem editados caso entederes.

Até Novembro,
Abraço,
J.D.S.FARO
68/70.

Hélder Valério disse...

Caro José Diniz Faro

Gostei de ler o fado das tuas "cunhas"....
Muito educativo.

Abraço
Hélder Sousa