quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Guiné 61/74 - P20142: Controvérsias (136): Não consta que o Amílcar Cabral, o "pai da Pátria", tenha reivindicado a autoria (moral e política) do "atentado terrorista" de 1 de novembro de 1965, em Morocunda, Farim, e muito menos denunciado ou condenado esse ato monstruoso... Pelo contrário, até lhe convinha, para memória futura, que as criancinhas de Farim continuassem a repetir, em coro, estes anos todos, na escola, que esse ato foi obra maquiavélica e tenebrosa dos "colonialistas portugueses"...


República da Guiné > Conacri > c. 1963-1973 > Reunião de responsáveis do PAIGC, membros do Comité Executivo da Luta.  Da esquerda para a direita: (i) Lourenço Gomes, (ii) Honório Chantre, e (iii) Victor Saúde Maria.

 Foto (e legenda): Fundação Mário Soares > Casa Comum > Arquivo Amílcar Cabral > Pasta: 05247.000.074 (adapt por Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, 2018, com a devida vénia...)




Citação:

(1965), Sem Título, CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_35300 (2019-9-10)


Fonte: Casa Comum
Instituição: Fundação Mário Soares
Pasta: 04615.074.082
 Assunto: Seguem os comunicados; Prisões e massacres em Farim e Begene.
Remetente: Lourenço Gomes
Destinatário: Amílcar Cabral
Data: Quarta, 1 de Dezembro de 1965
Observações: Doc. incluído no dossier intitulado Correspondência dactilografada 1963-1965 (de Amílcar Cabral e Aristides Pereira).
Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral
Tipo Documental: Correspondência

 (Reproduzido com a devida vénia...)


1. Um mês depois do "atentado terrorista" em Farim, que causou pelo menos  27 mortos e 70 feridos graves entre a população civil e um ferido grave entre as NT (*),  Amílcar Cabral toma conhecimento das consequências que se abatem sobre os suspeitos, aos olhos das autoridades portugueses, através de comunicado assinado por Lourenço Gomes, membro do Comité Executivo da Luta.

Não há qualquer referência ao "atentado terrorista" de Farim, do dia 1 de novembro de 1965.  Muito menos o PAIGC reivindica a sua autoria, moral ou material. Terá tido pudor ou vergonha o dirigente do PAIGC que proclamava, "urbi et oribi", que não lutava contra o povo português mas contra o colonialismo do Estado Novo, leia-se Salazar e depois Caetano.

Afinal, as vítimas não foram as odiosas tropas colonialistas (que estavam a dormir na caserna), mas sim as crianças e as mulheres de Farim, Nema e Morocunda, mandingas,  que se divertiam nessa noite,  à volta da fogueira... Mas também não condenou o atentado , "o pai da Pátria", cuja estatura moral e intelectual era, ou foi , ou ainda é, reconhecida internacionalmente como um dos "gigantes! de África, a par do Nelson Mandela... Que nós saibamos, Amílcar Cabral (ou o  PAIGC) nunca denunciou, ou rejeitou ou condenou este "atentado terrorista"...

Em todo o caso, no lastro da memória do povo de Farim ou entre os mandingas convinha ficar, pelo menos para alguns espíritos ingénuos,  a suspeita de que este atentado fora coisa dos "colonialistas portugueses"... e assim se falsifica a história...

Faço, desde já,  a minha confissão de interesses: sempre considerei  tenebrosa a atuação da PIDE, na metrópole e nas colónias; considero que alguns militares portugueses, nossos camaradas, foram também tenebrosos, mas defendo aqui a honra da maior parte dos jovens da minha geração, que fizeram a guerra (e a paz) na Guiné, e que nunca poderiam aceitar e pactuar com métodos de "terrorismo puro e duro" e de "tribalismo"como aconteceu em Farim, em Morocunda, no dia 1 de novembro de 1965, numa festa mandinga, nem com as prisões em massa, os interrogatórios e os linchamentos (ou execuções sumárias) que se seguiram....

 Tenho pena que o exército português, que eu servi, nada tenha acrescentado de novo, até hoje, mais de 50 anos depois, sobre a "verdade dos factos"... Nenhuma das versões que até hoje li me convencem, a começar pela "tosca" versão do comando do BART 733 (, não confundir o "comando" do batalhão com os camaradas do batalhão)...

No comunicado  do PAIGC fala-se em "prisões e massacres" em Bigene e em Farim, mas não no "engenho explosivo" que esteve na origem da tragédia de 1 de novembro de 1965, O comunicado é datado de 1 de dezembro de 1965, Samine, Senegal (, onde havia uma delegação do PAIGC mas onde os guerrilheiros de Amílcat Cabral não podiam, teoricamente, andar armados.).

Lourenço Gomes, conhecido como "ti Lourenço",  faz-se eco de "informações recebidas de refugiados vindos nos últimos dias de Bigene", entre os quais se contam o chefe dos CTT daquela localidade, Domingos Évora, tio de um militante do PAIGC, Jorge Évora,  que "fugiu para também não ser preso, nos fins de novembro" (sic)...

Recorde-se que na lista dos 64 detidos em Farim, logo a seguir ao atentado de 1 de novembro, há dois indivíduos de apelido Évora: Pedro António Évora, pescador; e Benjamim Pedro Évora, empregado dos CTT de Farim (*).

O comunicado do PAIGC faz referência  a 38 prisões efetuadas em Bigene, entre as quais a do próprio chefe de posto, o cabo-verdiano Henrique de Pina Pereira (, que teria sido morto).

Referindo-se a Farim, Lourenço Gomes, então radicado no Senegal, em Samine, dá conta do seguinte:

(i) "mataram o Paulo Cabral e o filho mais velho" (, o Paulo Cabral teria sido detido, logo em 28 de outubro de 1965, com a sua canoa e um carregamento de coconote; era acusado de ter transportado as duas  granadas (!),  que vieram expressamente de Conacri (!), e que terão servido para montar o engenho explosivo que o soldado milícia, mandinga, Issufe Mané, um pobre diabo,  alegadamente subornado pelo Júlio Lopes Pereira com um fortuna - 14 contos em pesos da Guiné, cerca de cinco mil euros hoje (!), que ele não teve tempo de receber nem de gozar (!) - terá lançado para a fogueira do batuque, para logo no dia seguinte "pôr a boca no trombone" e denunciar  toda a gente (ou quase toda a gente) de Farim e, depois, arrepender-se  dese a"ato tresloucado",  para o resto da vida, e chorar baba e ranho pelas vítimas inocentes, os  seus filhos e  irmãos mandingas de Farim  (*);

(ii) há também referência à prisão do chefe da alfândega de Farim, "um patrício cabo-verdiano de nome Nelson" [, trata-se de Nelson Lima Miranda, antigo estudante da Casa do Império, em Lisboa, que não vem na lista que já publicamos anteriormente] (*);

(iii) é referido também ter sido preso "o encarregado da Ultramarina, Augusto Pereira", outro  nome que não vem na lista do BART 733 (*) [, ou pode tratar.se de confusão de nomes: Júlio Lopes Pereira, ou só Júlio Pereira,  que era o gerente da Casa Ultramarina];

(iv). além de "irmãos do Marcelo, um irmão do Duarte e muitos outros de que se desconhece o destino dado" [, presumindo que o Marcelo e o Duarte fossem militantes do PAIGC,  conhecidos tanto do Lourenço Gomes como do Amílcar Cabral, e muito provavelmente também cabo-verdianos: Marcelo, quê ?, Marcelo Ramos de Almeida ? Duarte, quê ? Abílio Duarte ?]

(v) apontamento subtil mas interessante: "Entre os presos figuram também muitos que com eles colaboravam". [, Lourenço não diz: "que connosco colaboravam"...]. Será que os "patriotas" de Farim agiram sozinho, por sua conta e risco ? Ou o PAIGC quis sacudir a água do capote, face aos resultados (desastrosos) do "atentado terrorista"  que devia passar, aos olhos da população local, como um "bombardeamento colonialista" ?

 O comunicado também omite o nome dos principais comerciantes de Farim, presos na altura, bem como o do Júlio [Lopes] Pereira, o gerente da casa Ultramarina, acusado pela tropa e pela PIDE de ser o "autor moral" do atentado, tendo recebido instruções de Nélson Lima Miranda em ligação com os dirigentes do PAIGC em Conacri ( a "crer" na versão das autoridades militares portuguesas e da PIDE de Farim). Foi morto na prisão por esses dias. Era uma figura conceituada na Guiné, genro de Benjamim Correia.

2. Enfim, estes documentos, "do outro lado do combate",  como diz o nosso coeditor Jorge Araújo, valem o que valem... Mas compete-nos, a nós, antigos combatentes de um dos lados da barricada,  saber "lê-los e relê-los"... 

A nós, para quem a guerra nunca acabou, nem acaba... mesmo que os outros nos considerem "doidos varridos, que  nunca mais se libertam da memória da merda da guerra" (sic)...  Há quinze anos que eu, pessoalmente, oiço isto, de amigos e familiares e até de camaradas de armas...

Em boa verdade, a quem é que interessa a "verdade" e o "rigor factual"  sobre o que aconteceu em Farim, no bairro de Morocunda, na noite de 1 de novembro de 1965 ?..

Na minha desencantada opinião, interessa a muito pouca gente dos vivos, a avaliar de resto pelos escassos comentários que têm sido feitos a estas "controvérsias" do passado (**)...

Matenhas, boa noite!..
LG
________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 7 de setembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20130: Controvérsias (133): Os trágicos acontecimentos de Morocunda, Farim, de 1 de novembro de 1965, um brutal ato de terrorismo, cuja responsabilidade material e moral nunca foi apurada por entidade independente: causou sobretudo vítímas civis, que estavam num batuque: 27 mortos e 70 feridos graves

9 comentários:

Manuel Luís Lomba disse...

O Cherno Baldé saberá mais acerca do Lourenço Gomes que qualquer um de nós.
A investigação da autoria moral desse massacre de Farim, com mais vítimas que o famigerado do Pidjiquiti, poderia começar por ele e pela sua personalidade, que se revelou tão dúplice, desde logo por reportar prisões, os efeitos e não as causas. Ignorância e silêncio convenientes...
Na altura, estava retirado no Senegal, por incapacidade, a convalescer de ferimentos em combate em Talicó, Morés, recebidos ou da "Companhia de Binta", do "Capitão do Quadrado" ou da malta do BCav 490, nomadizada em Farim.
Fazendo fé nos testemunhos do representantes do MFA na Descolonização da Guiné, se o PAIGC controlava 2/3 do território desde 1963 e tinha muita gente na 1.ª Região (Bissau), precisou de quase duas semanas para enviar um representante para conversar com eles - o Lourenço Gomes - que, pela suas duplicidades muito lhes complicou a vida. A sorte dos militares que serviram as FA portugueses pode ter sido destinada por ele.
Repare-se que o PAIGC vem assumindo as dores do massacre do Pidjiquiti, (a sua organização não lhe pertence, mas ao MLG), por ter ocorrido num contexto de luta subversiva,enquanto imputa, no seu estilo diáfono, o massacre de Farim, um crime de delito comum, aos colonialistas - que arriscaram um avião Dakota e a sua tripulação numa aterragem nocturna numa pista de terra batida, em salvamento das suas vítimas, o seu povo...
No referido às mentiras históricas ensinadas na escolaridade formal, trata-se de tolice dos seus governos. As crianças deixarão rapidamente de o ser e a globalização ensiná-las-á que a realidade física, orgânica e institucional da "sua" Guiné-Bissau é uma criação e construção secular, de Nuno Tristão, Honório Barreto, Sarmento Rodrigues, Melo e Alvim (que, ao corrente da sua campanha subversiva, convocou Amílcar Cabral, não para o meter na prisão, mas para o aconselhar a viver o seu tempo, mas sem se "armar em mau-mau"), e também do próprio António Spínola, que lançou os fundamentos d suaa vivência pluralista, em harmonia harmoniosa - que os seus políticos tentam ostracizar.
E entenderão rapidamente que Coutinho e Lima, ao decidir abandonar Guileje acelerou mais a independência política da Guiné que o PAIGC com a sua declaração na inóspita e abandonada Valudeleide, no seu Boé oriental.
E que os ex-combatentes da Guerra da Guiné jamais deixaram de amar o seu Povo!
Ab.
Manuel Luís Lomba

antonio graça de abreu disse...

É isto mesmo, a nossa História tão mal com mal contada...
Coutinho e Lima ainda não percebeu, ao fim destes anos todos, que o seu abandono de Guileje teve muito mais importância política do que retrato de um pseudo descalabro militar.
Abraço,

António Graça de Abreu

Valdemar Silva disse...

Coitado do Nuno Tristão 'explorador e mercador de escravos nas costas africanas', que foi o primeiro europeu a chegar ao actual território da Guiné-Bissau e por lá foi morto numa desavença com a compra de escravos.
Quem diria, passados mais de 500 anos por aquele mesmo lugar, por lá morreriam alguns milhares de portugueses e guineenses 'pela criação e construção secular' da Guiné-Bissau.

Como diria o Augusto: há coisas do caraças.

Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Terrorismo ? Lembremos hoje as vítimas (c. 3 mil) do 11 de setembro de 2001. Foi há 18 anos. 3ª terça-feira, estava em casa, quando liguei a TV e assisti em direto... Fiquei mudo!... LG

Manuel Luís Lomba disse...

O nosso antepassado e cavaleiro Nuno Tristão nem tinha nada de coitado nem será apagado da história da Guiné-Bissau.
Valdemar, olha que ele foi o primeiro ocidental a pôr os pés na Guiné, a nossa primeira baixa em combate, e foi a sua tripulação (Antão Gonçalves) que, na sua rota, "inventou" o mulato e a mulata - viva a "igualdade do género"- tema muito mais prosaico que o negócio da escravatura. Não foi invenção dos nossos navegadores. Antes deles, os escravos do sul do Saará vinham em caravanas,comercializados por árabes e mouros, no Cairo, em Veneza, etc. Os nossos antepassados limitaram-se a disputá-lo e a globalizá-lo pelo transporte marítimo, centrando-o em Lisboa e criando os seus mercados nas Américas. E com tanto sucesso, que até os inefáveis suecos o tentaram usurpar, levando o rei de Bissau a exigir ao seu homólogo de Lisboa, D. José (e o Marquês a) construção da Fortaleza da Amura, para lhe obstar.
Ab
Manuel Luís Lomba

Antº Rosinha disse...

Quer-se dizer que em Farim, as autoridades (PIDE e Militares), resolveram prender e atribuir as culpas do massacre, àqueles que no fundo eram os principais representantes do domínio colonial português naquela região.

As «forças vivas» da região.

Foi dessa massa que sairam os principais dirigentes do PAIGC, do MPLA e FRELIMO.

Já durante 500 anos tinham ajudado Portugal a constituir o império colonial.

Quem ia da Metrópole apenas se limitava a apoiar e a seguir a sua experiência.

Esses portugueses eram o que alguns deles e uns tantos anti-colonialistas querem negar que foram o que se alcunhou de "luso-tropicalismo".

Só que nos últimos 13 dos 500 anos deixaram-nos à nora, ao ponto de até neste caso
de Farim não sabermos o que se passou concretamente.

Muitos que ficaram do lado do «colon», principalmente em Angola, foram muito decisivos no desenrolar da guerra que ajudaram a deixar os diversos movimentos angolanos à nora.

Acontece que na Guiné...parece que baralharam tudo, até eles próprios se baralharam.

Luís Graça, é pena não teres nenhum feed-back...autorizado, desse tempo, nem da fundação Mário Soares sobre o assunto.

Não é que ninguem te escute!





Valdemar Silva disse...

Luis Lomba
Este coitado do Nuno Tristão é no sentido de ter tido azar.
Nós aprendemos….e tal civilizadores e a fé… e tal ...o Infante D. Henrique.
Não aprendemos, como uma virtude, o Infante D. Henrique ser sobretudo um comerciante de visão global e negociava escravos, aliás recebia um quinto dos escravos chegados de África aos portos de Lagos e Lisboa.
A propósito, em 1619, faz agora 400 anos a chegada dos primeiros escravos negros a Point Comfort, na Virgínia, trazidos de Angola por um corsário inglês e, também, o ataque ao navio negreiro português 'S. João Baptista' com 300 escravos negros para a colónia espanhola de Vera Cruz, por um navio de corsários inglês com bandeira holandesa.

Pois, já havia escravatura desde o tempo da pedra lascada.
Ab.
Valdemar Queiroz

Manuel Luís Lomba disse...

Aos editores, bloguistas e seguidores:
Refiro-me ao meu comentário e venho retratar-me: o Gomes do PAIGC que a malta do MFA tanto detestou, não foi o Lourenço, mas o Juvêncio Gomes. O currículo apresentado pertence a este e não aquele.
Peço desculpa desta septuagenarice, extensiva ao visado, onde ele se encontre - no assento etério ou no quinto dos infernos.
Ab.
Manuel Luís Lomba

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Acho absolutamente ridículo e absurdo que se saia da matéria em análise e se prolonguem considerações acerca dos navegadores, do Infante, similares e quejandos.

Qualquer das duas hipóteses: a da PIDE e a do PAIGC (MLG) são verosímeis.
relembro que em Ganturé ocorreu em 1967(?) um atentado decalcado deste e creio que a PIDE não estaria presente.

O máximo que podemos dizer é que tudo é suspeito, pelos resultados do atentado (conseguidos ou não), pela actuação do terrorista(?) e pelas investigações realizadas(?) em 24 horas e seus resultados. A "Prestigiosa" era eficaz, mas não tento.
Pelo número de presos, sua funções e profissões, grupos étnicos, etc. teremos que admitir que o ambiente em Farim e arredores era mau e que o PAIGC estava(?) muito bem representado, o que, por si só questionaria a presença do Exército naquela localidade. Estaríamos a mais?
Os sobreviventes civis e os militares presentes parece que não foram muito eficazes na conservação da memória, pelos motivos que conhecemos. Julgo que, na altura da descolonização o assunto estava "esquecido", mesmo a nível local, o que hoje só permite complicar a análise do sucedido.
O que dirá o arquivo da PIDE, na Torre do Tombo sobre este assunto?
Deverá ser possível ler os autos e os relatórios do tempo e, certamente que será possível deduzir qualquer coisa, numa análise lógica (entrelinhas) dos factos narrados.

Um Ab. e bom domingo
António J. P. Costa