terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Guiné 63/74 - P3664: O meu Pelotão (António Matos)

Mensagem de António Matos, de 16 de Dezembro de 2008

África tem em Portugal o seu interlocutor privilegiado. Eu testemunho-o!

Um dia, na tranquilidade de um fim de tarde de canícula africana, estirado numa chaise longue que ameaçava desintegrar-se devido à sua artesanal concepção, à conversa com meia dúzia dos meus soldados, recordávamos, à laia de flashback, o que já tínhamos passado de mau e de menos bom naquela guerra, sem sentimentos patrióticos mas com um querer imenso de sobrevivência, contando os dias que faltavam riscando num calendário feito de propósito, numa cartolina preta escrita a marcador branco, entretendo-nos a entregar a roupa às bajudas lavadeiras na convicção absoluta de que mais tarde, à noite, seríamos, uma vez mais, perturbados na paz que tanto desejávamos por um inimigo inculto, ainda que aguerrido, e impossibilitado de compeender a ineficiência daquele conflito, prendando-nos com algumas rajadas de metralhadora.<

O sentimento com que o soldado português era automática e imediatamente tocado à chegada à Guiné era de uma afabilidade incomensurável, sem ideias bélicas pré-concebidas, sem azedumes de qualquer espécie, sem qualquer nesga de racismo, e a demonstrá-lo aí estavam as relações travadas desde logo com as populações no que às actividades normais do dia-a-dia diziam respeito.

No dia da chegada a Bula logo se deram a amizades que durariam aqueles dois anos e algumas delas, provavelmente, enraizaram-se com o nascimento de alguma criança não programada ...

Nem os combates nem a imponderabilidade da vida lhes afectava aquela intimidade espontânea ...

Hoje percebe-se porque é tão fácil o relacionamento de África com Portugal ...

Mas, voltando àquele dia, arrisquei a pergunta ao Moniz se já tinha esquecido um grande acidente que o nosso grupo tivera e no qual faleceram 3 camaradas. O Moniz tinha nas mãos um pássaro muito bonito, colorido, onde o azul sobressaía.
O seu semblante modificou-se profundamente e respondeu-me com muita serenidade:
- Meu alferes, se eu apanhasse um daqueles turras, fazia-lhe isto! - Acto contínuo, com os dedos indicador e polegar, puxou a cabeça do bicho tendo-o decapitado! Pura e simplesmente!
Ficámos por ali, sem recriminações, mas ainda hoje recordo com bastante assiduidade esta cena tão selvática quanto compreensível.
Como açoreano, acredito que o Moniz tenha emigrado e nunca mais ouvi falar dele.

O Pelotão.



Encetei há uns tempos a procura dos meus soldados que ainda se encontrem entre nós. Já "descobri" 4 deles!

Proponho-me reuni-los todos de uma só vez tendo a noção da homérica acção que isso será uma vez que, na sua maioria, são açoreanos.

Fica prometida a "fotografia de família" se a tanto conseguir chegar!

António Matos

BCaç 2928/CCaç 2790

__________

Nota de vb: Último artigo do António Matos em

14 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3621: Em busca de... (57): Ex-combatentes do BCaç 2928 (Bula...1970/72) (António Matos)

15 comentários:

Anónimo disse...

Meu Xará
Não sei se tinhas algum soldado de S. Jorge, ilha onde nasci e fui criado. Só te posso dizer que todos os anos fazem lá na ilha um encontro de antigos combatentes – já estive em 3 – e a maioria é pessoal que passou pela Guiné. Boas Festas e um grande abraço Henrique Matos

António Matos disse...

Pois sejamos Xarás ( Matos ) !
Meu caro, consultei os meus canhanhos a ver se dispunha de tal informação e a verdade é que no meu livrinho "História da Unidade" só descortino a frase "os atiradores e os condutores são na totalidade naturais dos Açores, sendo a maior percentagem da ilha de S.Miguel".
Quer isto dizer que é possível algum ser de S.Jorge mas não sei.
Para ti e para os teus um abração e boas festas !
António matos

Anónimo disse...

Só mais uma achega. No próximo ano vou a S. Jorge mas não sei se vai coincidir com o encontro. De qualquer forma vou tentar obter algum contacto. Henrique Matos

Anónimo disse...

Desculpa, meu caro Matos, mas não entendi a essência do teu texto.
Pego nas tuas palavras:
"O sentimento com que o soldado português era automática e imediatamente tocado à chegada à Guiné era de uma afabilidade incomensurável, sem ideias bélicas pré-concebidas, sem azedumes de qualquer espécie, sem qualquer nesga de racismo."
Depois dizes:
"Nem os combates nem a impoderabilidade da vida lhes afectava aquela intimidade espontânea."
por fim, mais abaixo, contas a história do teu soldado a afirmar, segundo as tuas palavras:
"-Meu alferes, se eu apanhasse um daqueles turras, fazia-lhe isto! Acto contínuo, com os dedos indicador e polegar, puxou a cabeça do bicho, tendo-o decapitado."
Com todo o respeito, camarada, António Matos, não entendo o teu texto.
Um abraço,
António Graça de Abreu

António Matos disse...

António Graça Abreu, meu caro, não tenho a pretensão de fazer de qualquer um dos meus textos um artigo de reflexão mas tão só contribuir de maneira modesta e com o engenho e a arte que a vida me foi dando, na construção do acervo sobre a guerra colonial desta forma multifacetada que cada relato, cada vivência, cada combate, cada baptismo de fogo, cada encontro com o inimigo, cada mina, cada peripécia enfim, permita.
O meu post que mereceu o número P3664, que intitulei de " África tem em Portugal o seu interlocutor priveligiado. Eu testemunho-o!", pareceu-me à primeira vista ( e à 2ª e à 3ª ) perfeitamente inócuo, sem segundas intenções, não fazendo juízos de valor mas antes constatando realidades, num testemunho honesto da singeleza e pureza do nosso soldado e na magnanimidade do seu coração tendo em vista a sua presença em terras do fim do mundo, fazendo uma guerra que não lhe dizia nada, rezando apenas pelo dia que nunca mais chegava para, finalmente, começar a viver condignamente ainda que em terras do tio Sam, pelo que estranhei que o não tivesses entendido.
Venho a terreiro porque ao acabares o teu comentário dizendo, pura e simplesmente, que não entendeste o que escrevi pareceu-me que seria mais uma dificuldade do ponto de vista conceptual do que morfológico.
Ao destacares aquelas 3 frases, dás a entender que, entre si, serão contraditórias, quando não há qualquer relação de causalidade entre elas.
Para que não subsistam dúvidas ( ainda que este blogue não tenha a finalidade do confronto das diversas opiniões ) fico disponível para te esclarecer o meu raciocínio quando me disseres, de facto, qual a dúvida interpretativa que te assaltou .
Até lá, recebe um abraço e os votos de óptimas festas natalícias.
António Matos

Anónimo disse...

Meu caro António Matos
Longe de mim querer entrar em mais polémicas no blogúe.
Mas não acredito que "à chegada à Guiné, o soldado português era automática e imediatamente tocado de uma afabilidade incomensurável, sem azedumes de qualquer espécie, sem nesga de racismo", etc, etc.
Eu não tive essa experiência do quotidiano, num comando de Operações, em Teixeira, Mansoa e Cufar, 1972/1974. No meu livro Diário da Guiné, editado em 2007 refiro dois casos de arrepiante racismo dos meus soldados.
Reconheço, no entanto, que nós portugueses, abrimos mais o coração aos povos dos lugares do mundo para onde nos levaram os ventos da História, e a insensatez dos homens,do que os ingleses, franceses, espanhóis, etc.
Um abraço fraterno,
António Graça de Abreu

António Matos disse...

Caro António Abreu, pois a minha experiência foi diametralmente oposta, o que não invalida a tua.
Por outro lado, a atitude do meu soldado Moniz, não preconfigura uma situação de racismo mas sim de ódio por uma atitude que levou à morte de camaradas seus. É uma situação compreensível em guerra e nada teve a ver com a cor da pele do inimigo, convenhamos. É ( foi ) uma mera reacção de hipotética vingança.
Racismo é ( sabe-lo bem ) uma coisa bem diferente.
Desejo-te um bom Natal.
António Matos

Anónimo disse...

Tornam-se interessantes estas formas de análise.
Será que em termos de psicanálise alguém nos possa dar mais do que "O racismo ao Vivo" de Margaret Mead e James Baldwin?
É verdade _em "Putos, Gandulos e Guerra"_ já abordei a situação.
Que fazer? Que entender, quando um homem do Norte chama "mouro" ao do Sul? Porquê os Micaelenses são alcunhados de "Japoneses"? Porquê! Porquê? Os Alentejanos, _"CALÕES"_ têm de sorrir amargamente, quando ouvem as mais ordinárias e ofensivas anedotas a seu respeito? Deiem-lhe os homens da ciência o nome que quiserem, mas expliquem!
Quando eu! Eu mesmo! Chamava a Mariana por "saco de carvão", consciente ou inconsciente, expliquem-me o que era isto?
Parece-me por vezes que foi algo lunático a passagem pela Guiné. Gostávamos sim senhor dos que estavam conosco e os outros a quem chamávamos "Turras"?
Se me for permitido embora não tenha estado na Guiné, irei por no Blog essa situação de um "branco" "soldado portugês" que vive em Portugal ilegalmente, porque a borocracia da Pátria por quem lutou não lhe permite ter um BI.
Muitas realidades de "Racismo ao vivo", viviam-se nos EUA quando nós estávamos naquela terra bela e amorosa da Guiné. É complicado não é? Expliquem!

Mário Fitas

Anónimo disse...

Parabéns Mário Fitas adorei o teu comentário.
Aos Antónios dedico-lhe o provérbio suíço,as palavras=como as abelhas têm o mel e ferrão.
Colaço

António Matos disse...

Na medida em que esta simpática troca de comentários teve por base um texto meu, cá volto para comentar o comentário comentado e para não deixar por mãos alheias algumas interrogações que carecem de clarificação.
Na minha opinião começo por dizer que não vejo nas perguntas do Mário Fitas substância para dirimir o conceito de racismo a não ser na expressão dele de equiparar a Mariana a um saco de carvão. Aí sim, o autêntico racismo pela cor da pele.
Agora quanto a :
"MOUROS" - chamar de racismo à picardia deste tratamento é aceitar que o seja igualmente quando o sulista chama de tripeiro ao homem do Porto !
"JAPONESES" - chamar de racismo o tratamento de "japonês" aos micaelenses é desconhecer totalmente a explicação cabal dada por vários vultos da cultura onde a Junta Autónoma dos Portos ( JAP ) forneceu matéria suficiente para esse entendimento.
"CALÕES" - chamar de racismo a este tratamento aos alentejanos é dizer pior do que Maomé disse do toucinho !

Resumindo, o tema ou é interpretado dentro dos limites culturais ou corre o risco de extravasar rapidamente para a demagogia, possibilitando discursos inflamados ainda que vazios de rigor histórico e isso, julgo, não é o interesse de quem aqui vem dar a sua opinião.

Anónimo disse...

Caro António Matos,
África tem de facto o seu interlocutor previligiado nos países de língua Portuguesa. O testemunho é aquele que viveste!
"Uma andorinha não faz a Primavera".
Bem aventurado sejas por aquilo que não viste nem sentiste.

Derimir o conceito de racismo, bastou-me mensionar uma obra "Racismo ao Vivo".

Quero e espero ser simpática, esclarecedora, históricamente rigorosa e amistosa esta troca de comentários. A sua inclusão visual no blogue parece-me já uma prova disso e é a realidade do meu desejo.

Quanto à substância:
O racismo não se define pela côr, mas sim pela sua essência de supremacia "superioridade", tendencionalmente para dominar ou suprimir outrem.

Mouros, japoneses e tripeiros:
Tenho muitos amigos que me dizem com orgulho. "É pá eu sou tripeiro de gema".
A questão concreta entre Hangra e Ponta Delgada "japoneses" reconheço não ser por aí a valência do meu comentário.
Mas, meu estimado António Matos estou dentro do assunto, e muito mais dentro da história do povo Alentejano.
"Calões" é veridico! foi uma forma de dominar um povo exploradob e de o amordaçar, retirando-lhe tudo, até a hipótese de ter um palmo de terra _quando ela era abundante_ para poderem plantar um pé de couve, para fazerem um caldo e matarem a fome aos seus filhos.
O toucinho de Maomé é mais complicado! Viste concerteza na Guiné aulas de Islamismo e as crianças aprenderem o Corão. Sou Católico, mas respeito o direito universal de cada Homem escolher ou regeitar qualquer Deus. Poderemos abordar estas questões, mas julgo para além de serem complicadas, talvez não sejam de debate na nossa Tabanca Grande, pelo menos de momento.

Julgo estarmos dentro da Cultura, caso contrário serei eu o primeiro a sair e encerrar a questão.
Quanto ao rigor Histórico, já algo foi publicado no blogue, referente à minha experiência em terras da Guiné, mas ainda há muito, mesmo muito para dizer.

Como sempre o velho abraço do tamanho do Cumbijã,

Mário Fitas

António Matos disse...

Julgo ter percebido ( e se assim foi, concordo ) que o simples facto de estarmos a alimentar esta troca de pontos de vista "em circuito aberto", é sinal por demais evidente de que estamos a tentar ser simpáticos, esclarecedores, históricamente rigorosos e amistosos.
Oh m'essa, então que outra coisa haveríamos de ser ?
Nada disso impõe, contudo, que tenhamos as mesmas opiniões !
Daí que comece por discordar de que o testemunho do quão privilegiada África será em ter Portugal como interlocutor na senda mundial não é a minha vivência durante aqueles 2 anos, mas sim a realidade intrínseca que une aqueles povos - africanos ( PALOP's) e portugueses !
Não posso, portanto, assumir ser eu uma das andorinhas que não ganharam estatuto identificativo de primavera ! Seria demasiado castrador !
Queres melhor exemplo do que ( parece-me pelos relatos que tenho lido ) a maneira fraterna como temos sido recebidos ( e vice-versa ) na Guiné, naquela tão meritória tentativa de enterrar, finalmente, os fantasmas ?
Queres melhor exemplo do que o abrir das portas ( que uma boa parte do mundo fechou, nota !) ao Nino Vieira para viver em tranquilidade em Portugal ? Ninguém se esqueceu, com toda a certeza, que Nino Vieira não estava para Portugal, ou melhor, para as mães e pais e esposas e filhos dos nossos militares, como Amílcar Cabral, certo ?
Amílcar não era branco, bolas !
Não se ponham na minha boca frases ou conceitos que eu não defendi como a "definição" de que racismo não é uma questão de colorido ! Eu sei-o e já agora lá vai um cliché : tenho vários grandes amigos negros que nem sequer foram feitos na guerra ! Até na família tenho negros !
Finalmente, aquela velha máxima de que a excepção só confirma a regra . O facto de terem havido atitudes xenófobas, rácicas ou quejandas, não podem suportar a tese de que éramos racistas !
E atenção ! A criatividade nasce da diferença e a esse propósito aqui deixo, à laia de conclusão, o poema cantado do António Gedeão - Lágrima de Preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhai-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

Anónimo disse...

Caro António Matos

Não vás ao grande Gedeão, e vai ao simples Mário Vicente em "Pami na Dondo a Guerrilheira".
Se não quizeres dar-te ao trabalho de ler no Blog, dis-me para onde queres que eu mande. Terei imenso gosto nisso.

Definindo e concertando:
A andorinha se verificares, refere-se àquilo que viveste e testemunhaste. Não tem nada a ver com o previlégio de África.

Coisas concretas e em debate são as escritas no P3664 do Blogue. Variações? Ping-Pong? É chato não é?
Fantasmas há muito que estamos tentando enterrá-los. Mas infelizmente ainda há muita coisa. É um parto um pouco difícil!
Mas chegaremos lá.
Pela minha parte não estou parado.
O João Bernardo Vieira é Presidente de um país a quem queremos e estamos a ajudar pelo que falar de "Nino" posso fazê-lo mas... É extemporâneo.
Sobre o grande Amilcar Cabral um dia contarei coisas, desde a primária na Praia com a professora Raquel, passando pelo amigo e colega de curso Eng. agrónomo Manuel da Silva Rente pelo tenente Coronel ali pela Amura até ao coronel Comandante do COP3 em Guidage ali por 72/73.
Por agora paciência vamos dar tempo ao tempo.
Sobre, vivências com pessoas de côr diferente, desculpa António, mas até hoje ninguém me deu lições de vivência. Mas vou-te contar um caso passado comigo e um amigo de côr, numa varanda do Hospital Militar de Bissau:
Estava-mos os dois a ver um Heli a despejar uns caixotes de bacalhau onde vinham (soubemos depois) quatro corpos e houve o seguinte diálogo:
Ele: _ O meu chefe e o teu estão errados!
Eu: _ É verdade! Esta merda nunca mais acaba!
Ele:_Vocês brancos é que (F...) esta merda toda.
Eu:_De certeza? Poque é que tu Caboverdeano não podes com os pretos? Se vires bem aqui o racista és tu. (riso)
Ele:_(silêncio) Porra!És capaz de ter razão.
Outra situação como a da Mariana!
Consciente?...Inconsciente?
António, também não fomos anginhos em Noite de Natal sobrevoando a Guiné.
Um bom 2009 e um abraço,

Mário Fitas

António Matos disse...

Julgo que o tema que originou este "debate", longe de ser essa a sua finalidade, está esgotado.
A partir daqui, continuar, será com certeza, aliciante, só que completamente fora de contexto.
Iríamos desviar para que te perguntasse qual a extemporaneidade de mencionar o Nino em vez do João Bernardo Vieira ?
Iria aceitar o pedido de desculpas que formulaste no tocante a lições de vivência com pessoas de cor diferente mas esclarecer-te-ia que nunca tal sugeri.
Igualmente iríamos equacionar o porquê de pretenderes que referisse Mário Vicente em vez de Gedeão.
Tudo coisas, como disse atrás, fora do âmbito do P3664.
Por aqui me fico agradecendo-te o entusiasmo dos teus pontos de vista e ... voltemos a página e partamos para outra.
Um abraço,

Anónimo disse...

Ponto final.
Ouvi muitas vezes os nossos soldados chamar, com imenso azedume (chamemos-lhe assim!) nharros e castanhos aos meus irmãos negros.
Isto não era racismo?
Um abraço,
António Graça de Abreu