quinta-feira, 12 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20726: Pequeno dicionário da Tabanca Grande (11): edição, revista e aumentada, Letras R / S /T / U / V / Z


Guiné > Região de Quínara > Empada > CCAÇ 1587 (Cachil, Empada, Bolama e Bissau, 1966/68) > Ualada > Destacamento "Rancho da Ponderosa> O soldado Jorge Patrício, à porta do destacamento. A tabanca terá sido abandonada pela população e o destacamento desativado no segundo semestre de 1968 (, facto a confirmar), na sequência da retração e racionalização do dispositivo no CTIG, no início do "consulado" de Spínola, altura (2º semestre de 1968/ 1º semestre de 1969) em que foram abandonadas outras posições como Ponta do Inglês, Gandembel, Ganturé, Cacoca, Sangonhá, Beli, Madina do Boé, Cheche... (Em 2009, o José Patrício vivia em Viseu, já aposentado da função pública.)

O destacamento deve ter sido construído pela CCAÇ 1423 (RI 15, Tomar), que ocupou o aquartelamento de Empada entre janeiro de 1966 e dezembro do mesmo ano, seguindo depois para o Cachil. [Foi comandada pelo cap inf Artur Pita Alves,cap inf  João Augusto dos Santos Dias de Carvalho, cap cav Eurico António Sacavém da Fonseca, de novo, cap inf João Augusto dos Santos Dias de Carvalho, e de novo,  cap inf Artur Pita Alves. Ostentou como Divisa “Firmes e Constantes”.]

Antes da CCAÇ 1423, estiveram em Empada:


(i) a CCAÇ 616 (RI 1, Amadora), ocupou o aquartelamento entre abril de 1964 e janeiro de 1966, quando acabou a comissão. [Foi comandada pelo nosso grã-tabanqueiro , de Ferrel, Peniche, alf mil Joaquim da Silva Jorge, pelo cap mil inf Francisco do Vale, cap inf José Pedro Mendes Franco do Carmo, de novo pelo alf mil inf Joaquim da Silva Jorge e cap cav Germano Miquelina Cardoso Simões; ostentou como Divisa “Super Omnia”]M

(ii) segui-se a Companhia de Milícias n.º 6, do recrutamento local, quem ocupou o aquartelamento entre Janeiro de 1965 e Dezembro de 1971, até à extinção da força.

Por informação posterior, do nosso amigo e camarada Joaquim Jorge, ficamos a saber que "quem "fundou e construiu a 'Ponderosa' foi a CCAÇ 616 da qual eu era comandante em 17 de Março de 1965." O nome é seguramente influenciado pela popular série televisiva 
Bonanza, que passou na RTP no início dos anos 60, e  que narrava a saga familia da família Cartwright, pai, viúvio, e três  três filhos (de mães diferentes), que vivem no velho Oeste, em Neva, na defesa de seu rancho Ponderosa.

Fonte: Cortesia do CM - Correio da Manhã, edição de 4/10/2009. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Bolama > Nova Sintra > 1972 > Entrada do quartel dos Duros de Nova Sintra, a CART 2711, 1970/72... É possível que este pórtico, "Rancho dos Duros", tenha sido inspirado pelos vizinhos, mais antigos, do "Rancho da Ponderosa", destacamento de Ualada, subsetor de Empada, ao tempo da CCAÇ 1587 (1966/68).

Foto (e legenda): © Herlander Simões (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagen complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. Ultima parte da publicação do Pequeno Dicionário da Tabanca Grande (*), de A a Z, em construção desde 2007, com o contributo de todos os amigos e camaradas da Guiné que se sentam aqui à sombra do nosso simbólico e fraterno poilão. Entradas das letras R/S/U/V/Z. Esperam-se comentários, críticas e sugestões dos nossos leitores.

Letra R


Rabecada - Vd. piçada (calão)

Racal - 
TR 28, um equipamento portátil, de origem sul-africana, podendo ser usado em viaturas ou às costas do operador. Creio que não era usado em aviões, transmitindo em fonia. As frequências poderão ser estas (de 38 a 54,9 Mc/s) e estavam agrupdos e grupos de 4 que comunicavam entre si. 

RAL - Regimento de Artilharia Ligeira


Rancho da Ponderosa - Destacamento construído pela CCAÇ 616 (Empada, 1964/66); localizava-se na tabanca de Ualala 

Rancho Os Duros - Quartel dos Duros de Nova Sintra, a CART 2711, 1970/72

RCacheu - Rio Cacheu

RCorubal - Rio Corubal

RCumbijã - Rio Cumbijã

RDM - Regulamento de Disciplina Militar


Ref - Militar na Reforma

R
eforço - Aumento das medidas de segurança dos nossos aquartelamentos ou da força que as materializava; havia outras formas de reforço: do rancho, de verba ou algumas situações táctica-administrativas em que algumas pequenas unidades poderiam estar.

RELIM - Abreviatura de Relatório Imediato

Reordenamento (REORD) - Aldeia estratégica, construída pelas NT, 
reagrupando uma ou mais tabancas Aldeia estratégica, construída pelas NT, reagrupando uma ou mais tabancas, visando impedir o contacto das populações com o IN e aumentar as suas capacidades de defesa.
Rep - Repartição (do Quartel-General)


REPACAP - Repartição do QG/ComChefe / Assuntos Civis e Acção Psicológica  

Res - Militar na Reserva (ou seja, antes da Reforma)


RFoto - Reconhecimento fotográfico (FAP)

RGeba - Rio Geba

RI - Regimento de Infantaria (ex., RI 2, Abrantes)

RN - Reserva Naval (Marinha)


Rocket - Granada lançadas pelo RGP 2 ou RPG 7 (PAIGC; roquete (Projéctil com um motor de propulsão);as s NT usavam rockets 37 mm disparados por um LGF "improvisado", uma bateira nas LFP da Marinha e pela FAP.

Rôz kuntango (ou simplesmente Kuntango) - Arroz cozinhado (bianda) sem mafe(crioulo)

RPG - Lança-granadas-foguete (PAIGC): havia o RPG2 e o RPG7; e ainda o
 P27 (Pacerovka)

RVIS - Voo de reconhecimento aéreo (FAP)



Letra S


SA-7 - Míssil Sam-7, Strela, de origem russa (PAIGC)

Sabe sabe - Gostoso (crioulo)

Sakalata - Confusão, conflito, chatice (crioulo)

Salgadeira - Urna funerária, caixão (gíria)

SAM - Serviço de Administração Militar, especialidade do Exército

Sancu - Macaco (crioulo)

Sec - Secção; equipa (Um Gr Comb ou pelotão era composto por 3 Sec) (NT)

Setor L1 - Setor 1 da Zona Leste (Bambadinca, Região de Bafatá) (NT)

Sexa - (i) Sua Excelência; mas também (ii) Sexagenário (gíria)


SG - Serviço Geral (FAP)

SGE - Serviço Geral do Exército; oficiais oriundos da classe de sargentos, depois de frequentarem a Escola Central de Sargentos em Águeda

Siga a Marinha - Embora, vamos a isto! (gíria)

Sintex - Pequena embarcação, de fibra, com motor fora de bordo, de 50 cavalos, usado para cambar um rio; parecia uma banheira (NT)

SM - Serviço de Material (vd. Ferrugem)

SNEB - Rocket antipessoal, de calibre 37 mm, que equipava o T-6 e que também era usado pelos paraquedistas e demais tropas (por ex.,  africanas) como LGFog

Sold - Soldado

Sold Arv - Soldado Arvorado

Solmar - Cervejaria de Bissau, do tempo colonial

SPM - Serviço Postal Militar

Srgt - Sargento

STM - Serviço de Transmissões Militares

Strela - Flecha, em russo (стрела); míssil russo terra-ar SAM 7

Suma - Como, igual (crioulo) 


Supintrep - Relatório de informação suplementar (Vd. Perintrep)

Supositório - Granada de obus (gíria) 



 Letra T


T/T - Navio de Transporte de Tropas (v.g., T/T Niassa, T/T Uíge)

T6 - Avião bombardeiro, monomotor; equipado c/ lança-roquetes e metralhadora (NT) 

Tabanca - Aldeia (crioulo); mas também morança, cubata, casa: mas também tertúlia (v.g., Tabanca de Matosinhos



Tabanca da Lapónia - Iglô, no círculo polar ártico, onde quem manda é o o luso-lapão ["sami"...] Joseph Belo, que se refugia aqui para fugir aos furacões de Key West, na Flórida. Na Internet, não tem pouso certo.

Tabanca da Linha (ou A Magnífica Tabanca da Linha) - Tertúlia de ex-combatentes da guerra colonial, que abrange a Grande Lisboa; reune-se em Algés, ultimamente no Restaurante Caravela de Oiro; régulos: Jorge Rosales (1939-2019) e Manuel Resende (desde 2019). 


Tabanca da Maia - Tertúlia de ex-combantentes da guerra colonial, com sede na Maia; régulo: José Casimiro de Carvalho



Tabanca de Matosinhos (,ou Tabanca Pequena) - A mais antiga das nossas tertúlias de convívio de ex-combatentes, amigos da Guiné-Bissau, que se sentam à sombra do poilão da Tabanca Grande; tem sede em Matosinhos; abanca no restaurante Espigueiro [, ex-"Milho Rei"; tem página no Facebook

Tabanca do Centro - Tertúlia de ex-combantentes da guerra colonial, com sede em Monte Real, Leiria; edita a revista "on line" Karas, diretor: Miguel Pessoa; régulo: Joaquim Mexia Alves;



Tabanca dos Melros - Tertúlia de ex-combatentes,  com sede em Fânzeres, Gondomar; abanca no restaurante Choupal dos Melros; tem blogue e página no Facebook

Tabanca Grande – A mãe de todas as tabancas ou tertúlias de antigos combatentes da Guiné que se foram criando ao longo dos anos (desde 2004); tem este blogue e também página no Facebook (v.g., Tabanca de Matosinhos, Tabanca do Centro, Tabanca da Linha, Tabanca dos Melros, Tabanca da Maia, Tabanca do Algarve, Tabanca da Lapónia, etc.) 




Tabanca do Centro, Monte Real, Leiria


Tarrafe - Vegetação aquática, típica das zonas ribeirinha 

Taufik Saad - Casa comercial, de origem libanesa, em Bissau

 

Taxy Way - Caminho de rolagem (FAP)

Tchora - Chorar (crioulo)

Tem manga di sabe sabe - Muito gostoso (crioulo)

Ten - Tenente

Ten Cor - Tenente-Coronel

Ten Gen - Tenente General, antigo general de 
3 estrelas [Posto reintroduzido no Exército Português em 1999, em substituição do posto de general de 3 estrelas; é a mais alta patente de oficial general no ativo, já que os postos superiores são apenas funcionais ou honoríficos: por exemplo, chefe do estado maior general].

Tertúlia – Reunião regular de amigos e camaradas (, também sinónimo de Tabanca Grande)

TEVS - Transporte em evacução (FAP)

Tigre de Missirá - Nome de guerra (Alf Mil Beja Santos, Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70; nosso grã-tabanqueiro da primeira hora)

Tigres - Esquadra de Fiat G-91, na BA 12


TN - Território nacional

TO - Teatro de Operações

Toca-toca - Transporte colectivo, privado, nas zonas urbans da Guiné-Bissau (carrinha tipo Hyace, de cores azul e amarela) (crioulo)


Tocar uma punheta aos obuses - 



Guiné > Regoão de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) + CART 2520 (1969/70) > Op Safira Única, 21 de janeiro de 1970, no subsetor do Xime, nas proximidades da Ponta do Inglês


Uma pistola de origem soviética, Tokarev, de 7,62, igual ou parecida à que que foi apreendida ao guerrilheiro Festa Na Lona, na Ponta do Inglês, no decurso da Op Safira Única ... Pelo que me recordo, esta pistola ficou à guarda do alf mil Abel Maria Rodrigues, comandante do 3º Grupo de Combate da CCAÇ 12 (onde eu muitas vezes me integrei, conforme as faltas de pessoal...) , que a tomou como ronco... Não sei se a conseguiu trazer para a Metrópole e legalizá-la... Ao que parece, esta arma teve a sua estreia na Guerra Civil de Espanha, em 1936, nas fileiras do exército republicano, estando distribuída a pilotos e tripulações de tanques, entre outros... (LG). 

Fonte: Kentaur, República Checa (2006) [página já não disponível]

(...) Por volta das 15. 30h, já nas proximidades do objectivo, foram notados indícios de presença humana: trilhos batidos, moringas nas palmeiras para recolha de vinho e um cesto de arroz.

Seguindo um dos trilhos, avistou-se um homem desarmado que seguia em direcção contrárias às NT. Capturado, informou que ia recolher vinho de palma, que a tabanca ficava próxima, que não havia elementos armados e que a maior parte da população estava àquela hora a trabalhar na bolanha.

Feita a aproximação com envolvimento, capturaram-se mais 2 homens, 5 mulheres e 6 crianças. Um dos homens capturados disse chamar-se Festa Na Lona, de etnia Balanta, estar alí a passar férias e pertencer a uma unidade combatente do Gabu. Foi-lhe apreendido uma pistola Tokarev (7,62, m/ 1933) e vários documentos.

Havia 2 tabancas, cada uma com 4-5 casas, afastadas umas das outras cerca de 200 metros. Cada casa era revestida de chapa de bidão e coberta de capim. Para o efeito foram aproveitados os bidões existentes no antigo aquartelamento da Ponta do Inglês que as NT haviam retirarado  em novembro de 1968.

Foram destruídos todos os meios de vida encontrados e incendiadas casas, a excepção das que ficaram armadilhadas. Os 2 Dest executaram toda a acção sem disparar um único tiro. A  retirada fez-se igualmente a corta-mato em direcção de Gundagué Beafada, tendo-se chegado ao Xime pelas 18.30h. Durante a noite, a Artilharia fez fogo de concentração sobre os acampamentos IN do Baio/Buruntoni e Ponta Varela/Poindon. (...)

Fonte: Extractos de: História da CCAÇ. 12: Guiné 1969/71. Bambadinca: Companhia de Caçadores 12. 1971. Capítulo II. 24-26.


Tokarev - Pistola de calibre 7,62 mm, de origem soviética (PAIGC)

TPF - Transmissões Por Fios

Trms - Transmissões

Tropa-macaca - Por oposição a tropa especial (páras, comandos, fuzos) (termo depreciativo, gíria); infantes

TSF - Transmissões Sem Fios

Tuga - Português, branco, colonialista (termo na altura depreciativo) (crioulo)

Turpeça - Banquinho, de três pés, onde se sentam em exclusivo os régulos felupes (crioulo)

Turra - Terrorista, guerrilheiro, combatente do PAIGC (termo na altura depreciativo)



Letra U

Ultramarina - Sociedade Comercial Ultramarina, ligada ao grupo BNU; rival da Casa Gouveia, do grupo CUF

Uma larga e dois estreitos - Galões de tenente-coronel

UXO - Unexploded (Explosive) Ordenance (em inglês); Engenhos Explosivos Não Explodidos (em português)



Letra V

Vè-Cê-Vê  (ou VCC) - Velhinho Como o C... Militar que ultrapassou o tempo legal da comissão de serviço no CTIG (21/22 meses) (calão)

 
Velhice - Militares em fim de comissão (gíria)

Vietname - Guiné, para lá de Bissau; mato ('versus'... "guerra do ar condicionado")




Letra Z 

ZA - Zona de Acção

Zebro - Barco de borracha com motor fora de borda, usado pelos fuzileiros

ZI - Zona de Intervenção (do Com-Chefe)

ZLIFA - Zona Livre de Intervenção da Força Aérea

____________


31 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20516: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (8): edição, revista e aumentada, Letras I, J, K e L

28 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20506: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (7): edição, revista e aumentada, Letras F, G e H

3 de dezembro 2019 > Guiné 61/74 - P20411: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (6): edição, revista e aumentada, Letras D/E

18 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20255: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (5): edição, revista e aumentada, Letra C

14 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20240: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (4): 2ª edição, revista e aumentada, Letras M, de Maçarico, P de Periquito e C de Checa... Qual a origem destas designações para "novato, inexperiente, militar que acaba de chegar ao teatro de operações" ?

13 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20237: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (3): 2ª edição, revista e aumentada, Letra B

13 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20235: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (2): 2ª edição, revista e aumentada, Letra A

30 de dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2389: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (6): Racal (José Martins)

29 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2388: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (5): Periquito (Joaquim Almeida)

26 de junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1887: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (3)... (Zé Teixeira)


24 de junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1874: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (2)... (António Pinto / Joaquim Mexia Alves)

23 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1872: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (1)...(Luís Graça)

11 comentários:

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Rabecada - É uma expressão "universal" Vd. piçada (gíria; calão)

Racal - Se bem entendo é o TR - 28. É um equipamento portátil, de origem sul-africana, podendo ser usado em viaturas ou às cotas do operador. Creio que não era usado em aviões, transmitindo em fonia. As frequências poderão ser estas (de 38 a 54,9 Mc/s) e estavam agrupdos e grupos de 4 que comunicavam entre si.

RCacheu - Rio Cacheu
Esta era uma forma de representarmos qualquer rio e não especificamente os indicados.

Reforço - Aumento das medidas de segurança dos nossos aquartelamentos ou da força que as materializava; Havia outras formas de reforço: do racho, de verba ou algumas situações táctica-administrativas em que algumas pequenas unidades poderiam estar.

Reordenamento (REORD) - Aldeia estratégica, construída pelas NT, reagrupando uma ou mais tabancas, visando aumentar as suas capacidades de defesa.



REPACAP - Repartição do QG/ComChefe / Assuntos Civis e Acção Psicológica

RI - Regimento de Infantaria

RN - Reserva Naval (Marinha)

Rocket - Granada lançadas pelo RGP 2 ou RPG 7 (PAIGC; roquete (Projéctil com um motor de propulsão. As NT usavam rockets 37 mm disparados por um LGF "improvisado", uma bateira nas LFP da Marinha e pela FAP.


RPG - Lança-granadas-foguete (PAIGC): havia o RPG2, o RPG7 e P27 (pacerovka)

Um ab.
António J. P. Costa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado, Tó Zé.. E não saias de casa... Estamos tramados, o risco de morrer hojhe, com a infeção do novo coronavírus COVID-19, na nossa faixa etária, é maior do que na Guiné, há 50 anos... O meu filho, que é médico no IPO, proibiu-me de sair de casa... E já me deu uma "rabecada" por ido ao Hipermercado... tentar compra álcool etílico... Acho que a "nossa" malta está a "subestimar" esta pandemia... Chicoração. Luís

Valdemar Silva disse...

Sancu - macaco de cor castanho-amarelado de pequeno porte e cauda comprida sempre visto nas árvores.
Também lhe chamavam 'macaco sancho'.

Parece que a vitamina D faz bem contra o coronavírus e vai daí, qual quarentena qual
quê, apanhar sol na praia antes que acabe como o papel higiénico nos supermercados.

Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Tens razão, Tó Zé... Rabecada está grafado, há muito, nos nossos dicionários... Mas "piçada" (que nós usávamos muito na tropa...) também já vem grafada... E ainda bem!... No nosso tempo, era impensável os lexicógrafos desceram, lá do Olimpo, para "chafurdarem na merda"... Mas o povo, os falantes, é quem faz a língua, mas não são os senhores doutores... O calão, antes do 25 de abril, não tinha direito a sentar-se à mesa dos grandes dicionaristas... A elite zelava pela pureza da língua, como pela moral e os bons costumes... A língua não era de todos... LG
_____________

rabecada | s. f.

ra·be·ca·da
substantivo feminino
1. [Informal] Arcada, toque de rabeca.

2. [Figurado] Repreensão; difamação; maledicência.

3. Censura; descompostura.


"rabecada", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/rabecada [consultado em 12-03-2020].

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Não se arranja uma entrada para a Letra X ? Tinha pensado em "xico", "meter o xico", mas a ortografia correta é "chico", tal como "chicoração"... Enfim, há topónimos, como Xime, Xitole..., mas teria que incluir todos, e são centenas... de Madina do Boé a Ponta do Inglês, de Varela a Cacine, de Buruntuma a Bula... E cada um com a sua história ao longo da guerra...

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas



SAM - Serviço de Administração Militar, Serviço do Exército

Sec - Secção; equipa (Um Gr Comb ou pelotão era composto por 3 Sec) (NT)
A equipa de 5 era utilizada só em algumas companhias da tropa normal e nas de comandos.
Os paraquedistas e fuzileiros também não usavam secções a 9 homens. Encontrei uma companhia com secções a 11 homens onde se incluíam elementos da milícia. Assim, podia sair uma secção para patrulhamentos de curto alcance e a disposição das tropas, por exemplo em apoio a uma coluna.

Setor L1 - Setor 1 da Zona Leste (Bambadinca, Região de Bafatá) (NT)

Sexa - (i) Abreviatura pejorativa de Sua Excelência. Mas também (ii) Sexagenário (gíria)

SGE - Serviço Geral do Exército; oficiais oriundos da classe de sargentos, depois de frequentarem a Escola Central de Sargentos em Águeda. Também existia na FAP com a mesma forma de recrutamento.

Siga a Marinha - Embora, vamos a isto! (gíria). Invenção do Maj. Art.ª Vilares Gaspar.

Sintex - Pequena embarcação, de fibra, com motor fora de borda, de 50 cavalos, usado para cambar um rio; parecia uma banheira (NT).

SMat. - Serviço de Material (vd. Ferrugem)

SNEB - Rocket antipessoal, de calibre 37 mm, que equipava o T-6 e que também era usado pelos paraquedistas e demais tropas (por ex., africanas) como LGFog

Sold - Soldado

Sold Arv - Soldado Arvorado

Solmar - Cervejaria de Bissau, do tempo colonial

SPM - Serviço Postal Militar

Sgt - Sargento

STM - Serviço de Transmissões Militares

Strela - Flecha, em russo (стрела); míssil russo terra-ar SAM 7

Suma - Como, igual, parecido com... (crioulo)

SupIntRep - Relatório de informação suplementar (Vd. PerIntRep)

Supositório - Granada de obus (gíria)

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Tabanca - Aldeia (crioulo guineense); A morança era a casa que, em conjunto, constitua a tabanca. Também tertúlia (v.g., Tabanca de Matosinhos)

Tarrafo - Vegetação aquática, típica das zonas ribeirinha

Taufik Saad - Casa comercial, de origem libanesa, em Bissau

Taxy Way - Caminho de rolagem (FAP)

Tchora - Chorar (crioulo)

Tem manga di sabe sabe - Muito gostoso (crioulo)

Ten - Tenente

Ten Cor - Tenente-Coronel

Ten Gen - Tenente General, antigo general de 3 estrelas [Posto reintroduzido no Exército Português em 1999, em substituição do posto de general de 3 estrelas; é a mais alta patente de oficial general no ativo, já que os postos superiores são apenas funcionais ou honoríficos: por exemplo, chefe do estado maior general].

Tertúlia – Reunião regular de amigos e camaradas, combatentes ou não.

TEVS - Transporte em evacução (FAP)

Tigre de Missirá - Nome de guerra (Alf Mil Beja Santos, Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70; nosso grã-tabanqueiro da primeira hora)

Tigres Negros - Esquadra de Fiat G-91, na BA 12

TN - Território nacional

TO - Teatro de Operações

Toca-toca - Transporte colectivo, privado, nas zonas urbans da Guiné-Bissau (carrinha tipo Hyace, de cores azul e amarela) (crioulo). Julgo que não havia no "nosso tempo".

Tocar uma punheta aos obuses - Limpeza do tubo após a realização de fogo. Sempre que possível feita com detergente e com água quente.

Um Ab.
António J. P. Costa

António J. P. Costa disse...



TMS - Transmissões

Tropa-macaca - Por oposição a tropa especial (páras, comandos, fuzos) (termo depreciativo, gíria); infantes

Tuga - Português, branco, colonialista (termo, na altura e ainda hoje, depreciativo) (PAIGC)

Turra - Terrorista, guerrilheiro, combatente do PAIGC (termo na altura depreciativo)


Letra U


UXO - Unexploded (Explosive) Ordenance (em inglês); Engenhos Explosivos Não Detonados (em português). Há outras siglas e acrónimos usadas por exércitos estrangeiros que não se justificam, julgo eu. Por mim, nunca usei esta, bem com a EOD e IOD...

Um Ab.
António J. P. Costa

Valdemar Silva disse...

Afinal, o que é um OBUS ?
Há dias, no concurso JOKER, da RTP1, apareceu a seguinte pergunta: o que é um Obus ?
Havia quatro possibilidades de resposta sendo uma delas e a que era considerada correcta 'UM MORTEIRO DE TUBO COMPRIDO'.
Não há dúvidas, no Dicionário da Porto Editora aparece como sendo 'PEÇA DE ARTILHARIA SEMELHANTE A UM MORTEIRO DE TUBO COMPRIDO' e também ser 'O PROJECTIL EXPLOSIVO LANÇADO PELO OBUS'
Não me recordo se o concorrente acertou ou não na resposta, mas lembro-me de ter aparecido na imagem um Morteiro 120mm em posição de fogo como sendo um Obus.
Entre nós, também havia confusão entre o 10,5 ou o 14 e a respectiva granada, mas nunca se chamou Obus ao Morteiro 120 por se tratar de uma Arma Pesada de Infantaria.

Valdemar Queiroz

António J. P. Costa disse...

Olá Camarada

Antes de mais um esclarecimento:
Um obus é uma boca de fogo com uma relação comprimento do tubo sobre calibre inferior a 30.
No nosso tempo era regulamentar que o calibre das bocas de fogo era indicado em cm. Por isso, houve obuses 7,5 (de montanha), 8,8, 10,5 e 14. Peças só havia uma: 11,4.
Hoje com a mixórdia com os americanos estamos quase a expressar os calibres em milímetros.
No século XVIII era diferente. A relação comprimento do tubo não era considerada. Por isso, encontramos obuses como armas de largo calibre, mas curto comprimento e ângulos de projecção máximo de cerca de 10ª. Na Cidadela de Cascais havia dois que julgo que estão no RAA 1 (Queluz).
Os morteiros e os Can S/R, armas de Infantaria tinham o calibre expresso em mm.
O obus não é o que voa, é o que atira para o ar o que voa...

Esqueci-me de dizer que havia também em certos sectores ZLIA (Zona de Livre Intervenção da Artilharia. Por vezes recebíamos documentos determinando alguns "batimentos de zona" para dentro da ZLIA. Claro que podíamos "bater zona" para aqueles sítios de que suspeitávamos que seria onde o "insidioso e ardiloso" se estaria a instalar. Os resultados eram modestos, mas não tínhamos outro método.

Um Ab. e bom FdS
António J. P. Costa

PS: Ponham-se de quarentona (os que puderem) ku korna virus anda aí!

Valdemar Silva disse...

Caro P. Costa
É exatamente assim. Os tipos do Concurso são nabos e não sabem diferenciar um Morteiro de Infantaria, com uma Peça de Artilharia.
Pois, parece qu'este corona (ainda se fosse loira e fresca)quer ser um obus e por a rapaziada a voar prós anjinhos. Temos que ficar resguardados nos abrigos a aguentar o ataque da coronada, até o gajo deixar de chatear.

Ab. e saúde da boa.
Valdemar Queiroz