terça-feira, 14 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20856: Memórias de um Soldado Maqueiro (Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro da CCS / BCAÇ 2845) (1): Mobilizado para a Guiné, destino: Teixeira Pinto

1. Em mensagem do dia 9 de Abril de 2020, o nosso camarada Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845 (Teixeira Pinto, 1968/70), enviou-nos parte das suas memórias, que esperamos tenham seguimento.

Boa Noite Carlos Vinhal,

Olá Tabanca Grande!

Aqui vai mais um trabalho meu para a Tabanca mas, se achares que não não tem interesse então mete-o na gaveta.

Aproveitando este tempo de estar em casa para fazer alguns trabalhos e são já vários e não vou parar.
Apelo a todos os Tertulianos para que se cuidem e, não saiam de casa pois esta guerra está bem pior de que a que tivemos na Guiné.

Sem mais de momento,

Abraços para os Chefes de Tabanca, estendendo-se os mesmos a todos os Tertulianos
Albino Silva

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Depois de fazer a Recruta no RI8 em Braga, fui fazer a Especialidade no Regimento de Serviço de Saúde em Coimbra, seguindo depois para Santa Margarida

1 - MOBILIZADO PARA A GUINÉ

Em 18 de Fevereiro de 1968 fui mobilizado para a Guiné pelo Batalhão de Caçadores N.º 10. Fui Incorporado numa Companhia de Comandos e Serviços. E lá sigo então para Santa Margarida onde vou formar Batalhão. Em Santa Margarida estive até 30 de Abril de 1968. Durante esse tempo, chegou então uma Ordem para irmos gozar 10 dias de Licença antes de embarcarmos para a Guiné.

Aproveitados que foram esses 10 dias para estar junto da família e, fazer uns trabalhitos com o fim de angariar alguns escudos porque me iam fazer falta depois na Guiné.

Nestes dias de licença apenas disse a alguns amigos que ia para a Guiné muito embora a família desconfiasse porque até ali nunca tinha tido nenhuma licença e apenas cinco fins de semana na totalidade.

No último dia por insistência da família lá disse que ia para a Guiné que a todos deixei de lágrimas nos olhos e eu também pois ia para a guerra.

No quartel em Santa Margarida, preparávamos tudo para a partida para Lisboa. O Batalhão 2845 estava praticamente formado. Era constituído pelas Companhias: CCS, à qual pertencia; 2366; 2367 e 2368.

30 de Abril, eram 23 horas quando abandonamos o Quartel e em marcha seguimos para o apeadeiro dos Caminhos de Ferro e à meia-noite entramos no comboio que deixou aquele apeadeiro há uma hora da noite com destino a Lisboa onde chegamos às 7 da manhã. Ao cais Marítimo de Alcântara era já 1 de Maio, uma quarta-feira.

Pelas 9h00 tivemos uma formatura e após cerca de 10 minutos de incentivo por um alto Oficial, deixamos a formatura, cercados pelas Senhoras e Meninas do Movimento Nacional Feminino que a todos iam distribuindo uns maços de cigarros, lâminas e aerogramas.

Eram 10h00 quando começamos a embarcar no Navio Niassa.

Juntaram-se a nós no mesmo barco, um outro Batalhão com o mesmo destino, Guiné. Chegou o momento mais difícil que era a partida, eram 11h30 e pouco depois o Niassa deixava o Cais ao mesmo tempo que familiares, amigos e muita gente gritavam e acenavam com lenços brancos que, a todos nós nos comoviam. Eu não saí do porão onde tinha a minha bagagem e cama, para não assistir aquele momento tão triste.

Era meio-dia e o navio apitava já em direção ao Oceano e pouco depois deixamos de ver aquela multidão que no Cais de Alcântara se despedia de nós. No navio poucos eram os que tinham vontade de falar, notando-se tristeza em nossos rostos. Com o Niassa navegando logo apareceram enjoados por todos os cantos, não tendo eu mãos a medir para dar assistência, já que nunca enjoei e porque não era a primeira vez que eu navegava.

Uma hora da tarde toca um sino no Niassa, pois era a chamada para o almoço, mas, poucos eram aqueles que se seguravam de pé, e com as senhas deles eu me deslocava ao refeitório para levantar a fruta, que normalmente eram laranjas, para dar aos que iam enjoados.
Foram momentos difíceis por alguns dias.

O Nissa ia sulcando os mares e ao fim de quatro dias já se sentia aquele calor intenso de África, e a correria ao bar era constante, pois eram a cerveja, coca cola e laranjadas para matar a sede. Ao fim cinco dias e meio chegamos à Guiné. O Niassa atracou ao largo de Bissau, era o dia 6 de Maio.
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O Navio TT Niassa atracado em Bissau
Foto: ex-Alf Mil António Sá Fernandes


2 - DESTINO A TEIXEIRA PINTO

Com o Niassa atracado ao largo de Bissau, desembarcaram as companhias operacionais, 2367 e a 2368, enquanto que a Companhia 2366 e a CCS entramos na LDG Alfange, que juntamente com aqueles Fuzileiros começamos a subir rio acima era então 01h00 da noite.

Todos caladinhos mas de certo modo tranquilos, visto que confiávamos naqueles Fuzileiros já com calo daquela guerra. Durante a noite e a viagem o calor era muito e o silêncio era profundo e ninguém pregava olho.

Eram sete horas da manhã do dia 7 de Maio quando finalmente chegamos a Teixeira Pinto.
Tivemos a informação dada por um Furriel que a Companhia 2367 iria seguir de Bissau para Olossato e a 2368 para Bissorã, enquanto que a 2366 iria atuar na zona de Jolmete, 28 dias depois de estar em Teixeira Pinto.

O Aquartelamento em Teixeira Pinto com cerca de 400 metros por aproximadamente 200 de largura, era vedado com arame farpado em todo o redor e ficava a cerca de 600 metros do cais. Em viaturas seguimos para o Quartel onde fomos recebidos pelos militares lá aquartelados que nos iam gozando chamando-nos Periquitos enquanto algumas crianças e adolescentes nos iam atirando uns grãos de mancarra (amendoim) já descascado e assim fomos durante algum tempo os Periquitos, a conviver com a velhice que por lá andava.

Teixeira Pinto
Foto: ex-Alf Mil Cav Francisco Gamelas

Por ordem do Comandante de Companhia, Capitão Queiroz, que nos tinha mandado formar, foram distribuídas Rações de Combate, pois só no dia seguinte iríamos ter refeições quentes. A caserna era um antigo armazém de amendoim de uma casa comercial, com as camas de um lado e de outro onde cada um escolheu a sua mas, como o meu serviço era na Enfermaria seria lá que eu iria ter a minha a minha cama.

Antes de começarmos a fazer serviços dei uma volta ao arame farpado e vi que tinha nove postos de serviço. Do posto 1 (Porta de armas) ao 4, era a Avenida e depois Campo de Futebol e Tabancas, e depois até ao Posto 9 era a Bolanha.

Ao terceiro dia lá começamos a fazer serviços, que eram bastantes, já que eram assegurados pela CCS. guardas ao quartel, reforços, rondas, guardas ao Fortim que ficava ao fundo da Avenida na Rotunda, serviços de guarda à Ponte Alferes Nunes, patrulhas de reconhecimento, depois era a CCS que fornecia Condutores, Sapadores e pessoal do Serviço de Saúde para as Escoltas de reabastecimento de géneros alimentares, água, material de construção e munições.

Comecei meu trabalho na Enfermaria e todos os dias estava de serviço pois ficava sempre na vez de outros camaradas porque gostava daquele serviço ao lado do Médico do Batalhão, Dr. Fernando António Maymone Martins, Alferes, que dava consultas à tropa até às 13h00 e depois ia para o Hospital Civil dar consultas e outros serviços com pequenas cirurgias, aos civis.

O meu serviço diário era logo de manhã tomar apontamentos daqueles que iam às consultas, depois chamar pelos mesmos ao gabinete do médico e ajudar na Enfermaria a atender o pessoal, pois além da tropa, que era muita, também os civis lá iam receber tratamento, e por isso era muito o trabalho para quem estava de serviço. Basta que em média por dia davam-se 300 injeções e havia feridas para serem tratadas , e ainda o pessoal lá internado e uns à espera de evacuação para Bissau.

Era muito o trabalho e ainda a pedido do Furriel Enfermeiro Garrido, fazia a requisição de Material para Bissau, que depois de recebido o ia conferir, mas eu gostava bem do serviço que ia fazendo e assim foi durante 13 meses.

Depois comecei a alinhar com um Pelotão da Companhia de Caçadores 2313 que era comandado pelo Capitão Penim, em saídas para o mato, em escoltas e para a Ação Psicológica, em picagem de estradas com um Pelotão da Companhia 2368 do meu Batalhão e também em operações com este pelotão.

Para substituir o 1.º Cabo Enfermeiro Vitorino da 2368, que havia sido evacuado para Bissau, fui um mês para o destacamento de Caió, regressando depois a Teixeira Pinto à minha Enfermaria para de imediato sair com uma Secção da 2313 para uma Acão Psicológica lá para as Tabancas de Calequisse e Caió.

Sinceramente, gostava de ir fazer esse trabalho porque era minha Especialidade e dar consulta aquele pessoal que em filas tão longas dava para os perder de vista. Por vezes começava a atender a partir das 8h30 e terminava quando mais ninguém estava na fila, que embora tivesse sido grande, não levava muito tempo a atender aquele pessoal já que, quando os primeiros que se queixavam diziam que estavam fracos, e eu como dava uns comprimidos vitaminados que eram um pouco adocicados, e então eles passavam palavra uns aos outros e todos se queixavam do mesmo e, por isso era rápido. Passava mais tempo, sim, quando havia alguns com feridas para tratar. Ao meu lado estava sempre pessoal armado, e até o Alferes ajudava. Da parte da tarde ia fazer atendimento nas Tabancas a pessoas acamadas e doentes sem se poderem levantar.

Era nessas visitas à Tabanca que me ofereciam frangos e laranjas, e até cheguei a levar depois para o Quartel aos 20 Frangos que deles faziam umas churrascadas mas sobravam sempre uns 15 frangos que eu não podia guardar porque ou seriam roubados ou morriam à fome.

Então fora do Quartel havia um libanês, de seu nome Viriato, que tinha uma espécie de Restaurante e era a ele que eu oferecia os frangos pois muitas vezes me oferecia uma refeição desde que começou a frequentar a Enfermaria.

Chegava a noite e então o Alferes escolhia um local para pernoitarmos, e eu não concordando com ele dizia-lhe:
- Meu Alferes, não viu aquele pessoal todo em fila para serem atendidos?... Pois tenho a certeza que muitos dos homens que lá estavam não era doentes e até eram bem possantes, mas estavam lá apenas para espiarem, basta olhar para as Tabancas e ver que eles nos seguiam na direção que levávamos.

Ele, o Alferes ao princípio não estava muito de acordo mas depois percebeu, quando eu lhe disse que tinha estado no norte de Angola quando se deram os massacres [de 1961], e que tinha alguma vivência de África. Disse-lhe ainda que eles nos viram seguir aquela direção e o melhor que devíamos fazer era, no cair da noite, seguir outro itinerário para pernoitarmos e assim foi.

Passamos então a noite entre arbustos e arvoredo, e manhã cedo levantamos sem que tivesse havido qualquer tipo de problema. Seguimos o itinerário que havíamos deixado no dia de trás, e cerca de 2 quilómetros e já perto do rio, encontramos na picada algumas munições e as marcas na terra ainda frescas do calçado que eles usavam.

Aí o Alferes com um bom abraço agradeceu-me por o ter convencido a ter mudado o rumo, e a partir daquele dia sempre que saíam do quartel em serviço eu era requisitado à CCS para sair com eles.

(Continua)
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19 comentários:

Cherno AB disse...

Caros amigos,

Neste momento em Portugal, para além das mil complicações que a pandemia criou na sociedade, ainda vem uma estação de televisão denominada TVI, para não citar o nome, fazer subir a temperatura com umas frases que cairam que nem bomba nas zonas do Norte.

Mas, atentem na frase do autor deste texto e que o nosso Blogue da tabanca grande publicou sem pestanejar, diz assim: " ...os pretos são todos iguais, são uns traidores..."

E eu pergunto: Será isto verdade ? E se não é verdade nem decente fazer generalizações tão absurdas porque razão deixamos passar em branco tão grosseiras demonstrações de racismo e de ignorância ???

Ou só os portuguesesbe brancos têm direito a indignação ???

O Albino Silva, mesmo que não seja do Norte de Portugal, que ponha a mão na consciência e reflicta se tem o direito de escrever o que pensava sobre os pretos há mais de 50 anos atrás.


Cherno Baldé

Anónimo disse...

Eduardo Francisco
15 abril 2020 03h30

Meu caro Cherno! Tens razão, é inadmissível e vergonhoso o comentário do Albino Silva. Enquadrei a CCaç 14 desde o seu início, até Março de 1971. Militares dignos, educados e com os quais criei uma relação de respeito e amizade que ainda hoje perdura. Infelizmente muitos já não fazem parte desta Tabanca terrena. Com eles aprendi coisas que me ajudaram a crescer como homem. Também eu estou indignado com semelhante comentário.

Abraço fraterno.
Eduardo Estrela.

Tabanca Grande Luís Graça disse...


Luís Graça
15abril 2020 06:34

Albino: Vê aqui os comentários que já te fizeram, o Cherno Baldé e o Eduardo Francisco (que foi fur mil da CCAÇ 14, uma companhia africana, de manjacos, que esteve no Bachille...).

Não vale a pena alimentar polémicas... Queres rever o que escreveste ?... "que os negros eram todos iguais, uns traidores"... Era o que tu na altura pensavas..., e era a tua perceção e experiência de Angola... mas dito assim, de manera tão generalisada, hoje provoca reações de repúdio, como as do Cherno e do Eduardo.

Tens de te lembrar que temos guineenses na nossa Tabanca Grande, e que muitos deles estiveran nas nossas fileiras, foram e são nossos camaradas e amigos.. Foi o meu caso, que estive na CCAÇ 12 (fulas)... Podemos dar um jeito ao teu texto, pôr a frase com "aspas", por exemplo...Ou dizer: "era o que eu na altura pensava"...

Um grande abraço, Luís.

Anónimo disse...


Albino Silva
15 abbril 2020 07:46


OK Luís Graça.
Não foi o caso de reflectir ou não, apenas me referi á época.

Peço desculpa a esses dois Camaradas e quero que saibam que adoro as pessoas da Guiné e não é por acaso que em Março de 2018, em conjunto com outro Camarada, levamos para a Guiné um Contentor de 12 metros cheio de material que foi distribuído em diversas regiões.

Luís Anula esse artigo que enviei ou então corrige da melhor forma.

Que esses dois Camaradas saibam que ainda o ano passado encontrei aqui 2 rapazes Guineenses sem trabalho, sem Pão e sem dinheiro, e arranjei para eles colocação num Clube de Futebol, aonde ficaram a ganhar algum dinheiro, mas também alojamento, e coloquei os numa instituição a estudar e ganhar algum.

Por isso é uma prova de que gosto de Guineenses.

Anónimo disse...

Caros amigos,

Obrigado pela compreensao e decisao do autor de eliminar a infeliz frase que, como ele diz, se referia a uma percepçao da época, mas que erradamente escreveu usando o verbo ser no presente do indicative (sao), facto que provocou esta reacçao.

Lamento muito que a minha intervençao tenha sido motivo para a suspensao da sua contribuiçao no Blogue, mas acho que é uma decisao pessoal que, na minha opiniao nao se justifica pois, se nao era sua intençao de falar mal dos "negros", entao a modificaçao da frase ou simples aspas resolviam a situaçao.

As minhas sinceras desculpas a todos os Gra-Tabanqueiros pelo incomodo e por estas trocas de palavras.

Com um abraço amigo,

Cherno Baldé

Carlos Vinhal disse...

Camaradas e amigos
Acho que devo vir dar a cara porque reparei na frase, tão polémica, do Albino e não a corrigi.
Não a corrigi porquê?
Primeiro, porque foi um dito de um jovem, num determinado contexto, que tinha vivido os massacres de Angola de 1961. Hoje, homem maduro, e passados tantos anos, ele não pensará, nem dirá o mesmo.
Segundo, porque alguém que viu nascer a guerra (dita) colonial numa "Província" é encaminhado para outra de "má fama" onde a guerra não era "pera doce". O seu estado de espírito não seria o melhor.
Aceito a reacção do nosso amigo Cherno, acho-a legítima mas ele próprio tem que se remeter à época, afinal não se está a transcrever uma afirmação recente mas de um passado traumático a todos os níveis. Quem vai esquecer a chacina de Angola, em 1961, onde ninguém foi poupado?
Estou mesmo a ver o nosso amigo Albino, um perigoso colonialista de 20 anos, explorando os pretos de Angola até ao tutano. Como castigo, foi guerrear os pretos da Guiné, que ele supunha serem iguais aos de Angola.
Sei que vivemos actualmente no tempo do politicamente correcto onde os brancos têm de assumir o seu racismo latente. Ponto assente, os pretos, esses não são nem nunca foram racistas, nunca mataram e esquartejaram os seus semelhantes e compatriotas. Lembro que a Guiné-Bissau, entre muitos acontecimentos históricos recentes, menos bons, têm a mancha do bárbaro assassinato do seu antigo Presidente Nino Vieira, não esquecendo ainda o assassinato do seu líder histórico, Amílcar Cabral, que nunca ninguém entendeu.
Apesar de tudo podemos afirmar inequivocamente que os pretos não são todos iguais, assim como os brancos.
Carlos Vinhal
Co-editor

Anónimo disse...

Eduardo Francisco
15 abril 2020 10:21

Outro bom dia Luís! A minha CCaç 14 era constituída por mandingas apesar de ter no início um grupo de manjacos e outro de felupes. Todos boa gente e não estivemos no Bachile mas sim em Cuntima. Já vi o texto rectificado e quero aproveitar para solicitar ao Albino Silva que continue a participar no blogue de modo a contribuir para a nossa memória colectiva.

Mantenhas e um abraço.

Eduardo Estrela.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Ó Eduardo, desculpa lá, troquei as companhias...a CCAÇ 14 pela CCAÇ 16...

Vou corrigir, aqui na caixa de comentários... Ou melhor: fica aqui correção, com o pedido de desculpas...

Como é que te estás a aguentar ?... Já agora,vê se tens aí algum material para o blogue que é muito "glutão".

A tua CCAÇ 14 tem só 25 referências no nosso blogue, o mesmo da CCAÇ 16 (que tem 27) mas muito abaixo da CCAÇ 12 (que tem mais de 400)...

Um alfabravo, Luís

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Cherno, o Albino já pediu desculpas e esclareceu... Já corrigimos o texto, a seu pedido e por sugestão minha... Ele vai prosseguir a sua colaboração no blogue...

E como a pandemia de COVID-19 por Bissau ? Creio que, felizmente, não há muitos casos... Mas um que seja já é muito. Tem, apesar de tudo, já 40, estando à frente de todos os PALOP. A pandemia já chegou a quase todos os países docontinente africano, o que é preocupante, apesar da juventude da população: há mais de 15 casos e mais de 400 mortes, o pouco abaixo dos valores de Portugal, que deve passar hoje para os 18 mil casos e as 600 mortes...

Anónimo disse...

Caro amigo Luis Graça,

No pais foi proclamado o estado de emergéncia e na capital vigora um confinamento obrigatorio a partir das 11h00. O numero de casos tem estado a subir nos ultimos dias, neste momento ja foram confirmados 43 casos, dos quais 30 estao em Bissau, 5 em Biombo (na verdade arredores de Bissau) e os restantes em Canchungo. Nesta ultima localidade, Segundo as autoridades sanitarias, a situaçao parece mais preocupante por ser uma zona rural e também, devido ao incumprimento das medidas e das prescriçoes médicas.

Mesmo nao havendo ainda mortes, proporcionalmente é dos paises com maior incidencia do COVID-19 no continente. Isso é preocupante.

Abraços,

Cherno Baldé

albino silva disse...

Obrigado Luís Graça por pores tudo em pratos limpos, ou seja,corrigires o texto que escrevi, pois não era nem é minha intenção falar mal de alguém e muito menos de Gente que bem conheci e continuo a gostar. Falo do Povo da Guiné.
Ao Cherno Baldé e Eduardo Francisco só tenho a pedir desculpa pelo sucedido, pois nunca fui racista nem nunca serei.Peço desculpa pelo facto de terem chamado á atenção e para que eu esteja mais atento aquilo que escrevo e que por vezes erro. Bom, o Albino Silva só tem a 4ª classe e consequentemente não colocar os pontos nos devidos lugares.
Acreditem que vou continuar na Nossa Tabanca com a mesma vontade e com mais coisas para trazer para aqui.
Faço Votos para que esta Pandemia não se alastre na Guiné Bissau. Rezo para que isso não aconteça. Para todos, um Grande Abraço.

Anónimo disse...

Então o artigo nº2 do Albino Silva foi saneado?Só se vê o nº1 e o 3.Se o Albino já pediu desculpas porque não se pode ler?Acho deplorável estas mutilações de escrita
mas tudo bem por aqui se vê a força do...politicamento incorrecto.
JDias

Anónimo disse...

eduardo francisco
quarta,

15/04/2020, 09:23


Bom dia Luís!
Quem é que não comete deslizes? Alegra-me e comove-me o texto do mail que o Albino Silva te dirigiu há pouco, rectificando o lapso cometido. Abraço fraterno para todos. Eduardo Estrela.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Ao nosso leitor (e camarada ?) JDias [J ? de Joaquim, João, Jorge, José...?]:

É um comentário, para todos os efeitos, anónimo... Os camaradas da Guiné são a a cara, não se escondem atrás do bagabaga...

Não sei o que é o "politicamente correto"... Aos editores compete respeitar e fazer as nossas regras editoriais... De vez em quando é bom (re)lembrá-las:


(...) Neste espaço, de informação e de conhecimento, mas também de partilha e de convívio, decidimos pautar o nosso comportamento (bloguístico) de acordo com algumas regras ou valores, sobretudo de natureza ética:

(i) respeito uns pelos outros, pelas vivências, valores, sentimentos, memórias e opiniões uns dos outros (hoje e ontem);

(ii) manifestação serena mas franca dos nossos pontos de vista, mesmo quando discordamos, saudavelmente, uns dos outros (o mesmo é dizer: que evitaremos as picardias, as polémicas acaloradas, os insultos, a insinuação, a maledicência, a violência verbal, a difamação, os juízos de intenção, etc.);

(iii) socialização/partilha da informação e do conhecimento sobre a história da guerra do Ultramar, guerra colonial ou luta de libertação (como cada um preferir);

(iv) carinho e amizade pelo nossos dois povos, o povo guineense e o povo português (sem esquecer o povo cabo-verdiano!);

(v) respeito pelo inimigo de ontem, o PAIGC, por um lado, e as Forças Armadas Portuguesas, por outro;

(vi) recusa da responsabilidade colectiva (dos portugueses, dos guineenses, dos fulas, dos balantas, etc.), mas também recusa da tentação de julgar (e muito menos de criminalizar) os comportamentos dos combatentes, de um lado e de outro;

(vii) não-intromissão, por parte dos portugueses, na vida política interna da actual República da Guiné-Bissau (um jovem país em construção), salvaguardando sempre o direito de opinião de cada um de nós, como seres livres e cidadãos (portugueses, europeus e do mundo);

(viii) respeito acima de tudo pela verdade dos factos;

(ix) liberdade de expressão (entre nós não há dogmas nem tabus); mas também direito ao bom nome;

(x) respeito pela propriedade intelectual, pelos direitos de autor... mas também pela língua (portuguesa) que nos serve de traço de união, a todos nós, lusófonos.

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2011/07/guine-6374-p8588-excitacoes-143.html

Carlos Vinhal disse...

Caro JDias, perdeu uma grande oportunidade de brilhar, ficando mudo e quedo.
Onde está o n.º 3 do Albino, que refere? Se eu ainda não publiquei o n.º 2 porque o Albino disse por escrito para suspender as suas publicações, onde viu o 3?
Ao que escreveu: "Se o Albino já pediu desculpas porque não se pode ler?" - Respondo:
Tenha calma camarada, os editores têm outra(s) vida(s) para além do Blogue, também adoecem, também lhes morrem membros da família, etc, etc, etc.
CEV
Para quem não souber decifar - Carlos Esteves Vinhal - Co-editor
Leça da Palmeira

albino silva disse...

J DIAS.
O Artigo que tinha publicado (MOBILIZAÇÃO) tem duas partes e não 3.
Como eu tinha mandado suspender, a parte dois não foi assim publicada e, depois de reflectir um pouco, pensei que é na Tabanca que devo continuar e por isso não desisto. já que, não sou daqueles que atira a toalha ao chão.
Assim, já disse ao Carlos Vinhal para continuar a Publicar o trabalho que lhe for mandando e,
vai assim ver a parte dois que não viu.

Um Abraço

Anónimo disse...

Camaradas não gostei de tratarem o Albino Silva como analfabeto.Não sei quem é, mas a diferença para quem tem a quarta classe e outros estudos, faz me lembrar a falsa superioridade como antes do 25 de abrril.

o Luis Graça deve estar nervoso e não vejo a razão de se atirar a mim da maneira como o fez.

Não me escondo atraz de nada, chamo-me Jorge dias fagundes, como não gosto do fagundes escrevi apenasJDIAS, qual é o mal?Qual foi a falta que cometi contra o blogue?Se posso dar a minha opinião, porquê dizerem o "teu comentário é importante?
"escreve com liberdade"
Já escrevi com O JDIAS e ninguém me bateu.Pensei que o LUIS era uma pessoa bem humorada como já tive ocasião de o ver em público, não vejo razão para este ataque.

Ainda sei ler e já li a ética sobre a partilha do blogue, embora sem ser professor universitário.

Ao Carlos Vinhal tem razão estar mudo é o melhor, mas pareceu-me ver um artigo do Albino Com o (1) outro com o (3) e como não vi o (2) daí a minha opinião, não sabia
que um simples opinião era motivo para me saltarem em cima desta maneira.

Albino obrigado pela informação, já percebi porque outras pessoas abandonaram o blogue.No fundo já li aqui coisas bem piores do que a minha sem esta guerra toda.

JDIAS





Carlos Vinhal disse...

Caro Jorge Dias
Não sou de alimentar conversas que não levam a lado nenhum mas vim aqui mais uma vez para esclarecer que o que mais me magoou foi a sua insinuação de que teríamos, neste caso, eu, suprimido o artigo n.º2 e publicado o n.º3.
Só há poucas horas recebi luz verde do Albino para continuar com as suas publicações e mesmo agora acabei de publicar o famoso 2.º artigo.
Quanto às "saídas" do Blogue, ainda bem que há quem discorde de nós.
Carlos Vinhal
Coeditor

Anónimo disse...

Estive agora a ler estes 18 comentários, tudo confuso, faz-me lembrar dos meus, quando alguém (maioria ou não), não concorda com o que escrevo.

Não vi nem li os artigos, por isso não posso dizer nada, mas parece-me que felizmente tudo acabou em bem, o que não tem acontecido sempre com aquilo que eu por vezes, em horas que só
Deus sabe, mando para aqui montes de literatura barata, e cai uma morteirada contra mim.

Acredito piamente que o nosso ex-maqueiro, após os trágicos acontecimentos de Fev61 em Angola, de uma barbaridade extrema, com tão pouca idade, tivesse uma ideia dos ditos pretos da UPA e outros, que lhe marcaram para sempre.

Na nossa guerra, a diferença é que não houve massacres de população indefesa.

O Albino com toda a certeza quis referir que, há pretos, brancos, vermelhos, amarelos e mongóis, que são traiçoeiros, nem preciso de referir os nossos casos aqui neste rectângulo à beira mar plantado. Não são todos! Eu não sou.

Eu gosto de África, da Guiné e dos Guineus, desde que não sejam os nossos ex-inimigos.

Parabéns ao JDIAS por ter dado a cara e o nome. Eu também não gosto do 'Virgilio' mas todos me tratam assim, que fazer?
Eu sempre me assinei nestas coisas com apenas o VT. Até o email é vt!

Albino, vamos lá ver essas histórias, não sei como ainda têm isso na memória ou no papel!
Também não tenho muitos casos para contar, mas eu escrevia diariamente cartas para a minha namorada que eram, julgo eu, não cartas só de amor, mas 'diários da minha guerra'.
Foram centenas de cartas com uma média de 6 a 10 folhas para o 'queimódramo' após um incidente de que resultou a inutilização de 99,9% das cartas, de 700 dias de Guiné, mais uns milhares de fotos completamente destruídas.

VT.

Virgilio Teixeira








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