Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BART 2917 (1970/72) > Mercado local de Bambadinca... Ao fundo vê-se o fontanário construído em 1948 (salvo erro). Foto tirada, de costas para o quartel que ficava numa elevação que dominava a grande bolanha (a sul) e o rio Geba Estreito (a norte). Segundo estimativas do comando do BART 2917, no setor viviam c. de 20 mil pessoas, estando 75% sob o controlo das NT. O batalhão fazia também a cobertura sanitária da população civil do setor. Todos os dias havia dezenas e dezenas de crianças, adultos e velhos à porta do posto sanitário, atendidos pelos fur mil enfermeiros João Martins (CCAÇ 12, 1969/71) e José Coelho (CSS/BART 2917, 1970/72) e pelo alf mil médico Mário Ferreira (CSS/BART 2917, maio de 1970/janeiro de 1971) . Em Bambadinca, posto administrativo do concelho de Bafatá, havia fulas, mandingas e batalantas, entre outros. Parte da população tinha sido deslocada com a guerra.
Foto: © Benjamim Durães (2010). Todos os direitos reservados.
1. Mais um contributo para o dossiê sobre "os nossos médicos"... Vem de um bambadinquense, grã-tabanqueiro, o ex fur mil op esp. Pel Rec Info, CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), Benjamim Durães (que vive em Palmela, e é um dos habituais organizadores dos convívios da CCS/BART 2917]:
(i) Quantos médicos seguiram com o vosso batalhão, no barco?
Seguiram no navio “Carvalho de Araújo” três médicos.
Alferes Milicianos Médicos:
Dr. Artur Manuel Ferreira Vilela Dionísio:
Foi colocado na Sede do Batalhão [, em Bambadinca]; e, por fim,
Dr. Jorge Pedro Ferreira Nunes Matos:
Foi colocado na CCAV 2539, em São Domingos.
(ii) Quantos médicos é que o vosso batalhão teve e por quanto tempo?
O BART 2917 teve quatro médicos:
Dr. Mário Gonçalves Ferreira: na sede do Batalhão em Bambadinca, de 27 de Maio de 1970 a 25 de Janeiro de 1971, data em que foi transferido para o HM 241, em Bissau;
Seguiram no navio “Carvalho de Araújo” três médicos.
Alferes Milicianos Médicos:
Dr. Artur Manuel Ferreira Vilela Dionísio:
Foi colocado na CCAÇ 6 em Bedanda. Em 17 de Agosto de 1970, foi colocado no HM 241, não tendo regressado ao BART 2917.
Dr. Mário Gonçalves Ferreira:
Dr. Mário Gonçalves Ferreira:
Foi colocado na Sede do Batalhão [, em Bambadinca]; e, por fim,
Dr. Jorge Pedro Ferreira Nunes Matos:
Foi colocado na CCAV 2539, em São Domingos.
(ii) Quantos médicos é que o vosso batalhão teve e por quanto tempo?
O BART 2917 teve quatro médicos:
Dr. Mário Gonçalves Ferreira: na sede do Batalhão em Bambadinca, de 27 de Maio de 1970 a 25 de Janeiro de 1971, data em que foi transferido para o HM 241, em Bissau;
Dr. António Rodrigues Marques Vilar: na sede do Batalhão em Bambadinca, ds 9 de Março de 1971, vindo da CCAV 2721, sedeada em Olossato, a Janeiro de 1971, data em foi transferido para a CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883, em Piche;
[Foto à esquerda, em Coruche, 27 de março de 2010, no IV Convívio anual da CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72); a seu lado, a esposa; o casal vive em Aveiro; o Dr. Vilar é um psiquiatra reformado, que já voltou à Guiné pelo menos duas vezes, em 2010, e em 2001. Foto: © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados]
Dr. Jorge Pedro Ferreira Nunes Matos: de 22 de Outubro de 1970, data em que veio transferido da CCAV 2539, em São Domingos, para a CART 2716 / BART 2917, no Xitole;
Dr. João Horta Vale, na CART 2716 / BART 2917, no Xitole, em substituição do Dr. Nunes de Matos.
(iii) Lembram-se dos nomes de alguns? Idades? Especialidades?
Dr. Vilela Dionísio, nascido em 1944, ortopedista com consultório em Lisboa;
Dr. Mário [Gonçalves] Ferreira, nascido em 1937, cardiologista com consultório em Lisboa; [é também escritor, com pelo menos dois títulos em 2009 e um terceiro no prelo: Tempestade em Bissau no ano 1970 (Pallium Editora) e Dona Ermelinda zangou-se com o mar (Europress)];
Dr. João Horta Vale, na CART 2716 / BART 2917, no Xitole, em substituição do Dr. Nunes de Matos.
(iii) Lembram-se dos nomes de alguns? Idades? Especialidades?
Dr. Vilela Dionísio, nascido em 1944, ortopedista com consultório em Lisboa;
Dr. Mário [Gonçalves] Ferreira, nascido em 1937, cardiologista com consultório em Lisboa; [é também escritor, com pelo menos dois títulos em 2009 e um terceiro no prelo: Tempestade em Bissau no ano 1970 (Pallium Editora) e Dona Ermelinda zangou-se com o mar (Europress)];
Dr. António Marques Vilar, nascido em 1942, psiquiatra com consultório em Aveiro;
Dr. Jorge Nunes Matos, nascido em 1939, imagiologia e radiologia com consultório no Porto; e,
Dr. João Horta Vale, estomatologista com consultório em Matosinhos.
Dr. Jorge Nunes Matos, nascido em 1939, imagiologia e radiologia com consultório no Porto; e,
Dr. João Horta Vale, estomatologista com consultório em Matosinhos.
(v) Estiveram alguma vez internados na enfermaria do aquartelamento (se é que existia)?
Sim, estive internado na enfermaria do aquartelamento [, em Bambadinca,] , e depois fui transferido para a camarata dos Sargentos até 18 de Agosto de 1970, data em que fui evacuado para o HM 241
(vi) Foram a alguma consulta de especialidade no HM 241?
Fui internado no HM 241 por diversas vezes.
(vii) Foram evacuados para a metrópole, para o HMP?
Fui evacuado para o HMP em 2 de Setembro de 1971.
(viii) Tiveram algum problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação?
Sim, após troca de algumas palavras e passado algum tempo, foi pedida pelo Comando do Batalhão a minha evacuação para Bissau, e no HM 241 estava de serviço o Dr. Pardete da Costa Ferreira, que me deu baixa hospitalar.
(ix) O vosso posto sanitário também atendia a população local?
Sim, atendia a população local e o Furriel Mil Enfermeiro José Coelho e algumas praças visitavam por vezes as tabancas que se encontravam sobre o controlo do BART 2917.
(x) (E se sim, o que é mais que provável:) Há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa?
Provavelmente mais que a maioria dos Centros de Saúde actualmente em Portugal e não era cobrada qualquer taxa moderadora
Benjamim Durães
Sim, estive internado na enfermaria do aquartelamento [, em Bambadinca,] , e depois fui transferido para a camarata dos Sargentos até 18 de Agosto de 1970, data em que fui evacuado para o HM 241
(vi) Foram a alguma consulta de especialidade no HM 241?
Fui internado no HM 241 por diversas vezes.
(vii) Foram evacuados para a metrópole, para o HMP?
Fui evacuado para o HMP em 2 de Setembro de 1971.
(viii) Tiveram algum problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação?
Sim, após troca de algumas palavras e passado algum tempo, foi pedida pelo Comando do Batalhão a minha evacuação para Bissau, e no HM 241 estava de serviço o Dr. Pardete da Costa Ferreira, que me deu baixa hospitalar.
(ix) O vosso posto sanitário também atendia a população local?
Sim, atendia a população local e o Furriel Mil Enfermeiro José Coelho e algumas praças visitavam por vezes as tabancas que se encontravam sobre o controlo do BART 2917.
(x) (E se sim, o que é mais que provável:) Há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa?
Provavelmente mais que a maioria dos Centros de Saúde actualmente em Portugal e não era cobrada qualquer taxa moderadora
Benjamim Durães
Furriel Miliciano
CCS/BART 2917
CCS/BART 2917
(1970/72)
Nota do editor:
Último poste da série > 18 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11724: Os nossos médicos (50): Os batalhões que passaram pelo setor de Farim tinham um número variável de médicos, de 1 a 4... Quanto ao HM 241, era só... o melhor da África Ocidental (Carlos Silva, 1969/71)
2. Comentário de L.G.:
Obrigado, Benjamim, pela informação detalhada que nos mandas... O Mário Ferreira é do meu/nosso tempo, lembro-me bem dele (maio de 1970 / janeiro de 1971). Fui pelo menos a uma consulta dele, em 27 de novembro de 1970 (, se não me engano). Tenho uma dívida para com ele. Já aqui disse, algures, que gostava de o reencontrar. Sei que tem (ou teve) consultório para os lados da Estrela, em Lisboa. Um Alfa Bravo para ele (se nos estiver a ele, bem como para o Marques Vilar, que conheci em Coruche). Outro para ti, grande conpanheiro de Bambadinca.
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Último poste da série > 18 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11724: Os nossos médicos (50): Os batalhões que passaram pelo setor de Farim tinham um número variável de médicos, de 1 a 4... Quanto ao HM 241, era só... o melhor da África Ocidental (Carlos Silva, 1969/71)
1 comentário:
Amigos - lembro que o Médico Dr. Jorge Pedro Ferreira Nunes Matos era o médico adstrito ao Batalhão 2917 e com ele seguiu para comissão de serviço. Na chegada a Bissau então alguuém veio ao Barco procurar u médico - tomaram-no e levaram-no de imediato para os locais que o ex-Camarada Durães diz - tinha havido lá porblemas de combates e foi ele quem para lá foi mobilizado em cima do acontecimento - depois regressou nessa data aí posta à Carta 2716... Mais tarde e temporariamente foi para A CCS do Bart 2917.... O Dr. Horta e Vale veio para o Xitole como que - por urgente conveniência de serviço. Tinha falecido um soltado no posto de sentinela (Soldado Almeida). Então o Dr. Horta e Vale veio com a missão exclusiva de fazer a autópsia ao malogrado Almeida. Depis ficou por lá um tempinho, não tanto quanto isso - e serviu ao memso tempo a Cart 2716 bem como a Companhia de Caçadores do Saltinho... Vi no livro de batalhão certas imprecisões e então há que ser nós a corrigir o que ficou mal escrito... Abraço. Sobre o Dr Vilar escrevi hoje uma nota que me parece de inteira utilidade dada a argumentação que vi e das dúvidas que tenho
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