domingo, 16 de dezembro de 2018

Guiné 61/74 - P19297: Blogpoesia (599): "Esquecidos no mundo", "Escuro de breu..." e "Nevoeiro de Lisboa", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

1. Do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) estes belíssimos poemas, da sua autoria, enviados entre outros, durante a semana, ao nosso blogue, que publicamos com prazer:


Esquecidos no mundo

Não vivemos sozinhos, esquecidos no mundo.
Quando Deus nos criou, o mundo já existia há muito.
Não foi por acaso, mas para uma missão, que nascemos.
Foi inscrita em nós. Só há que segui-la.
Uma voz interior no la dita, a cada passo ou momento.
Estejamos atentos. Não ouçamos o mundo.
Temos a força. Temos a luz.
A vontade depende de nós.
O sabor da vida está no saber viver.
Vivamos unidos. A união esclarece e reforça.
O caminho suaviza. Parece mais curto.
Temos diferenças. Fazemos conjunto.
Cada um tem seu tom.
Deles depende a beleza final.
Um quadro harmónico.
Obra de todos.
Sucesso geral.

Ouvindo JS BACH - AIR ON THE G STRING - WHITWORTH HALL ORGAN - THE UNIVERSITY OF MANCHESTER - JONATHAN SCOTT
Berlim, 9 de Dezembro de 2018
7h58m
JLMG

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Escuro de breu...

Está escuro de breu, a poucos minutos de amanhecer.
O tempo em roda viva vem e vai.
Nos leva na sua órbita.
Espaço sideral.vivos de grandeza.
A caminho da infinita eternidade.
Saboreemos a viagem.
Tiremos dela o proveito do privilégio de ter nascido.
Deixemos gravada a nossa história em traços vivos de grandeza.
Sejamos nós na opulência da humildade.
Entrelacemos nossas forças para que o mundo seja e fique melhor do que estava na hora de nascer.
Saboreemos a abundância da mesa posta pelo nosso Criador.
Alcancemos a felicidade com gestos de paz e de harmonia, no local onde caminhamos.
Não sejamos nunca pesos mortos...

Berlim, 10 de Dezembro de 2018
7h23m
JLMG

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Nevoeiro de Lisboa

Lisboa ensonada acordou sob uma manta espessa de nevoeiro.
Reclinada sobre o Tejo ficou triste por não poder enxergar a distância de além.
Nem os cacilheiros aflitos, tacteando, passo a passo, as lonjuras do rio Tejo,
de Cacilhas para Lisboa.
Nem o Cristo salvador, nem a torre eremita de Belém.
As muralhas do castelo, lá no alto, furibundas, receando a invasão da mouraria.
A Estrela, com seu zimbório naufragado, pedia o sol libertador.
Nem as faíscas irritantes dos faróis conseguem esgaçar tão densa manta de nevoeiro.
Só o sol...

Ouvindo Carlos Paredes
Berlim, 13 de Dezembro de 2018
7h44m
JLMG
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Nota do editor

Último poste da série de 9 de dezembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19269: Blogpoesia (598): "Montanha verde da saudade", "Não sei para onde ir..." e "Nunca é tarde...", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

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