Lisboa > Parque da quinta das Conchas e dos Lilases > 21 de novembro de 2017 >
Fotos (e legenda): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Passei a pertencer á já famosa tertúlia dos caminheiros da Quinta das Conchas (*)... Em vez de andar no ginásio a pedalar, feito maluco, numas dessas maquinetas americanas de queimar calorias, que pululam por aí nos pomposamente chamados "fitness centers" e "health clubs", "low cost", prefiro caminhar duas ou mais horas por semana, em parques como o da quinta das Conchas e dos Lilases, o terceiro maior espaço verde da cidade de Lisboa (com cerca de 25 hectares, depois do parque da Bela Vista, c. de 85 ha, e de Monsanto, c. 900 ha).
Desde a minha artroplastia da anca, que tinha deixado de fazer grandes caminhadas a pé...Já lá vão mais de 3 anos... Decidi que estava na altura de retomar estas atividades pedestres, com conta, peso e medida...
Na quinta das Conchas e dos Lilases há sempre gente, às terças-feiras, com início às 10h00, disposta a não pedir licença à perna esquerda para pôr em movimento a perna direita, ou vice-versa, tanto faz...
Lá encontro também alguns amigos e camaradas da Guiné. E espero que apareçam mais...Das 10 horas ao meio dia damos "duas voltas ao redondel", enquanto se convive com gente gira, simpática, culta e viajada....O espaço é deslumbrante, e eu estou ainda a descobri-lo (do ponto de vita da fauna, flora, património edificado e história). (**)
Ontem não fui, porque o tempo era de chuviscos... Mas na semana passada, a 21 do corrente, andei lá e tirei as fotos que reproduzo acima... Espero que algum leitor se interesse pelas imagens e possa melhorar a legenda: "o outono do nosso descontentamento" (LG)...
PS - O fantasma do grande colonialista Francisco Mantero (Puerto Real, Cádis, 1853- Lumiar, Lisboa, 1928) e a sua casa assombrada pairam por aqui... Com interesses em São Tomé e Príncipe e depois em Cabinda, Angola, era uma das figuras mais excêntricas e mais ricas de Lisboa, tendo sido sócio fundador da Sociedade de Geografia:
(...) D. Francisco Mantero comprou a Quinta dos Lilases, no Lumiar, e dedicou-se intensamente à restauração e ampliação da casa da mesma. Em 1897 comprou a parte rústica da Quinta das Conchas, que lhe ficava anexa. No centro do grande lago artificial da Quinta das Conchas mandou fazer duas pequenas ilhas arborizadas com palmeiras, que evocam as ilhas de São Tomé e do Príncipe. (...)
Lá encontro também alguns amigos e camaradas da Guiné. E espero que apareçam mais...Das 10 horas ao meio dia damos "duas voltas ao redondel", enquanto se convive com gente gira, simpática, culta e viajada....O espaço é deslumbrante, e eu estou ainda a descobri-lo (do ponto de vita da fauna, flora, património edificado e história). (**)
Ontem não fui, porque o tempo era de chuviscos... Mas na semana passada, a 21 do corrente, andei lá e tirei as fotos que reproduzo acima... Espero que algum leitor se interesse pelas imagens e possa melhorar a legenda: "o outono do nosso descontentamento" (LG)...
PS - O fantasma do grande colonialista Francisco Mantero (Puerto Real, Cádis, 1853- Lumiar, Lisboa, 1928) e a sua casa assombrada pairam por aqui... Com interesses em São Tomé e Príncipe e depois em Cabinda, Angola, era uma das figuras mais excêntricas e mais ricas de Lisboa, tendo sido sócio fundador da Sociedade de Geografia:
(...) D. Francisco Mantero comprou a Quinta dos Lilases, no Lumiar, e dedicou-se intensamente à restauração e ampliação da casa da mesma. Em 1897 comprou a parte rústica da Quinta das Conchas, que lhe ficava anexa. No centro do grande lago artificial da Quinta das Conchas mandou fazer duas pequenas ilhas arborizadas com palmeiras, que evocam as ilhas de São Tomé e do Príncipe. (...)
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Notas do editor:
(*) Sobre a tertúlia dos camunheiros da Quinta das Conchas, vd. postes de:
26 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16885: Manuscrito(s) (Luís Graça) (106): Que 2017 seja, para os jovens idosos da Tabanca Grande, um ano de prática do envelhecimento ativo, saudável e produtivo, a exemplo dos meus amigos caminheiros do Parque da Quinta das Conchas, Lumiar, Lisboa
(**) Último poste da série > 5 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17936: Fotos à procura de uma... legenda (95): Algures, no CTIG, 29 de dezembro de 1967: uma guarita improvisada... Quem será este camarada ? Onde é que foi tirada a foto ? .. . Uma imagem carregada de simbolismo: criatividade, desenrascanço, abandono, solidão... (Jorge Araújo)
1 comentário:
Nos meus passeios de 3ª feira de manhã, passo sempre pela "casa assombrada", mas só agora sei pormenores dessa "história"... Os portugueses adoram hist´roiuas de casas assombradas, e não vai mal ao mundo... São tretas, mas a gente gosta de as contar e ouvir...
Aqui vai um excerto de um página do Facebook, "Conta-me histórias, Lisboa":
https://www.facebook.com/contamehistoriaslisboa/posts/663841177077314:0
(...) Palacete Mantero Belard
A História da "Casa Assombrada" da Quinta das Conchas:
A Quinta das Conchas e dos Lilases é uma zona aberta com grandes relvados e área florestada com locais de elevado valor paisagístico. Nasceu da recuperação destas duas quintas do século XVI e localiza-se na freguesia do Lumiar, em Lisboa.
Após ter passado por várias famílias de proprietários acaba esta quinta, também chamada dos Mouros e pertença de D. Maria Juanna da Conceição Alcobia Tavares, por ser adquirida a 22 de Fevereiro de 1899, por Francisco Mantero, importante roceiro em S. Tomé e Príncipe (...).
De seu nome Francisco d'Assis Mantero Belard Júnior, usava cabelo penteado para trás, risca lateral, com bigode e longas patilhas que ligavam à barba, laço preto traçado. Era casado com Maria Amélia Belard, de quem teve 4 filhos.
Viveu em Angola, Moçambique, Timor, foi sócio-fundador da sociedade de Geografia de Lisboa, e entre outras ocupações e cargos, Presidente do Asilo da Infância Desvalida do Lumiar. Associado a Manuel Joaquim Teixeira, fundaram as roças Santa Margarida, Monte Macaco e Maianço, no arquipélago de São Tomé e Príncipe, cerca de 1890. Estas roças, funcionaram durante muitos anos, com a exploração da mão-de-obra e maus tratos, aos nativos, dando azo, a que se tivessem desenvolvido várias questões humanitárias.
Em 1914 faz construir na sua propriedade (onde hoje é a Quinta das Conchas) uma casa senhorial que faz lembrar as velhas mansões coloniais. Tinha longas galerias, mandadas fazer de ferro forjado, mais tarde totalmente revestidos a vidro, com belas salas e paredes pintadas com frescos.
Na parte superior da Quinta, construiu-se uma mansão, composta por 3 pisos, de tectos trabalhados, com três janelas em arco no rés-do-chão, bonita fachada, teve bela escadaria. Possuiu uma torre que segundo os traçados, terá sido muito bonita.
Apesar de casado, Francisco Belard traz de S. Tomé e Príncipe, uma nativa, com quem terá contraído uma relação, de quem tem uma filha. Mais tarde acaba por a mandar prender numa jaula, com dimensões 2 × 1 metros, sabe-se lá por que razões. A infeliz negra terá enlouquecido nesta jaula após dezenas de anos de cativeiro. Diz a lenda que a casa está assombrada pelo fantasma da louca e que nela se guarda um tesouro cheio de relíquias trazidas de África. O casarão antigo está fechado há anos, apresentando risco de eminente ruina, não se conseguindo permanecer no seu interior por mais do que poucos minutos. Certamente em breve será demolido. A casa oferece todo um imaginário fantasmagórico, e quando recebe visitas, as pessoas relatam ouvir gritos e gemidos da negra endoidecida e mesmo os cães que as acompanham (dizem que os animais são muito sensíveis à actividade paranormal) recusam-se a subir para o segundo andar. (...)
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