quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P5002: O segredo de... (7): Amílcar Ventura: Ajudei o PAIGC por razões políticas e humanitárias

Guiné > Zona leste > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > "Foto 14 - Eu e o carregador de granadas de RPG 7" [ guerrilheiro do PAIGC; foto tirada já depois de 25 de Abril de 1974]
Guiné > Zona leste > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > "Foto 4 - "Viatura [, Berliet,] minada na emboscada de 7 de Janeiro de 1974"

Guiné > Zona leste > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > "Foto 6 - O Furriel Ventura em ambulância capturada ao PAIGC" [, entre Copá e a fronteira, em Março de 1974, pelo Grupo do Marcelino da Mata e o Astérix, nome de guerra do Cap Pára-quedista do BCP 12, António Ramos, já falecido]

Guiné > Zona leste > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > "Foto 7 - Ambulância capturada ao PAIGC"
Guiné > Zona leste > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > "Foto 1 - Vista aérea de Bajocunda" [que ficava a 11 km de Pirada, sede do batalhão].

Guiné > Zona leste > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > "Foto 5 - Evacuação do Capitão Ângelo Cruz" [, que accionou uma mina antipessoal, e ficou sem uma perna no Natal de 1973].
Guiné > Zona leste > Pirada > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > "Foto 8 - Restos de foguetão [122 mm] do PAIGC" [, presume-se que tenha sido no ataque a Pirada, no dia 25 de Abril de 1974]


Guiné > Zona leste > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > Foto 9 - "Poço com água para beber e cozinhar"
Guiné > Zona leste > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > "Foto 10 - Crianças amigas [ , em primeiro plano o Mulai Baldé, que mais tarde viria para Portugal]
Guiné > Zona leste > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > "Foto 11 - Alunos da escola de Bajocunda"
Guiné > Zona leste > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > "Foto 15 - Eu e alguns dos meus condutores"
Guiné > Zona leste > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > "Foto 12 - Eu e o polícia de Amedalai"
Guiné > Zona leste >
Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > "Foto 2 - Amedalai ardida no ataque de [18 de] Dezembro de 1973" [Amedalai ficava a sul de Bajocunda]

Guiné > Zona leste > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > "Foto 3 - Crianças procurando comida depois do ataque a Amedalai"

Guiné > Zona leste > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > "Foto 13 - Encontro das Altas Chefias de Pirada depois do 25 de Abril [de 1974]"

Fotos (e legendas): © Amilcar Ventura (2009). Direitos reservados


1. Texto, enviado em 20 do corrente, peo Amílcar Ventura, ex-Fur Mil da 1.ª CCAV/BCAV 8323/73, Bajocunda, 1973/74, natural de (e residente em) Silves, membro da nossa Tabanca Grande desde Maio último (*)


Camaradas

Apesar de me terem advertido para a eventual polémica a propósito da revelação da entrega de gasóleo ao PAIGC , surpreendeu-me a quantidade e agressividade dos comentários produzidos (**).

Vou tentar clarificar as coisas.

Desde muito novo que a polícia política entrava casa adentro, revistava e levava o meu Pai sob prisão. O meu Pai era comunista, não tinha grande cultura, mas tinha capacidade para identificar as injustiças e a arrogância de actos praticados por indivíduos protegidos, que roubavam aos pobres sem castigo, enquanto os pobres, se roubassem aos patrões uma fruta ou um bocado de peixe seco, eram despedidos sem dó nem piedade.

Também eu, ainda jovem, sofri essa experiência amarga de ser privado do meu Pai. Essas e outras levaram-me a ter um espírito crtico, a escolher com cuidado os amigos, e a conter o riso perante os que desenvergonhadamente zombeteavam dos humildes. A minha infância e juventude foram dificeis.

Por acaso tornei-me membro de uma conhecida organização que actuava contra o regime. Tal como o meu Pai, não era intelectual, agia em função da confiança que me inspirava, e das ideias de justiça e solidariedade que, acreditava, trariam a felicidade aos portugueses.

Na Guiné, mais propriamente em Bajocunda, expressei os meus critérios de justiça e relações entre os povos, de cada vez que se proporcionava. Por isso fui informado da ligação de um mecânico-auxiliar ao PAIGC. Era um óptimo rapaz, competente e de delicado no trato. Nutri uma especial atenção por ele, que tinha sido recomendado pelos camaradas que rendemos.

Um dia tive que lhe adiantar o salário que a Companhia estava relutante em pagar, apesar do compromisso. Também os pequenos que ali cirandavam e nos faziam recados, a quem dava petróleo para ajudar as moranças, tornaram-se elos de uma relação
de afecto com a população.

Vim a saber da existência da ambulância [do PAIGC], que evacuava para um hospital distante doentes e feridos, militares e civis, e por vezes não servia de nada por falta de combustível. Foi por isso que dei o gasóleo quando me pediram. Caprichosamente fui eu quem conduziu a ambulância depois da captura, com escolta do Marcelino da Mata que me valeu quando fomos emboscados.

Naturalmente tive informações ou fui avisado para ter cuidado que o IN andaria na zona,e uma vez, sobre a hora, relativamente a um ataque em Bajocunda, o que me levou a dar volta aos abrigos para alertar. Não tinha informações relativamente a Copá e Canquelifá, porque era outro grupo [do PAIGC]que ali actuava.

Reparem, não estive a ajudar o IN a fazer fornilhos, nem me consta de algum rebentamento por essa via.
A minha Companhia sofreu baixas numa emboscada, mas não tive qualquer conhecimento prévio. Quando dei gasóleo só pus uma condição, através dos dois jovens militares com quem me encontrei, que deixassem livre a estrada entre Bajocunda e Pirada, meio fundamental para reabastecimentos e outras ligações eventuais.

E sobre Bajocunda, o nosso quartel, desde que lá chegámos até o dia vinte cinco de Abril 74, só tivemos um único ataque [ a 18 de Dezembro de 1973].

Não contribui para o fim da guerra, mas para minorar o esforço das NT e para ajudar os aflitos do outro lado. Não sei se eles perceberam alguma coisa [do meu gesto de] solidariedade, e, apesar disso, se usaram o gasóleo para outro fim, coisa que remotamente pensava controlar pelas informações que tinha, pois acreditava que lutavam com honra e dignidade por um ideal.

Declaro ainda que mantinha excelentes relações com os meus camaradas e que seria incapaz de os atraiçoar. Eu vivo de consciência tranquila.

Espero que os camaradas, mais cultos do que eu, continuem a manifestar tolerância por aqueles que têm alguma coisa para contar das suas experiências, mesmo que, aparentemente, não sejam histórias dos manuais de guerra, nem do culto xenófobo ao PAIGC, como decorre das frequentes manifestações de solidariedade dos nossos tertulianos em ajudas ao povo da Guiné, (que, pela independência, imaginava lograr a liberdade e a felicidade), contribuindo para que a Tabanca Grande seja um lugar de sentimento, paz, verdade, e construção.

UM ABRAÇO AMIGO PARA TODOS OS CAMARADAS

Amílcar Ventura

[Revisão / fixação de texto / selecção e edição de fotos / título do poste / bold a cor: L.G.]

___________

Notas de L.G.:

(*) Vd. postes de:

9 de Maio de 2009 >
Guiné 63/74 - P4308: Tabanca Grande (137): Amílcar Ventura, ex-Fur Mil da 1.ª CCAV/BCAV 8323, Bajocunda, 1973/74

(...) Alguns factos e datas sobre o 1ª CCAV / BCAV 8323/73

(i) Mobilizada pelo RC 3, embarcou, no dia 22 de Setembro de 1973, no navio Niassa com destino a Bissau;

(ii) Foi colocada em Bajocunda, na zona leste, junto à fronteira, a 11 km de Pirada (sede do BCAV 8323/73, comandado pelo Ten Cor Cav Jorge Eduardo Rdorigues y Tenório Correia Matias);

(iii) Teve dois comandantes: Cap Cav Ângelo César Pires Moreira da Cruz (ferido em combate), e Cap Mil Cav Fernando Júlio Campos Loureiro;

(iv) Em 13 de Dezembro de 1973, o sapador de minas Fernando Almeida morre num rebentamento;

(v) Cinco dias depois, a 18, a tabanca de Amedalai, nas imediações de Bajocunda, a sul, é atacada e destruída pelo PAIGC;

(vi) No dia de Natal, o Cap Cav Ângelo Cruz ficou sem uma perna abaixo do joelho, no rebentamento de uma mina, numa patrulha, entre Bajocunda e Amedalai: ficaram ainda feridos o guia e três soldados;

(vii) No dia 7 de Janeiro de 1974, numa emboscada a uma coluna de viaturas, que ia levar comida a um pelotão da companhia, que estava em Copá, a 21 km de Bajocunda, a oeste, morreram o Sebastião Dias e o José Correia; e duas Berliets foram destruídas;

(viii) Em Março de 1974, Copá é abandonada; numa operação mais a norte, é apreendida uma ambulância, de origem russa, ao PAIGC; a viatura, conduzida pelo Amílcar Ventura, sob protecção de helicanhão, foi trazida para Bajocunda;

(ix) A 22 Agosto de 1974 Bajocunda é entregue ao PAIGC;

(x) Partida para Bissau e regressa a Portugal no dia 9 de Setembro. (...)


26 de Julho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4740: Estórias do Amílcar Ventura (1): O meu eterno Amigo Mulai Baldé...
...) Como eu era mecânico, essa minha lavadeira estava-me sempre a pedir petróleo para as suas lamparinas, que eram a única forma de iluminação naquelas bandas. A minha missão decorria normalmente, até que um dia acabei por descobrir que o comerciante local, que vendia o petróleo aos civis, chamado Silva, explorava a população na sua venda.

Não vou perder o meu, e o vosso rico tempo, a falar deste comerciante ,, natural de Braga, pois teria muita coisa a dizer, até porque segundo sei ele já faleceu. Dizia eu, que dei então comigo a dar petróleo a toda a tabanca ao ponto de, em alguns finais de meses, me ter visto aflito para fazer os mapas das existências em armazém.

Sempre me senti bem com esta minha faceta que, por um lado foi muito bom para mim, pois caí nas boas graças da população, não me faltando nada sem eu pedir, dando-me ovos, galinhas, carne de gazela, de cabrito, etc. Mas o mais valioso, para mim, foi o carinho com que fui tratado por toda a população, e jamais esquecerei os seus generosos e amáveis convites, para ir comer às suas tabancas.

Conforme vim a constatar, eu que era o único branco que frequentava os seus bailes e podia andar, à noite, livre e sossegadamente pela tabanca sem ter qualquer problema, enquanto alguns dos meus camaradas (por actos que desconheço) chegaram a ser apedrejados.

Nm dos meus dias de rotina descobri, surpreendentemente, que um Grande Amigo meu da tabanca era guerrilheiro do PAIGC. Como uma das minhas assumidas qualidades é: “Amigo não traí Amigo”, guardei penosamente este segredo apenas para mim. (...)

Mal eu sonhava, que se ainda hoje estou cá neste mundo é graças a ele, porque antes de um ataque que viemos a sofrer ao quartel, eu fui informado, por intermédio da minha lavadeira e do Mulai, que ele ia acontecer, com muito perigo para nós, pois seria executado muito perto da cerca de arame.

“Amigo não trai Amigo”, pensei eu, muito menos os meus camaradas-de-armas, pelo que meti-me numa Berliet e dei comigo a andar à volta dos nossos abrigos, a avisar o pessoal de que íamos ser atacados. A certo momento, quando complementava essa volta, um guerrilheiro do PAIGC apontou-me um lança-granadas RPG7 e estava prestes a atingir-me com uma das suas mortíferas granadas. A minha sorte foi esse meu Amigo, que viu quem estava dentro da Berliet, e não permitiu que o seu camarada lançasse a terrível granada, cujo disparo esteve eminente, pois vi bem a orientação do tubo e o seu dedo sobre o gatilho da sua arma. (...)


(**) Vd. postes de:

11 de Setembro de 2009 >
Guiné 63/74 - P4936: O segredo de... (6): Amílcar Ventura: a bomba de gasóleo do PAIGC em Bajocunda...

11 de Setembro de 2009 >
Guiné 63/74 - P4939: Banalidades do Mondego (Vasco da Gama) (IV): A minha guerra foi outra, camarada Amílcar Ventura

14 de Setembro de 2009 >
Guiné 63/74 - P4949: (Ex)citações (43): O exorcismo dos nossos fantasmas... (António Matos)

15 de Setembro de 2009 >
Guiné 63/74 - P4953: (Ex)citações (45): Resposta ao Mário Fitas: Luís, deixa sair de vez em quando as G3...(Luís Graça)

Vd. também o poste mais recente > 23 de Setembro de 2009 >
Guiné 63/74 - P4996: Controvérsias (28): O caso do Amílcar Ventura... Resistência ou colaboracionismo ? (Vitor Junqueira)

Vd. também postes anteriores desta série O Segredo de...

30 de Novembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3543: O segredo de ... (1): Mário Dias: Xitole, 1965, o encontro de dois amigos inimigos que não constou do relatório de operações

30 de Novembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3544: O segredo de... (2): Santos Oliveira: Encontros imediatos de III grau com o IN

6 de Dezembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3578: O segredo de... (3): Luís Faria: A minha faca de mato

11 de Dezembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3598: O segredo de... (4): José Colaço: Carcereiro por uma noite

4 de Junho de 2009 >
Guiné 63/74 - P4461: O segredo de... (5): Luís Cabral, os comandos africanos, o blogue Tantas Vidas... (Virgínio Briote)

Guiné 63/74 – P5001: Ser solidário (38): O Zé tem 840 € para comprar sementes (José Teixeira)


Em 23 de Setembro de 2009 o nosso Camarada Luís Graça fez-me chegar a seguinte mensagem para publicação:

S e r s o l i d á r i o

O Zé Teixeira tem 840 € para comprar sementes... e não sabe como fazê-los chegar aos/às destinatárias...

Não tenho tido notícias do Zé Carioca... Estamos com problemas organizativos em matéria de solidariedade com os nossos amigos da Guiné...

Ideias, precisam-se...

A AD não quer a massa, mas podem chegar as sementes ao Cantanhez...

Mas haverá também outras regiões a apoiar...

Luís

Esta mensagem resultou de uma outra que foi enviada pelo José Teixeira, em 14JUN2009, para o Luís Graça, com o título: “Ser solidário”:

Luís e gestores desta grande Tabanca.

Há tempos, na sequência das fotografias que o Carlos Silva tirou em Cabedú e fez passar no Blogue de todos nós, tomei a iniciativa tentar dar continuidade ao trabalho iniciado, em boa hora, pelo Zé Carioca de arranjar fundos para aquisição de sementes para a Guiné.

O Zé, na altura muito ocupado com o teatro, pediu algum tempo e ficou de arranjar uma conta bancária para canalizarmos para lá as nossas dádivas.

Por mim, iniciei de imediato a recolha em Matosinhos e agora tenho 840.00€ para entregar ao ao Pepito, dado que o Zé Carioca não dá sinal de vida e custa-me "arrancar" de novo com um projecto que foi por ele iniciado.

Por favor digam-me como hei-de fazer chegar às vossas mãos o dinheiro.

Entretanto, na impossibilidade de ir ao Grande Encontro da Tabanca, por afazeres de voluntariado, gostava que fizesseis chegar a todos os presentes um abraço amigo.

José Teixeira,

A mensagem foi reenviada pelo Luís para o Pepito - “ad Bissau” - em 15JUN2009, com o título: “Ser solidário”, e recebeu do mesmo a seguinte resposta:

Luís,

Para a AD é claro que se trata de uma iniciativa excelente e cujos frutos, em termos de beneficiar as populações locais, já se vêm no entusiasmo das mulheres horticultoras.

Todavia, preferimos que a gestão desse fundo seja feita pelo grupo de colaboradores que está aí em Portugal, podendo eu (estarei aí na segunda metade de Julho) colaborar na identificação do melhor uso a dar.

Não tenho falado com o Zé Carioca por culpa minha. Fiquei de lhe enviar um documento para a colaboração entre a associação Convergência e o Grupo de teatro "Os Fidalgos" e ainda não o fiz. Dentro de 2 dias ele terá esse documento e aí terei força moral para lhe escrever sobre este assunto.

Abraço para ti Alice e teus filhos (a vinda do João em Dezembro, considero um dado adquirido).

Pepito

Imagens: © Wikipédia (2009). Direitos reservados.
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Nota de MR:

Vd. poste anterior desta série em:

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Guiné 63/74 – P5000: Filatelia(s) (3): Selos emitidos pelo novo Estado da GUINÉ-BISSAU Após a Proclamação da Independência (Jorge Picado)


1. Mensagem de Jorge Picado (*), ex-Cap Mil da CCAÇ 2589/BCAÇ 2885, Mansoa, CART 2732, Mansabá e CAOP 1, Teixeira Pinto, 1970/72, com data de 12 de Julho de 2009:

Camaradas,

Dando andamento à sugestão do nosso Editor Chefe, sobre selos da Guiné-Bissau, após a publicação da 1.ª emissão, que o nosso caríssimo pira da minha saudosa MANSOA, adquiriu in loco, como possuo algumas das emissões deste Estado, bem como de Cabo Verde, Angola, Moçambique e até S. Tomé e Príncipe, vou enviar digitalizações das minhas folhas (Guiné-Bissau), ainda que não por ordem de emissão.

Após a Proclamação da Independência, foram emitidos os seguintes selos pelo novo Estado da GUINÉ-BISSAU:

1.º - 1974 - Proclamação do Estado. Efígie de Amílcar Cabral. São os que já foram publicados.
2.º - 1975 – Selo da República Portuguesa de 1973, comemorativo do Centenário da OMI-OMM, com sobrecarga, impressa a preto. (Ainda não o digitalizei).
3.º - 1975 – O 1.º, com fundo azul e a data “24 de Setembro de 1973”, mas também existe a mesma série com a data “21 de Setembro de 1973” ??? (Não possuo).
4.º - 1976 – Fundação do Partido. “19 de Setembro de 1956”.
5.º - 1976 – Aniversário de Amílcar Cabral.
6.º - 1976 – Proclamação da Independência.

Destes 3 últimos, cuja taxa é em pesos, também há as séries com a taxa em escudos, mas não as tenho.

7.º - 1976 - Trasladação dos Restos Mortais de Amílcar Cabral.
8.º - 1976 - XX Aniversário do PAIGC.
9.º - 1976 – Máscaras e Folclore, correio normal e correio aéreo.
11.º - 1977 – III Congresso do PAIGC.

Na folha onde tenho as emissões indicadas em 4.º; 5.º, 6.º e 7.º lugar, há também um selo da emissão de Cabo Verde referente ao 3.º Aniversário do assassinato de Amílcar Cabral.


Por sua vez na folha onde se encontram as séries indicadas em 8.º e 11.º lugar, estão também os selos emitidos em Cabo Verde e relativos a esses eventos.

Entretanto posso ir mandando outros desde que julguem ser de publicar.

Abraços para toda a equipa editorial que torno extensivos a todos os caríssimos camaradas.

Um abraço Amigo,
Jorge Picado
Cap Mil da CCAÇ 2589/BCAÇ 2885 e CART 2732

Documentos: © Jorge Picado (2009). Direitos reservados.
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Notas de M.R.:

Vd. postes anteriores desta série em:

15 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4952: Filatelia(s) (2): Envelopes e selos comemorativos da Proclamação do Estado da Guiné-Bissau - 1974 (Magalhães Ribeiro)

Guiné 63/74 - P4999: Estórias do Mário Pinto (Mário Gualter Rodrigues Pinto) (19): Os Condenados ao Fuzilamento


1. O nosso Camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto, ex-Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os morcegos de Mampatá" (Buba, Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71), enviou-nos a sua 19ª estória:

Camaradas,

Hoje envio-vos um texto em que, infelizmente, não são histórias minhas, mas uma triste e negra realidade dos últimos 35 anos em Portugal.



"OS CONDENADOS AO FUZILAMENTO"

Ao ler o último poste do nosso camarada Vasco da Gama (P4969), fiquei absolutamente fascinado com o tema que o mesmo abordou e muito bem desenvolveu.

Como é sabido exerço uma actividade de voluntariado junto dos nossos camaradas que ficaram irremediavelmente traumatizados durante a guerra e que constituem, à uns anos esta parte, uma grande fatia dos infelizes sem-abrigo, que vegetam pelas ruas e vielas das grandes cidades deste país, a que Lisboa não fica isenta.

Quem á noite se der ao trabalho de percorrer Lisboa, em Alcântara, Santos, Cais do Sodré, Terreiro do Paço, Sta. Apolónia e Anjos, encontra muitos homens vivendo e convivendo com esta triste realidade, enfiados em caixas de cartão, ou prostrados em camas improvisadas nos beirais e soleiras das portas, cobertos por uns míseros cobertores, para sobreviverem ao frio e às intempéries.

Já por diversas vezes camaradas nossos escreveram e apelaram para a Tutela, e para outras instâncias que deviam dar soluções práticas a este gravíssimo e lamentável (a todos os títulos) problema.O resultado é sempre o mesmo: orelhas moucas ou o protelamento do problema, até que a real natureza da vida humana exerça o seu veredicto final: A MORTE!

Condenam assim à morte precoce inúmeros filhos desta Pátria, que um dia, por outros políticos que não estes, foram mobilizados para terras africanas a fim de defenderem interesses por eles apadrinhados e protegidos, à nossa custa, tudo a Bem da Nação. Mais tarde, outros políticos com rótulos de democratas e anti-faxistas, condenaram-nos deste miserável modo, com de “armas” terrivelmente eficazes como o ostracismo, o desprezo e o esquecimento ao… fuzilamento final!

Proscritos de uma sociedade dita moderna e europeia, que não quer defender os valores humanistas que a deviam reger e honrar. Alheiam-se assim os responsáveis máximos deste nosso Portugal, dos indispensáveis e valorosos valores altruístas do respeito e dever para com os seus cidadãos.

Refugiam-se num silêncio comprometedor e criminoso, e justificam-se em subterfúgios e metáforas de politiquice incompreensível e barata, para se isentarem e alhearem do cumprimento dos seus deveres como (des)governantes.

Tudo isto constitui as “armas” de condenação final dos nossos camaradas, gravemente adoentados com um mal corrosivo, desgastante e mortífero pouco visível à vista, mas marcante nos estados dos comportamentos pessoais, a que os entendidos e especialistas deram o nome de stress pós-traumático de guerra.

Sobreviver, ao Deus dará, na rua sem-abrigo é, a olhos visto como eu testemunho ao vivo, uma execução sumária… um fuzilamento tortuoso e maquiavelicamente lento… implacável e irreversível.

É sabido em todo o país, que se aproxima um período em que as entidades da Saúde prevêem um grande surto de Gripe (H1N1). Gostaria de deixar aqui uma pergunta que já a fiz às entidades que tutelam a saúde: «Em relação aos mais desprotegidos, pobres e sem-abrigo em geral e, em particular, aos nossos camaradas, que medidas têm previstas?»

Até agora ainda não recebi qualquer resposta, e não tenho conhecimento de que tenham tomado qualquer medida preventiva.

Será que os mesmos estarão a preparar-se para mais uma EFICIENTE & EFICAZ fase de fuzilamento?

Não sei, mas deixo aqui a dúvida registada e 4 provas (fotos) de fuzilamentos físicos. Atentem bem nelas e digam de vossa justiça.




Um abraço,
Mário Pinto
Fur Mil At Art

Fotos: Mário Pinto (2009). Direitos reservados.
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Notas de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

Guiné 63/74 - P4998: Convívios (166): Tertúlia dos “Lassas de Sesimbra” – CCAÇ 763, Cufar - 1965/66 - (Mário Fitas)




1. Mensagem do nosso camaradas Mário Fitas, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 763, Os Lassas, Cufar, 1965/66:

















Foto dos Condutores no seu abrigo, vendo-se em primeiro plano: o Toni ou "Toninho" como é conhecido em Sesimbra. O "Caçoila" de cabeça baixa e chapéu. Em pé: o "Serra Bugio" que anda pelo Texas (E.U.A.) com a "margarita", com a qual o Fur. Mamadu fazia espectáculos para os Lassas.

A cabrita em cima de um muro, o corneteiro rufava o tambor e a cabrita obedecia ao Fur. quando este lhe dizia: Margarita ace contiência al Pueblo. E pobre animal levantava a pata.

Na foto da direita: Tempos diferentes os condutores que também iam para a bolanha (ajudando um camarada).










Trabalhos de transporte de capim para tapar os abrigos.



Na foto da direita: Fogo no abrigo dos condutores. Caeiro de Oliveira e Garcia Duarte consolam-se.

Condutores da CCAÇ 763 formam a Tertúlia dos “LASSAS DE SESIMBRA”

António Fernando Lopes (Toni)

António Rosa Ferreira
Garcia Pinhão Duarte
José Caeiro de Oliveira
José Maria Costa

Com o fim de irem convivendo com antigos colegas da C.CAÇ. 763 e relembrar os tempos passados em Cufar, com um primeiro encontro em Montemor-o-novo, este grupo está a tentar mobilizar outros componentes daquela companhia, para alargar o convívio e contacto revivendo velhos tempos.

Para o efeito organizaram um almoço em Sesimbra, no restaurante “Frango à Guia”, onde se juntaram, para além dos citados condutores, mais os seguintes elementos da C.CAÇ. 763:

Vítor Manuel da Luz (Vitinha)
António Fernando Cachão (Secção dos Vagabundos)
Alfredo Manuel BaleizãoIsidro Cascais Pólvora (Secção dos Vagabundos)
Mário Fitas (Fur. Mamadu chefe dos Vagabundos)

Um companheiro sargento “PARA” cunhado do GarciaNuma mesa em “U” juntaram-se trinta e tal pessoas contando com as esposas, filhas, filhos e netos de alguns que quiseram acompanhar os seus velhotes “sexa”. Um opíparo almoço “Cataplana de espadarte” que estava divinal, regada com bom vinho e sangria.

É claro depois dos fados do “Toninho”, que cantou o fado da despedida e do António Ferreira, eram 18H00 e o pessoal ainda estava no “Frango à Guia”.

Magnífico convívio de sã camaradagem relembrando tempos de Cufar.

Aos filhos e netos dos “Cotas” foram puxadas as orelhas, para levarem estes valorosos militares a virem ao Blogue e ensinarem os pais e avós a baterem nas teclas e entrarem na Tabanca Grande.

As senhoras também contaram coisas giras e, por cá, algumas sofreram um pedaço, como dizia a Júlia Lopes mulher do Toni: Quando ele partiu tinha uma nos braços e outra na barriga! Valente Mulher.O pessoal de Montemor esta é para o Zé Brás e Vacas de Carvalho.

Não tenham problemas com o grupo de forcadas pois já há malta nova. O Duarte de três anos já punha as mãos nas ancas e fazia-se para o touro enquanto a malta incitava. Vamos ver como fica na fotografia.














Aspectos do são e alegre convívio.















Na foto da direita: Sesimbra, Pedreiras. Bocas entre amigos. António Lopes de Calções, António Ferreira e Isidro Pólvora, vendo-se à esquerda Caeiro de Oliveira, Victor Luz de Costas e José Maria



Dos “Lassas de Sesimbra” um abraço para todo o Blogue,
Mário Fitas,
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 763

Fotos: © Mário Fitas (2009). Direitos reservados.
Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.
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Nota de MR:

Vd. poste anterior desta série em:

Guiné 63/74 - P4997: Cartas (Carlos Geraldes) (10): 2.ª Fase - Abril de 1966 - Epílogo - O Regresso

1. Décimo e último poste da série "Cartas" de Carlos Geraldes, ex-Alf Mil da CART 676, Pirada, Bajocunda e Paúnca, 1964/66.


Epílogo: O Regresso

Paúnca, 03 Abril 1966
Hoje, domingo, apareceram cá, o Médico, o Castro, o 2.º Sargento Sousa e o Furriel Hugo. Só o Médico é que veio almoçar, os outros vieram cortar o cabelo. Acontece que o melhor barbeiro da Companhia pertence ao meu Pelotão. É sempre ele que nos corta o cabelo a todos, à borla claro! O pobre do rapaz não tem mãos a medir. Encara esse trabalho como mais uma das tarefas que lhe calhou na vida militar.
O Sargento Sousa veio para conferir o Depósito de Material existente e elaborar as respectivas guias de entrega ao pessoal que nos vier render.
Também já fechei as contas da cantina que, afinal pouco ou nenhum lucro deu, pois o cantineiro costumava enganar-se nos trocos… acabei por distribuir os livros de extinta Biblioteca (na maioria fotonovelas todas estafadas de tanto serem lidas e relidas), por aqueles que se mostraram mais interessados, pois não era um património que valesse muito a pena legar aos vindouros. Eles trarão com certeza coisas mais actualizadas e, se quiserem, rapidamente poderão ter também a sua própria Biblioteca.
Começámos a fazer as despedidas pelos comerciantes e houve um que por força queria que lá ficássemos toda a tarde a beber e a petiscar. O Doutor (claro!) e os furriéis ficaram, mas eu logo que apanhei uma aberta, raspei-me para o quartel para tratar da entrega do material com o Sargento Sousa.

Tinha acabado de tomar banho, já passava das 18 horas, quando me vieram chamar para ir continuar a festança. Contrariado mas curioso fui só ver como paravam as modas. E lá estavam eles como de costume a amparar o Médico que já não se segurava em pé, com a habitual carraspana. Assim não há pachorra e como não conseguia achar graça nenhuma àquilo, regressei ao aquartelamento.
São agora 11 da noite e eles ainda não apareceram. E o que mais me chateia é que o Doutor vai com certeza ter de dormir cá esta noite. Aqui no meu quarto onde é capaz de vomitar por tudo o que é sítio que nem um desgraçado.
Já estou farto de aturar este tipo de gente!
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Finalmente já se sabe qual o dia em que seremos rendidos.
Começaremos aqui pelo destacamento de Paúnca, primeira fracção da Companhia a seguir para Bissau no próximo dia 6 logo pela manhã.
As malas já estão feitas, quase tudo arrumado e pronto para ser entregue aos maçaricos que vierem para cá e que, diga-se de passagem, estão cheios de sorte. Não há dúvida que foi uma temporada bem passada!
Mas que estou a dizer? Até parece que fiquei com saudades disto, a gostar disto! Raios me partam!
Depois de chegarmos a Bissau ficaremos a aguardar a chegada do navio. Vão ser mais uns longos 15 dias de espera. Mas que, caramba, também vão passar!
Quando aqui desembarcámos, pensava que 24 meses eram uma eternidade e, afinal já passaram, já chegámos ao fim.
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Mas bem ao nosso estilo, surgem sempre as alterações de última hora. Agora não seremos nós, os primeiros a ser rendidos mas sim, os de Pirada.
Só daqui a uma semana (dia 11 talvez) é que marcharemos para Bissau. Espero que ainda cheguemos a tempo de apanhar o barco…

Bissau, 15 Abr. 1966
Finalmente em Bissau.
Saímos de Pirada e Paúnca pelas 15H00 de terça-feira (dia 12) e chegámos a Bambadinca, onde dormimos, cerca das 11 da noite.
Às 4 da madrugada do dia seguinte, embarcámos num batelão para Bissau.
Viagem horrível. O batelão vinha cheio de vacas e de nativos que tinham entrado primeiro que nós. Viemos durante quase todo o dia de pé ou sentados em caixotes à torreira do sol. Chegámos finalmente a Bissau às 15H30.
O alferes que me foi render a Paúnca era um tipo estupendo. Foi locutor na rádio Huila em Sá da Bandeira, Angola e também já é casado. Mas deixou a mulher lá, o que fez muito bem, pois as mulheres dos oficiais que por cá passaram, só têm dado barraca. Temos ouvido histórias inacreditáveis.

Embarcaremos, até ordens em contrário, no dia 27 e deveremos chegar a Lisboa no dia 3 de Maio. Agora estamos instalados no mesmo quartel em que estivemos antes de irmos para o mato. O velhinho Batalhão 600. Os soldados até estão a dormir na mesma caserna.
Os oficiais que viemos encontrar são todos periquitos, muito mal encarados. Nem falam com a malta. Eu também nem lhes dou os bons dias ou boas tardes.
Hoje estou de serviço, como oficial de piquete e prevenção. Um outro oficial que, também veio do mato e tem o mesmo tempo que eu, está de oficial de dia. Assim vou ter, felizmente, o fim-de-semana livre.

Ontem jantei no Grande Hotel, na companhia do Cardoso que, desde que aqui chegámos não me tem largado a perna pois mais ninguém lhe liga. Acabámos por ir ao cinema ver “Fanny”, com a Leslie Caron. Gostei. Foi uma noite bem passada. A temperatura na capital é mais fresca que a do mato. As ruas aumentaram e parece que os prédios cresceram de um dia para o outro. São os efeitos da guerra. Os preços nas lojas também subiram. Este mês creio que o ordenado fica cá todo.

Bissau, 19 Abr. 1966
Todas as noites, depois de jantar, reunimo-nos e vamos até qualquer bar ou esplanada da baixa, petiscar camarão ou ostras.
No quartel temos mantido um comportamento tão acima da média que toda a gente está bem impressionada connosco. Acabaram-se os problemazinhos quotidianos que surgiam constantemente, quando estávamos no mato, em Pirada e em Paúnca. Agora acordamos todos os dias, alegres e descontraídos, pensando sempre que falta menos um dia.
Uma das coisas que mais me impressiona no comportamento que os nossos soldados estão a ter agora é precisamente a calma com que estão a encarar estes últimos dias de comissão. Até parece que reina entre nós uma certa nostalgia por deixarmos estes lugares.
A nossa despedida de Pirada foi extraordinariamente comovente. Todos os amigos que lá fizemos e que por lá ficaram, o M. Santos e a família, o velhote Gomes e os outros comerciantes, a Ti Clara, a Cumba e todas as outras meninas do régulo Solo Só, vieram despedir-se com lágrimas nos olhos e correram atrás dos camiões até os perderem de vista no pó da picada.
Foi até hoje, uma das despedidas mais dolorosas que vivi. Deixámos ali abandonada para sempre (?) aquela gente que não tem outro modo de existência senão ficar ali, expondo-se a uma ameaça eminente, desaparecendo aos poucos da nossa memória.

(A ameaça eminente a que me referia, era a das presumíveis retaliações, logo que a guerra terminasse, pois os guerrilheiros, futuros vencedores iriam, certamente tratá-los como gente traidora, como cobardes que nunca fizeram qualquer sacrifício em favor da causa. O que infelizmente veio a acontecer, nos primeiros anos de euforia da independência)

Confesso que também me vieram as lágrimas aos olhos.
Agora aqui em Bissau levamos uma vida regalada, pois o serviço até nem é muito e a camaradagem com aqueles que, como nós, também vão regressar, é entusiasta e franca.
Estes últimos dias são de uma emoção fora de todos os limites. Estou ansioso de subir para o barco.

Bissau, 26 Abr. 1966
O Uíge já chegou!
Embarcamos hoje às 17H00 e largaremos de Bissau durante a noite. Estes últimos momentos têm sido fantásticos. A balbúrdia parece reinar, mas o que existe de facto é apenas uma alegria esfuziante em cada rosto dos que partem.
Ontem tivemos a cerimónia da entrega das medalhas comemorativas das Campanhas da Guiné e agora pavoneamo-nos por Bissau com a fitinha verde e vermelha no peito.
Quanto aos soldados estão todos a portar-se muito bem. Não tem havido qualquer contratempo e até estamos (nós os oficiais) admirados com isso.
Ontem à noite, o Quartel-General ofereceu um espectáculo de variedades que agradou em cheio e serviu de relax para todo o pessoal.
Enfim, estou a viver a maior alegria da minha vida.
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Nota de CV:

Vd. postes da série:

14 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4821: Cartas (Carlos Geraldes) (1): Apresentação e Prólogo

21 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4848: Cartas (Carlos Geraldes) (2): 1.ª Fase - Maio a Julho de 1964

25 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4861: Cartas (Carlos Geraldes) (3): 1.ª Fase - Agosto e Setembro de 1964

28 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4875: Cartas (Carlos Geraldes) (4): 2.ª Fase - Outubro a Dezembro de 1964

3 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4892: Cartas (Carlos Geraldes) (5): 2.ª Fase - Janeiro a Março de 1965

7 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4916: Cartas (Carlos Geraldes) (6): 2.ª Fase - Abril a Junho de 1965

10 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4933: Cartas (Carlos Geraldes) (7): 2.ª Fase - Julho a Setembro de 1965

15 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4958: Cartas (Carlos Geraldes) (8): 2.ª Fase - Outubro a Dezembro de 1965

20 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4980: Cartas (Carlos Geraldes) (9): 2.ª Fase - Janeiro a Março de 1966