segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22539: Notas de leitura (1381): "No mato ninguém morre em versão John Wayne, Guiné o Vietname português", por Jorge Monteiro Alves; LX Vinte e Oito, 2021 (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 8 de Setembro de 2021:

Queridos amigos,
Quando se pretende biografar uma figura denominada herói lendário, um combatente cumulado pelas mais altas condecorações portuguesas, impõe-se ponderar uma consulta a documentos probatórios, irrefutáveis, socorrer-se do contraditório, ir aos arquivos, quando se pretende uma biografia histórica, não é o caso do livro de Jorge Monteiro Alves que enveredou por uma biografia informal, aqui correm-se inúmeros riscos, suscitam-se imensas dúvidas, é sempre o herói quem comenta as suas façanhas, e persistem as lacunas, é indispensável que a historiografia entre em ação. Mas não se pode retirar o mérito, é o primeiro trabalho jornalístico sobre um complexo personagem sobre o qual há muito a investigar.

Um abraço do
Mário



Biografia informal de Marcelino da Mata, um projeto para entender um herói guineense

Mário Beja Santos

Uma biografia, por definição, pauta-se pela evidência científica: arquivos, consulta de toda a documentação disponível, audição de relatos apaixonados, desapaixonados, sob o efeito do contraditório; contextualização do biografado no seu tempo e pela sua obra; extensa bibliografia, notas das consultas, etc. O trabalho do jornalista Jorge Monteiro Alves sobre Marcelino da Mata, intitulado "No mato ninguém morre em versão John Wayne, Guiné o Vietname português", LX Vinte e Oito, 2021, é uma biografia informal, discorre sobre o personagem, o autor marca as suas distâncias, procura mesmo contextualizar o guineense mais condecorado do Exército Português no quadro da luta armada; mas, como é evidente, é trabalho lacunar, reconheça-se o mérito de procurar retratar o herói no seu tempo, saúde-se a primeira obra sobre alguém que suscita incomensurável admiração ou infindáveis reprovações e repulsa pelos métodos adotados na atividade de combatente.

O contraditório é elementar, tão elementar como a investigação. Julião Soares Sousa, o importante biógrafo de Amílcar Cabral, ousou desfazer lendas, contestar a data da fundação do PAIGC, pôr a nu as pesadas contradições na ideologia do líder que bem procurava camuflar a existência de uma discordância histórica entre cabo-verdianos e guineenses. Tendo Marcelino da Mata pensado em aliar-se ao PAIGC, fruto das represálias que este exerceu na sua família (mataram-lhe o pai e a irmã, grávida de 8 meses), era indispensável apurar a verdade dos factos, confirmar as execuções da primeira e segunda mulher, seguramente que houve testemunhos. Os depoimentos da sua vida são dados por ele próprio. Parece que a ebulição subversiva surgiu de modo espontâneo, e por obra e graça de um acaso tudo começa em Tite em 23 de janeiro de 1963. Ora Marcelino da Mata foi incorporado em Bolama, fez a tropa pelo irmão, será que não há nenhum testemunho sobre este tempo, e depois como condutor-auto e depois no BCAÇ 356?

Monteiro Alves dá-nos uma súmula do dispositivo militar, notas sobre a economia da província ultramarina, e assim chegamos aos efetivos. Temos o general Spínola a reivindicar mais meios (parece que os dois comandantes-chefes procederam igualmente assim, mas foram menos felizes na contemplação, fala-se no novo conceito de guerra trazido por este homem providencial, faz-se o contraponto com o triplo de poder de fogo do PAIGC face a uma unidade militar portuguesa, enfim, nada ficamos a saber sobre o comportamento das nossas forças até 1968. Providencialmente, ficamos a saber como atuavam as nossas forças tudo por causa do que diz Marcelino da Mata: a Batalha do Como, onde ele fez o tirocínio com os Comandos; o herói Marcelino da Mata está em Brá no Centro de Instrução de Comandos da Guiné Portuguesa, em julho de 1964, o Governador e Comandante-Chefe chama-se Arnaldo Schulz, Marcelino colabora com os Comandos, os Gatos, os Fantasmas, os Panteras. E no final do ano engendram um modo de operar, quer fazer operações com um escasso número de militares. Monteiro Alves entende que deve interpolar permanentemente o que faz o herói com as ofensivas do PAIGC e o que se passa na cena internacional. Temos depois a criação dos Roncos de Farim, uma tropa especial lendária a que ele se agregou, tinha à frente um alferes destemido, Filipe José Ribeiro, e Marcelino da Mata fazia parceria com um Mandinga não menos destemido, Cherno Sissé. Chovem as condecorações. Os Roncos chegam a Cumbamori, em dezembro de 1967, estava lá Luís Cabral, viveu uma grande inquietação, mas safou-se. Monteiro Alves vai citando Marcelino da Mata em exclusivo, não dá guarida a outros depoimentos.

Foi várias vezes ao Senegal, em agosto de 1967 resgatou os homens da CCAÇ 1546, que tinham sido apanhados à mão, o prémio foi a Torre e Espada. É 2.º Sargento, criou o seu próprio grupo, os Vingadores. Anda numa completa dobadoira, Schulz parte, Spínola chega e o autor desenvolve as alterações introduzidas pelo novo Comandante-Chefe, os Vingadores sempre no ativo. Cria-se a primeira Companhia de Comandos Africana, a africanização da guerra conhece novos desenvolvimentos. Dá-se a Operação Mar Verde, Marcelino da Mata participa, ataca o quartel da Guarda Nacional em Conacri, é pouco económico no autoelogio:
“Eu arranjei uma metralhadora e comecei a fazer fogo. Aquilo era como disparar contra carneiros. Só à minha conta, numa contagem oficial, ficaram lá 94 estendidos, mas devem ter sido muito mais. Quem ficou aborrecido comigo foi o Calvão, pois alguns dos mortos eram oficiais superiores que simpatizavam com a FLNG e que se deviam juntar à revolta. Mas eu não sabia de nada disso. Nem ninguém do meu grupo. Quem me levava essas instruções era o alferes. Mas como ele foi abatido logo à entrada do quartel…”.
Nova condecoração para Marcelino da Mata, graduado em alferes com a especialidade de Comando. Monteiro Alves há ocasiões em que mostra que não teve acesso a fontes documentais, refere calmamente que o PAIGC derrubou um helicóptero no rio Mansoa em 25 de julho de 1970, que vitimou quatro deputados, não foi nada assim, o helicóptero foi metido no golfão em pleno rio, o piloto não conseguiu a manobra correta para dali sair, foi tudo puro acidente.

O autor volta a espraiar-se sobre a cena internacional, Marcelino tinha sido enviado para Cabora Bassa em 1971, Spínola mandou-o regressar, veio para o Centro de Operações Especiais, foi nessa altura que nasceram os Vingadores, Marcelino da Mata conduz uma verdadeira máquina de combate. Estamos chegados a 1973, entram em cena os mísseis Strela, Marcelino tinha anteriormente colaborado na Operação Grande Empresa, a ocupação do Cantanhez, soma louvores e cruzes de guerra. São referidas as ofensivas do PAIGC e a nova ida de Marcelino da Mata a Cumbamori. A 28 de abril de 1974, Marcelino da Mata cai ferido e é mandado para o Hospital de Bissau e evacuado para Lisboa a 2 de maio. A Guiné caminha para ser um país independente. Segue-se uma frase descabelada do autor:
“As últimas tropas portuguesas saíram da antiga província. Mas não trouxeram consigo os Comandos e os Fuzileiros Africanos. A traição portuguesa equivaleu a uma pena de morte para milhares de homens que deram tudo pela bandeira verde rubra”.
Se acaso tivesse consultado a documentação, verificaria que foram efetuadas diligências para trazer todas as tropas especiais, recusaram, quiseram ser remunerados até dezembro. Está-se em crer que um jornalista sabe que existe o Direito Internacional, não se pode interferir na vida interna de um Estado autónomo, pergunta-se que mais diligências poderiam ser feitas a não ser protestar pela diplomacia. Insiste-se na tónica do abandono sem minimamente querer apurar a verdade dos factos.

A biografia informal de Marcelino da Mata certamente que irá despertar novos trabalhos que permitirão abrir luz sobre a complexidade do personagem, já que o seu heroísmo foi incontestável, como o seu destemor, o melhor será aprofundar recorrendo às fontes documentais e aos testemunhos de todas as latitudes. Enquanto é tempo, que já é muito escasso para quem conheceu e combateu ao lado do herói da lenda.


Imagem retirada do Diário de Notícias, com a devida vénia
____________

Notas do editor

Vd. postes de:

24 de Agosto de 2021 > Guiné 61/74 - P22481: Notas de leitura (1374): Jorge Monteiro Alves: “No mato ninguém morre em versão John Wayne: Guiné, o Vietname português” (Lisboa, Livros Horizonte, 2021, 191 pp.) – Parte I (Luís Graça)
e
4 de Setembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22513: Notas de leitura (1377): Jorge Monteiro Alves: “No mato ninguém morre em versão John Wayne: Guiné, o Vietname português” (Lisboa, Livros Horizonte, 2021, 191 pp.) – Parte II (Luís Graça)


Último poste da série de 11 DE SETEMBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22533: Notas de leitura (1380): "Um caminho de quatro passos": temos um novo escritor, o António Carvalho passa o teste, e espero que seja com louvor por unanimidade e aclamação dos seus leitores (Luís Graça)

12 comentários:

João Carlos Abreu dos Santos disse...

... 'n' disparates não fazem um "livro".
E repetir à exaustão inverdades - ou efabulações de narrativas verbalizadas por alguém sustentado em difusas memórias, supostamente pessoais -, nada contribui para a consolidação da História, seja ela geracional ou privada.
Afirmo, categoricamente, que nunca jamais o nosso camarada-d'armas e amigo Marcelino Mata alguma vez na vida pisou terras moçambicanas.
Atrevo-me mesmo a recomendar ao jornalista autor do citado livro, que revela falhas de uma das mais elementares regras do designado "jornalismo de investigação": nada dar ao prelo antes de ver, rever e tornar a rever, e a "entrevistar" e consultar as fontes que sejam necessárias e comummente imprescindíveis a creditar, antes de publicar seja o que fôr.
Façam-se as "recensões" que se entendam, sendo porém certo que toda a publicidade é sempre boa... principalmente quando em aparência é má.
Para além de tudo o mais, esse jornalista prestou um péssimo serviço à causa dos Veteranos da Guerra do Ultramar, não apenas porque se serviu de uma figura pública, controversa é certo mas sobremodo Patriota, para "vender papel".
Tudo aquilo é uma coisa de tal modo mal amanhada, que, desde a notícia da sua fabricação (vai para quase seis anos - ainda MM estava bem vivo e por intermédio de amigos comuns o aconselhei a não dar seguimento às tentativas de "entrevistas"), apenas me merece o qualificativo: vergonhoso.

Anónimo disse...

... e regresso, para o seguinte:
- nunca MM pensou em juntar-se ao PAIGC;
- nunca, mas nunca!, o PAIGC lhe matou o pai e a irmã.
(JCAS)

Anónimo disse...

João Carlos Abreu dos Santos

Segundo tenho lido, o pai do nosso camarada Ten Cor Marcelino da Mata, com o qual tive o privilégio de conviver com ele de perto há mais de 20 anos, faleceu no Brasil e não foi o PAIGC que o matou.
De facto o livro contém muitas inverdades, inclusive no que se refere ao Pelotão dos "Roncos de Farim " quando ao autor invoca a minha pessoa deturpando em parte o que eu escrevi.
CARLO SILVA

Anónimo disse...

Amigos e camaradas

Vamos lá pôr os pontos nos iii ...

“ Exageros de Marcelino da Mata ?“

No livro agora recenseado pelo nosso camarada Mário Beja Santos, é referido a páginas 71/72 que os “Roncos de Farim” foram chamados de urgência para tentarem resgatar a CCaç 1546/BCaç 1887, que fora apanhada à mão pelos guerrilheiros quando efectuava um reconhecimento em força na fronteira, mencionando:

Em Agosto de 1967 …
[ Pediram-me que os trouxesse de volta à Guiné Portuguesa. Sabia-se que tinham sido levados para um aquartelamento onde estavam foças do PAIGC e um batalhão de pára-quedistas senegaleses. E nós lá fomos, 19 homens para resgatar 150!
Os do meu grupo iam todos fortemente armados, mas eu não. Levava apenas uma tanga igual à que os senegaleses usam naquela zona. Foi assim que consegui chegar perto do arame farpado. Os presos portugueses estavam todos sentados na parada, descalços e em cuecas. Um deles reconheceu-me e avisou o capitão.
Depois passaram palavra entre eles e esperaram pela acção “
….
“Atirei uma granada ofensiva para o meio da parada e no meio de grande tiroteio gerou-se confusão. Os “páras” senegaleses desataram a fugir e aproveitamos para tirar dali os nossos.
Foi assim que fugiram - descalços. Fizeram 40 quilómetros até à fronteira escoltados por nove homens do meu grupo, enquanto outros 10 ficaram para trás a aguentar os tipos do PAIGC.
Quando finalmente chegaram à Guiné Portuguesa, voltámos para trás para dar porrada aos guerrilheiros. Foi uma operação que ganhei a Torre Espada” recorda Marcelino .” ]

O Autor não refere a fonte de onde extraiu este episódio, que nos faz lembrar os filmes de cowboys.

A CCaç 1546 pertencente ao Bat Caç 1887 comandado por um grande combatente Ten Cor Agostinho Ferreira, seguiu em 13Maio66 para Piche, a fim de efectuar a instrução de adaptação operacional, sob orientação do BCaç 1856, até 02Jun66.
Seguidamente foi colocada em Nova Lamego, como subunidade de intervenção e atribuída e reserva do Comando-Chefe e orientada para actuação na Zona Leste, onde foi atribuída ao Agr 24. Inicialmente, foi utilizada em operações realizadas nas regiões de Bucurés/Camajabá, Madina do Boé, Ché-Ché e Beli, entre outras, em reforço do BCaç 1856.
De 20 a 22Set66, foi utilizada numa operação realizada na região de Madina-Enxalé, em reforço do BCaç 1888..
Em 20Out66, transferiu a sua sede para Fá Mandinga, mantendo-se em reforço do BCaç 1888, tendo realizado várias operações nas regiões de Xitole, entre outras.
Em Dez66, rendendo a CCaç 1550, assumiu a responsabilidade do subsector de Binta, com um pelotão destacado em Guidage, ficando então integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão, BCaç 1887.
Em 13Jan68, foi rendida pela CArt 1648 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
In, Estado Maior do Exército – Comissão para o Estudo das Campanhas de África ( 1961-1974 )
7º Volume – Fichas das Unidades - Tomo II – Guiné – 1ª Edição – Lisboa 2002

Continua

Anónimo disse...

Cont.

Este episódio é pura mentira, pois em Agosto de 1967, a CCaç 1546, ainda não fazia parte do dispositivo e manobra do seu batalhão BCaç 1867, sediado em Farim, pois andava ainda por terras do leste da Guiné e só em 28 de Dezembro passou a estar no Sector de Farim, como resulta do atrás referido.

Ora, face à experiência de combate desta Unidade CCaç 1546, como decorre do seu pequeno historial, qual é o Combatente de boa fé que acredita nesta história que nos faz lembrar os filmes de cowboys?

Não vi, não ouvi e nem li e nem acredito que algum dos gloriosos Combatentes desta UNIDADE pertencente ao glorioso BCaç 1887 comandado por um Comandante de gabarito, Ten Cor Agostinho Ferreira, que alguma vez tenham omitido uma tamanha humilhação resultante do episódio descrito no mencionado livro intitulado "No mato ninguém morre em versão John Wayne, Guiné o Vietname português", págs 71/72 da autoria . da autoria de Jorge Monteiro Alves

O nosso camarada bloguista Domingos Gonçalves, ex Alferes da CCaç 1546, que esteve sediada em Binta com um Pelotão destacado em Guidage, e que por duas vezes esteve a comandar o pelotão destacado em Guidage, não faz qualquer alusão no seu diário composto por 3 volumes a um episódio de semelhante natureza.

Eu também nunca ouvi da boca de vários elementos dos “ Roncos de Farim “, inclusive do próprio Marcelino da Mata, tamanha façanha, caso contrário teria mencionado no meu livro “ Os Roncos de Farim “, na medida em que, tratava-se de uma intervenção do grupo e por certo teria de ser comandado pelo Alf Filipe Ribeiro à altura comandante deste grupo aguerrido, que não era e nunca foi comandado por Marcelino da Mata.

Vamos lá desfazer as mentiras, nem oito, nem oitenta

Carlos Silva

PS: Luís e vinhal , podem passar o texto se assim entenderem a post

Anónimo disse...

Amigos

Não tenham em consideração o seguinte parágrafo, porque fiz confusão com as datas Agosto/66 e Agosto/67:

"Este episódio é pura mentira, pois em Agosto de 1967, a CCaç 1546, ainda não fazia parte do dispositivo e manobra do seu batalhão BCaç 1867, sediado em Farim, pois andava ainda por terras do leste da Guiné e só em 28 de Dezembro passou a estar no Sector de Farim, como resulta do atrás referido."

De facto a CCaç 1546 em Agosto de 67 estava em Binta/Guidaje.

Luís e Vinhal, caso publiquem em post o texto, retirem este parágrafo

Anónimo disse...

Esta gente quando se pôe a escrevinhar para ganhar uns cêntimos à "custa" dos combatentes dá nisto.
Devia de haver imodium para a diarreia mental destes pseudos escritores e jornalistas, é a única coisa que me ocorre dizer.

Carlos Gaspar

Valdemar Silva disse...

Deveria ser apresentada queixa criminal contra o Jorge Monteiro Alves, LX Vinte e Oito, 2021.
Com certeza que haverá registos que podem explicar as circunstâncias das respectivas atribuições dos louvores e condecorações.

Valdemar Queiroz

Antº Rosinha disse...

A história do abandono ou não dos comandos às mãos do PAIGC (Frelimo e Mpla etc.)Beja Santos contrapõe o seguinte:"Se acaso tivesse consultado a documentação, verificaria que foram efetuadas diligências para trazer todas as tropas especiais, recusaram, quiseram ser remunerados até dezembro."

Gostava que Beja Santos fizesse mais um esforço, que já é brutal a capacidade para tanta escrita que nos apresenta, um esforço para nos mostrar essa documentação que fala.

Mas lembremo-nos sempre, mas sempre que à parte haver ou não algo escrito entre as partes sobre o assunto, sabemos que o sentimento dos novos senhores vindos por Badajoz e Vilar Formoso naquela data, nem sabiam nem queriam saber de quem ficava, antes pelo contrário.

Sem falar de certos militares que tomaram as rédeas do "abandono" e da fuga" às responsabilidades e até tomaram partido, nem vamos falar de nomes porque até deixaram dúvidas se se considerariam mesmo 100% portugueses, esse tais militares, até tinham umas feições bem singulares.

Obrigado Beja Santos por tanto esforço.



Valdemar Silva disse...

Rosinha
Sobre esse assunto, li um escrito (tese?) de Fátima Cruz Rodrigues, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra "Antigos Combatentes Africanos das Forças Armadas Portuguesas -A Guerra Colonial como Território de (Re)conciliação, nomeadamente o parágrafo Guiné "Os Condenados" da guerra.
É muito interessante.

Abraço e saúde
Valdemar Queiroz

Antº Rosinha disse...

Valdemar e Carlos, Já dei uma vista de olhos e vou aprofundar mais um pouco, pois há ali demasiada filosofia para a minha carroça, mas estou a chegar à conclusão que Beja Santos ao mencionar a "documentação" para uma solução para os comandos, se poderá referir aos célebres acordos de Lusaka, Argel, e Alvor, (Moçambique, Guiné e Angola).

Se assim é esses acordos foi tudo para ir para lixo, ou seja, "toca a despachar" que a freguesia é muita.

Talvez eu esteja engando, e haverá outra documentação.

Juvenal Amado disse...

Os mitos e as mentiras as mais outras menos.