quarta-feira, 13 de maio de 2020

Guiné 61/74 - P20970: Da Suécia com saudade (70): O verdadeiro rei das florestas escandinavas, o alce ("älg") (José Belo)


O alce [älg,  na língua local; moose, em inglês], um verdadeiro ícone da vida selvagem na Suécia.

Fotos gentilmente cedidas por J. Belo [e editadas pelo Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de José Belo que deve estar a fazer o "desconfinamento" na sua Tabanca da Lapónia. e seguir viagem até Key-West, Florida, EUA:

José Belo:

(i) ex-alf mil inf da CCAÇ 2381, Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70;

(ii) manteve-se no ativo, no exército português, durante uma década;

(iii) está reformado como capitão de infantaria do exército português:

(iv) jurista, vive entre Estocolmo, Suécia, nem como nas imediações de Abisco, Kiruna, Lapónia, no círculo polar ártico, já próximo da fronteira com a Finlândia, mas também Key-West, Florida, EUA;

(v) é o único régulo da tabanca de um homem só, a Tabanca da Lapónia (, mas sempre bem acompanhado das suas renas, dos seus cães. dos seus alces e dos seus ursos);

(vi) last but not the least,,, achamos que ele "é mais carneiro do que peixeiro", a avaliar pelas fotos de filetes de rena, alce e urso que nos mandou...


Date: domingo, 3/05/2020 à(s) 16:20
Subject: O verdadeiro rei das florestas Escandinavas

O símbolo, aqui por todos aceite,como sendo o mais representativo dos suecos,  é sem dúvida o Alce.
Numa área 14 vezes superior à portuguesa, e com o mesmo número de população, compreende-se que vastas extensões do território nada mais tenham que florestas, lagos, rios e uma riquíssima fauna selvagem.

Em quantidade, dispersão,e não menos em tamanho, os alces ocupam o primeiro lugar.

Existem, segundo cuidadosas estatísticas Estatais, entre 300.000 a 400.000 alces nas florestas suecas.
Em cota anual 100.000 são abatidos, tanto para consumo da carne como para manter um nível saudável entre esta espécie.

A cota de 100.000 não é escolhida ao acaso mas antes por se ter em conta que em média nascem cerca de 100.000 alces no ano seguinte.

Quanto ao consumo da carne, as receitas tradicionais, que se perdem na noite dos tempos, muito para além dos Vikings, säo fantásticas.

Um animal adulto pesa cerca de 700 quilos, tem mais de 2 metros de altura média e cerca de 3,5 metros de comprimento. Tem pernas muito altas que lhe permitem deslocar-se com relativa facilidade quando a neve é profunda.

Um adulto é maior que um cavalo. Os cornos,que, ao contrário das renas, só os machos têm, crescem em média 2,5 centímetros por dia (!). Atingem enorme dimensöes quando os animais têm entre os 6 e os 12 anos.

Colocados em cima da cabeca de um tão alto animal ainda o tornam maior à vista.

Pode viver até aos 25 anos, mas devido a ser abatido (e obviamente são sempre escolhidos os maiores por causa da carne) vive em relidade uma média de 10 anos.

Deslocam-se com facilidade 30 quilómetros por dia. Ao correrem podem atingir os 60 km/hora.

Tendo uma aparência  pacífica, são bastante agressivos quando as fêmeas acompanham crias, ou quando são surpreendidos na floresta.

Quando se dão contactos , e ao contrário do que se poderia esperar, tendo em conta os enormes cornos (mais usados para combate entre machos), é com as longas patas frontais que escouceiam, rápida e violentamente em típico movimento de "bicicleta". Com isto procuram atirar ao solo o homem, cão, ou lobo, para depois o pisarem com os seus 700 quilos.   alce, em sueco, diz-se älg; em inglês, moose].

Quanto ao urso,  procuram dentro do possível evitar o contacto. São os ursos que os buscam (de preferência animais velhos ou doentes). Devido ao peso dos ursos, são os cornos a arma então usada como defesa.

Ao imaginar-se um animal maior,  mais alto e mais encorpado que um cavalo, a inesperadamente escoucear com as patas da frente (!) compreende-se que alguns destes encontros sejam fatais para os humanos.

Näo säo estes encontros que em geral causam  as mortes, mas sim os resultantes de acidentes de viação quando os alces procuram, durante a noite, atravessar estradas . E estes acidentes, mortais para os humanos dentro das viaturas,säo muitos.

Nas estatísticas oficiais é apresentado o número de humanos mortos em tais acidentes no ano de 2017 como o de 7.300 (!). Em média. nos outros anos, os números são semelhantes.

Parece impossível mas torna-se ainda mais grave ao considerar-se as estatísticas que mostram que a cada morto por acidente correspondem mais de seis casos com consequências clínicas graves do tipo 
paralisias, cegueiras, etc,etc,etc.

O cinzento acastanhado da cor da pele destes animais torna-os muito difícil de ver nas escuras, enevoadas e cheias de nevões noites escandinavas,mesmo com os potentes faróis que aqui se usam.
Em outro detalhe interessante,os olhos dos alces,ao contrário da maioria dos animais selvagens frente aos farois de um carro, não refletem a luz dos mesmos.

As longas pernas do animal colocam-no, aquando da colisãio a alta velocidade, nãoo à altura dos para-choques ou mesmo do motor mas sim à altura do para-brisas contra o qual os 700 quilos são violentamente atirados, penetrando grande parte do corpo no veículo.

É por tudo isto que (para curiosidade e espanto dos turistas que visitam a Suécia vindos de automóvel) ao longo de todas (!) as auto estradas suecas,e de ambos os lados das mesmas,corre uma vedação em rede grossa com mais de 3 metros de altura para deste modo procurar evitar, pelo menos nas auto-estradas, este tipo de acidentes mortais.

Tendo em conta a área da Suécia, e que a mesma está coberta de auto-estradas, pode-se calcular o custo desta rede de proteção.

De qualquer modo estas "alimárias" sempre encontram maneira de enganar a rede, sejam elas junto a saídas da auto estrada, bombas de gasolina,ou restaurantes, isto mesmo que as aberturas sejam mínimas.

É certo que os lusitanos já estäão a pensar que os sacanas dos suecos näo querem mesmo que se entre nas auto-estradas sem se pagar!... Mas elas aqui säo gratuitas.

Ou, a ser-se mais concreto,a sua manutenção é paga pelos cidadãos ao Estado, anualmente, através dos impostos.

Mas, e com saudade do meu querido Portugal, pergunto-me :
- Quantos metros de rede seria retirado todas as noites para fazer capoeiras na minha santa terrinha?

Um grande abraço,
J. Belo.

PS1 - Dá uma saltada ao Youtube....Älg på Svanvik ....(também funciona com o teclado portuguës Alg pa Svanvik). Poderás aí ver como o alce procura escoucear o cäo com as patas fronteiras.
Num outro video colocado junto com o nome de Älgen på Utby  pode-se ver um alce calmamente a comer maçãs num quintal. É pena que não mostrem o que acontece aos alces horas depois de comerem as maças,quando estas fermentam no estômago do animal e o álcool lhes provoca bebedeiras que os fazem movimentar-se como um Chaplin Bêbedo!) 

PS2 - Cada vez menos sei se estas coisas "exóticas" que me rodeiam,  aí dizem algo que valha a pena ser lido.São realidades tão dísparas das portuguesas que muitas vezes me pergunto o que eu pensaria delas se aí tivesse continuado a viver. As análises editoriais são, quanto a mim, fundamentais quanto a este tipo de participação "fora de contextos".

_________

Nota do editor:

21 comentários:

Hélder Sousa disse...

Não tinha ideia de que a população de alces fosse dessa ordem, tão elevada.

E, realmente, 700 kg num parabrisas deve dar cá uma saúde ao condutor e passageiros!

Para manter a população equilibrada é permitido um abate da ordem dos 100.000/ano.
Muito bem!
Mas o que se faz com a carne? Cozinha-se como por aqui se faz com os bovinos?
Fazem-se salsichas?
E o sabor, é parecido com quê? Forte? Suave?

Quanto ao Ilustre "Régulo da Tabanca da Lapónia" estar em vias de se deslocar para a Flórida, não sei se será a melhor altura. "Aquilo" por lá parece não estar ainda controlado nem estabilizado e de acordo com as notícias que nos chegam é bem possível que "certas" decisões venham a contribuir até para o inverso do desejável.

Hélder Sousa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

... Hélder, se calhar, cometi uma inconfidência. O régulo da Tabanca da Lapónia é perito na arte de, por magia, aparecer e desaparecer.

Para onde ele se irá mover, "proximamente", não sei ao certo... Mas ele é, tipicamete, um homem de transumância: no inverno, no *olo Norte; no verão, nos Trópicos...

Sei que nos "States" tem casa e família e empresas... e um bar predileto. em Key West, mas que, devido à pandemia de Covid-19, está ainda fechado , o célebre Sloppy Joe's Bar... Já lhe tenho adeus, através da webcam que trabalha(va) 24 h por dia...

https://sloppyjoes.com/

Por razões de proteção da privacidade do nosso mui estimado grã-tabanqueiro luso-lapão, nãp poderei acrescentar mais nada... Sei, isso, sim, que ele está de boa e recomenda-se... Tengo aqui mais uns petiscos da Lapónia para publicar, oportunamente...

Anónimo disse...

Caros Amigos Helder e Luís.

Francamente.....
Atravessar o Atläntico para me sentar em casa em Key West ,a olhar o mar, quando o Sloppy Joe's Bar se encontra encerrado por causa do virus?
Compreendo agora que ambos devem ter estado bem confinados.
(Ou será antes...confitados?)

Quanto à pergunta do Helder sobre a carne de alce,esta é saborosa devido ao tipo de alimentacäo do animal; rica em bagas selvagens como arando,mirtilo,amoras,todas por aqui em enormes quantidades.
Toda esta carne é consumida,assada,grelhada,cozida, fumada,e em enchidos
No entanto,aquando do esquartejamento só as carnes "nobres" säo as mais usadas.
Um quilo de lombo de alce em Estocolmo custa 4 vezes mais que um quilo de um lombo de vaca de primeira qualidade.

Aos Lusitanos que queiram vir até aqui tentar a sorte,habituados como estäo a colocar no cinturäo um bom par de lebres ou perdizes,näo devem esquecer que o alce pesa 700 quilos,tem 2,5 metros de altura,e cerca de 3,5 metros de comprimento.
Para se protegerem o mais possível do vento Polar quando as temperaturas estäo nos 30 a 40 negativos,procuram os locais em que as florestas säo de tal modo cerradas que formam verdadeiros muros.
No Inverno só de lá saem quando os ventos e as temperaturas estäo mais...agradáveis.
Daí o colocar a "alimária" à cinta e levá-la para casa tem o que se lhe diga.
Mas isso é longa história.

Um abraco do J.Belo

Anónimo disse...

Esqueci-me de esclarecer ,quanto ao levar o animal para casa, que...sempre se pode pedir ajuda ao vizinho.
Só que o meu vizinho mais próximo vive a 297 quilómetros da minha casa!

J.B

Alberto Branquinho disse...

Caro J.B

Sabendo que a existência de cornos é uma característica comum às espécies que os... tenham, quer-se dizer, tanto o macho como a fêmea, embora, em alguns casos, os dos machos sejam, normalmente, maiores do que os das fêmeas, nesta espécie fiquei com uma dúvida que passo a expor:
- As alças não têm cornos porque os machos são uns... machos fiéis ou é porque (elas, as alças) não gostam desse tipo de decoração?

Abraço
3A.B.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Meu Caro A.B.

Como sempre,o teu humor!
Obrigas-me a ficar toda a noite acordado,a ver neve colorida depois de *inalar* o meu vodka caseiro,tentando encontrar resposta para a tua genial pergunta täo eivada de zoomorfismos.

Citando o Soldado Básico responsável pela limpeza das grandiosas pocilgas de um dos Quarteis onde täo humildemente servi:
***Mesmo que ignorados os factos näo deixam de existir***

Sinto-me assim obrigado a voltar posteriormente com a mais aguizalhada resposta que consiga grugulejar,na busca de compensar o facto de te deixar...à espera!
(Aqui quase parece a história da menina grávida mas felizmente...näo é!!!)

Algo de curioso, näo quanto aos alces mas às renas.
Nestes animais,tanto machos como fêmeas os cornos têm tamanho semelhante,só variando de acordo com as idades.
Ambos perdem os cornos uma vez por ano,voltando a crescer maiores que os anteriores.
Mas mudam de cornos em períodos diferentes do ano.
Quando na Primavera os vitelos nascem,e até ao tempo em que já conseguem pastar afastados da manada,as fêmeas mantêm os cornos para os defender dos predadores e,principalmente da extrema agressividade dos machos quanto ao domínio das melhores pastagens.
E é precisamente neste período em que as fêmeas mantêm os cornos que os machos perdem os seus.
Voltam mais tarde a crescer em ambos ao mesmo tempo.

A natureza sempre nos surpreende.
(Seja entre as minhas renas ou,sentado na esplanada da praia do saudoso Tamariz do Estoril).
Outros os tempos,outras as renas...

Um abraco do J.Belo

Alberto Branquinho disse...

Caro J.B

Tacksam.
Kram.

3A.B.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A rena (!Rangifer tarandus") a única espécie da família dos cervídeos em que as fêmeas também tem chifres.
____________

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla
Família: Cervidae
Género: Rangifer
Espécie; R. tarandus

O alce ("Alces alces") também pertence à família ("Cervidae", em latinório), subfamília "Capreolinae", a dos cervídos do "Novo Mundo" (América)...

Os "Cervinae", a outra subfam+iliam, são os do Velho Mundo (Europa, Ásia, África)

Anónimo disse...

Depois do perfeito comentário à moda nórdica do Camarada e Amigo ...A.B.

Tenho que aceitar serem as tendências verborrágicas,täo criticadas pelos latinos clássicos,difíceis de "assuecar".

Ao tornar-me, pelas circunstäncias envolventes num quase especialista em cervídios,perco com facilidade os "limites estabelecidos para a dessiminacäo das bases de dados".
Pedra fundamental quanto ao "Resumo de uma Tese",diria com toda a razäo o Professor Universitário que é o nosso Editor-Em-Chefe.
Verborreias inocentemente(!) oportunistas por colocadas em local humildemente destinado aos sempre constructivos comentários dos leitores.
Quase se tornam em...posters encadernados.

Talvez mais näo sejam que mui antigos reflexos de oportunismos revolucionários certamente adquiridos por demasiadas proximidades (locais, que näo ideais!locais, que näo ideais!) com um dos nossos maiores génios "adaptativos" o entäo estudante...Duräo Barroso.
(Honra lhe seja feita pela longa, e näo menos muito profícua, viagem!)

Depois deste exemplo verborrágico atrêvo-me a apresentar um típico diálogo nórdico entre um "ele" e uma "ela"

Ele : Knulla?
Ela : Ja! (Obs/ o *j* nas línguas nórdicas lê-se *i* )
Ele : Bra?
Ela : Tack!

O que fica disto tudo quanto ao tal resumo da tese referente aos cervídios?

1) Os olhos dos alces,caso que creio ser muito pouco vulgar,näo refletem a luz dos faróis.
2) Entre as renas os machos e as fêmeas perdem os cornos em diferentes períodos.
3) É impossível ensinar-se um cäo vélhinho a sentar-se.

Um abraco do J.Belo




Tabanca Grande Luís Graça disse...

Os cervídos não têm cornos mas galhos...

São uma família de animais ungulados artiodáctilos e ruminantes (a corça, o alce., a rena, o veado...).

Geograficamente estão bem distribuídos por todos os continentes (com exceção da Austrália e Antártida).


Muitas esp+ecies extinguiram-se como o Veado gigante (“Megaloceros giganteus”, classificado em 1799, por Blumenbachm; também popularmente conhecido por “alce irlandês”, mas que era um alce...

A sua enorme armação chegava a atingir mais de 3 metros de envergadura. É um animal pré-histórico, um dos maiores cervos que já viveu no planeta.

Pesquisas arqueológicas mostram que o "Megaloceros giganteus" viveu no norte da Europa e norte da Ásia bem como na periferia norte da África. Fosséis dp animal foram encontrados nos sobretudo bos pântanos da atual Irlanda,

Viveu no final entre 300 mil a 7700 anos atrás, tendo-se extinguido na última era glacial...

Chifres impressionantes de cervos gigantes tinham uma envergadura de cerca de três metros. Os maiores chifres encontrados, sob a forma de fóssies, chegavam a alcançar os 3,65 metros e pesar nquase 40 kg!

Há várias teorias evolucionistas para explicar este facto "incomum" que terá levado à sua extinção

Há que defenda que uma tal armação era resultado de uma duríssima seleção natural. Só sos mais os maiores e mais fortes acasalavam e, deste modo, conseguiam transmitir os seus genes... Mas a renovação anual das hastes implica um dispêndio brutal de energia...

Outros autores defendem que os espaços abertos onde eles viviam foram invadidos pela floresta... Aquela panóplia na cabeça, pro muito impressionante que fosse para as fêmeas, acabou por se tornar uma armadilha: o gigante passa a ser presa fácil dos predadores...

Outra hipótese são as mudanças climáticas: os cervídeos mais pequenos estavam mais aptos para sobreviver na época glaciar...

Mas recentemente, em 1974, Stephen Jay provou que o nosso gigante tinha chifres demasiado grandes e desproporcionados, devida a alometria (Crescimento ou desenvolvimento anormal ou desproporcional de um órgão ou de uma parte de um organismo em relação ao conjunto), resultando portanto na violação das proporções do corpo...

Enfim, como diz o velho Darwin, não são os mais fortes e os mais inteligentes que sobrevivem, mas os que sabem adaptar-se às mudanças...

Hélder Sousa disse...

Bem.....
Isto agora fia (ou pia?) mais fino!
Não vou conseguir acompanhar os diálogos em sueco mas presumo que possam ser "frescos"!

Agradeço as indicações e informações que o JB deixou quanto à forma como a carne de alce pode ser consumida (o preço parece "carote", tendo em conta o alegado abate de 100.000).
O que mais me seduziu foi a base alimentar dos bichinhos, "arando, mirtilo, amoras", coisas agora muito em moda com a alimentação "vegan". Finórios!

Abraços

Hélder Sousa

Anónimo disse...

Caro Helder

A alimentação dos alces tem que ser moderna!
Os desgracados nasceram na Suécia onde tudo tem que ser...moderno!
O país com a maior descriminação etária estudada e reconhecida por especialistas.
Com família sueca sinto-me seguro ao afirmá-lo.
Os que até aqui vêm acabam sempre por notar a total segregação etária quanto a restaurantes,cafés,bares,cervejarias,discotecas,etc,etc,etc.
E não me estou a referir a segregação nos lugares públicos entre avozinhos e netos mas entre ,por exemplo,os com 16 ou dezoito anos de idade e os com 27,30 ou 35.
Fenômeno muito interessante por excessivamente limitativo dos contactos sempre importantes entre gerações.

Quanto ao mini-diálogo em sueco terás que te dar o trabalho de ir ao Google.
Apesar de velho militar reformado não me atrevo a traduzi-lo neste local acessível a crianças,Senhoras,e pior ainda,a alguns muito sensíveis membros das nossas tropas especiais.

Um grande abraço do J.Belo

(Ps/ E não esquecer que os tais cervídeos não tem os simples cornos na minha linguagem caserneira do tempo em que ainda se “formava quadrado” mas sim ...galhos! E, quando estas coisas vêm “ad Cátedra “ cuidado pois há sempre que aceitá-las!)

Alberto Branquinho disse...

Caro JB

Parece-me que para encenar o diálogo constante do post de 14 de maio, às 16H19, se deverá criar um ambiente intimista, com pouca luz, música em surdina (assim mais latino que nórdico). Além disso, parece-me que a peça terá que se denvolver em dois momentos, começando o segundo momento com a segunda interrogação "Bra?" (Em princípio pensei que fosse o quartel de BRA...)
Assim sendo, entre o primeiro momento de cena e aquele que se inicia com essa segunda interrogação, deverão decorrer, pelo menos, cerca de dez minutos.
Portanto na apresentação escrita da dramaturgia que pretendes retratar deverás colocar, antes de "Bra", qualquer coisa como:

----- Tio minuter senare ------

E depois o restante:

- Bra?
- Tack !!!

Mais um abraço
3A.B.

Anónimo disse...

A sugestão do meu Camarada e Amigo A.B. deixou-me perplexo.

Sem dúvida que um tempo de pausa de 10 minutos a meio daquela inocente troca de palavras em sueco e sueca tem quase ressonâncias do genial realizador Ingmar Bergman.
Mas outra coisa não seria de esperar vindo a sugestão de quem vem.

Voltando à citação do Soldado Básico por mim referido em comentário anterior: Mesmo que ignorados os factos não deixam de existir!
Sinto-me forçado a muito frontalmente discordar com a...pausa de 10 minutos sugerida.
Seja ela dita em sueco “tio minuter senate” ou em português “10 minutos depois” será uma pausa literalmente mitológica nos seus irrealismos.

Com um grande esforço,e para ser simpático,estou disposto a concordar contigo se a pausa passar de 10 minutos para 2 minutos.

Porque meu caro Amigo estamos a referirmo-nos a um sueco e uma sueca!
E,lá tenho que voltar a aceitar que ecoam no meu cérebro muita neve,muitas renas,muita neblina, muitas *rachetas*!
(Aqui atrevo-me a sugerir aos mais depravados que vão ao dicionário antes de tirarem as habituais tão rápidas conclusões quanto ao verdadeiro significado da palavra rachetas).

Um abraço do J.B

Alberto Branquinho disse...

OK, Caro J. Belo

Concordo, portanto, por conseguinte e por consequência e apesar de estar imaginando que a personagem/motor de arranque seria uma sueca daquelas assim, a modos, como as dos postais ilustrados, mas que, atenta a nossa provecta idade, passe, então, a pausa dramatúrgica a ser de 2 minutos em vez dos 10 que sugeri.
Mas convirá que a pausa a seguir ao "Ja", não seja uma pausa não muito bergmaniana, porque não deverá ser feita de silêncios.

Abraço do
3A.B.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Hélder, não quero que percas o fio à miada... O senhor Tradutor Google traduz para nós, do sueco para o inglês da aldeia global, o diálogo entre "um alce" e "uma alça" em pleno (ro)cio:

Fuck?
Yes!
Good?
Thanks

Anónimo disse...

Muito grato pelo teu OK.
Ainda mais grato pelo “concordo”.
Gratíssimo pelo “por conseguinte”, e porra que me faltam superlativos para o teu simpático “por consequência “!
Sempre na busca de encontrar o atalho zircônio dos entendimentos absolutos não posso olvidar os altos valores morais em que o saudoso Estado Novo nos(protetivamente) envolvia.
Não será por acaso que a palavra “ABSOLUTO”,e não consigo escrevê-la sem maiúsculas, me provoca ainda hoje um nostálgico sentimento de segurança,de grandiosidade histórica, e da podridão da paz social e familiar da burguesia aperaltada., e do iluminado saloiismo dos políticos geniais.

E,dentro deste espírito tão superior nas suas honestidades absolutas,não posso deixar de reagir a uma pequena “nuancia “no que escreveste.
Bem intencionado como sempre, mas.........

O teu gênio artístico-criativo leva-te a buscar soluções quanto a exagerada rapidez no diálogo entre sueco e sueca e mais tudo o que pelo meio se passa.
Mas meu Caro A.B. tempos de pausas românticas não existem nesta outra galáxia que é a cultura nórdica.
E trata-se de um diálogo entre um sueco e uma sueca.
Nele não têm lugar os machos ibéricos com idades provectas.
Porque a assim ser os nossos machos ibéricos avançariam com as introduções e silencios de pausa efectuados como mandam as Reais Regras da Cavalaria (salvo seja!).
Entre sueco e sueca os dois minutos ( a que acedi unicamente para te ser simpático) são...excessivos!
E isto incluindo gritos,silêncios,ruídos vários,etc,etc.

Portanto:
Ele : Knulla?
Ela : Ja!
——-Um minuto—-
Ele :BRÅ?
Ela :Tack!

Mas francamente,não devíamos antes dialogar sobre os tempos felizes do Império,quando o Benfica era (sempre!) o melhor do mundo?

Um ,como sempre,respeitoso abraço.
J.Belo

Alberto Branquinho disse...

Ó Caríssimo José Belo!

Sem a grandeza do Império, sem procissões, sem missa de Domingo e sem futebol e com tanto confinamento sem... fim e, por cima disto tudo, REDUZIR o período de tempo dos... dos... ENTREMENTES a "um minuto", NÃO!
PEÇO DEMISSÃO!

Mas isto não sem mandar mais um abraço
3A.B.

P.S. (Isto não é Partido Socialista!) - Em tempo:
Só AGORA, relendo o texto imediatamente antes da tua re-proposta de re-formulação do texto dramatúrgico, vejo que os actores em cena são um sueco e uma sueca e AMBOS de nacionalidade sueca. OH! OH! Atão, assim sendo, bastará um simples período de tempo de - um segundo.
OU será demasiado?
Tu, como residente e aculturado a essas paragens (e partidas), melhor saberás.


Anónimo disse...

Isto que começou como uma inocente brincadeira está agora a deixar-me bastante preocupado ...contigo.
Se fosse uma história entre um Alentejano e uma Sueca compreenderia a tua obsessão quanto a um tempo de pausa,tanto no acto,como e principalmente no diálogo.
Terei lido em tempos que,quanto a isso de “introduções apressadas “,os compadres têm as suas teoriazinhas bem meditadas na sombra dos chaparros enquanto olham para as inocentes ovelhinhas branco-rosa. (Isto quase parece escrito por um nortenho!)
Mas,e tendo em conta a tua internacionalmente reconhecida fibra moral ( repara que só não escrevo universalmente para não ferir a tua mui dignificante humildade intelectual) compreendi logo que o teu mal entendido nada tinha a ver com tão torpes caminhos.
A idade? O confinamento viral?
Ficar ofendido pela tua apressada leitura do meu opus-dialogal?
Os meus quarenta anos de assuecamentos subtis já tal não o permitem.
Como o bom Samaritano que sempre fui vou procurar ajudar a tua leitura soletrando e “fonificando” (gosto do fonificando,quase que se ouve um samba!)
-Um Su-e-cu!
E,como a menina sueca do diálogo tinha mais de dois metros de altura...
-Uma Su-e-cona!
OBS!OBS!OBS! Este foi o único método de aumentativos que me ensinaram,quando a mando do Conselho Superior de Disciplina do Exército fui obrigado a tirar um curso suplementar nas Aulas Regimentais do meu Quartel.
Ainda recordo exemplos que deviam ser cantados d’alto do tipo:
-Uma grande ladra será uma...ladrona!
-Uma grande cabra será uma...(este infelizmente já esqueci)
-Uma” g’anda” sueca será uma ....suecona!

Só depois de muito meditar me veio à memória ter-te enviado há dias uma das minhas garrafas de vodka caseira (da tal 90/ +) e assim surgiu de imediato a explicação para muita...coisa.
Porque essa de se confundir um compadre sentado na sombra fresca do chaparro com um suequinho na sombra da sueca (2 metros de sombra!Que g’anda sombra pá !
Ao bruscamente ter consciência de esquecimentos meus d’este tipo e gravidade,o que se passará se amanhã julgar ter-me esquecido de encher o depósito do Jeep e procurar apressadamente encher o “depósito “ da minha rena do trenó com a gasolina 98/H ?
E lá vou perder mais uma noite de sono virginal.

Como os abraços, já por muitos, começam a tornar-se suspeitos aqui segue um...

“Ha det så trevligt!”

J.Belo

Alberto Branquinho disse...

Camarada José Belo

Fiquei assustado!
Mulher com 2 metros?!
Peço demissão.
Finis. LAUS DEO!

Hejda van, -(faltam os sinalefos nórdicos, que não existem aqui)
3A.B.