segunda-feira, 14 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P12986: Os Nossos Cartazes de Propaganda (3): Parte III (Fernando Hipólito): Soldados de Portugal!


Cartaz nº 7


Cartaz nº 8


Cartaz nº 9


Cartaz nº 10



Cartaz nº 11

Cartazes de propaganda das Forças Armadas Portuguesas, s/d, neste caso mais especificamente dirigidos à formação do combatente português, *a "mentalização" e "doutrinação"  bem como ao reforço da sua motivação para combater, "com as armas e o com o coração", já que o objetivio agora é "lutar pela paz" e às conquistar as  populações..... Foram recolhidos entre 1969 e 1971, pelo nosso camarada Fernando Hipólito e por ele digitalizados.



Imagens: © Fernando Hipólito (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]



1. É provável que estes cartazes tenham sido mais usados no TO de Angola. Pertencem à coleção do Fernando Hipólito [, foto atual à esquerda, ].

O Fernando passou pelo CISMI, Quartel da Atalaia, Tavira, 3º turno, 1968. antes de ser mobilizado para Angola. Foi fur mil, CCAÇ 2544, 1969/71. Esteve a maior parte do tempo no leste de Angola, em Lumege. Está reformado da sua atividade de vendedor numa empresa de tintas de impressão.

Estes cartazes foram recolhidos por ele entre 1969 e 1971, têm hoje um real valor documental e historiográfico. São documentos avulsos, que estamos a  publicar ao longo de vários postes (*). Esteticamente eram muito mauzinhos, tal como de resto os cartazes da chamada "oposição democrática" que constestava o regime do Estado Novo (, mas aqui havia  a desculpa da escassez de meios e de sobretudo de liberdade de expressão e de organização...).

A eficácia comunicacional destes cartazes era baixa. Eram provalmente feitos por gente em Lisboa que nunca conheceu a trilogia "sangue, suor e lágrimas"... O serviço de propaganda do exército tinha a obrigação de fazer muito mais e melhor... Não o fez, por que as Forças Armadas Portugueses, ou melhor ou seus generais e almirantes,  tinham um "problema de legitimidade" a resolver.... e sobretudo porque  a "brigada do reumático" que controlava o aparelho político-militar em Lisboa, já não conseguia convencer a juventude do nosso tempo a "morrer pela Pátria", numa guerra que se travava longe de casa e que se arrastava há demasiado tempo, sem fim à vista, num contexto internacional de crescente isolamento e de desprestígio de Portugal...

Pessoalmente, o único slogan que eu ainda hoje recordo e que sou capaz de reproduzir, de cor,  vem do tempo da minha recruta nas Caldas da Rainha, em 1968: "Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto"...

No TO da Guiné, em 1969/71, bem como na metrópole, não tenho ideia nenhum de lhes ter posto a vista em cima, a estes cartezes dirigidos aos "soldados de Portugal"...

Era interessante descobrir a sua "autoria"... (LG)

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