sábado, 4 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7381: (Ex)citações (114): Ainda os Mig... heróis e outras coisas (José Brás)

1. Mensagem de José Brás* (ex-Fur Mil, CCAÇ 1622, Aldeia Formosa e Mejo, 1966/68), com data de 4 de Dezembro de 2010:


AINDA OS MIG
...heróis e outras coisas

Dizem que debaixo dos pés se levantam os trabalhos e, às vezes até parece verdade!
Digo isto a propósito do excelente texto do Tenente General António Martins de Matos sobre a alegada existência de MIG's nas mãos do PAIGC para passar a uma fase nova da sua luta contra nós, já se vê.
E digo-o excelente, o texto, não apenas por uma das suas vertentes, a da análise objectiva sobre a possibilidade de ser ou não ser verdade tal informação. Digo-o também porque por ser credível e metodicamente objectiva, não perde objectividade na fluidez e na leveza da palavra escrita, outro dos motivos porque acho excelente o texto.

Foi bom ler todos os comentários dos camaradas reconhecidamente de visões diferenciadas, deixaram, comungando da mesma opinião que eu tenho sobre o texto e Martins de Matos tem sobre a verdade dos MIG.

É necessário reconhecer nesta identidade, duas questões que a justificam, para além da qualidade do texto do camarada Martins de Matos.

Primeira, a constatação de que vimos todos amadurecendo neste debate, cada um assumindo que a verdade não é coisa só sua, nem necessariamente sua, porque é sempre feita de muitas verdades e de algumas mentiras, de formas diferentes de abordagem à realidade e até de recepção diferenciada de cada um que viveu peripécias da guerra, no mesmo local e no mesmo momento.

Segunda, porque vamos também lendo e vendo, tomando nota de coisas que, isolados no mundo que nos construiu individuais, desconhecíamos, alargando a visão por cima das copas das árvores que nos cercavam então e limitaram o nosso crer.

É bom acompanhar essa mudança gradual na postura dos antagonismos, não porque seja possível alguma vez rasoirar o pensamento colectivo matando o indivíduo, mas porque assumindo diferenças e respeitando-as, em muitas coisas da vida nos irmanamos e criamos essa tal cultura como povo.
Seria sempre impossível chegar a um estágio relacional como este sem o convívio aberto, plural e fraterno que a Tabanca Grande veio criar, juntando-nos e pondo-nos ao mesmo tempo em contraste e comunhão.

Aqui chegado e retornando ao texto e aos comentários, eis senão quando... e é aqui que se justificam os pés e os trabalhos, aparece o comentário absolutamente dissonante na sinfonia.
Digo dissonante, não por recusar que mesmo a dissonância possa trazer harmonia à peça, antes pelo contrário, se colocada no tempo e espaço musical apropriado, mas porque, aqui veio recuperar questões mais que debatidas e quase arrumadas nas prateleiras próprias, velhas formas de humor, palavras exageradas e mesmo alguma provocação com a história do "ganhámos ou perdemos".

Estou a referir-me ao comentário de Luís Dias.

Diz ele: - Será desta que alguns deixam de nos impingir a estrondosa derrota militar, que nos estava preparada pelo PAIGC.

E eu devo confessar que nunca ouvi, aqui ou noutro sítio, alguém falar de estrondosas vitórias fosse de quem fosse, a não ser ao próprio PAIGC, coisa que compreendo e desculpo.

Depois introduz ainda essa "FORMA BEM MILITAR" de contar a realidade, enfiando de rompante a ideia de "castas", de militares e paisanos, bem entendido, quiçá, de novo a imagem do bando.

E fecha ainda pior, em meu entender, quando se refere à forma de contar "muito à portuguesa", está visto pelo andar da carruagem, numa sugestão "para bons entendedores" de que à portuguesa é militar e militar apenas numa faixa da visão sócio-politica, e que todos os outros são traidores à pátria, aliás, pensamento muito próprio de toda a classe de ditadores ou de hipotéticos ditadores.

Devo dizer que o comentário fica com quem o fez, evidentemente, não podendo responsabilizar por ele, se não ao próprio que o produziu.
Se querem a minha opinião, que aliás, venho defendendo faz muito tempo, mais pela via da interpretação da história da humanidade do que pela apreciação militar, acredito que seria possível aguentar por mais tempo aquela guerra, e até entalar o PAIGC numa situação de capitulação, dado o enorme desgaste que há-de provocar física e psicologicamente num grupo não muito homogéneo em termos de consciência política, ideológica e religiosa, o prolongamento da luta dura que travavam connosco.

Contudo, poderemos chamar a isso uma vitória nossa?

Podemos, se nos fecharmos no casulo da visão puramente militar e local, e em tempo determinado.

Podemos, se não quisermos pesar todo o mal que se acumulou no nosso próprio povo, no desenvolvimento civilizacional, nos meios desperdiçados em destruição, desviados da educação, da modernização da estrutura económica, da saúde e da cultura, nos doía lados da contenda.

Mas se olharmos o próprio País que sustentava a guerra e que é o nosso, se analisarmos cruamente a situação económica e política, o esgotamento de meios humanos e materiais, o crescente isolamento internacional, tal vitória sabe muito ao amargo da derrota, excepto para esses epígonos da imagem heróica da raça e da guerra; desses apóstolos guerreiros de um império que, aliás, nunca foi concretizado.

Mesmo assim, uma vitória arrancada no terreno da guerra com as consequências que se aludem acima, nunca seria uma vitória final e definitiva, porque atrás desta derrota, um PAIGC ou outro qualquer movimento havia de voltar à luta, perseguindo um qualquer ideal de pátria sua.

Muitas vezes, quem fala de guerra colonial, circunscreve o conceito aos últimos treze anos da nossa presença em África, ignorando que nos longos quinhentos que durou a ocupação, nunca em mais de cinco anos seguidos, deixou de haver movimentos de revolta localizados e mesmo grandes movimentações que aliaram tribos por vastos territórios contra o ocupante.

E creio que é disto, desta visão da história que falam os tais a quem Luís Dias, por sugestão, alia a visão da derrota. E se é disto, é necessário dizer da persistência do seu erro, ainda que não fosse por outra verdade, também porque no seio desses há verdadeiros e inegáveis heróis, condecorados várias vezes por feitos de guerra no cumprimento das obrigações que lhes estavam cometidas por serem portugueses, uns, militares profissionais e outros, até, militares a contra-gosto.

Não sei exactamente o que é que levou Spínola à crença da derrota, ou, pelo menos, da impossibilidade de vitória.
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 22 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7319: (Ex)citações (112): O Simples e o Erudito (na Tabanca Grande) (José Brás)

Vd. último poste da série de 27 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7348: (Ex)citações (113): Achas para a fogueira, ou a influência dos movimentos independentistas na política interna de Portugal (Joaquim Mexia Alves)

11 comentários:

antonio graça de abreu disse...

Meu caro Zé Brás

Gosto do que escreves, és um homem inteligente e sensato.

Mas leio, palavras tuas:

"Cada um assumindo que a verdade não é coisa só sua, nem necessariamente sua, porque é sempre feita de muitas verdades e de algumas mentiras."

Então a verdade também é feita de mentiras? No caso da Guiné, não me interessa especular sobre os abstractos conceitos de verdade, cada um tem o seu e que lhe faça bom proveito. No caso da Guiné,interessa-me a verdade histórica,
a verdade dos factos, o que realmente aconteceu. Foi isso que fez o António Martins de Matos, provando com o seu testemunho de 500 missões nos céus da Guiné, que o PAIGC jamais dispôs de Migs.

Se consultares o blogue lá mais para trás, 2006, 2007, 2008 vai ficar surpreendido com as "verdades falsas" defendidas por alguns camaradas.Desde os mapas a vermelho mostrando que o PAIGC controlava 3/4 do território, aos aviões pós-strela que deixaram de voar, aos red-eyes que os americanos não nos queriam vender
para abatermos os Migs do PAIGC, aos planos de evacuação de parte do território, enfim, "verdades."
Eu tive uma larga e rija polémica com Mário Beja Santos que justificava, à sua maneira, a tese da derrota militar das tropas portuguesas. Não era a verdade dele contra a minha verdade. Interessava-me a verdade histórica, os factos, o que realmente aconteceu. Só assim nos entendemos.

A não ser, que como dizes, "a verdade é feita de muitas verdades e de algumas mentiras."
Cada homem é um mundo, sabemos bem que cada um constrói as verdades que lhe dão jeito, mesmo que sejam inverdades.

Mas não é disso que estamos a falar,
é da verdade histórica. Poe exermplo,da existência,ou não, durante a Guerra na Guiné de Migs do PAIGC.
Foi isso que fez o nosso tenente-general.

A tese (falsa) da derrota militar
na Guiné tem tido muitos seguidores.Consulta o blogue lá para trás. Vais ter surpresas.
Para não chover mais no molhado dos nossos camaradas do blogue, recomendo-te a leitura do editorial do jornal Expresso, no dia 22 de Setembro de 2001, da pena do então seu director José António Saraiva. Diz ele:" Veja-se o que aconteceu na Guiné onde o exército português foi irremediavelmente batido."
É um juízo mentiroso, uma daquelas mentiras que de tão repetida passa a ser "verdade."
É também uma ofensa a todos nós, exército,marinha e força aérea que em 1972/74 não fomos "irremediavelmente batidos."
Que respeito têm por nós as gerações mais novas se os seus pais e avós foram "irremediavelmente batidos"?

Esta não é a verdade, a verdade histórica, a verdade da nossa História.

Porquê, quase sempre por razões de natureza política, continuar a falsificar a nossa História?

Um abraço,

António Graça de Abreu

Ps.
Se os editores do blogue, considerarem oportuno poderiam publicar este comentário como poste.
Não para reavivar polémicas de guerras perdidas ou ganhas. Essa não é a questão, nem entro mais nisso. Mas para que estas minhas palavras sejam um pequeno contributo para entendermos o que realmente aconteceu, os factos, a verdade histórica.
Vejam como recentemente o nosso António Rodrigues, um dos trinta e tal bravos de Copá, veio ao terreiro do blogue repôr a verdade dos factos, contar o que verdadeiramente aconteceu em Copá,Janeiro/Fevereiro de 1974
e que tem sido tão deturpado e falsificado em livros que abordam
o tema. Até o Virgínio Briote veio honestamente pedir desculpa por uma análise não verdadeira do sucedido, induzido em erro pelo que escreveu uma pretensa testemunha dos factos.

Acabei.

Forte abraço,

António Graça de Abreu

Torcato Mendonca disse...

Camarigos

É impensável meter-me no meio de vós. Ainda por cima com este tempo triste, frio e "sem tecto"...E o António Martins de Matos não vinha em meu auxilio. Sem FAP não há assalto...
Gostei do escrito dele e comentei breve. Acredito no que escreve. Não por ter as missões que teve ou o posto que tem. Não. Acredito pelo que aqui tem escrito. Certamente não opinava se não tivesse a certeza. Curiosamente fala num "Guerra escondida"- guerra como as conversas de surdos...gostava de aqui ver tratada, levemente claro.
Li o José Brás e entendo o que quer dizer.
Li o António Graça de Abreu e entendo o que quer dizer.
Mau, mau! Então se entendes, se concordas com o primeiro escrito porque escreves?
Porque, copiei uma frase(J.E.Águalusa) #de quantas mentiras é feita a verdade"
É o pilar de nossa História. Quantas mentiras tem a nossa História? Repito de quantas mentiras é feita a Historia deste Povo velho e tramado de oito séculos? Verdades encomendadas, verdades deturpadas, verdades de conveniência -até verdades maoistas: menti, menti que algo ficará (aqui apanhando boleia do Graça de Abreu e não querendo,de modo algum apelida-lo de semelhante ideologia).
Nós nunca aqui ou noutro lugar qualquer contaremos a HISTÓRIA -VERDADEIRA- DA GUERRA NA GUINÉ. Relatam-se factos que outros ajuntarão e será essa a verdade.Ou não? Se assim não for será excepção.Não será?
Não estou preocupado com filhos e netos. Se um dia com eles falar vou dizer a verdade? Mas que verdade? A minha? O que fiz,vi fazer..e etc?Não!

Nada disse dos MIG. Está tudo dito, para mim, prefiro o Mirage. Gostos. Posso estar errado pois disso nada percebo.

Uma guerra, como a da Guiné, na sequência de outras guerras de guerrilha, se bem posta no terreno, nunca é, militarmente, perdida. A solução é politica. Mas que interessa isso. Se fosse agora até era bom...enviamos muitos dos ditos políticos que por aí andam e: Façam a Paz, Vosso Nome, na História deste Bravo Povo ficará e a Pátria Vos Contemplará...já ouvi isto...
Abraços e fiquem com a minha Paz. T.M.

Torcato Mendonca disse...

Torcato disse...
Camarigos

É impensável meter-me no meio de vós. Ainda por cima com este tempo triste, frio e "sem tecto"...E o António Martins de Matos não vinha em meu auxilio. Sem FAP não há assalto...
Gostei do escrito dele e comentei breve. Acredito no que escreve. Não por ter as missões que teve ou o posto que tem. Não. Acredito pelo que aqui tem escrito. Certamente não opinava se não tivesse a certeza. Curiosamente fala num "Guerra escondida"- guerra como as conversas de surdos...gostava de aqui ver tratada, levemente claro.
Li o José Brás e entendo o que quer dizer.
Li o António Graça de Abreu e entendo o que quer dizer.
Mau, mau! Então se entendes, se concordas com o primeiro escrito porque escreves?
Porque, copiei uma frase(J.E.Águalusa) #de quantas mentiras é feita a verdade"
É o pilar de nossa História. Quantas mentiras tem a nossa História? Repito de quantas mentiras é feita a Historia deste Povo velho e tramado de oito séculos? Verdades encomendadas, verdades deturpadas, verdades de conveniência -até verdades maoistas: menti, menti que algo ficará (aqui apanhando boleia do Graça de Abreu e não querendo,de modo algum apelida-lo de semelhante ideologia).
Nós nunca aqui ou noutro lugar qualquer contaremos a HISTÓRIA -VERDADEIRA- DA GUERRA NA GUINÉ. Relatam-se factos que outros ajuntarão e será essa a verdade.Ou não? Se assim não for será excepção.Não será?
Não estou preocupado com filhos e netos. Se um dia com eles falar vou dizer a verdade? Mas que verdade? A minha? O que fiz,vi fazer..e etc?Não!

Nada disse dos MIG. Está tudo dito, para mim, prefiro o Mirage. Gostos. Posso estar errado pois disso nada percebo.

Uma guerra, como a da Guiné, na sequência de outras guerras de guerrilha, se bem posta no terreno, nunca é, militarmente, perdida. A solução é politica. Mas que interessa isso. Se fosse agora até era bom...enviamos muitos dos ditos políticos que por aí andam e: Façam a Paz, Vosso Nome, na História deste Bravo Povo ficará e a Pátria Vos Contemplará...já ouvi isto...
Abraços e fiquem com a minha Paz. T.M.
Domingo, Dezembro 05, 2010 11:47:00 AM

Unknown disse...

Então amigo Torcato, e todos os outros naturalmente, vamos lá à primeira verdade histórica.

Na Guiné Bissau, combatiam relativa e proporcionalmente, mais homens sob a bandeira portuguesa, do que em qualquer outro território sob dominio português.
É verdade ou mentira ?
Porquê?
Maior resistencia combativa do 'inimigo'?
Turismo militar, território maior, imensuravelmente maior?

A verdade histórica limita-se só ao periodo da chamada guerra nas provincias ultramarinas?

E a história anterior de escravatura, exploração (usando expressão corrente) dos bens e riquezas terrotoriais, somente em beneficio da metrópole?
A escravatura e trafego de escravos, não faz parte da nossa história?
Afinal que história querem contar ao filhos e netos?
Claro que para omitirem parte da história, (o que levou as populações a revoltarem-se contra a presença militar portuguesa e seu desenvolvimento de luta) a restante só pode ser contada de uma maneira: fomos os vencedores e heróis indiscutiveis.

Mas mesmo assim os nossos filhos e os netos, que não serão ignorantes nos tempos de hoje, perguntarão porque raio estava-mos lá a combater. Se estivemos lá tantos séculos porque é que o 'desenvolvimento' se reduziu às grandes (?) cidades, o analfabetismo e o subdesenvolvimento era extremo.

Começo a ficar com dificuldade em compreender se é desejado por alguns, contar (e eventualmente explicar)aos filhos e netos a história deste País, que é Portugal, ou contar a história individual e pessoal, em determinado período de tempo da anterior.

E aqui está a grande diferença, que se reveste de vários aspectos interpretativos.

Bem isto começa a ser inspirativo, e já proporciona visões novas. Já se referencia o 'maoismo'.

Virando-nos para a actualidade, já pensaram, quantas 'estórias' em documentos portugueses poderão estar nos ficheiros capturados pela WikiLeaks ???

Além do mais, a defeciente consulta de documentos dos arquivos existentes govermamentais, mais o facto de muitos deste tipo de documentos, relatórios, comunicados, fotos (tudo que se queira)ainda serem propriedade pessoal de ex-militares
(ainda vivos e suas familias)dificulta em muito a reconstituição de aconteciamentos, pelo menos em parte.
Para não falar dos que se perderam por conveniência.
Outros documentos que por questões pessoais se manteem reservados e outros para não colocar eventualmente em causa personalidades e outros ainda vivos ou recentemente (temporalmente, nacional politica) falecidos.

Tendo tambem em consideração que parte deste espólio, está a servir como suporte a um novo negócio (ou nova oportunidade?)a de escrever livros.

Portanto há aqui um embróglio a resolver.

E não vale a pena colocar carimbos em tinta de água, ao que as outras pessoas escrevem.

Sobre o texto que José Braz escreveu. Está lá tudo; tudo repito.
(P7381)

Só que não é para qualquer leitor. Lamento dizê-lo. E a demonstração é que de uma maneira geral nunca se faz a legitima contra argumentação sobre o escrito. Mas sim o 'eu apoio' ou então numa pretensa contra argumentação, escreve-se um pequeno texto de lugares comuns, heroicidades e patriotismos balofos,(salvo excepções honrosas que estão presentes neste blog) sem conteuodo, sem dados explicativos, sem fundamentos.

Reconhecendo o direito dos editores deste Blog, poderem omitir este coments, e se por outro lado entenderem publicá-lo tudo bem,

Um abraço para todos e para cada um

Carlos Filipe
ex CCS BCAÇ3872 Galomaro

Torcato Mendonca disse...

Filipe

Certamente não leste o que eu escrevi, ou eu não me exprimi bem.

Não vou acrescentar nada mais.

Borrifo-me em retóricas e outro palavreado aqui praticado. Aqui no Blogue e menos ainda alimento polémicas.

Abraço do Torcato

Anónimo disse...

Caro José Bráz

Excelente!

Dou-te os parabéns pelo estilo elegante e límpido, que utilizas para expor as tuas ideias, que tão inteligentemente transmites à escrita, com clareza, moderação e escorreitamente!

Tivesse eu arte, e o mesmo escreveria…

Um abraço para todos.

José Corceiro

Hélder Valério disse...

Caro camarigo Zé Brás

Quero-te pedir desculpa de ter contribuído para te 'meter nisto' do Blogue...

E isto porque depois do teu texto poder ser atacado ou acusado de muita coisa (há sempre gente disposta a isso...), texto esse que, em minha opinião, baliza muito bem o que é estar hoje e aqui, numa comunidade virtual (mas não só) que se quer plural, em termos de vivências, em termos de contemporaneidade, em termos de relacionamento (civil e ex-militar), em termos de posturas de vida, de visões da realidade (passada e actual), em termos de aceitabilidade de diferenças, etc., penso que será frustante, para não dizer outra coisa, que se pegue num pedacito de frase para tentar destruir todo um conceito e proposta de 'saber-estar' aqui, 'puxando' a conversa para outros terrenos.

Disseste que "Cada um assumindo que a verdade não é coisa só sua, nem necessariamente sua, porque é sempre feita de muitas verdades e de algumas mentiras.".
Ora bem, essa coisa da 'verdade' conter 'mentiras' é algo que podia muito bem causar confusão a qualquer um, principalmente a quem não esteja tão relacionado com a História, com a escrita, com a forma de ilustrar e referir acontecimentos, mas a alguém que está habituado a esses terrenos já me parece outra coisa que me escuso aqui de nomear.

Por isso, admito que te sintas aborrecido com estes desenvolvimentos marginais ao cerne do teu trabalho e disso te peço desculpa.

Um abraço
Hélder S.

Anónimo disse...

Caro José Brás:

Disseste tudo.Nem sei se é útil comentar :só não percebe quem não quiser ou então quem ainda não percebeu que a guerra é um distúrbio ou uma disfunção social, provocada pela falência de solução política.

Carvalho (o de Mampatá)

Anónimo disse...

Zé,
Mais um belo e objectivo texto, sensato no conteúdo e delicado na crítica.
De maneira sintética acabas de expressar uma interpretação válida sobre um outro epílogo enunciado: o da negociação política sobre a derrota.
Um abraço
JD

antonio graça de abreu disse...

Leio no texto do António Pedro Vasconcelos, na apresentação do livro do major Calheiros:

"(...) Escrúpulo em dizer a verdade. Escrúpulo em ser justo. Escrúpulo em não omitir factos.(...) Escrúpulo em cruzar informações e em documentar factos. O livro abunda em mapas, croquis, fotografias, citações de relatórios para que não se faça batota com a memória."

É com estes documentos sérios e escrupulosos que se faz a verdade, a verdade dos factos, a verdade histórica.

Quanto aos batoteiros da memória, cada um é como muito bem entende.

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Decididamente António Graça Abreu assumiu definitivamente a posse da verdade, e para isso chamou em seu auxílio, ainda que a despropósito, o dono da verdade das asneiras dos árbitros contra o Benfica e esquecendo que este temer de contar sobre a Guiné se espalha por toda sociedade, à dita esquerda e à dita direita.

José Brás