Guiné-Bissau > Região de Quínara > Travessia do rio Grande de Buba (ou, melhor do "canal do porto"), de São João para Bolama, vindo de Fulacunda > Outubro de 2015
Fotos (e legendas): © Adelaide Barata Carrêlo (2016), Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Guiné > Região de Quínara > Carta de São João (1955) > Escala 1/50 mil > Detalhe: posição relativa de São João, Bolam, canal do porto e rio Grande de Buba.
Infogravura: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2016)
1. Texto e fotos enviados em 12 do corrente. Continuação da publicação do álbum fotográfico e das notas de viagem de Adelaide Barata Carrelo, à Guiné-Bissau, em outubro-novembro de 2015 (*).
Com sete anos, a Adelaide passou uma larga temporada (1970/71) em Nova Lamego, com o pai, a mãe e os irmãos, tendo regressado no N/M Uíge, em 2 de março de 1971. Em 15/11/1970 teve o seu "bartismo de fogo".
O pai era o ten SGE José Maria Barata, CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71). Quarenta anos depois regressa à Guiné-Bissau...
É nossa grã-tabanqueira, nº 721 (membro da nossa Tabanca Grande desde 11/7/2016).
BOLAMA (I)
A ilha de Bolama localiza-se no arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau. É a ilha mais próxima do território continental da Guiné-Bissau, e é o nome da principal cidade, capital da região de Bolama.
A ilha é rodeada por manguezal, que é um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e marinho, zona húmida característica de regiões tropicais e subtropicais. Associado às margens de baías, enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias costeiras, onde haja encontro de águas de rios com a do mar, ou diretamente expostos à linha da costa, está sujeito ao regime das marés, sendo dominado por espécies vegetais típicas, às quais se relacionam outros componentes vegetais e animais.
Ao contrário do que acontece em praias arenosas e dunas, a cobertura vegetal do manguezal instala-se em substratos de vasa de formação recente, de pequena declividade, sob a ação diária das marés de água salgada ou, pelo menos, salobra.
Depois de passar por Fulacunda, seguimos a caminho de Bolama. À beira estrada surge-nos uns montes de argila vermelha compacta, que podem atingir os dez metros de altura e pesar toneladas, são erguidos pelas formigas térmitas ou salalé, que na Guiné se denominam por "Bagabaga".
Ao longo da estrada avistam-se braços do rio Geba onde corpos nus se banham dando conta da nossa passagem. Sempre a contornar as poças de água na estrada e em ziguezague chegámos ao fim da estrada, a S.João, onde iríamos atravessar as águas profundas para chegar a Bolama.
Alguns rapazes que se encontravam neste cais improvisado, prontificaram-se para chamar o dono da piroga para nos levar. Atravessámos as águas que se rasgavam no casco da piroga e vimos pequenos peixes saltavam brilhando ao sol.
Adelaide Barata Carrêlo
(Continua)
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Nota do editor:
(*) Último poste da série > 9 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16579: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte XII: Buba-Fulacunda, 24/10/2015: Fulacunda, local inóspito onde a Guiné é mais dela, o tempo parou, as crianças quase não existem e... os mais velhos falam dos portugueses de outros tempos...
(Continua)
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Nota do editor:
(*) Último poste da série > 9 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16579: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte XII: Buba-Fulacunda, 24/10/2015: Fulacunda, local inóspito onde a Guiné é mais dela, o tempo parou, as crianças quase não existem e... os mais velhos falam dos portugueses de outros tempos...
3 comentários:
Adelaide, magníficas fotos e texto... É uma dor de alma, Bolama,
hoje... É uma experiência agridoce, como tu bem dizes... Vamos
publicar em duas partes... A menos que tenhas mais fotos de Bolama...
Muita malta nossa passou por Bolama, onde havia um Centro de Instrução
Militar (CIM)... Eu nunca cheguei a lá ir...
Luis,
Bolama está mesmo assim, assim como tudo o resto.
Chorei quando entrei em Gabu (Nova Lamego), não consigo entender para onde vão os investimentos nesta terra.
Como o Sr.Dinis dizia no Filme de Bafatá..."todos os dias vamos perdendo e habituamo-nos a isso."
É uma terra linda onde o ser humano é muito especial mesmo e encantador.
Apesar de ter nascido em Moçambique (que não conheço, por saí de lá com 6 meses), quero sempre voltar à minha Guiné, adoptei-a como a "minha terra"...se me perguntares porquê, são as pessoas que eu adoro.
Um beijinho
Adelaide Carrêlo
Sra. Adelaide Carrêlo,
Senti o formigueiro próprio de quem volta ao seu passado. So João fez parte da minha comissão.
Por aquele porto entrei, por aquele porto me despedi...Bolama e os seus belos edifícios são História destruída.
País que não respeita o seu passado jamais terá futuro.
Sim, só os fortes sabem chorar.
Cumprimentos.
José Câmara
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