segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Guiné 61/74 - P21483: Memória dos lugares (415): Béli, Madina do Boé, Dandum...Fotos da última viagem ao sector do Boé, em 30 de junho e 1 de julho de 2018 (Patrício Ribeiro)



Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de Boé > 2009 >Béli >  Restos do quartel de Béli, retirado pelas NT em meados de 1968, por ordem expressa de Spínola.

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2009). Todos os direitos reservados.. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Entre 30 de junho e 1 de julho de 2018, o nosso amigo e camarada Patrício Ribeiro, que vive há 4 décadas na Guiné-Bissau, onde é empresário,  fez um  viagem de trabalho  ao setor do Boé,  hoje integrado na Região de Gabu. 

A partir de Bafatá e Gabu, deslocou-se nomeadamente a Béli (onde pernoitou, em 30/6/2018) e a Dandum (passando por Madina do Boé). No regresso, a Bafatá, ficou em Canjadude, onde tinha trabalho.

Já aqui publicámos, no seu devido tempo, as crónicas que nos mandou, acompanhada de belas fotos... Esta é apenas uma das diversas viagens que fez a esta região, "remota e difícil acesso", da Guiné-Bissau. o setor do Boé.

Para a maior parte de nós, antigos combatentes,  é uma região praticamente desconhecida: havia lá poucos quartéis e destacamentos: Canjadude, a norte do Rio Corubal; Madina do Boé, Belí, Cheche, a sul...  Estes três últimos foram entretanto mandados retirar por ordem de Spínola: Béli (meados de 1968), Madina do Boé e Cheche, em 6 de fevereiro de 1969.

Daí termo-nos lembrado de reconstituir e documentar o percurso do Patrício Ribeiro, nesse início da estação das chuvas dw 2018. Publicamos alguns excertos e algumas das fotos, reeditadas e renumeradas (*).

Em 2018,  não havia ainda  sinais, no entanto, da "Montanha Cabral", aqui referida no poste P.21479 (**). 

O memorial ao Domingos Ramos, morto em 1966, é referido no texto, mas não o célebre "marco ali colocado por Amílcar Cabral em 1958 e que mais tarde se torna o local de encontro com os seus homens e onde muita da estratégia militar era definida", e cuja  existência foi aproveitada pela ONGD Afectos com Letras, com sede em Pombal,  para construir,a pedido da população local,  um memorial, "de reconhecimento histórico nas colinas do Boé" (**)

Esse memorial, tudo o indica, ficará nas imediações da Tabanca de Dandum, na colina Dongol Dandum, cota 171, a sul do antigo aquartelamento e da atual tabanca de Madina do Boé  (vd, carta de Madina do Boé, 1958, escala 1/50 mil). É aqui se situaria a tal "Montanha Cabral", de que pouca gente sabia até agora existêcia.

2. A este respeito, o Cherno Baldé, nosso colaborador permanente, mandou-nos o seguinte comentário (**): 

(...) Se a memória não me falha, a tal montanha está situada a meio caminho entre as localidades de Madina e Dandum, do lado direito para quem vai. Lembro-me vagamente de me terem falado dela, mas francamente, o caminho era tão mau e tantos os solavancos que não me apetecia falar de turismo, mesmo se a região, com as suas mil colinas, é simplesmente, a região mais bonita do pais.

Quanto ao marco geodésico de 1958, não acredito que tenha sido o Cabral a colocá-lo lá. Deve ser mais um mito popular a juntar-se a muitos outros. Sabemos que ele desenvolveu um amplo trabalho de recenseamento agrícola e, talvez estudo dos solos, mas não vejo em que isso estaria relacionado com a colocação de marcos geodésicos. 

Curiosamente, já tinha ouvido a mesma coisa sobre um marco do mesmo ano que tinha sido colocado a entrada da m8nha aldeia, no Leste. A verdade é que a esta data, salvo erro, o Cabral devia estar a trabalhar fora da Guiné.(...)  [, 1958,] 


3. A última viagem de Patrício Ribeiro a Beli, Madina do Boé e Dandum (30 de junho e 1 de julho de 2018):

[ Patrício Ribeiro é um português, natural de Águeda, criado e casado em Angola, com família no Huambo, antiga Nova Lisboa, ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, a viver na Guiné-Bissau desde meados dos anos 80 do séc. passado, fundador, sócio-gerente e director técnico da firma Impar, Lda.; tem também uma "ponta, junto ao rio Vouga, Agueda, onde se refugiou agora, fugimdo a pandemia de Covid-19: é o português que melhor conhece a Guiné e os guineenses, o último dos nossos africanistas: tem cerca de uma centena de referências o nosso blogue]


(..) Há poucos dias, fui dar uma volta pela região do Boé. Nos finais de Junho [de 2018], após as primeiras chuvas, como sempre gosto de fazer.

Nesta época podemos encontrar as encostas das colinas todas verdes, como se lá tivessem plantado relva, o terreno muito colorido com as primeiras flores a desabrochar, após a época seca. Com a falta de chuva nos últimos 7 meses, começando as chuvas, a relva cresce 2 a 3 cm por dia ...

Neste mês ainda se pode passar por todos os caminhos e picadas; os rios de água cristalina começam a correr, mas ainda os podemos ultrapassar com as viaturas todo o terreno.

Claro que em alguns locais já temos mais de um palmo de água nas entradas, durante muitas dezenas de metros [,  mas como o solo é todo de pedra, não há o perigo de ficar atolado na lama.

Depois de sair de Bafatá, passamos em Gabú [, antiga Nova Lamego], a caminho de Ché Ché, estrada de terra batida, em muito bom estado até ao rio.

Lá chegamos ao primeiro obstáculo [...], a travessia do rio Corubal. [Foto nº 1], Esperamos pela jangada que estava do outro lado e, depois de algum tempo de espera, lá apareceu ela para nos transportar! Estava a ser puxada à mão por diversos homens, porque o motor estava avariado. (...)


Foto nº 1 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Setor de Boé > 30 de junho de 2018 >  Margem direita do Rio Corubal > Rampa de acesso, do lado da estrad que vem de Gabu e Canjadude... Do outro lado, na margem esquerda, fica(va)  Ché Ché (ou Cheche, como vem grafado no nosso blogue): vê-se a jangada que faz o transporte de viaturas, pessoas e bens.. Mas neste dia, a travessia é feita por jangada, puxada... à corda, por avaria no motor.   

Recorde-se que, em 6 de fevereiro de 1969, neste mesmo local, houve um trágico acidente com a jangada: morreram, afogados, 46 militares e 1 civil, na sequência da retirada do quartel de Madina do Boé (Op Mabecos Bravios).


(...) Ultrapassado o rio [Corubal], lá seguimos por cima da estrada de pedra a caminho de Beli, mais ou menos 40 km, passando por algumas poucas tabancas, que outrora eram bem pequenas, com as casas todas cobertas a palha, mas agora são maiores e com mais casas, quase já não há casas cobertas a palha. Este caminho é muito bonito e difícil.

Ao chegar a Beli, iniciamos o nosso trabalho e procuramos alojamento nas instalações da Chimbo, que tem 9 bangalós para alugar. [Foto nº 2]. São holandeses, da Fundação Chimbo Daribó. Andam a instalar máquinas fotográficas nas árvores, para fotografarem os chimpanzés, muitos, búfalos, alguns e até alguns leões: vd. o sítio na Net,  www.chimbo.org.

Não há Internet, mas na vila há telefone. No resto da região, não. A língua falada corrente é o Fula. Por vezes não é possível uma conversa em Crioulo e Português, língua oficial, só com professores e alguns funcionários. Os jovens entendem um pouco.


Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Setor de Boé > 1 de julho de 2018 > Béli > Bangalós da Fundação Chimbo Daribó, baseadas nas casas tradicionais fulas, circulares, e com telhado de colmo, em forma de cone.


Ao outro dia [, 1 de julho de 2018} seguimos viagem para Dandum, voltamos para trás até tabanca de Cobolo e seguimos em direção a Sate; dali por um caminho a corta mato para Diquel, por onde as viaturas ainda passam. [Fotos nº 3 e 4]



Foto nº 3 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Setor de Boé > 1 de julho de 2018 > Picada para Dandum, q sul de Madina do Boé, ainda transitável



Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de  do Boé > 30 de junho de 2018 > Tabanca de e posto fronteiriço de Dandum, 3km a sul de Madina do Boé.


Passamos por algumas pequenas tabancas perdidas nas colinas do Bolé, mas todas têm escolas. Cruzamos alguns rios que começam rapidamente a aumentar o caudal, com a chuva que está a cair.

Lugares muito bonitos e completamente diferentes do resto da paisagem da Guiné (foto 6). Algumas destas tabancas já existiam. (Ver mapa de 1961 da Província da Guiné, e voltaram a ser implantadas na Carta Geológica da Guiné, do Dr. Paulo Alves, em 2011).

Por aqui começam a aparecer algumas hortas de caju nos vales, assim como algumas pequenas tabancas, porque os terrenos são mais férteis. O que obriga os animais selvagens existentes no Parque Natural do Boé a ter de "arranjar" outros locais … Agora são avistados para os lados de Lugajole, mesmo junto à fronteira com a Guiné-Conacri. (***)

Chegamos até perto de Madina do Boé, mas seguimos o caminho para Dandum, 3 km mais à frente.

Dandum, a tabanca é muito grande com muitas casas, tem posto de fronteira [, Foto nº 4]: alguns funcionários públicos, guardas de fronteira, professores; tem um hospital, tudo e todos perdidos na distância para Bissau... O local é uma planície com terra muito fértil, com muitas árvores de fruto.

Verificamos o trabalho que tínhamos realizado no hospital,  há uns meses, está tudo Ok!


Foto nº 5 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de  do Boé > 1 de julho de 2018 > Tabanca de Madina do Boé. 



Foto nº 6 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de  do Boé > 1 de julho de 2018 >  Madina do Boé > Restos do antigo aquartelamento, retitado em 6 de fevereiro de 1969, ao tempo da CCAÇ 1790, do cap inf José Aparício... Estas ruínas parecem ser a da antiga central elétrica...



Foto nº 7 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de  Boé > 1 de julho de 2018 >  A velhinha fonte da "Colina de Madina do Boé",  construída em 1945, ainda já está, operacional... O painel de azulejos já muito degradado...


No regresso pelos mesmos caminhos, mas paramos em Madina do Boé, para as fotos da praxe. A tabanca de Madina do Boé fica em uma planície fértil, com muitos árvores de fruto e tem alguns morros ao longe (Fotos nºs 5 e 6).

A fonte "Colina de Madina do Boé", construída em 1945, ainda lá está, resistindo à usura do tempo e dos homens (Foto nº 7). Há dibversas fotos no blogue.

 Estivemos junto ao Memorial de Domingos Ramos, local onde foi ferido e provavelmente morto (foto 11). Está aproximadamente a uns 500 metros da fonte de 1945 e do antigo quartel, a poucos metros do caminho para Dandum, na planície. (Foto nº 8).

Na pedrta, não havia nenhuma inscrição. O pessoal que me acompanhava,  do Parque Natural do Boé, sabia deste local, indicaram-me talvez porque passamos perto. Das outras vezes que fui a Madina,  não me indicaram este sitio. Do outro lado da picada, perto a 70 metros, já há algumas casas.  



Foto nº 8 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de  Boé > 1 de julho de 2018 >  Monumento à memória de Domingos Ramos, comandante do PAIGC, morto em 10 de novembro de 1966, ao tempo da CCAÇ 1416.


Regresso a Beli, para assistir ao encontro de Portugal / Uruguai, no clube dos jovens, enquanto a trovoada deixou ver, até que o sinal da parabólica deixou passar. A Net por estas paragem não é uma ciência exacta... é muito complicado. Grande foi a festa, quando Portugal marcou o golo.

Depois regresso de Beli até Candjadude (Foto nº 9) onde passamos o resto do dia a fazer trabalhos, antes da chegada da noite, a Gabú.



Foto nº 12 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sectir de Boé > 1 de julho de 2018 > Caminhos do Boé, com colinas ao fundo, no regresso a Canjadude e a Gabu (antiga Nova Lamego)

Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2018) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 
___________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de;


21 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P18861: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (7): Os meus passeios pelo Boé - Parte I: 30 de junho de 2018: a travessia do Rio Corubal, de jangada, em Ché Ché

(**) Vd. poste de 24 de outubro de 2020 > Guiné 61/74 - P21479: Memória dos lugares (414): Região de Gabu, setor de Boé, Colinas do Boé: Montanha Cabral... Alguém sabe onde fica, exatamente, essa "montanha" (fello, em fula), que faz parte das "lendas e narrativas" do PAIGC ? 

3 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Patrício, se puderes (e souberes) explica à gente que são os atuais habitantes dp Boé: 12 mil é muita gente, 85 tabancas ainda mais... Era uma região sem população, andavam lá os leões, os elefantes, os cjhimpanzés, os búfalos, os macacos-cães... Depois veio da tropa do Amílcar... Os "tugas" cavaram do Boé... Não lhes interssava pata mada a bauxite, de fraca qualidafe...

Depois da indepemndência parece que aquilo se tornpou o Eldorado,,,Quem montou lá a tenda? São fulas do Futa Jaçom, fuidos da miséria da Guimné-Conacri ?--- Ou fulas de outars zonas da Guiné-Bissau... É estranho, não falam p+ortuguês, nem crioulo...

Talvez tenhas mais informação que nós...já lá fostes várias vezes, nestes anos todos...

Abafa-te, avinha-te, abifa-te... e vacina-te que vem aí a gripe sazonal para se juntar à covid-19...

Eu. amnanhã, dou o exemplo, vou à "bacina", como se diz np Norte, estou em idade de risco... Todos os anos "tomo", quer eu dizer, levo...

Cherno Baldé disse...

Caros amigos,

Mais um enigma para desvendar, trata-se do lugar indicado como sendo o local onde o Domingos Ramos teria sido ferido e eventualmente, morto. A primeira vez que me mostraram o local, estranhei por causa da proximidade (menos de 500 mts) do antigo aquartelamento. Se atenderamos o depoimento do Internacional Cubano que estava presente e relatou os acontecimentos na primeira pessoa, torna-se estranho e incompreensível que hoje nos digam que tudo teria acontecido a menos de 500 metros do aquartelamento, o que equivale a dizer que eles estavam a flagelar com canhões sem recuo a uma distância tão curta ?

Na minha opinião o mais provável é que, na impossibilidade de localizar o sitio certo ou então devido a dificuldade de acesso, seja uma localização simbólica e num sitio bem acessível, do lado Sul/Sudeste, bem perto do caminho para Dandum. Mais um caso para dizer que o PAIGC não parece dar muita importância ao legado histórico da sua 'luta de libertação nacional" assim como dos heróis guineenses que deram a sua vida pela causa, deixando que tudo esteja envolto num nevoeiro de mitos, lendas e narrativas populares.

Caro Luís Graça, o facto de parte da população Boenca (de Boé) não falar Português ou Crioulo não é sinónimo de ser estrangeiro, isto mostra o quão a região de Boé está isolada do resto do país, onde durante a época das chuvas (que vai de Junho a Novembro) quase que não há nenhuma comunicação com o exterior, por terra, rio e ar e para pior nem por telefone.

Abraço,

Cherno Baldé

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Caros/as leitores/as:

O meu primeiro comentário, de ontem, às 22h20, está todo gralhado, peço mil e uma desculpas, é uma vergonha, estou a perder qualidades, vou pedir a comparência à junta de verificação de incapacidades permanentes e, quiça, arrumar as botas... Vou arranjar uam "ponta", como o Patrício, e cultivar ostras, lagostins e ameijoas lá na lagoa...

Considerem sem efeito esse infeliz comentário... Para a história, fica este, em versão revista, aumentada e melhorada... LG

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Patrício, se puderes (e souberes) explica là à gente quem são os atuais habitantes do Boé (, os "boencas", na expressão do nosso querido amigo Cherno Baldé: 12 mil, naquele buraco, é muita gente, 85 tabancas ainda mais...

No "nosso tempo", era uma região sem população, andavam lá, à solta, os leões, os elefantes, os chimpanzés, os búfalos, os macacos-cães... Depois veio a tropa fandanga do Amílcar, mais os seus "instrutores" cubanos... ( Eh!, pá, ainda conheci, em março de 2008, na Guiné-Bissau, o Oramas e o Estrada, lídi domos representantes do internacionalismo cubano, discretos, distantes, polidos, compenetrados seu papel histórico em prol do progresso dos povos, mais simpático o diplomata Oramas, mais reservado o guerrilheiro Estrada, que, coitado, estava com um camadão de paludismo em cima do corpinho; penso que já morreu, há uns anos...).

Os "tugas" cavaram do Boé em 1969... Aquela merda não interessava a ninguém, jurava o cor inf Hélio Felgas... E para as eventuais empresas mineiras coloniais, portuguesas ou estrangeiras, não tinha qualquer interesse económico a merda da bauxite do Boé, de fraca qualidade... A abarrotar de bauxite, ao preço da chuva, estava o país vizinho, a Guiné-Conacri, que no tempo do Sékou Touré queria abocanhar a pobre da "guinezinha", como diria a nossa querida Cilinha...

Depois da independência da Guiné-Bissau, parece que aquilo,o Boé, se tornpou o Eldorado, uma espécie de Faroeste, neste caso Farleste,,,

Pergunta-se a quem sabe: quem montou lá tenda? São fulas do Futa Jalom, fugidos da miséria da Guiné-Conacri ?... Ou fulas de outras zonas da Guiné-Bissau, à procura de novas oportunidades de vida e trabalho ?...

É estranho, não falam português, nem crioulo, dizes tu, Patrício, que és um bom e imparcial observador...

Enfim, mano Patrício, "pai dos tugas" (, como ote chamavam em Bissau os nossos meninos e meninas "cooperantes"), talvez tenhas mais informação que nós...já lá fostes por diversas vezes, nestes anos todos...

De resto, só por isso, devias ter direito a comenda para o resto da vida...

Recebe um conselho de amigo: olha que a Guiné é dura, vê o que aconteceu ao nosso comum querido amigo Pepito...Fica de vez na tua "ponta do rio Vouga", a cuidar dos teus eucaliptos e da tua vinha, das nogueiras e dos castanheiros... Eu sei que a Guiné é, para ti, "manga di sabe", ajudou-te a fazer o luto de Angola, mas tens que ter cuidado com a saúde do corpinho e da alma... Um gajo não é eterno"!...

Bom, abafa-te, avinha-te, abifa-te... e vacina-te que vem aí a gripe sazonal para se juntar à maldita Covid-19...

Eu, hoje dei o exemplo, fui à "bacina", como se diz np Norte, estou em idade de risco... Todos os anos "tomo", quer eu dizer, levo a "bacina" contra a gripe sazonal. Desta vez, tudo planeado ao minuto, maracado "on lin", para as 12h30, na junta de freguesia cá do sítio... Dez minutos depois estava despachado... Sem confusões, sem atropelos, sem demoras...

Mantenhas. Amanhã volto para a Lourinhã, preciso cada vez mais do meu "Mar do Serro" para me esquecer da "normalidade da anormalidade" a que fomos condenados...