Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Guiné 63/74 - P6192: Blogues da nossa blogosfera (34): Comandos-Guine 1964 a 1996, de Luís Raínha, o centurião-mor
O blogue Comandos Guiné 1964 a 1966 foi criado em 23 de Fevereiro de 2010 pelo nosso camarada Luís Raínha, que foi Alf Mil Comando, comandente do Grupo Os Centuriões. É também o principal editor, tendo como co-editores o João Parreira, membro do nosso blogue, e o Júlio Abreu, a residir na Holanda.
O cabeçalho do blogue tem, como fundo,. uma imagem de grupo, tirada em 8 de Novembro de 2008, por ocasião do 2º Encontro dos Velhos Comandos da Guiné 1964-1966, realizado no restaurante Os Severianos, sito na estrada Lourinhã-Torres Vedras.
Nessa foto, reconmhecemos como membros da nossa Tabanca Grande o Amadu Djaló (nº 9, Grupos Fantasmas e Centuriões), João Parreira (nº 13, Grupos Fantasmas e Apaches), Júlio Abreu (nº 18, Grupo Centuriões) e Mário Dias (nº 19, Grupos Camaleões e Apaches)... O Luís Raínha não aparece na foto, não tendo ido muito provavelmente ao encontro.
Aos nossos camaradas - que fazem questão de se chamar "velhos comandos" do CTIG, 1964/64 - desejamos os melhores votos de sucesso bloguístico.
O blogue tem por objectivo explícito "o reconstruir do puzzle que foi a nossa passagem pela Guiné", através do "relato honesto daquilo que então nos aconteceu" e que eles fazem questão de querer transmitir "aos presentes, aos filhos, aos netos e aos vindouros".
O historial militar do Luís Rainha, de 69 anos de idade, reformado, residente em Tavarede, Figueira da Foz, é apresentado no blogue nestes termos:
(i) Alf Mil Inf, tendo frequentado o COM em Mafra;
(ii) Fez um estágio de Educação Física Militar e frequentou com aproveitamento o Cursos de Operações Especiais, Oficial Miliciano de Infantaria, Ranger, e Operações Especiais, Oficial Miliciano Comando;
(iii) Colocado no Regimento de Cavalaria 7, em Lisboa;
(iv) Foi incorporado no BCAV 705/CCAV 704 e mobilizado para a Guiné;
(v) Os primeiros meses passou-os na CCAV 704 e os restantes nos Comandos do CTIG, onde formou o Grupo Centuriões;
(vi) Os seus instrutores foram o então Major Monteiro Dinis, Cap Nuno Rubim, Alf Mil Justino Godinho, Alf Mil Pombo dos Santos, Alf Mil Maurício Saraiva, Sargento Mário Dias e Furriel Mil Miranda (participantes na Op Tridente, com excepção dos dois primeiros);
(vi) Foi contemporâneo dos Alf Mil António Vilaça, Neves da Silva, Vítor Caldeira, V. Briote e do então Cap Garcia Leandro;
(vii) Foram-lhe atribuídos dois louvores, um ao serviço do BCAV 705 e outro ao serviço dos Comandos do CTIG atribuído pelo Comandante Militar da Guiné;
(viii) Mais tarde foi condecorado com a Cruz de Guerra de 2.ª Classe.
O João Parreira, por sua vez:
(i) É um lisboeta de gema, nascido em Alcântara;
(ii) Ainda antes da tropa, ingressou, em 2 de Dezembro de 196,l no Ministério dos Negócios Estrangeiros;
(iii) Prestou o Serviço Militar entre 9 de Agosto de 1963 e 19 de Agosto de 1966;
(iv) Estando colocado no BCaç 8 em Elvas, foi selecionado para frequentar o Curso de Operações Especiais;
(v) Fez um estágio no CMEFD (Centro Militar de Educação Fisica e Desporto), em Mafra, de 30 de Março a 3 de Maio de 1964;
(vi) Tendo ficado apurado, recebeu ordem para se apresentar no CIOE Centro de Instrução de Operações Especiais) em Penude (Lamego), onde frequentou o 3º Curso, C-24, que decorreu a 4 de Maio a 7 de Junho de 1964, tendo tirado o Curso com aproveitamento;
(vii) Foi incorporado na CART 730 / BArt 733, com destino à Guiné;
(viii) Fez a Comissão na Guiné de 8 de Outubro de 1964 a 14 de Agosto de 1966, primeiro na CArt 730/BArt 733;
(ix) Foi ferido em 9 de Janeiro de 1965, numa Operação à Base de Bafantandem, na Zona do Cancongo;
(x) Depois, foi para o Grupo Fantasmas, do Cap Saraiva (a que pertenceu também o Amadú Djaló);
(xi) Foi outra vez ferido em 20 de Abril de 1965 na Operação Açor, nas Tabancas de Portugal, na Zona do Incassol;
(xii) Vou a ser ferido, pela terceira vez, em Maio de 1965 na Operação Ciao, em Catungo, Cacine, "mesmo ao lado do Morais, que morreu logo ali, com o João Parreira a olhar para ele, sem nada poder fazer";
(xiii) Regressou ao MNE em Setembro de 1966; "com saudades de África", foi para o Consulado Geral de Portugal em Salisbúria, Rodésia, em 23 de Dezembro de 1966;
(xiv) Passou ainda pelas Embaixadas de Salisbúria na Rodésia, Blantyre no Malawi, Londres na Inglaterra, Lusaka na Zâmbia e Harare no Zimbadbwe.
(xv) Em Agosto de 1994, voltou a Lisboa, trabalhando no MNE;
(xvi) Da Guiné, nãou trouxe medalhas, a não ser "as que (...) trago comigo, e que estão aqui, no corpo";
(xvii) Pelo serviço prestado mo MNE, foi agraciado pelo Presidente da Repùblica com a Ordem do Infante D. Henrique.
O Júlio da Costa Abreu foi 1.º Cabo Radiomontador do Batalhão 506, Bafatá, antes de ser Chefe da 2.ª Equipa do Grupo de Comandos "Os Centuriões".
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Nota de L.G.:
(*) Último poste desta série > 30 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5730: Blogues da nossa blogosfera (33): Site da CCAÇ 4740 (Armando Faria)
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1 comentário:
Caro João,
Venho só para testemunhar a nossa velha amizade, a camaradagem e a recordação da linda planicie Alentejana de teus pais, que agora também é tua.
Para ti não vale a pena dizer mais nada nós nos conhecemos!
Para os teus amigos Comando, a certeza que eles têm em ti um amigo de verdade.
Força na nova tarefa.
O que pensas-te, quando por cima de Cufar por mim passas-te na maca fora do heli? Ainda cá estamos rapaz e havemos de beber mais uns copos em Barbacena ou Vila Fernando.
Felicidades para todos vós!
Embora à rasca, o Cumbijã também é teu, por isso o abraço do tamanho dele,
Mário Fitas
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