Honório Augusto Brito da Costa (1941-1993): caricatura do livro de fim de curso, 1961/62, da Escola de Regentes Agrícolas de Santarém, hoje Escola Superior Agrária de Santarém.
Nascimento: 29 Ago 1941, Praia, Santiago, Cabo Verde
Companheira: Lina da Silva Soares (de quem teve uma filha, Tatiana Soares Brito da Costa, nascida em 1982)
Óbito: 29 Ago 1993, Praia, Santiago, Cabo Verde com 52 anos de idade. (Terá morrido de AVC.)
Nascimento: 29 Ago 1941, Praia, Santiago, Cabo Verde
Companheira: Lina da Silva Soares (de quem teve uma filha, Tatiana Soares Brito da Costa, nascida em 1982)
Óbito: 29 Ago 1993, Praia, Santiago, Cabo Verde com 52 anos de idade. (Terá morrido de AVC.)
Sepultura: Ago 1993, Praia, Santiago, Cabo Verde
Honório também usou o nome Honoriozinho.
Fonte: Genealogia dos cabo-verdianos com ligações de parentesco a Jorge e Garda Brito, a seus familiares e às famílias dos seus descendentes (com a devida vénia...)
Honório também usou o nome Honoriozinho.
Fonte: Genealogia dos cabo-verdianos com ligações de parentesco a Jorge e Garda Brito, a seus familiares e às famílias dos seus descendentes (com a devida vénia...)
1. Mensagem do nosso leitor e camarada E. Esteves de Oliveira, autor do blogue A Sopa dos Pobres, natural de Angola, antigo alferes miliciano no CTIG, 1963/65:
Date: sexta, 11/09/2020 à(s) 13:07
Subject: O Honório que eu conheci
Recentemente, a passear pelas páginas do vosso / nosso blog, descobri que escreveram sobre o piloto aviador Honório Augusto Brito da Costa. (*)
Foi durante a minha primeira passagem pela estância de férias da Guiné (1963-1965) que conheci o Honório, formidável figura que merecia ser descrita num livro.
(...) Não menos calorosa foi, num outro dia, a saudação que veio do ar, do na altura furril mil pil Honório Brito da Costa. Eram já amigos um do outro, do tempo da Escola de Regentes Agrícolas de Santarém. Um angolano, outro cabo-verdiano. Nas férias, em Lisboa, encontravam-se no Café Palladium, nos Restauradores, ou na Suíça, no Rossio. E tinham por hábito, ir a pé até à Portela de Sacavém, tomar uma bica na varanda do 1.º andar do aeroporto, só para "ver... os aviões".
Quis o destino que se encontrassem na Guiné, na mesma altura... mas sem o Honório saber onde estava o amigo... Até que o descobriu e fez-lhe uma surpresa... Numa manhã, o aquartelamento de São João foi sobrevoado, em voo rasante, por um T6 Harvard, pondo a tropa em sobressalto. Pela rádio, ouviu-se o piloto a pedir para chamar o furriel Inocentes. Finalmente, em contacto via rádio, o Honório em fúria desanca no Inocentes: "Cabrão, cabrão, cabrão! Ando doido à tua procura! Não sabias dizer onde estavas ?"... E deu-lhe um abraço "by air" que se ouviu em toda a Guiné... e em Bissalanca.
Claro que o Honório deve ter levado uma porrada... Mas esta é uma das histórias deliciosas que o Inocentes nos conta, e que eu resumo aqui para os nossos leitores. (...)
Date: sexta, 11/09/2020 à(s) 13:07
Subject: O Honório que eu conheci
Recentemente, a passear pelas páginas do vosso / nosso blog, descobri que escreveram sobre o piloto aviador Honório Augusto Brito da Costa. (*)
Foi durante a minha primeira passagem pela estância de férias da Guiné (1963-1965) que conheci o Honório, formidável figura que merecia ser descrita num livro.
Para a malta rasteira era um santo, o piloto que nunca nos deixava mal, o inimigo temia-o, voava com qualquer tempo se fosse preciso - chegou a levantar voo à noite, contra ordens, para acudir a um aquartelamento cercado e debaixo de fogo cerrado, a simples presença do T-6 foi suficiente para o ataque terminar; os budas de Bissau queriam dar-lhe uma porrada exemplar, o relatório e os empenhos da malta do mato fizeram que a coisa ficasse por uma ensaboadela que lhe atrasou a promoção a sargento-ajudante.
Os oficiais superiores (majores, tenentes coronéis e coronéis) detestavam voar com ele, desistiam da viagem se fosse ele o piloto do avião-correio... Lembro-me de uma vez em que partilhei como passageiro com o ten cor, comandante do batalhão de Buba, um DO-27 pilotado pelo Honório, foi um festival! Descolagem STOL extrema, subida a pique, quebra repentina para o Rio Grande de Buba sobrevoado a uns metros da água, abaixo das copas das árvores, as curvas do rio dadas a rapar, até chegarmos à foz - assim, evitámos ser atingidos pelo eventual fogo antiaéreo do inimigo, explicou o Honório ao petrificado Luizinho das Perguntas, "como o senhor coronel sabe, eles estão por todo o lado...".
São muitas as recordações do Honório como piloto militar, na Guiné e em Angola, onde o vim encontrar mais tarde, muitas vezes, já desmobilizado e a voar aerotáxis e aviões de fumigação.
A notícia da sua morte deixou um buraco enorme no meu acervo de amizades e memórias. (**)
Nota do editor:
(*) Vd. poste de 10 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21344: Notas de leitura (1303): "O Cântico das Costureiras", de Gonçalo Inocentes (Matheos) - Parte II (Luís Graça)
Os oficiais superiores (majores, tenentes coronéis e coronéis) detestavam voar com ele, desistiam da viagem se fosse ele o piloto do avião-correio... Lembro-me de uma vez em que partilhei como passageiro com o ten cor, comandante do batalhão de Buba, um DO-27 pilotado pelo Honório, foi um festival! Descolagem STOL extrema, subida a pique, quebra repentina para o Rio Grande de Buba sobrevoado a uns metros da água, abaixo das copas das árvores, as curvas do rio dadas a rapar, até chegarmos à foz - assim, evitámos ser atingidos pelo eventual fogo antiaéreo do inimigo, explicou o Honório ao petrificado Luizinho das Perguntas, "como o senhor coronel sabe, eles estão por todo o lado...".
Daí até Bissau foi um voo normalíssimo, a altitude de cruzeiro, dava para ver a paisagem, o enorme estuário do Geba e o casario de Bissau, onde aterramos sem percalço pouco depois. O ten cor saiu do avião de fininho, sem uma palavra, direito ao WC mais próximo, o Honório e eu fomos beber uns copos para celebrar mais uma vitória contra a hierarquia...
São muitas as recordações do Honório como piloto militar, na Guiné e em Angola, onde o vim encontrar mais tarde, muitas vezes, já desmobilizado e a voar aerotáxis e aviões de fumigação.
A notícia da sua morte deixou um buraco enorme no meu acervo de amizades e memórias. (**)
2. Comentário do editor LG:
Confirmo, mais uma vez, que o camarada Esteves de Oliveira, antigo alferes miliciano no CTIG, 1963/65, acompanha com maior ou menor regularidade o nosso blogue e já tem feito mais comentários.
E reitero o que já aqui escrevi: é uma pena não estar "formalmente" integrado na nossa Tabanca Grande, o mesmo é dizer, poder estar sentado à sombra do nosso mágico e fraterno poilão... Para mais conheceu a Guiné nos anos de chumbo (1963/65), além dos TO de Angola e Moçambique...
O convite continua de pé: só precisamos das 2 fotos da praxe...
____________Confirmo, mais uma vez, que o camarada Esteves de Oliveira, antigo alferes miliciano no CTIG, 1963/65, acompanha com maior ou menor regularidade o nosso blogue e já tem feito mais comentários.
E reitero o que já aqui escrevi: é uma pena não estar "formalmente" integrado na nossa Tabanca Grande, o mesmo é dizer, poder estar sentado à sombra do nosso mágico e fraterno poilão... Para mais conheceu a Guiné nos anos de chumbo (1963/65), além dos TO de Angola e Moçambique...
O convite continua de pé: só precisamos das 2 fotos da praxe...
(*) Vd. poste de 10 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21344: Notas de leitura (1303): "O Cântico das Costureiras", de Gonçalo Inocentes (Matheos) - Parte II (Luís Graça)
(...) Não menos calorosa foi, num outro dia, a saudação que veio do ar, do na altura furril mil pil Honório Brito da Costa. Eram já amigos um do outro, do tempo da Escola de Regentes Agrícolas de Santarém. Um angolano, outro cabo-verdiano. Nas férias, em Lisboa, encontravam-se no Café Palladium, nos Restauradores, ou na Suíça, no Rossio. E tinham por hábito, ir a pé até à Portela de Sacavém, tomar uma bica na varanda do 1.º andar do aeroporto, só para "ver... os aviões".
Quis o destino que se encontrassem na Guiné, na mesma altura... mas sem o Honório saber onde estava o amigo... Até que o descobriu e fez-lhe uma surpresa... Numa manhã, o aquartelamento de São João foi sobrevoado, em voo rasante, por um T6 Harvard, pondo a tropa em sobressalto. Pela rádio, ouviu-se o piloto a pedir para chamar o furriel Inocentes. Finalmente, em contacto via rádio, o Honório em fúria desanca no Inocentes: "Cabrão, cabrão, cabrão! Ando doido à tua procura! Não sabias dizer onde estavas ?"... E deu-lhe um abraço "by air" que se ouviu em toda a Guiné... e em Bissalanca.
Claro que o Honório deve ter levado uma porrada... Mas esta é uma das histórias deliciosas que o Inocentes nos conta, e que eu resumo aqui para os nossos leitores. (...)
(**) Útimo poste da série > 4 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14218: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (32): Falei ao telefone com o comandante Pombo, amigo de Luís Cabral e de 'Nino' Vieira... e sobretudo um orgulhoso sobrevivente dos Strela (em 1973/74) e da "Operação Atlas", em agosto de 1961 (travessia, com uma esquadra de F-86F “Sabre”, Monte Real-Bissalanca, num total de 3888 km e o tempo de 7h50 sobre o Atlântico) (Luís Graça, com José Cabeleira, cap TMMA ref, Leiria)
1 comentário:
Pelo menos uma vez por semana, me lembro do Honório.
Aqueles indivíduos que vão ao MENTAL SAMURAI, nem sonham que há 5o anos, na Guiné, haviam uma máquina e um operador da mesma que executava os mesmos movimentos "sem rede".
Era o Sargento Honório na sua Dornier.
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